Sepex 2025 terá mesa de abertura nesta terça-feira, com início da Feira de Ciências e de rotas temáticas

20/10/2025 17:49

Pesquisas e interesses em comum conectam as três palestrantes da conferência de abertura da 22ª Semana de Ensino, Pesquisa, Extensão e Inovação (Sepex) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), que será realizada nesta terça-feira, 21 de outubro, às 18h, no Auditório Garapuvu do Centro de Cultura e Eventos Reitor Luiz Carlos Cancellier de Olivo, no bairro Trindade, em Florianópolis.

Com o tema Dos extremos do clima aos extremos do espaço, a conferência de abertura da 22ª Sepex será também ocasião para a gravação de um programa especial da série Estúdio Ciência, da TV UFSC.

A engenheira biomédica e divulgadora científica da temática espacial Lorrane Olivlet é mestranda em medicina e saúde pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e tem entre seus temas de interesse a saúde em ambientes extremos, com foco na Antártica.

A psicóloga Paola Delben, que fez graduação, mestrado e doutorado na UFSC, esteve sete vezes na Antártica e estuda regiões polares e ambientes isolados, confinados e extremos (ambientes ICE), como desertos e montanhas. Ela é astronauta análoga (que participou de simulações) e participou da primeira missão de um mês de confinamento do Habitat LunAres, na Polônia.

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UFSC promove a 22ª Sepex com atividades científicas e culturais abertas à comunidade

16/10/2025 17:24

Estandes da Feira de Ciências da Sepex são montados no Centro de Cultura e Eventos da UFSC

A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) realiza, de 20 a 24 de outubro, a 22ª Semana de Ensino, Pesquisa, Extensão e Inovação (Sepex), com diversas atividades científicas e artístico-culturais no campus de Florianópolis. Todos os eventos são gratuitos e abertos à participação da comunidade.

Nesta edição, são oferecidos cerca de 100 Minicursos, que são cursos de curta duração (de 4 a 12 horas) ministrados nas modalidades presencial ou virtual. As inscrições podem ser feitas até a data de início de cada minicurso, com direito a certificado.

Entre os dias 21 e 23 de outubro serão realizadas a Feira de Ciências e as Rotas Temáticas. A Feira de Ciências é organizada na forma de estandes montados no Centro de Cultura e Eventos da UFSC nos quais estudantes, professores e servidores técnicos da Universidade apresentam projetos de ensino, pesquisa, extensão e/ou inovação, em interação com o público presente. A visita aos estandes é livre, gratuita e não necessita de inscrição ou agendamento prévio.

As Rotas Temáticas são espaços da UFSC abertos à visitação pública durante a Sepex, incluindo laboratórios, exposições e projetos com estrutura própria. Estudantes, professores e servidores técnicos recepcionam os estudantes e apresentam informações sobre os ambientes visitados e os cursos relacionados. Para participar, é necessário agendamento e podem ser emitidos certificados.

Universo de extremos
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Cinco professoras da UFSC são premiadas na 4ª edição do ‘Mulheres na Ciência’

16/10/2025 15:12

Prêmio Mulheres na Ciência foi entregue pela atual gestão da UFSC a cinco pesquisadoras da instituição. Fotos: Gustavo Diehl/Agecom

A ciência protagonizada por mulheres foi celebrada e prestigiada na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) na tarde desta quarta-feira, 15 de outubro, na Sala dos Conselhos. Na quarta edição do Prêmio Mulheres na Ciência, a instituição reconheceu cinco trajetórias que impulsionam o conhecimento científico em suas áreas de conhecimento. Entre os objetivos da homenagem, sobressai o de inspirar estudantes — sobretudo jovens pesquisadoras — a enxergar a Universidade como espaço de oportunidades e de construção do futuro. A mensagem que o momento proporciona é que quanto mais diversa é a ciência, mais potente ela se torna.

O evento contou com as presenças e falas do reitor, Irineu Manoel de Souza; da vice-reitora, Joana Célia dos Passos; do pró-reitor de Pesquisa e Inovação (Propesq), Jacques Mick; e da pró-reitora de Ações Afirmativas e Equidade (Proafe), Leslie Sedrez Chaves — lideranças que também entregaram os diplomas às homenageadas do dia. A participação da gestão da UFSC simbolizou o compromisso institucional de avançar em políticas e ações concretas de valorização da ciência feita por elas.

Em uma cerimônia marcada por emoção e significado, as pesquisadoras expressaram sua gratidão à instituição pela criação da iniciativa e enfatizaram a relevância do prêmio, especialmente em um contexto onde as mulheres enfrentam jornadas múltiplas e desafios estruturais. Suas falas evidenciaram a força e a resiliência feminina na ciência, mostrando como, mesmo diante de adversidades, transformam suas trajetórias em inspiração e resultados que impactam positivamente a sociedade. O sentimento predominante foi de que a conquista vai além do âmbito individual, representando um triunfo coletivo que inclui colegas de trabalho, estudantes, familiares, amigos e, sobretudo, todas as mulheres que não tiveram as mesmas oportunidades.

Nesse contexto, a edição deste ano — realizada em data tão especial, no Dia do Professor — homenageou cinco docentes da UFSC em três grandes áreas do conhecimento.

 

Áreas do conhecimento Pesquisadora Categoria
Humanidades Aline Beltrame de Moura (Direito) Júnior
Elizete Vieira Vitorino (Ciência da Informação) Plena
Vida Ana Carolina Fernandes (Nutrição) Júnior
Exatas e da Terra Camila Fabiano de Freitas Marin (Química) Júnior
Cíntia Soares (Engenharia Química e Engenharia de Alimentos) Plena

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Ranking internacional mostra que UFSC tem 35 pesquisadores entre os mais influentes do mundo

15/10/2025 17:06

Ranking tem duas listas de produção científica: uma pela carreira do pesquisador outra pelo ano 2024. Foto: divulgação/UFSC

A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) tem 35 pesquisadores entre os mais influentes do mundo, considerando suas carreiras. O dado está em uma atualização do ranking internacional divulgado pela empresa holandesa Elsevier, voltada à área de publicações técnicas e científicas. A lista considera os 100 mil cientistas mais bem posicionados em critério criado para o ranking ou que tenham destaque em uma subárea específica.

O levantamento considera um índice – chamado c-score – calculado de acordo com o desempenho dos pesquisadores em número de citações, proporção de referências em publicações, entre outras métricas. São pesados no cálculo também, como forma de controle, as autocitações e as publicações formalmente desacreditadas pela comunidade científica, quando é o caso.

Produção até 2024

O ranking da Updated science-wide author databases of standardized citation indicators foi publicado em 19 de setembro. Ele traz duas listas dos pesquisadores mais influentes do mundo: uma que considera a carreira inteira do pesquisador e outra que leva em consideração apenas a produção científica de 2024. A UFSC tem 35 nomes na primeira lista e 32 pesquisadores na segunda. Há 16 pesquisadores da UFSC que aparecem em ambas as listas.

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Fórum Ecoar: aliança comunitária quer transformar territórios por meio da extensão universitária

14/10/2025 16:04

Saneamento precário, mobilidade insuficiente, vulnerabilidade social são alguns dos problemas de Florianópolis que estão mapeados, diagnosticados e documentados em pesquisas acadêmicas. Mas como transformar esses dados em ação? Como fazer a universidade transpor seus muros e devolver à sociedade, em forma de solução, o conhecimento que produz? É nessa ponte entre academia e comunidade que atua o Fórum Ecoar, uma aliança comunitária que reúne Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) e Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC), e ainda 56 organizações e movimentos sociais para construir respostas coletivas aos desafios dos bairros da capital catarinense.

A parceria tornou-se institucional em 27 de julho de 2024, quando a UFSC e o Fórum Ecoar firmaram o Protocolo de Intenções para a Curricularização da Extensão. O reitor, Irineu Manoel de Souza, e o coordenador do Fórum, Eugênio Luiz Gonçalves, assinaram acordo alinhando a universidade às diretrizes da Resolução CNE/CES nº 7/2018 e consolidando uma estratégia que leva a comunidade universitária aos territórios, transformando-os em laboratórios vivos de aprendizagem, pesquisa e transformação social.

