Dezembro vermelho: especialista do HU/UFSC reforça importância de educação sobre sexo seguro

10/12/2021 10:26

No Dezembro Vermelho, mês dedicado à prevenção e diagnóstico da infecção por HIV/Aids, o urologista do Hospital Universitário Professor Polydoro Ernani de São Thiago da Universidade Federal de Santa Catarina (HU/UFSC) Roberto Lodeiro Müller faz um alerta: uma série de fatores aumentam a responsabilidade dos profissionais da área de saúde, não somente para tratar doenças que foram negligenciadas nos últimos meses, mas também para educar a população sobre sexo seguro. “Há uma geração que não viveu aquele clima de pânico com a Aids dos anos 1980 e que teve o comportamento social reprimido desde o início da pandemia”, disse.

Segundo ele, o clima de Carnaval 2022 e a sensação de controle da pandemia por causa da vacinação e da redução de casos podem levar ao surgimento de novos casos de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs). “Este é o momento de alertamos para a necessidade de prevenção, por sexo seguro, e testagem ampla”, explicou o médico.

“O fim das restrições sociais e talvez uma onda de hedonismo compensador em 2021 nos alertam que o Dezembro Vermelho é da conscientização do HIV/Aids”, acrescentou o especialista, em artigo publicado na sessão Ponto de Vista da revista Bodau, uma publicação da Sociedade Brasileira de Urologia. Lodeiro faz uma associação com o clima de hedonismo que tomou conta do Carnaval de 1919, após uma série de mortes provocadas pelas pandemias de varíola e febre amarela nos anos anteriores.

Conforme o especialista, não se trata de imprimir um discurso moralista, mas de alertar sobre a necessidade de sexo seguro e de testagem ampla. “Toda pessoa sexualmente ativa deve fazer o rastreamento pelo menos uma vez por ano”, disse, lembrando que os postos de saúde oferecem o teste rápido.

 

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Gerente do Hospital Universitário ressalta a importância da testagem no combate à infecção pelo HIV

30/11/2021 18:36

Foto: Ricardo Torres.

Entre as mensagens importantes do Dezembro Vermelho, mês dedicado à conscientização para o tratamento precoce pelo HIV/Aids e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST), a gerente de Ensino e Pesquisa do Hospital Universitário (HU-UFSC/Ebserh), Maria Luiza Bazzo, destaca a importância de incentivar a ampla testagem, permitindo o diagnóstico e o tratamento precoces para garantir qualidade de vida às pessoas infectadas e redução da transmissão do HIV.

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UFSC Explica: HIV e Aids

01/12/2015 11:47

O Brasil é o país da América Latina com o maior número de pessoas soropositivas e com aids: a estimativa é de que sejam 734 mil pessoas. E Florianópolis, junto com Porto Alegre, Porto Velho e Manaus, são as capitais brasileiras com a maior taxa de detecção de indivíduos infectados. Os números, apontados pelo professor Aguinaldo Roberto Pinto, deixam claro que a epidemia continua séria e é caso para atenção e cuidado.

Entretanto, alerta, a população não está consciente. Por um lado, todas as campanhas de esclarecimentos feitas desde principalmente o final dos anos 1980 ainda não desfizeram os mitos criados ao redor da doença e de expressões como “grupos de risco”. Por outro, a evolução nas possibilidades de tratamento fez com que a doença deixasse de inspirar o terror que inspirava naquela época. Ao mesmo tempo em que isso diminui o preconceito contra pacientes de doença, criou a impressão de que a ameaça se foi.
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Avanços e complexidade da prevenção ganham espaço em simpósio sobre a Aids

14/03/2012 10:01

O infectologista Gustavo Araújo Pinto: “Se temos mais pessoas com carga viral menor, são menos pessoas capazes de transmitir o vírus". Fotos: Wagner Behr/Agecom

Medicamentos antirretrovirais têm papel importante tanto em termos de tratamento quanto de prevenção. O diagnóstico precoce e a adoção da terapia antirretroviral no início da detecção do vírus são ações que têm impacto na saúde coletiva, ressaltou o médico infectologista Gustavo Araújo Pinto, palestrante do segundo dia do 2º Simpósio Nacional sobre a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida. O evento foi realizado segunda e terça-feira no Centro de Cultura e Eventos da UFSC.

Gustavo lembrou que há 30 anos a Aids era uma epidemia monstruosa, estigmatizada. Atualmente, ainda que a cura não seja possível, há recursos de tratamento que proporcionam ao portador do HIV uma expectativa de vida semelhante a de outras pessoas. “Infelizmente, ainda muitos são infectados diariamente. São mais de 7.400 pessoas todos os dias”, informou o médico, também professor da Unisul e colaborador do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde.

