Exposição virtual ‘Para não deixar esquecer’ destaca direitos humanos nos 60 anos do Golpe Militar

31/03/2025 17:01

Em referência aos 60 anos do Golpe Militar em 2024, o Instituto de Memórias e Direitos Humanos (IMDH) e o Serviço de Acolhimento a Vítimas de Violências (SEAVis/Proafe) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) realizam a exposição virtual Para não deixar esquecer: Direitos Humanos e os 60 anos do golpe militar. A iniciativa se dá por meio de fotos em que uma pessoa segura um cartaz com um artigo da Declaração Universal dos Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU). Ao todo serão expostos os 30 artigos da Declaração, com posts semanais, às quartas-feiras, nas páginas do Instagram do IMDH e do SEAVis. Cada postagem trará na legenda uma reflexão pontual sobre a atualidade e urgência do artigo. A exposição conta com a participação de todos os campi da UFSC e de pessoas externas à Universidade.

Segundo o relatório da Comissão Nacional da Verdade (CNV) no Brasil, em torno de 210 pessoas que se opuseram ao regime militar estão até hoje desaparecidas. “Os agentes de repressão responsáveis pelas torturas e pelos assassinatos, ainda que identificados, não foram punidos pelo crime perpetrado, diferentemente do que aconteceu na Argentina e no Chile. Destacamos que a CNV foi instaurada apenas em 2012 e foi finalizada em 2014, quase 30 anos depois do fim da ditadura”, afirmam organizadores.
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Pesquisadora da UFSC Blumenau participa de escavação em prédio onde se praticava tortura

22/08/2023 09:29

Pesquisadora participa de estudo interinstitucional (Foto: Arquivo Pessoal)

A pesquisadora Maryah Elisa Morastoni Haertel, técnica de laboratório de Física da UFSC Blumenau, participou, em São Paulo, das escavações do prédio onde funcionava o Destacamento de Operações de Informação – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi), local onde ocorria a prática da tortura durante a ditadura militar. O trabalho faz parte de uma pesquisa que envolve profissionais de diversas universidades brasileiras. Apesar de não ser o único (haviam DOI-Codi em quase todos os estados durante o período da ditadura militar), o de São Paulo foi o primeiro e um dos mais ativos centros de tortura, interrogatório, assassinato e desaparecimento do país.

O projeto é coordenado por três universidades (Unifesp, UFMG e Unicamp), mas pesquisadores de outras instituições também foram convidados a participar. Maryah foi convidada como pesquisadora, já que ela fez mestrado, doutorado e pós-doutorado na UFSC, e atualmente é servidora técnico-administrativa. Na UFSC, o projeto é intitulado Rastreamento Forense no DOI-Codi: emprego de técnicas ópticas para visualização de resíduos hemáticos e impressões digitais latentes.

Maryah faz parte do núcleo de Arqueologia Forense, coordenado pela professora Claudia Plens, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). “Embora eu não seja arqueóloga, fui convidada para participar pela minha experiência com as tecnologias utilizadas para rastreamento de vestígios biológicos. Ou seja, eu utilizei diferentes técnicas em alguns locais do prédio para tentar rastrear vestígios de cunho biológico (saliva, sangue, urina, entre outros) que podem ter sido produzidos em centros de tortura e podem ainda ter ficado no prédio”, explica. A principal atuação de Maryah foi no segundo andar do prédio, em salas que mostraram pouca modificação em relação ao piso original, e que foi possível chegar a ele retirando camadas do piso atual.

A pesquisa Arqueologias do DOI-Codi do II Exército de São Paulo: leituras plurais da repressão e da resistência tem como objetivo implementar uma pesquisa arqueológica (histórica e forense) sobre as antigas instalações da unidade. A partir dela, será possível produzir conhecimento e entendimento dos mecanismos adotados pelo órgão e suas conexões com outros espaços de tortura, tanto no Brasil como na América Latina, para que a sociedade possa compreender o papel do DOI-Codi durante a ditadura militar e o impacto das ações operadas no local sobre as vítimas e seus familiares.

Prédio onde ocorriam tortutas (Foto: Memorial da Resistência)

O trabalho dos pesquisadores envolve diferentes frentes. Uma delas é a pesquisa de documentos e entrevistas com pessoas que vivenciaram experiências nesse ambiente durante o período estudado, inclusive vizinhos, já que o prédio fica em uma área residencial na Vila Mariana, Zona Sul de São Paulo. Também estão sendo empregadas metodologias do campo da Arqueologia Forense para detecção de evidências para identificação de vestígios de tortura. Depois, serão realizadas as etapas de genética forense (no caso de localização de evidência de sangue), arqueologia da arquitetura para compreensão dos espaços utilizados e escavação do subsolo do conjunto arquitetônico para busca de evidências das ações desenvolvidas nesses ambientes.