Estande do Fórum Ecoar na Sepex (2023)

O protocolo reconhece que os territórios são espaços onde problemas e potencialidades locais inspiram soluções criativas, sustentáveis e socialmente justas, em sintonia com o princípio constitucional da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão. Para a pró-reitora de Extensão da UFSC (Proex), Olga Regina Zigelli Garcia, o regulamento “reconhece que o conhecimento, para ser emancipador, precisa circular, dialogar e se reinventar em contato com as realidades concretas da sociedade”.

Na avaliação de Olga Regina, a parceria “desloca a universidade de uma lógica vertical para uma horizontal e colaborativa, na qual o conhecimento é coproduzido com as comunidades”. Mais do que uma colaboração acadêmica, trata-se de uma aliança pela democracia e pela justiça social, que reconhece a comunidade como coautora do conhecimento e protagonistas da mudança.

Ao estabelecer a parceria, a UFSC reafirma sua vocação pública e cidadã, fortalecendo a extensão como via privilegiada de aproximação entre universidade e sociedade. A iniciativa visa mobilizar estudantes, docentes e técnicos-administrativos das três instituições públicas de ensino superior a atuarem diretamente nos territórios, aprendendo com as comunidades e contribuindo para soluções em educação, cultura, saúde, meio ambiente, habitação e economia solidária.

Da experiência comunitária à articulação institucional

Criado em 2021 e articulado pelo administrador aposentado da UFSC, Eugênio Luiz Gonçalves, o Fórum nasceu da experiência concreta de autogestão comunitária. Morador da Costa de Dentro desde 2010 e voluntário do conselho comunitário local, Eugênio testemunhou como a comunidade gere há 35 anos o abastecimento de água para 199 famílias por meio do CODEN, sem apoio do poder público. Essa vivência, somada à participação em conselhos municipais e em imersões de estudantes da UFSC em projetos de saneamento e resíduos sólidos, sedimentou uma convicção: a universidade precisa estar presente nos territórios, transformar pesquisa em política pública e disponibilizar seu conhecimento à sociedade de forma continuada.

“Os alunos vão ao bairro, fazem pesquisa, a informação morre na sala de aula”, sintetiza Eugênio. Para ele, o abismo entre o discurso de “cidade inteligente” e a realidade dos territórios, com baixa cobertura de saneamento e alta vulnerabilidade, evidencia a urgência de uma mudança de método. O Fórum propõe grupos de trabalho interdisciplinares e permanentes atuando em bairros-piloto por ciclos sucessivos de diagnóstico, ação, avaliação e retorno, garantindo soluções progressivas.

Projetos em ação nos territórios

Projeto Fesinova, no Conselho Comunitário da Costa de Dentro (2024)

Na prática, a curricularização da extensão na UFSC já ganha corpo em projetos que respondem a demandas concretas das comunidades. No segundo semestre de 2024, iniciativas como o Fesinova — Fortalecendo a Economia Solidária no Distrito do Pântano do Sul, e o curso “Empreendedorismo e Projetos Sociais: da Ideia à Transformação Comunitária” aproximaram lideranças locais e acadêmicas.

Projetos como “Regenera Lagoa”, que promove a regeneração do Parque Natural Municipal das Dunas da Lagoa da Conceição, e o guia de Turismo na Comunidade do Pântano do Sul evidenciam a integração entre conservação ambiental, inclusão produtiva e planejamento territorial. A salvaguarda do patrimônio material e imaterial da pesca artesanal na Barra do Sul, as ações de inclusão digital de idosos (Conexões Costa de Dentro), a Escola Sustentável com foco em Lixo Zero e a criação da Feira da Costa para pequenos empreendedores ilustram um leque de ações orientadas ao bem comum e à geração de renda com base comunitária.

A “Escola de Extensão da UFSC” ampliou esse alcance ao ofertar capacitações diretamente ligadas às necessidades dos bairros: formação para gestores comunitários e associações de moradores, captação de recursos para projetos locais, cursos práticos para cuidadoras e familiares de idosos com Parkinson e demência, educação alimentar e energética, orientação sobre imposto de renda, horta comunitária e compostagem urbana, programação e desenvolvimento de sistemas, design aplicado à gestão comunitária, entre outros.

Governança participativa e plataforma digital

Reunião no IFSC (2023)

O Fórum funciona com governança compartilhada, participativa e democrática. De um lado, reúne conselhos e associações de moradores, movimentos sociais e lideranças comunitárias articulados em redes; de outro, mobiliza as três instituições – UFSC, Udesc e IFSC -, para executar ações de extensão articuladas a ensino e pesquisa aplicada, com impacto direto nos bairros.

Eugênio informa que a aliança é suprapartidária. “Política pública, não política partidária”, afirma. Para ele, a ciência é o elo capaz de unir frentes distintas em torno de problemas comuns.

A plataforma digital do Ecoar (ecoar.ufsc.br) funciona como ferramenta de gestão e ponte entre demandas comunitárias e oferta universitária. Neste site, qualquer pessoa pode registrar e acompanhar o status das demandas.

Perspectivas futuras

No horizonte próximo, o Fórum Ecoar está se alinhando ao projeto UniCOM (Universidade–Comunidade), inspirado no formato do Projeto Rondon, porém aplicado de forma contínua e territorializada, bairro a bairro. Um dos marcos fundamentais nesse processo foi a elaboração do Relatório Diagnóstico Participativo de Florianópolis, coordenado pelo Observatório de Inovação Social de Florianópolis (OBISF/Udesc), que contou com a participação ativa das três IFES, além de lideranças comunitárias e movimentos sociais. Esse processo reuniu e sistematizou mais de 460 demandas dos distritos, registradas no relatório “Diagnóstico Participativo de Florianópolis: Olhares dos Distritos sobre a Cidade”, apresentado publicamente com ampla presença da sociedade civil e de representantes políticos.

A partir desse esforço, articulado pelo Fórum Ecoar, está se consolidando uma rede colaborativa entre universidades e territórios, com o objetivo de transformar os diagnósticos em intervenções concretas nos bairros. A proposta é organizar frentes integradas de extensão, pesquisa e ensino para enfrentar problemas prioritários — como saneamento, mobilidade e vulnerabilidade social — por meio de metodologias de imersão nos territórios e de acompanhamento contínuo dos resultados.

Projeto Unicom (2025)

Eugênio também propõe a criação de uma incubadora social interinstitucional, voltada à economia solidária e criativa, para apoiar quem já empreende por necessidade nas periferias. “O nosso maior recurso é a inteligência”, diz, criticando a concentração de esforços apenas na interface universidade–indústria e defendendo que a mesma potência se volte aos bairros.

O chamado é direto: com cerca de 100 mil pessoas circulando entre UFSC, Udesc e IFSC, há capital humano para transformar realidades locais. O Fórum oferece a ponte, a governança e a plataforma.

Convite à participação

O Fórum Ecoar reforça o convite à participação de estudantes, docentes e técnicos das três IFES a integrarem uma aliança comunitária que conecta a universidade às demandas reais dos bairros. A proposta é fazer da cidade um laboratório vivo, onde saberes acadêmicos, técnicos e populares se encontram para construir soluções coletivas orientadas pelo bem comum, sustentabilidade e justiça social.

Para a comunidade universitária, o Ecoar representa uma oportunidade concreta de colocar a extensão no centro da formação e da vida acadêmica: estudantes podem cumprir a curricularização com projetos de impacto real; docentes podem articular disciplinas e pesquisas às necessidades dos territórios; técnicos podem aportar conhecimento aplicado à gestão pública e comunitária.

A efetividade do protocolo depende do engajamento ativo da comunidade universitária. É necessário construir uma cultura institucional de participação, sensibilizar para o valor pedagógico, social e político da extensão, criar condições para a atuação nos territórios e reconhecer, institucionalmente, o mérito desse engajamento. “O êxito será medido pelas vidas tocadas, vínculos criados e saberes compartilhados — não por documentos assinados”, concluiu a pró-reitora.

Organizações comunitárias e coletivos podem formalizar a entrada na rede pelo Formulário de Adesão.

Moradores, lideranças e grupos podem encaminhar necessidades do bairro pelo Formulário de Demandas.

Grupos de extensão, laboratórios e disciplinas podem identificar demandas “em aberto” no site ecoar.ufsc.br e propor a adoção, iniciando o ciclo de trabalho conjunto.

