Pesticida usado na agricultura e no controle da dengue é fator de risco para diabetes gestacional

04/01/2023 09:53

Malathion é um dos inseticidas usados nos “fumacês”, as pulverizações para controle do mosquito da dengue. Foto: Lúcio Bernardo Jr/Agência Brasília/CC BY 2.0

Um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) revelou que um dos agrotóxicos mais utilizados no país, o Malathion, pode ser fator de risco para o desenvolvimento de diabetes gestacional. Experimentos com animais indicaram que isso ocorre ainda que a gravidez aconteça somente após a interrupção do contato com o inseticida e mesmo nas doses consideradas seguras pelos órgãos reguladores. Além disso, a propensão ao desenvolvimento de diabetes pode ser transmitida aos filhos das mulheres expostas ao produto. Os resultados foram publicados na revista internacional Environmental Pollution.

O Malathion é um inseticida muito usado na agricultura, na jardinagem e nas pulverizações para erradicar mosquitos, como o Aedes aegypti, transmissor da dengue e de outras doenças. Apesar de ser considerado como provavelmente cancerígeno pela Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (Iarc, na sigla em inglês), ele foi o sétimo pesticida mais comercializado no Brasil em 2020 – foram 15,7 mil toneladas, de acordo com dados da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Com uma rápida busca no Google, aliás, qualquer pessoa consegue comprar um frasco do produto por menos de dez reais.

Foram justamente o alto índice de utilização do Malathion e o fato de a região Sul do país ser reconhecida pelas extensas áreas agrícolas que motivaram os pesquisadores do Laboratório de Investigação de Doenças Crônicas (Lidoc). “A ideia de começar esse estudo veio por volta de 2014. Eu tentei iniciar uma mudança no formato dos trabalhos aqui do meu grupo, para tentar fazer algum tipo de apelo mais regional, e que conseguisse fazer uma conversa entre pré-clínica, que são estudos com animais, e demandas da saúde pública”, afirma Alex Rafacho, professor do Departamento de Ciências Fisiológicas, coordenador do Lidoc e autor responsável pelo estudo.
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UFSC na mídia: pesquisa analisa a relação entre agrotóxicos e desenvolvimento de câncer

13/10/2022 15:38

Foto: Agência Pública/Repórter Brasil

A Agência Pública divulgou uma reportagem sobre uma pesquisa da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) sobre a relação entre agrotóxicos e desenvolvimento de doenças em regiões em que eles foram aplicados. Segundo o estudo, 30% dos agrotóxicos lançados de avião em plantações de cana-de-açúcar de São Paulo estão associados ao desenvolvimento de câncer.

A professora aposentada Sônia Hess, uma das responsáveis pela pesquisa, foi entrevistada para a reportagem. De acordo com ela, a enfermidade se desenvolve depois de anos de exposição aos venenos, dificultando a correlação direta entre a aplicação e a intoxicação. “Não posso afirmar que a pulverização está causando câncer nessas regiões, mas o que a nossa análise mostra é que esse é um fator de risco e que existe câncer acima da média nessas regiões”, afirma a professora. 

O estudo analisou 63 cidades, que receberam aplicações em 2019, todas nas regiões de Barretos, Batatais, Presidente Prudente, Ribeirão Preto e São Joaquim da Barra, em São Paulo. Sete substâncias potencialmente cancerígenas foram encontradas em 12 produtos pulverizados nos canaviais. 

Veja a reportagem completa: Agrotóxicos cancerígenos são lançados de avião sobre regiões ricas de São Paulo

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Pesquisa da UFSC cria método para identificar veneno proibido nas águas

27/09/2022 07:44

Imagem ilustrativa de Rio em Urubici (Imagem de cassianotartari por Pixabay)

Uma pesquisa realizada no Programa de Pós-graduação em Química da UFSC, considerado com nível de excelência na última avaliação da Capes, está desenvolvendo um método inovador para identificar um veneno de uso proibido nas águas. A proposta da pesquisadora Marília Reginato de Barros, orientada pela professora Cristiane Luisa Jost, é utilizar um material novo, composto de titânia-sílica, para possibilitar a identificação de um agrotóxico altamente perigoso na água.