Possíveis vestígios

Arqueologia forense está sendo usada de forma pioneira (Foto: Arquivo Pessoal)

A pesquisadora da UFSC conta que foi até São Paulo realizar esse trabalho sabendo que haveria uma mínima probabilidade de encontrar alguma coisa. Porém, durante a coleta de amostras, alguns pontos deram positivo. “Neste momento da pesquisa ainda não é possível afirmar que foram encontrados vestígios biológicos. Foram utilizadas luzes forenses e aplicação de luminol, porém um positivo apenas significa ser um local/material de interesse e que merece mais investigação. Esse procedimento foi exatamente o que foi realizado: colhemos amostras que passarão por uma análise laboratorial”, explica Maryah. O luminol reage com substâncias metálicas, orgânicas ou não. No caso do sangue, o ferro das hemoglobinas é o que faz com que a solução emita luz.

“A verdade é que o prédio foi modificado e utilizado por outro instituto após seu período como DOI-Codi, além de ter ficado um tempo abandonado após seu tombamento histórico. Porém, eu acredito que é um trabalho que necessitava ser realizado: se você fosse parente de alguém preso, ou algum dos presos, você não gostaria que uma pesquisa séria fosse ao local ajudar a materializar todos os relatos das barbáries ocorridas naquele lugar? Estima-se que mais de sete mil presos passaram pelo local. É em respeito à memória de cada um que passou (e sofreu) por lá”, relata.

A análise do material coletado será a próxima etapa da pesquisa. “Ainda estamos estabelecendo quais são as melhores técnicas a serem aplicadas. Além disso, essa coleta inicial foi realizada em espaços de sondagem, ou seja, aberturas pequenas no piso para entender o que havia por baixo. Com os resultados obtidos, estamos estudando a possibilidade de ampliar essas áreas e realizar novas coletas”, revela a pesquisadora.

Na pesquisa realizada no DOI-Codi, é a primeira vez que a Arqueologia Forense é aplicada no Brasil. “Isso, por si só, já é um grande feito. Além disso, foram desenvolvidos métodos para que este estudo fosse viabilizado, para que fosse possível de ocorrer. Então há uma importância histórica considerando os achados e sua importância para contar a história da ditadura no Brasil, mas também na criação de métodos para a aplicação desses mesmo processos em outros locais de repressão”, pontua Maryah.

Além dos vestígios que ainda serão analisados em laboratório, os pesquisadores encontraram também inscrições na parede após a decapagem das camadas de tinta do prédio, que aparenta ser de um calendário. Além disso, foram encontrados mais de 300 objetos antigos, como papéis de bala, solas de sapato, frascos de tinta para caneta e carimbo, fragmentos de louças, entre outros. A ideia é que, ao final da pesquisa e entrega do relatório final, o local seja transformado em um memorial, com exposição das peças encontradas, a fim de preservar a memória e a verdade sobre o período da ditadura no Brasil.

“O trabalho realizado até aqui por toda a equipe, que era majoritariamente feminina, foi fenomenal. Eram mais de 25 pessoas trabalhando em três frentes distintas, todos de forma voluntária. Os resultados obtidos pelas outras frentes também foram muito expressivos. Mas acima de tudo, o projeto está conseguindo materializar os relatos dos presos do local”, avalia Maryah.

Serviço de Comunicação UFSC Blumenau

 

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UFSC promove debate sobre o movimento ‘Democracia Corinthiana’ com Juca Kfouri

23/09/2022 14:46

O Departamento de Esporte da Secretaria de Cultura, Arte e Esporte (Secarte) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) promove na próxima sexta-feira, 30 de setembro, encontro com o tema A Democracia Corinthiana e sua importância como fato histórico para o futebol, o esporte e o Brasil. O evento contará com a participação virtual do jornalista e sociólogo Juca Kfouri e presencial do professor João Batista Freire, pesquisador e estudioso da pedagogia dos esportes e do jogo de futebol do Brasil, vinculado à Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc).

O encontro será às 19h30 no Auditório Garapuvu do Centro de Cultura e Eventos da UFSC, com transmissão simultânea no canal do YouTube DCEven UFSC. As inscrições são gratuitas e estão disponíveis no formulário digital. Haverá emissão de certificado de participação.

A ação é um bate-papo com formulação de questões aos palestrantes convidados, que objetiva refletir sobre o contexto, os atores e os desdobramentos do movimento intitulado “Democracia Corinthiana” para o futebol, o esporte e o Brasil. A expectativa é de tratar o tema da democracia no âmbito do esporte e do “jogar”, a partir da compreensão de João Batista Freire, estabelecendo um diálogo com o reconhecido conhecimento histórico quanto ao tema do especialista convidado Juca Kfouri.