Mais informações:

Site: ecoar.ufsc.br
WhatsApp: (48) 99164-1958 (Eugênio Gonçalves)
Instagram: @fgecosocial

 

Rosiani Bion de Almeida | Divisão de Imprensa do GR
imprensa.gr@contato.ufsc.br

 

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Parceria entre UFSC e indústria impulsiona criação de polo de tecnologia automotiva em Joinville

13/10/2025 17:53

Cemac será instalado junto ao Ágora Tech Park, em Joinville, em uma área com mais de 2 mil metros quadrados. Imagem: divulgação

Um projeto desenvolvido em parceria entre a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Campus de Joinville, a Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) e a empresa Walbert tem a ambição de transformar Joinville em um dos principais polos de manufatura avançada, ciência aplicada e inovação industrial do País. O projeto do Centro de Excelência em Manufatura Avançada e Cluster Automotivo (Cemac) foi aprovado em uma chamada pública conjunta da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

A proposta entra agora na fase de negociação com a Finep, etapa do edital que envolve o detalhamento técnico-operacional e a formalização do apoio financeiro, no montante de R$ 94 milhões. Assim que os recursos forem liberados será iniciada a implantação, que prevê a obra civil, aquisição de equipamentos e contratação de pesquisadores e bolsistas. A expectativa é de que o Cemac inicie suas atividades em 2026.

De acordo com o planejamento, o Cemac será instalado junto ao Ágora Tech Park, em uma área com mais de 2 mil metros quadrados. Trata-se de uma infraestrutura inédita em Santa Catarina, que integrará uma planta piloto industrial inteligente (smart factory), uma plataforma digital de serviços tecnológicos especializados e cinco laboratórios temáticos interconectados e voltados a áreas-chave da manufatura avançada: simulação computacional, automação inteligente, metrologia e certificação, materiais avançados e sustentabilidade industrial.
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Exposição traz poema inédito e outras obras de Franklin Cascaes para a UFSC

10/10/2025 17:09

Das linhas do traço do nanquim às linhas das rendas de bilros são feitas as obras de Franklin Cascaes.

Desenhos feito a tinta nanquim. Foto: Gustavo Diehl/Agecom/UFSC

A exposição Cascaes entre linhas reúne desenhos, esculturas e um poema inédito do ceramista, gravurista, escritor, pesquisador e folclorista da cultura de Santa Catarina, Franklin Joaquim Cascaes, além de rendas de bilro do acervo do Museu de Arqueologia e Etnologia (MArquE) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). A mostra está na Sala Cascaes, no terceiro andar do MArquE, até o final do segundo semestre letivo. 

O nome da exposição foi escolhido para mostrar a linha do tempo, desde a produção dele como artista, ao trabalho das mulheres transformando o algodão em linha e depois o algodão em renda. “A linha da escrita, com a linha do desenho, com a linha da escultura”, revela a mestranda do Programa de Pós-graduação em Literatura da UFSC Katiely Michielin, que é curadora da exposição junto com o professor Ricardo Gaiotto.

Os Cadernos de Cascaes

O artista multifacetado teve um novo poema encontrado depois de 42 anos da sua morte. “A gente quer que as pessoas descubram esse lado escritor do Cascaes. E não só esse escritor desse universo fantástico. Mas o seu interesse genuíno por história e geografia de Santa Catarina”, diz a curadora.
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Ranking internacional coloca UFSC em quinto lugar entre apoiadoras da indústria no Brasil

09/10/2025 17:10

Isabela Bianchi Pizzani, do Curso de Engenharia Naval da UFSC Joinville, explica o funcionamento do canal de água circulante ao colega. Foto: Gustavo Diehl/Agecom/UFSC

O World University Rankings 2026, elaborado pela revista inglesa Times Higher Education (THE), lista a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) em quinto lugar entre as universidades brasileiras mais bem avaliadas no pilar Indústria. Conforme a metodologia do ranking, essa nota é atribuída à habilidade da instituição em “ajudar a indústria com inovações e invenções”.

World University Rankings 2026, divulgado nesta quinta-feira, 9 de outubro, traz avaliações em cinco pilares centrais – Ensino, Ambiente de Pesquisa, Qualidade de Pesquisa, Indústria e Perspectiva Internacional – além de uma nota de desempenho geral.

No pilar relacionado à indústria, o ranking atribui à UFSC a nota 65,5. Nesse critério, só outra instituição federal aparece na frente da UFSC: a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que tem 84,9 pontos. Em primeiro lugar no pilar relacionado à indústria, está a Universidade de São Paulo (USP), com nota 96,6.

Conforme o documento que descreve a metodologia utilizada no World University Rankings 2026, esse quesito está divido entre o número de patentes geradas com pesquisas das universidades e os recursos que o setor produtivo devolve às instituições.

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UFSC lidera pesquisa nacional pioneira sobre saúde bucal da população trans

03/10/2025 10:00

Equipe da pesquisa Transbucal Brasil em Manaus (AM): coleta de dados visa identificar condições de saúde bucal das pessoas trans e subsidiar políticas públicas. Foto: Divulgação/Transbucal Brasil/UFSC

Um estudo pioneiro conduzido pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) revelou um panorama preocupante sobre a saúde bucal da população transgênero atendida pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em Florianópolis. A discriminação aparece como uma das principais barreiras: entre os participantes da pesquisa, 70% disseram já terem sido alvo de preconceito ao buscar atendimento odontológico, com 54% abandonando o tratamento em função dessa dificuldade. Altos índices de cáries não tratadas, perda dentária e problemas periodontais também foram observados no levantamento, evidenciando que a falta de políticas públicas específicas impacta diretamente na qualidade de vida desse público.

A inexistência de dados populacionais sobre as pessoas trans, a invisibilidade dos problemas de saúde bucal dessa população e a urgência na definição de serviços específicos de saúde que contemplem essa problemática impulsionaram uma iniciativa de ampliação da pesquisa feita em Florianópolis. A pesquisa Transbucal Brasil, de abrangência nacional, é liderada pelos pesquisadores da UFSC em parceria com outras universidades, movimentos sociais e comunidade trans nas cinco regiões brasileiras.

De acordo com a professora Andreia Morales Cascaes, do Departamento de Saúde Pública da UFSC, há poucos estudos que tratem da saúde bucal das pessoas transgênero e que considerem as especificidades desse público. “Não temos dados oficiais em pesquisas como o Censo, ou em pesquisas nacionais que revelem dados epidemiológicos. Estimamos, por exemplo, que a população trans no Brasil seja composta por 2% de toda a população brasileira, o que dá aproximadamente 4 milhões de pessoas. Mas esta é uma estimativa baseada em estudos mundiais, pois não há dados oficiais no país”, ressalta ela, que coordenou a pesquisa Transbucal em Florianópolis e é líder da pesquisa nacional.

Nessa perspectiva, a população trans enfrenta uma situação de invisibilidade tanto no que diz respeito à saúde geral quanto à saúde bucal. “As pessoas trans enfrentam uma série de barreiras para acessar serviços de saúde de modo geral, e a situação é mais dramática do ponto de vista da saúde bucal”, constata a professora. Nem mesmo a Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais contempla a saúde bucal desse grupo. Andreia ressalta que os serviços de saúde transespecíficos do SUS, como o Ambulatório Trans de Florianópolis, não preveem a inclusão de equipes de saúde bucal. “Eu costumo dizer que, para as políticas públicas, a população trans não tem boca”, ironiza. “Nós advogamos por esse princípio de inclusão social, da saúde bucal como um direito social. Para chegar nisso, é preciso ter dados que nos permitam entender, de forma precisa, a necessidade de olhar para a saúde bucal desse público específico”, diz a professora Andreia.

Etapa local: Transbucal Floripa
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Relatório da UFSC e Udesc sobre violência policial em Florianópolis revela medo em comunidades

02/10/2025 09:30

“Deixa sua mente com medo”, afirmou uma moradora. Foto: Maria Isabel Miranda/Zero/UFSC

“O Estado só vem aqui para matar. Tenho medo de não estar em casa e eles virem, e de estar em casa e eles virem”. A fala é de um morador que participou de um estudo do Instituto Memória e Direitos Humanos da Universidade Federal de Santa Catarina (IMDH/UFSC) e da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc). O depoimento integra o relatório Representações da Violência Policial: rodas de conversa com comunidades e profissionais de Florianópolis, publicado em junho. 