 

Em sua opinião, o diagnóstico precoce deveria ser prioridade nacional, pois assim como acontece na Europa, o Brasil tem ainda taxa superior a 30% de descobertas tardias (quando se dá por meio de outras doenças, e o quadro avançado em geral leva à morte do paciente).

Em sua palestra foram abordadas as possibilidades de prevenção com uso de antirretrovirais antes da infecção (com resultados altamente positivos para conter a transmissão materno-fetal). O infectologista falou também do potencial de controle dos medicamentos pós-exposição (quando a pessoa teve o contato com o vírus). Segundo ele, há uma “janela” de oportunidade para prevenção, já explorada com resultados positivos, por exemplo, entre profissionais de saúde – mas que ainda é assunto polêmico em outros momentos e grupos.

A terapia antirretroviral traz benefícios também no controle da transmissão sexual, pois há uma relação direta entre o uso dos medicamentos e a redução da carga viral no sangue, no sêmem e na secreção vaginal – reduzindo o risco de infecção do parceiro. “Se temos mais pessoas com carga viral menor, são menos pessoas capazes de transmitir o vírus. A partir dos estudos, a OMS publicou normativa reconhecendo importância do tratamento precoce com antirretrovirais”, informou Gustavo.

Esse avanço, porém, traz também novos desafios e enfoques para reflexões. A preocupação está relacionada ao fato de que o uso dos antirretrovirais pode gerar uma falsa sensação de proteção e comprometer o uso de preservativos.

Educação e politização

Fernando Seffner (de preto): “Certo grupos defendem a economia de informação. É melhor não falar, pois o conhecimento pode jogar o individuo em outros horizontes de escolhas"

“Vivemos um impasse ao apostar na medicação excessiva ao invéz de privilegiar a politização, a discussão de questões de gênero, sexuais, o sexo livre, o acesso aos medicamentos”, provocou um dos palestrantes seguintes, o professor Fernando Seffner, da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). “Como sou das Ciências Humanas, vou privilegiar em minha fala aspectos sociais e culturais”, disse logo no início de sua fala.

Fernando chamou atenção também para a complexidade das campanhas. Em sua opinião, segmentar as ações e trabalhar públicos específicos, além do geral, é uma visão estratégica, mas questionou: “Como fazer campanhas sem reforçar o preconceito?” Ele lembrou que as campanhas especializadas provocam a visibilidade de grupos, novos valores sexuais e de gênero, inaceitáveis para certos setores. “Elas provocam a constante visibilidade de grupos que para algumas pessoas deveriam ser escondidos embaixo do tapete”, complementou.

“A prevenção passa pelo que espero da vida, para mim e para o outro. Tem uma articulação com a noção de projeto de vida, de futuro”, considerou o professor. Em sua opinião, em uma sociedade em que os indivíduos que são corajosos e se arriscam é que vão bem, a questão da prevenção se torna ainda mais difícil.

“Vivemos entre o romantismo e o sexo livre adoidado”, refletiu o professor. “Nos filmes românticos não se vê o kit de prevenção. Todos buscam gozos maiores. A pessoa deve ser sexy, transar bastante, sexo é vida, sexo bom é o imprevisível, sem roupa, sem proteção. Fazer sexo sem barreiras é fazer sexo de verdade. Esses são valores que dificultam a ideia de prevenção”.

Fernando salientou também o perfil da sociedade brasileira na abordagem das questões sexuais, em que até mesmo crimes e corrupção podem em algumas famílias não causar tanto contragosto quanto uma escolha sexual não convencional. Em sua visão,  no caso da Aids educação é fundamental, pois o conhecimento gera mais possibilidades de ação. Mas é uma questão que enfrenta muitas barreiras. “Certo grupos defendem a economia de informação. É melhor não falar, pois o conhecimento pode jogar o individuo em outros horizontes de escolhas. Pode afrontar princípios”.

“A Aids é um fenômeno de ordem política e cultural e é importante lembrar que as doenças sempre representaram oportunidades de retirada do direito de alguns grupos”, alertou o professor que participa do projeto Respostas Religiosas ao HIV/Aids no Brasil. “É um enfrentamento que toca em questões muito além da Aids”, frisou.