Movimento Democracia Corinthiana

A Democracia Corinthiana foi um movimento do início da década de 1980 que lutou pelo fim da ditadura militar no Brasil. Sócrates, Wladimir, Casagrande, Zenon e outros ex-atletas do time participaram da campanha pela volta do direito ao voto para presidente, o que não acontecia desde 1960.
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Instituto Memória e Direitos Humanos realiza aula aberta sobre ditadura militar

21/07/2021 08:44

O Instituto Memória e Direitos Humanos da Universidade Federal de Santa Catarina realiza a aula aberta “Ditadura militar no Brasil e em Santa Catarina”, com Lúcia Haygert, na próxima sexta-feira, 23 julho, às 16h30, no canal Youtube do IMDH.

Como preparação para a aula, os organizadores sugerem que os interessados assistam ao documentário-ficção Quarenta – Pra não esquecer da novembrada, da Cooperativa Comunicacional Sul e Portal Desacato( 2019), disponível em https://www.youtube.com/watch?v=gOPZ7wWNe0w.

Lúcia Haygert é filha do ex-preso político Fernando Haygert, membro do Coletivo Catarinense Memória, Verdade, Justiça e do Coletivo Filhos e Netos por Memória e Justiça, representante do IMDH no Conselho Estadual de Direitos Humanos, cientista social e mestre em Antropologia Social pela UFSC.

O evento é realizado pelo Curso de Relações Internacionais da UFSC e Instituto Memória e Direitos Humanos (IMDH).

 

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Instituto Memória e Direitos Humanos realiza live em parceria com laboratório de Filosofia e Sociologia da UFSC

09/11/2020 08:17

O Instituto Memória e Direitos Humanos (IMDH) e o Laboratório Interdisciplinar de Ensino de Filosofia e Sociologia (LEFIS) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) realizam na quarta-feira, 11 de novembro, às 15h, a live Conversas sobre direitos humanos: A política de desaparecimento, da ditadura ao Brasil atual

A transmissão será pelo canal do IMDH no YouTube.

Com apoio da UFSC e da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), o evento conta com a participação de Edson Teles (CAAF-Unifesp), sob a moderação de Luana Heinen (IMDH e CCJ-UFSC)

Mais informações você encontra no siteFacebookInstagram e Twitter do IMDH.

 

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Documentário sobre ex-professor de História da UFSC será exibido nesta segunda

19/10/2018 15:45

Foto: Celso Martins.

O documentário “Cidadão Valmir” será exibido nesta segunda-feira, 22 de outubro, às 19h, no auditório do Centro de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal de Santa Catarina (CFH/UFSC). O filme foi o trabalho de conclusão de curso em Jornalismo (2017.2) de Clara Martins Nunes Pires, no Centro Universitário Estácio de Santa Catarina. Clara é neta de Valmir, e contou com a ajuda do pai, Zeca Pires, para a realização do filme.
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Debate ‘O Golpe de 64, a Ditadura Militar e o Brasil hoje’ ocorre dia 7

05/06/2018 11:05

O Debate ‘O Golpe de 64, a Ditadura Militar e o Brasil hoje’ acontece na próxima quinta-feira, 7 de junho, às 18h30,  no Auditório Anexo “E” do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFH/UFSC).

 

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‘Brasil adotou a política do esquecimento’, afirma presidente de Comissão de Mortos e Desaparecidos Políticos

17/05/2018 16:37

Foto: Henrique Almeida/Agecom/UFSC

Presidente da Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMDP) vítimas da Ditadura Militar (1964-1985) desde 2014, a procuradora do Ministério Público Federal Eugênia Gonzaga atua na área desde 2002, quando começou a trabalhar no processo de identificação das mais de mil ossadas encontradas em uma vala clandestina no bairro Perus, localizado na zona norte da cidade de São Paulo. A procuradora esteve na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) na última segunda-feira, 14 de maio, quando fez uma palestra na cerimônia de apresentação do Relatório Final da Comissão Memória e Verdade da UFSC (CMV-UFSC).
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UFSC na mídia: UFSC revela que havia estrutura de espionagem durante a ditadura militar

15/05/2018 11:29

Relatório que vai ser divulgado pela Comissão da Verdade da Universidade Federal de Santa Catarina mostra que havia uma estrutura de espionagem montada dentro da própria universidade contra estudantes e professores durante os anos de chumbo.

Assista à íntegra da matéria produzida pelo programa ‘Estudio I’ (GloboNews).

Fonte: http://g1.globo.com/globo-news/

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