Foram ouvidas 115 pessoas em 13 rodas de conversa conduzidas entre 2021 e 2024 com comunidades da Grande Florianópolis, organizações da sociedade civil, membros da Defensoria Pública do Estado de Santa Catarina e do Ministério Público de Santa Catarina. As conversas foram mediadas por professoras e estudantes da UFSC e da Udesc, que propuseram um ambiente de escuta para os moradores das comunidades. Com poucos dados à disposição, o objetivo do grupo era ouvir. 

“Quando a gente pensa nesse cenário de pesquisa de violência policial em Santa Catarina, infelizmente, a gente ainda tem um campo um pouco vazio, que a gente [no IMDH] tem construído dia após dia”, explica Jo Klinkerfus, doutoranda em Antropologia pela UFSC e coautora do relatório. A ausência de dados públicos levou as pesquisadoras a buscarem uma metodologia menos quantitativa e mais qualitativa para o trabalho. 
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Ferramenta gratuita desenvolvida na UFSC facilita avaliação de pacientes com dor no quadril

01/10/2025 14:00

Plataforma foi desenvolvida para auxiliar profissionais da saúde a monitorarem a qualidade do movimento dos pacientes. Foto: divulgação

Durante seu mestrado na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), o fisioterapeuta e pesquisador Diogo Almeida Gomes desenvolveu uma ferramenta on-line gratuita que permite avaliar, de forma simples, rápida e acessível, a qualidade do movimento de pessoas com dor no quadril. Elaborada em colaboração com fisioterapeutas, a Simpli-Fai, ou Escala de Desempenho do Agachamento Unilateral para Indivíduos com Síndrome do Impacto Femoroacetabular, foi construída com a proposta de ajudar profissionais da saúde a monitorar pacientes e direcionar sua reabilitação. 

Diogo realizou o trabalho no Programa de Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação, sob orientação da professora Heiliane de Brito Fontana e coorientação de Marcelo Peduzzi de Castro. O trabalho foi desenvolvido junto ao Grupo Pesquisa em Biomecânica Musculoesquelética (BSiM/UFSC), a partir de uma ideia que surgiu durante o projeto de extensão Biomecânica e controle motor do tronco e dos membros inferiores: ciência aplicada à prática – uma colaboração entre a UFSC, a Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) e a clínica de fisioterapia em que Diogo trabalhava.

Segundo o pesquisador, a ideia veio de sua própria experiência trabalhando em uma clínica de fisioterapia. As metodologias disponíveis para a avaliação até então eram caras e difíceis de aplicar, demandavam muito tempo dos profissionais – tanto para a avaliação do paciente quanto para a análise de dados.

“Com esses métodos mais tradicionais, de avaliação biomecânica, de avaliação quantitativa, tu precisas de todo um aparato, precisa posicionar marcadores no paciente, conectar com um software, precisa ter todo um ajuste de posição também de quem está avaliando, de quem está sendo avaliado, de testes. Então, uma avaliação dessas, quando bem feita, pode levar de duas a três horas, enquanto o procedimento da nossa avaliação, utilizando a escala, pode durar de um minuto a um minuto e meio”, explica Diogo.
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Estudantes da Educação Básica vivem dia de cientistas na UFSC

01/10/2025 09:21

Foi a primeira vez que os estudantes do 6º ano da E.E.B.M. Abel Capella visitaram a UFSC. Fotos: Gustavo Diehl/Agecom/UFSC

Caras de espanto, olhares curiosos, risadas e exclamações  marcaram a visita dos alunos do 6º ano da Escola de Educação Básica Municipal Abel Capella, de Governador Celso Ramos (SC), na Grande Florianópolis, na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Os estudantes participaram do projeto Pequenos Grandes Cientistas, passando por laboratórios e salas do Centro de Ciências Biológicas (CCB). 

“Vocês sabem o que vão fazer hoje?”, perguntou a professora Regina de Sordi, coordenadora do projeto, à turma durante a introdução da visita no auditório. “Experimentos?” foi a resposta tímida de um dos alunos, que logo começaram a se soltar e colaborar com dúvidas e palpites. 

Em quatro anos de Pequenos Grandes Cientistas, foi a primeira vez que uma escola de fora de Florianópolis participou. Regina também explica que foi a turma mais velha que já recebeu, o que representou um desafio para adaptação do material didático e das atividades. Os cadernos ficam disponíveis no repositório da UFSC e contam com dezenas de experimentos que podem ser feitos em casa. 

A iniciativa busca conectar o público infantil com a ciência. Menos de um terço das escolas públicas em Santa Catarina possuíam Laboratórios de Ciências nos anos finais — 6º ao 9º ano — da Educação Básica em 2024. Os dados são do Censo Escolar da Educação Básica 2024, realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
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UFSC aprova título de Doutor Honoris Causa ao padre Vilson Groh

30/09/2025 15:46

Padre Vilson Groh. Foto: IVG

O Conselho Universitário (CUn) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) realizou na tarde desta terça-feira, 30 de setembro, sessão especial dedicada à apreciação da concessão do título de Doutor Honoris Causa ao padre Vilson Groh. O nome do homenageado foi escolhido pela ampla maioria dos conselheiros pela extensa trajetória de Groh como educador popular e líder comunitário, marcada pela luta pela justiça social e pela atuação junto a comunidades vulneráveis de Florianópolis.

A indicação do título acadêmico partiu da Cátedra Antonieta de Barros: Educação para a Igualdade Racial e recebeu aprovação unânime em instâncias internas da Universidade, incluindo o Departamento de Estudos Especializados em Educação e o Conselho de Unidade do Centro de Ciências da Educação (CED).

No parecer conclusivo, o conselheiro-relator Sérgio Romanelli manifesta-se integralmente favorável à concessão do título, ressaltando o padre como referência de compromisso com a dignidade humana e a pluralidade cultural brasileira, incluindo o respeito e a valorização das religiões afro-brasileiras. O texto enfatiza ainda a criação e a atuação do Instituto Padre Vilson Groh (IVG), que, por meio de programas de educação, inclusão financeira e mobilização social, beneficia milhares de crianças, jovens e famílias na capital catarinense.

O título de Doutor Honoris Causa é concedido pela UFSC “a pessoas eminentes, que não necessariamente sejam portadoras de um diploma universitário mas que se tenham destacado em determinada área (artes, ciências, filosofia, letras, promoção da paz, de causas humanitárias etc), por sua boa reputação, virtude, mérito ou ações de serviço que transcendam famílias, pessoas ou instituições”.
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Egressa da UFSC é premiada por estudo sobre redução de consumo de combustível

29/09/2025 10:41

Egressa estudou como gastar menos combustível com o auxílio da I.A

A engenheira Laura Lozada dos Santos Araújo, recém egressa do curso de Engenharia Mecatrônica da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), recebeu o Prêmio Novos Engenheiros da Associação Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA). Considerada um destaque pelo resultado da sua pesquisa de conclusão de curso, ela foi a única mulher dentre as pessoas premiadas e estudou como a inteligência artificial pode contribuir para reduzir o consumo de combustível de veículos.

O prêmio busca estimular os alunos dos cursos de engenharia mecânica na carreira automotiva e para isso identifica e reconhece aqueles que tenham se destacado em seu desempenho acadêmico e produzido trabalho final bem avaliado ligado à técnica automotiva. A engenheira é formada pela UFSC Joinville e também recebeu, na instituição, o prêmio de mérito acadêmico.

Sob orientação do professor Ricardo José Pfitscher, Laura desenvolveu o TCC Implementação de modelo de aprendizado por reforço em dispositivo móvel para economia de combustível em veículos a combustão. O trabalho propôs um sistema avançado de assistência ao condutor (ADAS) baseado em inteligência artificial, capaz de recomendar, em tempo real, ações de aceleração ou frenagem para reduzir o consumo de combustível.

Ela utilizou como ponto de partida o trabalho de um colega também orientado pelo professor Ricardo, desenvolvido pelo egresso Paulo Henrique Kubiack Gorla. A proposta foi entender como a Inteligência Artificial poderia ser aplicada em um ambiente real: no caso, um veículo consumindo combustível em um percurso real.

Laura treinou a I.A a partir de um trajeto que ela fazia corriqueiramente com o próprio carro. “Eu peguei um trajeto que eu já fazia com o meu carro, coletei todos os dados necessários para o treinamento da IA e com isso eu treinei o mesmo modelo que havia sido desenvolvido nesse outro TCC”, conta.