O pentaclorofenol (PCP), conhecido também como ‘pó da China’, é utilizado para tratamento de madeira e em lavouras de tabaco, podendo provocar câncer, além de causar depressão por afetar o sistema nervoso central. Ao decidir estudá-lo, a pesquisadora também tinha o objetivo de fazer uma denúncia, alertando a sociedade para os riscos dos agrotóxicos.

Parte dos resultados da tese, em fase final de elaboração, foram publicados no Microchimica Acta, periódico de alto impacto da Springer Nature, uma das editoras mais relevantes do mundo. O estudo A high-performance electrochemical sensor based on a mesoporous sílica/titania material and cobalt(II) phthalocyanine for sensitive pentachlorophenol determination apresenta um método eletroquímico e discute a necessidade de metodologias confiáveis para identificação de um poluente orgânico persistente.

No estudo, Marília explica seu método, que consistiu em utilizar novos materiais de titânia-sílica. A titânia é naturalmente encontrada em rochas e sedimentos e tem um bom grau de homogeneidade, sendo usualmente aplicada em diversas áreas tecnológicas. A sílica também possui propriedades físicas e químicas que garantem bons resultados em aplicações tecnológicas, com qualidades voltadas à estabilidade e resistência térmica e mecânica. “Com a incorporação de grupamentos orgânicos nesses materiais de titânia-sílica novas propriedades são adicionadas a estes materiais”, explica a pesquisadora.

A pesquisa trabalha justamente com a investigação desta nova possibilidade, usando a eletroquímica para determinar a quantidade de agrotóxico nas águas. “Os resultados apresentaram apreciável sensibilidade, estabilidade e limite de detecção dentro das faixas previstas na legislação brasileira de proteção ambiental”, aponta o resumo do estudo. “Isso explica a necessidade de metodologias confiáveis ​​para esse poluente orgânico persistente”.

O estudo confirma que o novo método eletroanalítico é eficiente para ser aplicado em protocolos de rotina. “As descobertas ajudarão a determinar o PCP em outras amostras ambientais relevantes”. Na primeira etapa do trabalho, Marília sintetizou e caracterizou os novos materiais de titânia-sílica. Na segunda parte descrita no artigo, discutiu a aplicação da proposta, que é viável em várias frentes, mas no caso do estudo se concentrou no escopo desenvolvido pelo Laboratório de Plataformas Eletroquímicas, o Ampere.

“Utilizamos um método eletroanalítico, com um sensor quimicamente modificado com esse material que produzi: uma pasta de grafite junto com o material, que é condutor”, explica Marília. A ideia do método é responder qual a quantidade de pentaclorofenol na água. Para isso, foram realizados testes com amostras fortificadas – quando o pesquisador simula a contaminação – extraída na região de Urubici, próximo a uma plantação orgânica de tabaco.

“O pentaclorofenol é considerado um dos poluentes prioritários no mundo. Ele é muito tóxico, carcinogênico e houve casos de apreensão na última década. Há regiões em que seu uso foi relacionado a casos de suicídio, porque ele afeta o sistema nervoso central”, explica Marília. Ela também usou na análise amostras fortificadas coletadas na Lagoa da Conceição, que costuma apresentar resíduos que são quimicamente semelhantes ao veneno.

De acordo com a pesquisadora, em 2021 foi disponibilizado pelo Ibama o último boletim anual de produção, importação, exportação e vendas de agrotóxicos no Brasil, que contabilizou um total de 686.349,87 tonelada de ingredientes ativos legalmente comercializados. Como o método eletroquímico tem sido bem sucedido na identificação dos materiais desse tipo, Marília decidiu usar o conhecimento e revertê-lo também em um alerta. “Foi encontrada uma aplicação, uma aplicação potente. Mas o meu objetivo com a tese também é problematizar isso, a normalização e a liberação de agrotóxicos”, diz.