Por Arley Reis / Jornalista da Agecom

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Simpósio discute pressões de bancadas religiosas contra campanhas sobre Aids

12/03/2012 12:36

“Desafios para o controle da epidemia” foi o tema em debate nesta segunda-feira pela manhã

Num momento em que a propagação da Aids ganha novos contornos, atingindo camadas mais jovens e a terceira idade, a pressão das bancadas religiosas no Congresso Nacional contra campanhas governamentais de prevenção foi repudiada por todos os palestrantes da primeira etapa da programação do 2º Simpósio Nacional sobre a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, que está sendo realizado no Centro de Cultura e Eventos da UFSC, em Florianópolis. O debate sobre essa questão ganhou força a partir das intervenções da plateia, formada por profissionais envolvidos com o tratamento de portadores do vírus, vindos de diferentes estados do país, agentes de saúde, voluntários e estudantes. Na manhã desta segunda-feira, dia 12, o simpósio discutiu o tema “Desafios para o controle da epidemia”.

Polêmico, o assunto ganhou peso depois que o Ministério da Saúde tirou do Youtube um vídeo que promovia o uso de preservativos durante o carnaval, mostrando um casal homossexual trocando carícias. Outro episódio recente foi o veto da presidente Dilma Rousseff ao kit-gay, que seria distribuído nas escolas pelo Ministério da Educação. Também neste caso, segundo denúncias de ativistas homossexuais, a presidente teria tomado a decisão por pressão da bancada evangélica no Congresso Nacional.

Para o pesquisador Lúcio José Botelho, ex-reitor da UFSC e professor do Departamento de Saúde Pública da instituição, “é inadmissível discutir a doença do ponto de vista da religiosidade”. Ele qualificou a pressão dos evangélicos como “fundamentalismo anticientífico” e disse que a sociedade deve cobrar do Executivo uma postura a favor da conscientização, porque “é preciso ter uma visão mais aberta do tema”. Em sua fala, Botelho também fez um mea culpa dizendo que as universidades têm a tradição de “resolver mais os problemas da elite do que da sociedade em geral” e que os grupos de estudos sobre questões importantes como a Aids não dialogam entre si, gerando mais competição do que resultados práticos.

O deputado federal Chico D’Ângelo, presidente da Frente Parlamentar de DST/Aids, falou das atribuições do grupo que coordena na Câmara e ressaltou que, embora o Brasil seja referência e vanguarda no enfrentamento do tema, “é necessário dar um salto de qualidade, estimulando as assembleias legislativas estaduais a criarem frentes nos moldes da que existe no Congresso”. Quanto à bancada evangélica, D’Ângelo afirmou que ela representa parte da sociedade e, portanto, tem legitimidade para defender seus interesses, embora ele discorde de suas orientações.

Também tomou parte dos debates a representante do Grupo de Apoio à Prevenção da Aids (Gapa/SC), Helena Pires, que falou dos desafios enfrentados pelos movimentos sociais em relação à doença. Ele deu um depoimento sobre a trajetória da entidade que coordena e disse que “é importante cutucar o governo” para obter avanços no combate à disseminação da doença, que hoje vitima um número crescente de adolescentes. Helena também anunciou que no dia 16, sexta-feira, o Gapa reivindicará no Ministério Público que sejam concedidos passes de ônibus para as pessoas que precisam sair de casa para fazer tratamento contra a doença.

A programação da tarde desta segunda-feira prevê a realização de debate sobre o enfrentamento da epidemia de Aids no Brasil, a partir das 14h, também no Centro de Cultura e Eventos da UFSC, com a presença de Dirceu Greco, diretor do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais da Secretaria de Vigilância em Saúde, vinculado ao Ministério da Saúde.

Por Paulo Clovis Schmitz / Jornalista da Agecom

Para a imprensa, mais informações com o professor Luiz Alberto Peregrino, fone (48) 3721-8147 /lulaperegrino@cca.ufsc.br / lulaperegrino@yahoo.com.br

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TV UFSC transmite ao vivo o simpósio sobre a Aids nesta segunda-feira

Prevenção será foco no Simpósio Nacional sobre a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida

 

 

 

 

Tags: AidssimpósioUFSC

TV UFSC transmite ao vivo o simpósio sobre a AIDS nesta segunda-feira

09/03/2012 14:21

Em rede com a TV da Assembleia Legislativa, a TV UFSC transmite ao vivo, nesta segunda-feira, 12 de março, a partir das 9h, o 2º Simpósio Nacional Sobre a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, realizado no Centro de Eventos da Universidade.

O evento é promovido pela UFSC, Assembleia Legislativa de Santa Catarina, Governo do Estado, Secretaria de Estado de Saúde, com apoio institucional da Fapeu e supervisão científica do Ministério da Saúde, por meio do Departamento de Doenças Sexualmente Transmissíveis/Aids e Hepatites Virais.

A Luiz Alberto Peregrino Ferreira, a Coordenação de Produção é de Paulo Mattos e a Coordenação Técnica é de Luiz Eduardo Barbosa.