Depois, Laura embarcou o modelo em um aplicativo de celular. “Fiz todo esse treinamento e desenvolvi um aplicativo que pudesse mostrar em tempo real para o motorista o que ele tinha que fazer para reduzir cada vez mais o gasto de combustível”, explica. As ações de aceleração e desaceleração do motorista em tempo real, por exemplo, aumentam a eficiência energética. O sistema desenvolvido sugere ao motorista qual ação tomar por trecho, baseado no modelo treinado.

“A ideia inicial é a aplicabilidade em frotas que fazem sempre o mesmo percurso, porque ele é especializado e treinado para um percurso específico”, comenta Laura sobre uma das potencialidades do projeto. “A ideia pode ser expandida para carro elétrico também”, complementa.

Laura foi a única mulher premiada pela AEA neste ano

Nos testes realizados, a solução apresentou economia entre 7% e 14% no consumo de combustível, mesmo em veículos mais antigos. Além disso, o projeto resultou no desenvolvimento de um aplicativo móvel com código aberto, ampliando as possibilidades de aplicação em diferentes contextos, como rotas logísticas e transporte coletivo. “Os testes foram mais de prova de conceito, não foi um teste estatístico. Foi um teste de aplicabilidade da solução”.

O Prêmio AEA Destaque Novos Engenheiros é entregue anualmente durante o Seminário de Manufatura Automotiva e reúne instituições de ensino de referência em Engenharia de todo o país. Laura comentou a simbologia de, em um prêmio de reconhecimento no qual quatro alunos foram premiados, ter sido a única mulher a ganhar. “Eu era a única mulher no palco”, disse. A egressa destacou que esse fato é particularmente significativo porque seu trabalho está inserido não apenas na engenharia, mas especificamente no setor automotivo, um campo onde, segundo ela, ainda há menos mulheres.

Atualização: este texto informou que a egressa conquistou o primeiro lugar no prêmio, mas não há ordem de premiação entre os destaques. A informação foi corrigida.

Tags: consumo de combustívelengenharia automativaEngenharia Mecatrônicainteligência artificialPrêmio Novos Engenheiros da Associação Brasileira de Engenharia AutomotivaUFSC Joinville

Pesquisa da UFSC ajuda a identificar riscos desconhecidos do vapor do “vape”

26/09/2025 09:45

A pesquisa de Bruna Espíndola vai ajudar a descobrir o que exatamente se esconde no vapor dos cigarros eletrônicos (Fotos: Gustavo Diehl)

Uma preocupação cada vez maior pelos efeitos na saúde humana, o cigarro eletrônico vem sendo estudado com abordagens inovadoras pela Universidade Federal de Santa Catarina. Uma pesquisa em andamento no Laboratório de Pesquisas Toxicológicas, sob coordenação da professora Camila Marchioni, vai desvendar uma das lacunas científicas sobre a composição do vapor, que é justamente o que tem contato direto com usuários pelas vias respiratórias.

A pesquisa de mestrado de Bruna Espíndola da Silva desenvolveu um método para capturar o vapor do cigarro, que em contato com a fibra de coco retém as substâncias de interesse. Com auxílio de solvente, as moléculas são retiradas da fibra de coco e levadas ao equipamento de cromatografia, que separa e identifica os componentes. Essa análise pode determinar o quanto separados e combinados estes compostos podem prejudicar a saúde humana. O estudo é realizado no  Programa de Pós-graduação em Farmacologia .

Hoje, as análises feitas pelo grupo tomam como base o que está presente no líquido que compõe o cigarro, que pode ser uma mistura de vários compostos, necessitando de ingredientes que possibilitem a vaporização. A nicotina e a cannabis são, também, comumente associadas a substâncias aromatizantes. O estudo pode contribuir para o desenvolvimento de políticas públicas para alertar sobre os riscos dos dispositivos à saúde.

A professora explica que a base do líquido é uma mistura de propilenoglicol e glicerina. É a partir desta mistura que os compostos são combinados, podendo resultar em uma ampla gama de produtos. De acordo com Camila, há uma complexidade química significativa nestes dispositivos, e mais de 2.000 substâncias já foram identificadas.

“O cigarro eletrônico não é permitido no Brasil, ele é um dispositivo proibido, que não pode ser comercializado, não pode ter propaganda. Então, quem está vendendo, está vendendo um produto ilícito, sem controle de qualidade e que pode ter qualquer substância ali dentro”, comenta.

Recentemente, os estudos realizados no laboratório em parceria com a Polícia Científica de Santa Catarina identificaram até mesmo anfetamina nos cigarros eletrônicos, em pelo menos dez amostras diferentes analisadas.

Consumo entre os jovens preocupa

Professora também trabalha com palestras de conscientização dos jovens

O olhar do grupo para o problema surgiu a partir de um projeto de extensão em que a equipe realiza palestras educativas em escolas públicas de Florianópolis. Os estudantes começaram a manifestar interesse no assunto.

A partir da resposta de 400 jovens do sexto até o terceiro ano do Ensino Médio, chegou-se a um número alarmante: pelo menos 30% já haviam experimentado ou eram usuários do cigarro. “Isso começou a nos preocupar. Porque os adolescentes estão usando muito. E a gente ia falar nas escolas e precisava falar com respaldo científico”, comenta.

Para levar dados precisos aos jovens, a equipe elaborou uma revisão de escopo nos principais periódicos disponíveis para descobrir o impacto dos cigarros eletrônicos na saúde de adolescentes entre 12 e 19 anos e identificou 58 relatos no mundo, a maior parte nos Estados Unidos, onde a Evali – Lesão Pulmonar Associada ao Uso de Cigarros Eletrônicos ou Vaporização- começou a se intensificar a partir de 2019.

Os achados clínicos demonstram um envolvimento respiratório significativo, muitas vezes precedido por sintomas gastrointestinais. Febre, falta de ar e tosse são os sintomas que mais apareceram entre os quadros estudados cientificamente no mundo todo. Náuseas, vômitos e oxigenação prejudicada também registram predominância. A professora considera preocupante o fato de esses danos englobarem sujeitos que consumiram os cigarros em média por um ano e sete meses.

“Em linhas gerais, o uso do cigarro eletrônico por jovens mostra um dano precocemente. Se a gente for comparar com cigarro convencional, se demora mais para a pessoa ter o pulmão comprometido”, explica. O comprometimento difuso do pulmão foi observado, nestes casos estudados na revisão, em mais de 65% dos exames de imagem.

Nos casos em que houve biópsia do pulmão, os médicos observaram um tipo de lesão chamado bronquiolite proliferativa com pneumonia em organização. Além da inflamação, foram notados sinais de endurecimento e cicatrização, além de um remodelamento estrutural do tecido pulmonar, o que pode indicar que o dano estava se tornando permanente.

Associação com cannabis

Laboratório tem parceria com análises da polícia científica

No artigo liderado pela professora, os casos estudados destacam o papel significativo da cannabis (THC) associada ao uso de cigarros eletrônicos, especialmente nos casos de lesão pulmonar grave. Em quase 70% dos casos, os jovens relatam uso concomitante.

Além disso, em 22 publicações que detalhavam a composição dos “vapes” consumidos, o óleo de THC foi a substância que mais apareceu – estava em mais de 80% dos dispositivos.

Puro, o óleo de cannabis não forma o aerossol necessário à vaporização, mas misturado com substâncias oleosas, como a vitamina E, ele adquire essa propriedade, analisada como um fator de risco. As hipóteses seriam de que essa mistura oleosa provocaria mais reações no pulmão.

A equipe liderada por Camila também realiza trabalhos em parceria com a Polícia Científica, em uma cooperação propiciada pela Rede Catarinense de Pesquisa em Ciências Forenses para aplicar as pesquisas toxicológicas da universidade na análise de materiais apreendidos, especialmente os cigarros eletrônicos. O foco central da colaboração é na análise dos dispositivos apreendidos pela polícia, com ênfase no que é inalado pelo usuário.