Amanda Miranda/Jornalista da Agecom/UFSC

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Pesquisadoras da UFSC participam de seminário internacional sobre efeitos da exposição aos agrotóxicos sobre a saúde

17/03/2022 10:45

O Observatório de Justiça Ecológica (OJE), grupo de pesquisa da Universidade Federal de Santa Catarina, cadastrado no CNPq,  participa do seminário “Exposer, s’exposer, être exposé aux pesticides: l’exposition au prisme des SHS”, parte da terceira jornada de estudos da rede “SHS PESTICIDES”. O evento ocorre nesta quinta e sexta-feira – 17 e 18 de março –, de forma híbrida (presencial e on-line), na Universidade de Bordeux, França.

As pesquisadoras Letícia Albuquerque e Isabele Bruna Barbieri participam do painel “A exposição sob o prisma das normas e regulamentações” (L’exposition au prisme des normes et des réglementations) com a pesquisa intitulada “Pesticidas e saúde no Brasil: envenenamento silencioso” (Pesticides et santé au Brésil:  l’empoisonnement silencieux). Isabele defendeu a tese de doutorado sobre o tema junto ao Programa de Pós-graduação em Direito, em 2021, sob a orientação da professora Letícia. O trabalho está disponível no repositório da UFSC.
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Química, agroecologia e educação ambiental são temas de curso

08/11/2021 18:16

Estão abertas as inscrições para o curso Formação em Educação Ambiental: aproximações entre a Química e a Agroecologia. Os encontros ocorrem em três sábados – 27 de novembro e 4 e 11 de dezembro – e terão como foco os impactos dos agrotóxicos no ambiente e na saúde humana e a fertilidade do solo como conhecimento central ao desenvolvimento agroecológico. As atividades ocorrem pelo Moodle, das 15h às 16h30, e dão direito a certificado. Para participar, é necessário realizar a inscrição até 26 de novembro.

O projeto é parte do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) da estudante de Química da UFSC Blumenau Luana Alchini. Intitulado Significados atribuídos à Educação Ambiental Crítico-Transformadora: aproximações entre o ensino de química e a agroecologia, o trabalho é orientado pela professora Renata Orlandi. O trabalho tem como objetivo compreender os significados atribuídos pelos participantes à Educação Ambiental Crítico-Transformadora na vinculação entre a Química e a Agroecologia.

Confira a programação:

27 de novembro, das 15h às 16h30 – Um olhar sobre os agrotóxicos
4 de dezembro, das 15h às 16h30 – A fertilidade do solo e a Agroecologia: compreensão sobre os ciclos dos elementos
11 de dezembro, das 15h às 16h30 – A fertilidade do solo e a Agroecologia: condições bioquímicas para um solo vivo

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Pesquisadores propõem técnicas para aprimorar a análise de riscos de transgênicos

04/05/2021 13:11

Parte dos experimentos foi feita em estufa da Fazenda Experimental da Ressacada, na UFSC. Foto: Rodrigo Sant’anna

Os transgênicos representam 94% de toda a soja, o milho e o algodão plantados no Brasil, segundo dados de 2019 do Serviço Internacional para Aquisição de Aplicações Agrobiotécnicas (Isaaa). A área plantada com as sementes geneticamente modificadas no país só é superada pela dos Estados Unidos. Apesar dessa ampla utilização e distribuição, muitas incertezas permanecem em relação à segurança desses organismos que, em um processo de melhoramento genético, tiveram um gene de outra espécie adicionado aos seus. Antes de chegar nas mãos do agricultor, todos eles têm que passar por um processo de avaliação de risco, que considera – ou ao menos deveria considerar – possíveis prejuízos para seres humanos, animais e o meio ambiente. Essas análises realizadas atualmente, contudo, são bastante limitadas e não levam em conta potenciais “efeitos colaterais” que a inserção de um novo gene podem desencadear, principalmente quando combinada a situações de estresse comuns durante o cultivo, como a seca ou a aplicação de agrotóxicos.

