Pesquisa da UFSC analisa riscos da presença de cães nas praias e diretrizes para regulamentação

Apesar da proibição, é comum encontrar cães nas praias de Florianópolis. Foto: Eduardo Cuducos/Flickr/CC BY-NC 2.0
Uma pesquisa desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Agroecossistemas da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) avalia os diversos impactos da presença de cães nas praias. O estudo realizado pela médica veterinária Carla Roberta Seára Willemann traz contribuições para a discussão sobre a regulamentação de pets nas praias de Florianópolis, com análises dos riscos para a saúde humana, animal e ambiental, bem como de experiências de praias pet friendly pelo mundo. Aponta, ainda, medidas fundamentais para que se possa liberar a presença de cães de maneira segura, como investimento em saneamento básico e controle de animais errantes.
Apesar da proibição, determinada pela Lei Complementar Municipal nº 94/2001 e pela Lei Complementar CMF nº 60/2003, que altera a Lei Municipal nº 1224/1974, é bastante comum encontrar cães, sozinhos ou acompanhados de seus tutores, nas praias de Florianópolis. O assunto envolve questões sociais, culturais, econômicas, ambientais e de saúde, e a polêmica em torno do tema não é nova. Desde 2018, foram apresentados pelo menos quatro projetos de lei buscando revogar a proibição de cachorros nas praias do município. Atualmente, está em tramitação na Câmara de Vereadores o Projeto de Lei Complementar nº 1956/2024, que pode permitir a presença de cachorros em praias de Florianópolis, desde que vacinados e devidamente acompanhados por seus tutores.
“De um lado, existe uma demanda crescente por espaços públicos onde os tutores possam desfrutar momentos de lazer com seus cães. De outro, há um cenário sanitário que já apresenta riscos, como a presença de parasitas zoonóticos em fezes de cães em praias, evidenciada em estudos anteriores. Com o adensamento populacional na região da Grande Florianópolis e o consequente aumento do número de animais de estimação, esses desafios tendem a se intensificar”, comenta Carla, que realizou a pesquisa para sua dissertação de mestrado, sob orientação das professoras Patrizia Ana Bricarello e Maria José Hötzel.
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