Amanda Miranda | amanda.souza.miranda@ufsc.br
Jornalista da Agecom | UFSC

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Aplicativo para combate ao assédio no trabalho é desenvolvido com participação da UFSC

25/09/2025 17:43

Depois de muito tempo desempregada, Ana iniciava em um novo emprego como vendedora em uma loja de calçados. Era um primeiro passo para sua independência financeira, já que, até então, contava com a ajuda dos pais e do marido para se sustentar. Porém, o comércio não ia bem. “Podia ser o ponto da loja ou a falta de promoções, não sei dizer. Mesmo me dedicando muito para vender, os calçados não saíam”, conta Ana.

“Incompetente” e “preguiçosa” foram algumas das acusações do chefe, Jorge, que falava cada vez mais alto com a vendedora. Até mesmo tentou coagi-la a assinar sua própria demissão, e a situação de estresse gerava cada vez mais ansiedade a Ana.

Essa é uma das 11 histórias inspiradas em situações reais presentes no aplicativo SOS Dignidade – Trabalho sem assédio!, desenvolvido em parceria pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), pela Universidade de Campinas (Unicamp), pelo Ministério do Trabalho e do Emprego (MTE) e pelo Ministério Público do Trabalho do Estado de São Paulo (MPT/SP), com chancela da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Ao fim da história, o usuário do aplicativo  pode sugerir ações à personagem, como a denúncia no Ministério Público do Trabalho ou a busca por apoio social e psicológico.

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Levantamento mostra que UFSC ajudou a criar mais de 107 mil empresas em todo Brasil

23/09/2025 14:04

Painel traz informações por atividade, além do crescimento anual no número de empresas, entre outras. Foto: Reprodução/Sinova/UFSC

A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) lançou o mais completo levantamento de empresas-filhas já realizado por uma universidade brasileira, consolidando sua posição como um polo de inovação e empreendedorismo. O painel Empresas DNA UFSC revela que mais de 66 mil membros da comunidade universitária – entre egressos, alunos, professores e técnicos-administrativos – ajudaram a criar 107 mil empresas em todo País entre 1966 e janeiro de 2024.

Clarissa Stefani Teixeira,  diretora do Departamento de Inovação (Sinova) da UFSC,  destaca o papel fundamental da Universidade no fomento ao empreendedorismo. Esse suporte se dá por meio de políticas de incentivo à inovação, programas de pré-incubação e incubação, apoio em propriedade intelectual, laboratórios e habitats de inovação.

Em alguns casos, como no cultivo de ostras, a UFSC vai além do estímulo e torna-se um dos principais agentes da atividade produtiva. “Esse movimento reforça a capacidade da Universidade de gerar impacto social e econômico, posicionando-se como catalisadora de desenvolvimento sustentável e de novas oportunidades”, diz Clarissa.

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Fórum das Licenciaturas UFSC reúne ampla participação para debates sobre formação docente

22/09/2025 18:52

Fórum das Licenciaturas reúne mais de 200 pessoas no Auditório do EFI da UFSC. Fotos: Gustavo Diehl/Agecom/UFSC

Mais de duzentas pessoas lotaram o Auditório do Espaço Físico Integrado (EFI) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), marcando a maior plenária já promovida pelo Fórum das Licenciaturas. A abertura deste relevante espaço de diálogo e proposição de políticas para a formação docente ocorreu na tarde desta segunda-feira, 22 de setembro, com o evento se estendendo até terça-feira (23). A programação inclui conferências, mesas-redondas e uma audiência pública. O tema central, “Os sentidos da prática na formação de professoras/es: entre a práxis e o pragmatismo”, norteia os debates com o objetivo de fortalecer e reconfigurar as políticas educacionais, ao mesmo tempo que explora os desafios e as possibilidades da prática docente em diferentes cenários.

A mesa de abertura foi conduzida pela coordenadora do Comitê Gestor do Fórum das Licenciaturas da UFSC, Carolina Cherfem. Entre os participantes, estavam o reitor da UFSC, Irineu Manoel de Souza; a pró-reitora de Graduação e Educação Básica (Prograd), Dilceanne Carraro; o coordenador de Educação Básica, George Luiz França; a professora emérita e secretária-geral da Associação Nacional pela Formação dos Profissionais da Educação (Anfope/SC), Leda Scheibe; e o diretor do Centro de Ciências da Educação (CED), Hamilton de Godoy Wielewicki.
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Pesquisadores da UFSC fazem descoberta que pode contribuir com tratamento de infertilidade em homens

22/09/2025 08:30

Estudo da UFSC avança na compreensão de células importantes para a fertilidade (Imagem de Daniel Reche por Pixabay)

Ao estudar a eletricidade das células de Sertoli, que dão suporte e nutrem os espermatozóides, uma equipe liderada pelo Instituto de Bioeletricidade Celular (Ibiocel) da Universidade Federal de Santa Catarina conseguiu entender com mais assertividade o que pode caracterizar a infertilidade masculina e como é possível enfrentar o problema com tratamentos em mecanismos que se relacionam a ela. A Organização Mundial da Saúde divulgou, em 2023, que uma em cada seis pessoas é afetada pela infertilidade em todo o mundo.

“Nós estudamos esse problema olhando diretamente para o pilar da alteração: as células envolvidas na produção de espermatozoides. Para isso, usamos a eletrofisiologia, uma técnica que mede com precisão como as ‘portas’ da célula — chamadas de canais iônicos, localizados na membrana celular — funcionam”, explica a professora Fátima Regina Mena Barreto Silva. O estudo Clinical Electrophysiology and Mathematical Modeling for Precision Diagnosis of Infertility foi publicado na revista suíça Biomedicines.

Combinando técnicas de modelagem matemática a este olhar detalhado para o comportamento da eletricidade na célula, cientistas conseguem entender de forma profunda o que pode atrapalhar a fertilidade. Isso pode “abrir caminho para novas soluções”, como informa a professora.

Dentre as principais descobertas da equipe está a confirmação de que algumas proteínas da membrana das células de Sertoli funcionam como espécies de interruptores. “Quando recebem estímulos de hormônios ou de agentes externos, elas disparam uma resposta imediata que muda o comportamento da célula em questão de milissegundos. Essa descoberta foi uma das maiores surpresas da pesquisa”, explica a professora.

O estudo buscou entender o comportamento dos hormônios Folículo-Estimulante (FSH),  da tireóide, da testosterona, além da Vitamina A, e da 1,25-(OH)2 vitamina D3. No caso da D3, a pesquisa demonstrou uma ação rápida da sua forma ativa nas células de Sertoli. Na prática, ela promove mudanças elétricas para a secreção de substâncias e, consequentemente, para a fertilidade masculina

“Nosso trabalho mostra alvos bem específicos na superfície e dentro da célula que podem ser explorados tanto para diagnóstico quanto para criar medicamentos mais eficazes. Isso levanta a possibilidade de tratamentos personalizados para homens com infertilidade”, explica a professora.

Estas células, que ficam localizadas nos testículos, têm, conforme a pesquisa, um controle elétrico preciso, ajustando-se ao ambiente hormonal e nutricional para garantir um desenvolvimento saudável aos espermatozóides. É justamente a compreensão desses fenômenos que abre portas para diagnosticar e tratar a infertilidade masculina.

Imagem de Karin Henseler por Pixabay

Tratamentos

A equipe da UFSC combina a modelagem matemática para garantir mais assertividade a potenciais tratamentos. “A eletrofisiologia mostra como a célula reage na prática, enquanto a modelagem matemática ajuda a prever e confirmar esses resultados”, diz Fátima. Enquanto a eletrofisiologia permite observar em tempo real como a célula reage a diferentes estímulos, como hormônios e nutrientes, com os dados coletados por meio desta técnica os pesquisadores criam modelos complexos em computadores, funcionando como um “simulador virtual”.

Conforme a pesquisadora, os experimentos servem para validar as simulações matemáticas. “Uma simulação validada permite testar mais de mil cenários em um mês, algo que exigiria um número enorme de horas de bancada e alto custo. Hoje, o padrão da pesquisa científica e do desenvolvimento tecnológico é combinar experimentos de laboratório com simulações em computador. Isso acelera e reduz custos na busca por novos medicamentos”, afirma.

De forma geral, a modelagem também permite a identificação de alvos moleculares específicos que podem estar alterados em doenças, com alta precisão. No caso do modelos desenvolvido com base no hormônio FSH, por exemplo, previu-se as mudanças elétricas causadas por ele com um erro máximo de cerca de 3% em comparação com os experimentos reais, demonstrando a acurácia da simulação.