“Hoje, basicamente, eles fazem uma caracterização molecular do evento que foi inserido. Vou dar um exemplo: a Monsanto, que é uma das empresas, vai lá e faz a modificação genética de um gene ou dois, faz a caracterização daquilo que foi inserido e uma análise composicional de cerca de 50 a 60 compostos nutricionais. É basicamente isso, tem outros parâmetros agronômicos, mas não tem nenhum nenhum estudo aprofundado de possíveis modificações no metabolismo da planta”, explica Rafael Benevenuto, pós-doutorando do Programa de Pós-Graduação em Recursos Genéticos Vegetais da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Rafael faz parte de um grupo que congrega cientistas da UFSC, do Centro de Biossegurança da Noruega (GenØk) e da Agência Federal Alemã de Conservação da Natureza (BFN), sendo este último o principal financiador do estudo. Com o projeto GMOmics – Técnicas ômicas como ferramentas úteis para abordar lacunas emergentes na avaliação de risco de organismos geneticamente modificados, os pesquisadores pretendem colaborar para o aprimoramento das análises de segurança a partir do uso de tecnologias que permitam uma visão mais abrangente do que acontece na planta que foi alvo da modificação genética.
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Pesquisadores identificam efeitos indesejados de agrotóxicos à base de glifosato em plantas transgênicas

17/08/2020 17:35

Em ambiente controlado, foram analisadas duas variedades de soja transgênica. Foto: Jefferson Mota

Cientistas da Universidade Federal e Santa Catarina (UFSC) e do GenØk, Centro de Biossegurança da Noruega, identificaram que herbicidas à base de glifosato desencadeiam efeitos indesejados mesmo nas variedades geneticamente modificadas para resistir a essa classe de agrotóxicos. Intitulado Stacked genetically modified soybean harboring herbicide resistance and insecticide rCry1Ac shows strong defense and redox homeostasis disturbance after glyphosate-based herbicide application, o estudo foi publicado na revista científica Environmental Sciences Europe e aborda os efeitos adversos de herbicidas à base de glifosato, como o Roundup, no metabolismo de soja geneticamente modificada, também chamada de transgênica.

O trabalho teve o objetivo de investigar se a inserção de mais de um transgene (material genético transferido entre dois organismos) na mesma planta poderia ter impacto na sua homeostase energética e na resposta bioquímica ao estresse proporcionado pela exposição ao glifosato. Em ambiente controlado, foram analisadas duas variedades de soja transgênica frequentemente utilizadas em Santa Catarina: com apenas um transgene inserido (o gene EPSPS, resistente aos herbicidas à base de glifosato) e com dois transgenes inseridos (os genes recombinantes EPSPS e rCry1Ac, que codifica para uma toxina inseticida). As análises foram feitas nas folhas coletadas oito horas após a aplicação do agrotóxico.
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Franklin Cascaes inspira novo boletim de preços de orgânicos em Florianópolis

27/05/2020 10:09

A sexta edição do boletim de preços de alimentos orgânicos no varejo de Florianópolis está no ar. Com o título O fantástico da Ilha de Santa Catarina: um território agroecológico, o material compara a média dos valores dos alimentos produzidos sem agrotóxicos em supermercados, lojas especializadas e feiras ao longo de 2019.

O texto também tem o propósito de contribuir com a discussão para criar, na Ilha de Santa Catarina, uma zona livre de agrotóxico. “Estamos em meio a uma crise civilizatória, acentuada pela pandemia de Covid 19. O meio ambiente e os biomas vêm sendo devastados, a possibilidade de tornar a natureza como sujeito  de direitos poderá se fortalecer, uma vez que a sua simples defesa não tem sido suficiente frente ao desespero pelo desenvolvimento”, afirma Marlene Grade, professora do Centro de Ciências Agrárias (CCA) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e coautora do boletim.
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UFSC na mídia: pesquisas da Universidade sobre uso de agrotóxicos são tema de reportagem

06/11/2019 11:58

Na revista DC, publicada no último dia 3 de novembro, duas pesquisas sobre consequências do uso de agrotóxicos para a saúde, desenvolvidas na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), foram tema da reportagem especial intitulada ‘Não existe dose segura de agrotóxico’, diz médico sobre o uso de defensivos em SC.

A notícia citou o trabalho da doutora em Toxicologia e Análises Toxicológicas pela Universidade de São Paulo (USP) e professora de Toxicologia do Departamento de Patologia da UFSC, Claudia Regina dos Santos, que realiza uma pesquisa sobre a saúde de trabalhadores rurais da Grande Florianópolis.
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UFSC Explica: Agrotóxicos

07/05/2019 18:47

O tema deste episódio do UFSC Explica é agrotóxicos. Por que os agrotóxicos são utilizados? Quais as consequências do uso de agrotóxicos a curto, médio e longo prazo? Há alternativas ao uso de agrotóxicos para a produção de alimentos em larga escala? Para responder a essas e outras perguntas, conversamos com três pesquisadores da universidade que são especialistas no tema.

