Professor da UFSC questiona o uso de animais em laboratórios e muda sua trajetória de pesquisa

O professor Aguinaldo Roberto Pinto no Laboratório de Imunologia Aplicada na UFSC. Foto: Gustavo Diehl/Agecom/UFSC.
O professor Aguinaldo Roberto Pinto, do departamento de Microbiologia, Imunologia e Parasitologia da Universidade Federal de Santa Catarina (MIP/UFSC), vinha desenvolvendo estudos sobre vacinas desde 1996. Naquele ano, ele ingressou no doutorado em Imunologia na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e estava entusiasmado com a possibilidade de contribuir para o desenvolvimento de uma vacina experimental utilizando uma abordagem nova a partir do DNA. Em 2000, ele defendeu a tese “Vacinação de camundongos BALB/c com o gene da gp43 de Paracoccidioides brasiliensis: estudo da resposta imune” e seguiu pesquisando sobre vacinas ao longo da década seguinte.
Entretanto, em determinado momento de sua carreira, Aguinaldo decidiu mudar os rumos de suas investigações e hoje o desenvolvimento de imunizantes não está mais em seu horizonte. O principal motivo dessa transição é o fato de o professor deixar de acreditar que animais possam ser usados como cobaias em estudos que visam algum possível benefício aos humanos. Para Aguinaldo, o emprego de animais em testes de laboratórios tem validade científica duvidosa. “Com os novos recursos científicos e tecnológicos atualmente disponíveis, em breve será considerada uma prática antiga e ultrapassada”, observa.
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