Um exemplo já em uso apontado pela professora é o desenvolvimento de tecnologias nacionais para eletroquimioterapia, que combina campos elétricos com medicamentos no tratamento de alguns tipos de câncer. Além de poderem tornar o diagnóstico de infertilidade mais exato, as descobertas abrem caminhos para tratamentos personalizados baseados em necessidades específicas a partir dos “interruptores” elétricos identificados. “

No caso da reprodução, ainda não existem terapias baseadas nesses mecanismos iônicos — e justamente por isso nosso estudo é inovador: ele abre essa nova frente para melhorar a fertilidade masculina”, finaliza. O estudo contou com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação de Santa Catarina, a Fapesc, por meio do edital para laboratórios multiusuários.

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Crianças brasileiras atingem puberdade e crescem mais cedo que americanas e europeias, indica estudo da UFSC

18/09/2025 11:21

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Um estudo realizado na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) apontou que as crianças brasileiras tendem a entrar mais cedo na puberdade e experimentar de forma mais precoce os picos de crescimento pubertário em comparação a crianças do hemisfério Norte do globo.

O artigo, publicado em agosto no American Journal of Human Biology, sugere que as descobertas podem contribuir significativamente no acompanhamento do desenvolvimento infantil em áreas como o esporte, a educação e a pediatria.

A pesquisa analisou dados longitudinais de estatura de 398 crianças — 197 meninas e 201 meninos — com idades entre 6 e 19 anos do Colégio de Aplicação (CA) da UFSC, em Florianópolis, ao longo de 13 anos, entre 1997 e 2010, a fim de descrever as curvas de velocidade de crescimento durante a puberdade em jovens do Brasil.

Os dados foram recuperados por iniciativa de professores do Centro de Desportos (CDS) da UFSC, em colaboração com professores de Educação Física do CA, e já haviam sido utilizados para análises parciais, que resultaram em pelo menos uma dissertação de mestrado. Até o momento, contudo, um estudo mais aprofundado, considerando todos os dados disponíveis, não havia sido realizado.

A análise das informações recuperadas faz parte do doutorado em Educação Física de Luciano Galvão, que, sob orientação do professor Humberto Carvalho, buscou organizar dados longitudinais de crescimento infantil específicos do Brasil para compreender e interpretar seus impactos na formação física de atletas juvenis no país. A pesquisa também contou com a participação de Fábio Karasiak, Victor Conceição e Diego Augusto Santos Silva.

Conforme o estudo, a idade média para o início da puberdade (pubertal takeoff) em meninas foi de 8,41 anos e em meninos, 11,19 anos. Já a idade média em que as crianças atingiram o pico da velocidade de crescimento (APHV, Age at Peak Height Velocity), o popular “estirão”, foi aos 11,30 anos para as meninas e aos 13,55 anos para os meninos.

Os números indicam que a faixa etária em que as crianças brasileiras atingiram a APHV foi ligeiramente mais precoce do que as relatadas em estudos longitudinais clássicos do século XX, como nos estudos de Fels (Estados Unidos), Harpenden (Inglaterra) e Leuven (Bélgica), que tipicamente situavam a idade de pico entre 11,4 e 12,2 anos em meninas e entre 13,4 e 14,4 anos em meninos.

“Não existem dados e estudos longitudinais tão específicos e completos no Brasil. Sempre chamou a atenção essa ideia de conseguir conflitar os valores que encontramos com os valores que são bastante difundidos e trabalhados no hemisfério Norte, no caso, na Europa e na América do Norte. Nesse sentido, estamos fazendo esse trabalho, visando comparar e trazer dados brasileiros”, explica Luciano.

As descobertas da UFSC também se alinharam com o estudo de larga escala Avon Longitudinal Study of Parents and Children (ALSPAC), iniciado nos anos 1990, na Universidade de Bristol, na Inglaterra. Contemporâneo aos dados brasileiros, o ALSPAC estimou a idade de pico de crescimento em 11,7 anos para meninas e 13,5 anos para meninos.

De forma semelhante, os valores estimados de velocidade média durante o pico de crescimento (PHV) foram modestamente menores do que os de estudos históricos e do ALSPAC. De acordo com os pesquisadores, isso reforça a ideia da tendência secular do crescimento mais precoce durante a puberdade em crianças de todo o mundo, provavelmente influenciada por melhorias na nutrição, saúde e condições de vida.

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UFSC Joinville sedia etapa regional da maior competição de programação do Brasil e se destaca entre os melhores

16/09/2025 10:13

Foto: reprodução/UFSC Joinville

O campus de Joinville da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) foi um das sedes, no sábado, 13 de setembro, da primeira fase da Maratona SBC de Programação, a maior competição de programação do Brasil e uma das mais relevantes da América Latina. O evento é composto por várias competições locais, e a universidade se destacou pelo seu desempenho. A sede da UFSC Joinville foi a segunda maior do Brasil.

Estudantes de diferentes instituições de Santa Catarina, Paraná e de outros polos da região Sul participaram, compondo 61 times de nove universidades. As equipes catarinenses dominaram a competição, conquistando todas as três primeiras colocações. O pódio foi dividido entre times da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) e da UFSC Joinville.

No panorama nacional, a sede também se destacou: cinco equipes de Joinville ficaram entre as 50 melhores do Brasil. O grande destaque foi o time é sempre o XOR, do BRUTE Competitive Programming da Udesc/CCT, que, com quase 20 anos de tradição na competição conseguiu resolver 10 problemas e alcançou o quarto lugar nacional.

 O evento foi organizado pela Sociedade Brasileira de Computação (SBC)vinculado ao International Collegiate Programming Contest (ICPC), a maior competição de programação do mundo. Em nível nacional, a maratona envolveu 4.042 competidores, organizados em 1.014 times de 24 estados do Brasil, que tiveram cinco horas para resolver problemas complexos de lógica e algoritmos, exigindo raciocínio rápido, programação eficiente e trabalho em equipe. 

O Instituto Federal Catarinense (IFC) de Blumenau, o Centro de Ciências Tecnológicas da Universidade do Estado de Santa Catarina (CCT/Udesc), o Centro de Educação do Planalto Norte da Udesc (Udesc/Ceplan), a Universidade Federal do Paraná (UFPR), a UFSC de Florianópolis, a UFSC de Joinville, a Univille, a Unicuritiba e a Universidade Técnológica Federal do Paraná (UTFPR) de Curitiba estiveram presentes no evento.

 

UFSC Joinville se destacou na competição (Fotos: Divulgação)

 

A melhor posição da UFSC foi conquistada pelo time de Joinville CEMCodes: programe enquanto eles dormem. Criada em 2023, a equipe coleciona resultados de destaque. Neste ano, o grupo resolveu sete problemas, alcançando a terceira colocação regional e a 23ª posição no ranking nacional, com chances de classificação para a final brasileira. O time tem como coordenador e técnico o professor Ricardo José Pfitscher, e conta ainda com os professores Benjamin Grando Moreira e Anelize Zomkowski Salvi como técnicos — todos os três docentes do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Sistemas Eletrônicos (PPGESE/UFSC Joinville).

Entre os estudantes, Paulo Pimentel Regueira foi um dos destaques da UFSC. Atualmente, ele é o melhor colocado da região no ranking internacional do Codeforces, plataforma de referência mundial em programação competitiva. 

Os representantes da UFSC Joinville

  • CEMCodes: Programe enquanto eles dormem (Paulo Pimentel Regueira – Engenharia Aeroespacial, Eric Yadoya – Engenharia Mecatrônica e Artur Heiber – Engenharia Mecatrônica);
  • CEMCodes: Última Bolacha do Pacote (Abdeel da Cruz – Engenharia Aeroespacial, Guilherme Meneghelli Fossa – Engenharia de Transporte e Logística e Alaun da Rocha – Engenharia Mecatrônica);
  • CEMCodes: Mach Infinity (Gustavo Ferrari – Engenharia Aeroespacial, Reuel Fernandes da Silva – Engenharia Aeroespacial e Thaís Assunção – Engenharia Aeroespacial);
  • CEMCodes: Huevos con Aceite (Gabriel Sbardelini – Engenharia de Transportes e Logística, Michael Zevenbergen – Engenharia de Transportes e Logística e Eduardo Cardoso – Engenharia Naval).