Rubens Onofre Nodari, professor titular do departamento de Fitotecnia do Centro de Ciências Agrárias da UFSC. Nodari pesquisa os efeitos de herbicidas em abelhas e sistemas de produção orgânica e agroecológica.

Pablo Moritz, médico do Hospital Universitário e coordenador do Centro de Informação e Assistência Toxicológica de Santa Catarina.

Sônia Hess, professora titular do Departamento de Ciências Naturais e Sociais do campus Curitibanos da UFSC. Realiza pesquisas na área de Química Orgânica e Saneamento Ambiental.

Confira abaixo o vídeo, também disponível em nosso canal do YouTube.

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Palestra sobre agrotóxicos e saúde pública nesta terça-feira

31/08/2015 09:00

“Agrotóxicos e Saúde Pública no Brasil” é o tema da palestra que será proferida pela professora Sônia Hess, do curso de Engenharia Florestal da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), nesta terça-feira, 1º de setembro.

A palestra, atividade do Programa de Pós-graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas (PPGICH), será às 8h30min, na sala 611 do prédio antigo do Centro de Ciências da Educação (CED).

Mais informações: (48) 9915-9541

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TV UFSC: entrevista debate agrotóxicos e o direito de sustentabilidade

28/08/2014 09:16

O programa UFSC entrevista, da TV UFSC,  discute a indústria de agrotóxicos no Brasil, o desenvolvimento de políticas governamentais de controle e o incentivo de seu uso e o papel do Direito na defesa dos setores envolvidos. A entrevistada desta edição é a pesquisadora da UFSC Maria Leonor Paes Cavalcanti Ferreira, autora da tese: “A regulação do uso de agrotóxicos no Brasil: uma proposta para um direito de sustentabilidade” e co-organizadora do livro ‘ Dano ambiental  na sociedade de risco’.

 

 

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Impasses e desafios na produção de alimentos foram tema de seminário na UFSC

14/09/2012 10:29

O Seminário A produção contemporânea de alimentos para a humanidade: impasses e desafios, coordenado pelo professor Clarilton Ribas foi realizado dia 13 de setembro no Centro de Ciências Agrárias.  Clarilton abriu o seminário dizendo que um dos paradoxos do século XXI é que nunca produzimos tanto alimento e nunca tantos passam fome. Sepultamos, disse ele, o pensamento de Thomas Malthus (1766-1834) que estudou a produção de alimentos de duzentos anos e fez um comparativo com o crescimento da população, concluindo que a fome seria uma inevitabilidade histórica, já que a produção de alimentos crescia em progressão aritmética e a população de forma geométrica. Friedrich Engels (1820-1895) lhe fez contraponto dizendo que a ciência e técnica se desenvolviam em progressão geométrica.  Estava certo. A humanidade produz, atualmente, alimento para 2,1 vezes a população. Mas o que se faz com os alimentos? Há mais de um bilhão de pessoas famintas, e dados dizem que produzimos cerca de 600 gramas de arroz/pessoa/dia.

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Encontro debate uso de agrotóxicos, impactos sobre a saúde e ambiente

30/03/2012 15:49

Evento organizado por grupo de pesquisa do Departamento de Direito reuniu profissionais de diferentes áreas

Campeão mundial no uso de agrotóxicos, o Brasil discute o problema desde a década de 50 – mas nos últimos dez anos dobrou o uso de herbicidas (em 2000 eram 2,7 quilos por hectare cultivado, em 2009, 5 quilos). O problema foi debatido nesta quarta-feira, 28 de março, na Universidade Federal de Santa Catarina, durante o encontro Agrotóxicos: a nossa saúde e o meio ambiente em questão, promovido pelo Grupo de Pesquisa em Direito Ambiental na Sociedade de Risco, ligado ao Departamento de Direito.

