
O professor Aguinaldo Roberto Pinto no Laboratório de Imunologia Aplicada na UFSC. Foto: Gustavo Diehl/Agecom/UFSC.
O professor Aguinaldo Roberto Pinto, do departamento de Microbiologia, Imunologia e Parasitologia da Universidade Federal de Santa Catarina (MIP/UFSC), vinha desenvolvendo estudos sobre vacinas desde 1996. Naquele ano, ele ingressou no doutorado em Imunologia na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e estava entusiasmado com a possibilidade de contribuir para o desenvolvimento de uma vacina experimental utilizando uma abordagem nova a partir do DNA. Em 2000, ele defendeu a tese “Vacinação de camundongos BALB/c com o gene da gp43 de Paracoccidioides brasiliensis: estudo da resposta imune” e seguiu pesquisando sobre vacinas ao longo da década seguinte.
Entretanto, em determinado momento de sua carreira, Aguinaldo decidiu mudar os rumos de suas investigações e hoje o desenvolvimento de imunizantes não está mais em seu horizonte. O principal motivo dessa transição é o fato de o professor deixar de acreditar que animais possam ser usados como cobaias em estudos que visam algum possível benefício aos humanos. Para Aguinaldo, o emprego de animais em testes de laboratórios tem validade científica duvidosa. “Com os novos recursos científicos e tecnológicos atualmente disponíveis, em breve será considerada uma prática antiga e ultrapassada”, observa.
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Durante o I Congresso Internacional Interdisciplinar de Direitos Animais, sediado na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) nos dias 7 e 8 de dezembro, haverá o lançamento do livro “Experimentação animal: um obstáculo ao avanço científico“, do professor Thales Tréz, da Universidade Federal de Alfenas (Unifal-MG).
As inscrições para o congresso são gratuitas e podem ser feitas durante o evento.
Sobre o livro
A pesquisa biomédica que se sustenta na utilização de animais “de laboratório” tem raízes muito antigas e poderosas. O debate sobre a necessidade de se perpetuarem as práticas de apropriação dos corpos e das vidas de animais não humanos para ensino e pesquisa finalmente escapa dos ambientes acadêmicos e atinge a população em geral. As discussões, no entanto, são ainda muito pontuais e pouco aprofundadas, uma vez que a maioria dos canais de comunicação, abastecidos pelas informações de pesquisadores vivisseccionistas, tem vínculos com o sistema produtivista ora vigente neste tipo de ciência. O autor deste livro, exibindo sua vocação natural de educador, foge deliberadamente dos questionamentos éticos (embora fique muito nítida sua posição nas entrelinhas), arregaça as mangas e joga luz num palco pouco iluminado. Utilizando-se de rigor científico, reúne informações que falam por si sós e aos poucos desconstrói a falácia da eficiência das práticas vivisseccionistas. A sociedade vive um momento de mudanças. Muitas coisas que já nos serviram não nos servem mais. Esta obra é um farol, sobretudo para pesquisadores, professores, alunos de graduação e pós-graduação que queiram se aprofundar no assunto. Começa a preencher uma imensa lacuna na formação de novos cientistas em nosso país. Olha para o futuro e nos convida a participar da construção de uma nova Ciência, que seja mais eficaz para remediar e curar as mazelas humanas, sem ser injusta com outras formas de vida.
Mais informações nos sites da editora e do congresso.
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