O placar nacional pode ser conferido em Resultado Oficial – Maratona SBC 2025.

 

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Reitoria visita estação da UFSC e conhece avanços na pesquisa em maricultura

12/09/2025 13:11

Visita do reitor Irineu Manoel de Souza à Estação de Maricultura Elpídio Beltrame (EMEB), na Barra da Lagoa. Fotos: Gustavo Diehl/Agecom/UFSC

A Estação de Maricultura Elpídio Beltrame (EMEB), vinculada ao Centro de Ciências Agrárias (CCA) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), recebeu na manhã desta quinta-feira, 11 de setembro, a visita do reitor Irineu Manoel de Souza, que esteve acompanhado do assessor do Gabinete, Alexandre Verzani, e da pró-reitora de Desenvolvimento e Gestão de Pessoas, Sandra Carrieri. O encontro teve como objetivo prestigiar a estrutura de ensino, pesquisa e extensão que completa 40 anos em 2025, localizada na Barra da Lagoa, em Florianópolis (SC), bem como apresentar à Reitoria os projetos desenvolvidos nos laboratórios. Também participaram da visita a diretora do CCA, Marlene Grade, a chefe do Departamento de Aquicultura (AQI), Monica Yumi Tsuzuki, o administrador Carlos Alberto Sapata Carubelli, além de professores, estudantes e técnicos da unidade.

Com uma área construída de 9.800 m², a Estação abriga laboratórios dedicados a pesquisas e projetos relacionados ao cultivo de camarões, peixes marinhos nativos, moluscos e algas marinhas: o de Piscicultura Marinha (LAPMAR), o de Peixes Ornamentais (LAPOM), o de Moluscos Marinhos (LMM), o de Camarões Marinhos (LCM) e o de Cultivo de Algas (LCA).

A programação iniciou com um café da manhã oferecido à Reitoria, preparado com produtos resultantes dos próprios cultivos e pesquisas da Estação, como pão de alga, salicórnia e alecrim-do-mar. Na sequência, os visitantes conheceram o projeto pioneiro de reprodução de ouriço-do-mar em ambiente controlado, desenvolvido em parceria entre o LCM e o LMM. Pela primeira vez no país, a espécie foi produzida em laboratório, trabalho conduzido pelo pesquisador Cássio de Oliveira Ramos, que tem recebido destaque na mídia nacional.
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Espécies invasoras ameaçam redes de polinização vitais para ecossistemas no Sul do Brasil

10/09/2025 11:14

Área das dunas frontais da Lagoa da Conceição onde fica evidente a invasão do chorão-das-praias. Foto: Luiz Felipe Cordeiro Serigheli

Um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) revelou o impacto de duas espécies invasoras nas redes de interação entre abelhas e plantas em ecossistemas costeiros do sul do Brasil: Carpobrotus acinaciformis (chorão-das-praias) e Apis mellifera (abelha-europeia). Com o título em inglês “Prepare for trouble and make it double: Effects of Carpobrotus acinaciformis and Apis mellifera invasion in floral visitor networks” (em português: “Preparem-se para a encrenca, encrenca em dobro: efeitos da invasão por Carpobrotus acinaciformis e Apis mellifera em redes de visitantes florais”), a pesquisa acaba de ser publicada na revista NeoBiota

Luiz Felipe Cordeiro Serigheli durante coleta de dados da pesquisa. Foto: Divulgação.

O artigo, que é assinado por Luiz Felipe Cordeiro Serigheli, Sofia Gabriele Marafon Bacca, Brisa Marciniak de Souza e Michele de Sá Dechoum, destaca como a interferência dessas espécies altera a estrutura das redes de polinização e, portanto, faz-se urgente controlá-las para restaurar a estabilidade desses sistemas ecológicos. O trabalho destaca que este é um tema relevante e que deve ser olhado com atenção, uma vez que as espécies invasoras, de forma geral, “representam uma das maiores ameaças aos sistemas ecológicos globais, impactando diretamente a biodiversidade e o funcionamento de ecossistemas ao redor do planeta”. 
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UFSC cria produto com óleo de orégano para combater vírus causador de epidemias de diarreia

09/09/2025 12:18

Epidemias já atingiram Florianópolis. Foto: Divulgação/CCB/UFSC

Um produto desenvolvido pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) pode ajudar a combater o cada vez mais popular norovírus, principal causador de surtos de gastroenterite aguda em humanos no mundo. A equipe coordenada pela professora Gislaine Fongaro, do Laboratório de Virologia Aplicada, do Centro de Ciências Biológicas (CCB), em Florianópolis, comprovou que o uso de óleo essencial de orégano nanoencapsulado é eficaz na inativação do vírus in vitro, que já foi responsável por surtos de diarreia durante a temporada de verão em Florianópolis e que é uma preocupação por sua presença na água e em alimentos.

Os resultados da pesquisa, realizada no mestrado de Beatriz Pereira Savi, foram publicados na Food and Environmental Virology e indicam até 99,72% de taxa de inativação do vírus por parte do óleo de orégano nanoencapsulado. O norovírus é a principal causa de gastroenterite aguda no mundo, responsável por aproximadamente 685 milhões de casos. Há, ainda, entre 136 a 278 mil mortes atribuídas à infecção.

“Os resultados revelam uma alternativa sustentável e eficiente para minimizar riscos relacionados a vírus de importância em saúde pública, fortalecendo a interface entre biotecnologia, segurança alimentar e saúde única”, destacam os autores. A pesquisa também teve colaboração dos pesquisadores Thiago Caon e Débora Fretes Argenta, responsáveis pelo delineamento da formulação, e das doutorandas Catielen Paula Pavi e Bianca da Costa Bernardo Port, que realizaram as experimentações laboratoriais.

Propriedades antimicrobianas

Segundo a professora Gislaine, o óleo essencial de orégano já é amplamente reconhecido por seu espectro de bioatividades. O produto apresenta, por exemplo, propriedades antimicrobianas, o que motivou a equipe a investigar também seu potencial contra patógenos de relevância para a saúde humana. “Nossos estudos demonstraram que, na forma nanoencapsulada, o óleo mantém eficácia mesmo em condições desafiadoras, como ambientes ricos em matéria orgânica, que poderiam reduzir a ação de desinfetantes convencionais”, comenta.

A ciência está atenta às potencialidades dos antimicrobianos naturais dos vegetais como desinfetantes contra patógenos ambientais. O óleo essencial de orégano (OEO) apresenta atividades antimicrobiana, antioxidante, virucida, antiviral e antifúngica, mas também tem características desafiadoras: é sensível a condições ambientais ou de armazenamento e tem baixa solubilidade em água. Ao contrário, o norovírus tem resistência e se espalha com facilidade na água e nos ambientes.
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Robô da UFSC que ‘enxerga’ sob a água é o único sulamericano em competição internacional nos EUA

08/09/2025 11:23

Ivy é um veículo autônomo subaquático criado pela equipe Terra, projeto de extensão da UFSC Joinville. Foto: Divulgação/UFSC Joinville

A equipe Terra, projeto de extensão do Departamento de Engenharias da Mobilidade do Campus de Joinville, representou a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e o Brasil na RoboSub, competição internacional de robótica realizada em agosto em Irvine, na Califórnia, nos Estados Unidos.

O grupo desenvolveu um AUV (sigla em inglês para veículo autônomo subaquático), apelidado de Ivy, equipado com inteligência artificial para detectar objetos no ambiente aquático. A equipe foi a única da América do Sul a participar da modalidade presencial da competição nos Estados Unidos.

Com capacidade de reconhecimento de imagem e tomada de decisão, a tecnologia também contribui para pesquisas relacionadas à preservação de espécies nos recifes e à conservação ambiental, informou a equipe Terra.

O veículo Ivy tem potencial para atuar em diversas áreas, incluindo inspeção de casco de embarcações em regiões portuárias sem precisar colocar barcos e navios em uma doca seca, coleta de dados e amostras para pesquisa científica acerca do ambiente e suas espécies monitoramento de leitos e animais marinhos, operações em locais de difícil acesso e até mesmo em missões de busca, conforme a equipe Terra.

Além de detectar objetos, Yvy possui sistemas de controle que, em versões futuras, ainda em desenvolvimento, poderão permitir que a máquina interaja fisicamente com o ambiente. Isso pode fazer com que, por exemplo, o Yvy colete itens com uma garra.
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