“O problema é de uma complexidade muito grande. Os herbicidas foram desenhados para matar plantas, mas a discussão é difícil, não se consegue informações, ter acesso a estudos, aos protocolos de algumas empresas”, lembrou o professor Rubens Onofre Nodari, do Programa de Pós-Graduação em Recursos Genéticos Vegetais da UFSC.

Segundo ele, os herbicidas são o grupo de agrotóxicos mais empregado, tiveram uma expansão vertiginosa e o glifosato é o mais usado. A atuação de pesquisadores não independentes e o fato de grandes empresas patrocinarem publicações em revistas científicas foi outra preocupação levantada pelo professor.

Participante de um trabalho que possibilitou a revisão bibliográfica de 359 artigos científicos sobre o impacto de diferentes herbicidas, em sua apresentação Rubens Onofre Nodari mostrou diversos estudos que relatam efeitos dos agrotóxicos. Entre eles, morte celular, alterações endócrinas, redução de espermatozóides e alterações nos gametas, além de preocupações sobre impactos neurológicos.

O professor citou pesquisas que encontraram resíduos de glifosato no sangue de mulheres não grávidas, grávidas e em fetos – e outros que comprovam a presença de resquícios de agrotóxicos na urina. “Os não nascidos já estão expostos. E se o agrotóxico é encontrado na urina, já passou por tudo”, lamentou o professor. “Estudos de 1989 já mostravam resíduos no leite de mães que estavam amamentando. Em 2012, uma pesquisa em Rio Verde, no Mato Grosso do Sul, analisou o leite de 62 mulheres e todas as amostras tinham resíduos de glifosato”, complementou o pesquisador, também reconhecido por seu trabalho sobre organismos geneticamente modificados.

Para exemplificar o papel negativo de agrotóxicos sobre a biodiversidade, Nodari lembrou do efeito letal sobre anfíbios, que passam por um processo de extermínio, em grande parte provocada pelo desmatamento, mas também impactados por pesticidas. Criticando as “inovações humanas que prosseguem”, citou o caso da soja geneticamente modificada para ser resistente ao herbicida glifosato. Pesquisas mostram que abelhas podem ser afetadas e ter seu comportamento alterado, comprometendo a indicação do alimento para a colmeia. “Toneladas de artigos mostram que nossos processos ainda não são seguros para avaliar os impactos sobre a saúde e o ambiente”, alertou o professor.

Projeto-piloto no Hospital Universitário
“Temos por obrigação prevenir”, reforçou a médica do Hospital Universitário da UFSC Vera Lúcia Paes Cavalcanti Ferreira, que falou sobre agrotóxicos e riscos de câncer. A partir de um trabalho-piloto desenvolvido com pacientes do HU, ela chamou atenção sobre o câncer ocupacional, causado pela exposição prolongada a agentes cancerígenos presentes em agrotóxicos.

O estudo envolveu todos os novos pacientes com diagnóstico de câncer no HU no período de 2009-2010, buscando traçar seu perfil e verificando a correlação com o uso de agrotóxicos. Segundo Vera, a pesquisa que será aprofundada em um Trabalho de Conclusão de Curso na graduação em Medicina mostrou como é difícil estabelecer a relação entre profissão e agrotóxicos.

“No meio rural as pessoas começam a trabalhar muito cedo, entre a exposição e o diagnóstico há um grande período e os próprios médicos esquecem de estabelecer esse nexo”, disse a médica especializada em hemoterapia. Apesar da dificuldade, entre 106 novos pacientes com diagnóstico de câncer no período foram identificados oito agricultores, com presença significativa de mulheres (comprovando seu importante papel na agricultura). O estudo mostrou também que entre outros fatores de risco para o câncer aparece a obesidade, observada em 50% dos pesquisados. Em sua fala a médica ainda resgatou pesquisa de risco realizada entre a população americana, indicando que agricultores têm até seis vezes mais chance de desenvolver câncer do pulmão.

Intoxicações subnotificadas
A médica Adriana Mello Barotto, do Centro de Informações Toxicológicas de Santa Catarina (CIT), apresentou dados sobre intoxicações em Santa Catarina, especificando os dados para o caso dos agrotóxicos. O CIT é um órgão da Secretaria Estadual da Saúde de Santa Catarina que atua no Hospital Universitário, em plantão permanente, auxiliando profissionais da saúde e orientando a população. Segundo ela, entre 1984 e 2011 foram registrados pelo CIT aproximadamente 140 mil casos de intoxicações, a maioria por animais peçonhentos, 11.975 casos por agrotóxicos.

“O sistema de notificação não é obrigatório e é complicado, médicos não fazem a relação causal, falta a relação com a profissão e os casos agudos é que são notificados”, avaliou a médica. Adriana fez também um alerta relatando que entre os casos de intoxicação por agrotóxicos, 44% foram descritos em casos de suicídio, 25% em situação ocupacional e 22% tinham como principio ativo o glifosato.

“Mas o que mais mata é o dicloreto de paraquate, com 41 óbitos”, salientou Adriana, citando um agrotóxico de alta letalidade, proibido pela União Européia em 13 países – e na América Latina com manuseio restrito somente no Chile.

O encontro que recebeu o título de Agrotóxicos: a nossa saúde e o meio ambiente em questão foi organizado em dois painéis. Pela manhã, “Agrotóxicos, saúde e ambiente: aspectos técnicos e éticos” contou também com a presença da professora Michelle Bonatti (que falou sobre percepção e universo significativo no processo de aprendizagem social), do promotor Paulo Roney Ávila Fagúndez (em abordagem do tema Agrotóxicos, meio ambiente e saúde humana: uma questão ética) e da professora do Departamento de Direito da UFSC Letícia Albuquerque (que falou sobre Poluentes Orgânicos Persistentes: Uma análise da Convenção de Estocolmo).

Agrotóxicos, Riscos e Direito Ambiental
Coordenado pelo professor José Rubens Morato Leite, o Grupo de Pesquisa em Direito Ambiental na Sociedade de Risco tem entre suas pesquisas projeto que tem como objetivo analisar o procedimento de registro de agrotóxicos no Brasil, em comparação com o sistema adotado na União Européia.

“Em virtude dos riscos que os agrotóxicos podem gerar, é fundamental verificar se o procedimento do registro pode garantir que as substâncias liberadas para uso comercial no Brasil sejam seguras para o meio ambiente e para a saúde humana”, explica o professor.

Além de detalhar o tratamento dispensado ao tema pelo ordenamento jurídico brasileiro, o estudo vai permitir uma análise sobre avanços e retrocessos da Lei de Agrotóxicos e a relevância da legislação para a gestão dos riscos ambientais. Serão também analisadas experiências mal sucedidas envolvendo agrotóxicos, efeitos colaterais indesejados e meio ambiente.

Para apurar casos de intoxicação em Santa Catarina a equipe atua em conjunto com o Centro de Informações Toxicológicas. O projeto tem apoio da Fapesc e do Edital Universal/2009, financiado pelo CNPq.

Mais informações:
– Grupo de Pesquisa em Direito Ambiental na Sociedade de Risco / Professor José Rubens Morato Leite / jrmorato@ccj.ufsc.br / (48) 3721-9733

– Centro de Informações Toxicológicas de Santa Catarina (CIT) / (48) 3721-9535 / 3721-9173 / 0800 643 5252 (Ligação Gratuita 24h)

Por Arley Reis / Jornalista da Agecom
Fotos: Wagner Behr / Agecom

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Agrotóxicos e ambiente

26/03/2012 08:02

“Agrotóxicos: a nossa saúde e o meio ambiente em questão” é tema de um evento que será realizado nesta quarta-feira, 28 de março, no auditório do Centro de Ciências Jurídicas da UFSC. A promoção é do Grupo de Pesquisa Direito Ambiental na Sociedade de Risco, ligado ao Departamento de Direito.

Herbicidas, agrotóxicos e neoplasias, intoxicações por agrotóxicos em Santa Catarina e princípios jurídicos da gestão dos riscos de agrotóxicos estão entre os temas que serão abordados.

O evento tem apoio da Fapesc, Programa de Pós-Graduação em Direito da UFSC e Fundação José Arthur Boiteux. Mais informações: http://www.cpgd.ufsc.br / Telefone: (48) 3721-9733

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