Para acompanhar a TV UFSC, sintonize o canal 15 da NET Florianópolis e veja a programação completa no site www.tv.ufsc.br/grade. Assista aos boletins de notícias também no www.youtube.com/tvufsc.

Fonte: Fábio Bianchini – TV UFSC, (48) 3721.4179.

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TV UFSC transmite ao vivo o simpósio sobre a Aids nesta segunda-feira

09/03/2012 09:40

Em rede com a TV da Assembleia Legislativa, a TV UFSC transmite ao vivo, nesta segunda-feira, 12, a partir das 9 horas, o 2º Simpósio Nacional Sobre a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, realizado no Centro de Eventos da Universidade.Além das palestras e conferências do primeiro dia do Simpósio, será exibida também a homenagem, em Sessão Solene da Assembleia, a Luc Montagnier, pesquisador francês que recebeu o Prêmio Nobel de Medicina por ser um dos descobridores do vírus que causa a doença.

Luc Montagnier vem a Florianópolis pela segunda vez, novamente para participar do Simpósio, que teve a primeira edição em 1992, também na cidade, com repercussão internacional. Nos dois dias a pesquisa, a prevenção, as questões éticas e de direitos humanos serão debatidos em uma série de palestras e conferências.

O evento é promovido pela UFSC, Assembleia Legislativa de Santa Catarina,Governo do Estado, Secretaria de Estado de Saúde, com apoio institucional da Fapeu e supervisão científica do Ministério da Saúde, por meio do Departamento de Doenças Sexualmente Transmissíveis/Aids e Hepatites Virais.

A Luiz Alberto Peregrino Ferreira, a Coordenação de Produção é de Paulo Mattos e a Coordenação Técnica é de Luiz Eduardo Barbosa.

Para acompanhar a TV UFSC, sintonize o canal 15 da NET Florianópolis e veja a programação completa no site www.tv.ufsc.br/grade. Assista aos boletins de notícias também no www.youtube.com/tvufsc.

Fonte: Fábio Bianchini – TV UFSC, (48) 3721.4179.

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Prevenção será foco no Simpósio Nacional sobre a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida

07/03/2012 12:54

Discutir o papel da sociedade civil, das instituições públicas municipais, estaduais e federais na prevenção da Aids. Esse será um dos principais objetivos do II Simpósio Nacional sobre a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida. O evento agendado para os dias 12 e 13 de março, no Centro de Cultura e Eventos da UFSC e na Assembleia Legislativa de Santa Catarina, terá a presença, entre outras autoridades,  do prêmio Nobel de Fisiologia e Medicina, coordenador da equipe francesa que identificou o vírus da Aids, Luc Montagnier (participação cancelada).

Segundo relatório do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais, ligado ao Ministério da Saúde, no Brasil os primeiros casos de Aids foram identificados no início da década de 1980, sendo registrados, predominantemente, entre gays adultos, usuários de drogas injetáveis e hemofílicos. “Passados 30 anos, o Brasil tem como característica uma epidemia estável e concentrada em alguns subgrupos populacionais em situação de vulnerabilidade”, avalia o documento.

“As avaliações sobre o crescimento da incidência da AIDS destacam que a situação é estável, mas se é estável continua ruim. Precisamos ver o que está sendo feito, onde erramos, pois não estamos reduzindo a incidência em diversos grupos e em alguns a doença está crescendo, como no caso dos adolescentes homossexuais masculinos”, preocupa-se o professor do Departamento de Análises Clínicas da UFSC Luiz Alberto Peregrino Ferreira.

“Se temos campanhas, temos informação, temos distribuição de preservativos, por que razão os adolescentes não estão adotado métodos de prevenção?”, questiona Ferreira. Segundo ele, a primeira edição do simpósio, realizada em 1992, foi um marco no combate da doença no Brasil. Naquela época, o encontro discutiu temas como características da doença, tratamentos, o desenvolvimento de vacinas. Agora uma das principais metas é debater o comprometimento das instituições na busca de soluções inovadoras para as políticas de prevenção. O II Simpósio Nacional Sobre Aids é organizado pela Assembleia Legislativa do Estado, em parceria com Ministério da Saúde, Secretaria Estadual de Saúde e Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Aids em jovens
De acordo com o Boletim Epidemiológico Aids e DST 2011, publicado pelo Ministério da Saúde, há uma tendência de aumento na prevalência da infecção pelo HIV nos jovens.

O boletim cita pesquisa realizada junto a alistados no Exército, de 17 a 20 anos. O levantamento revela que a prevalência da doença passou de 0,09%, em 2002, para 0,12%, em 2007. Além disso, acompanhando a tendência observada entre os jovens do sexo masculino, a prevalência na população de jovens homens que transam com homens (17 a 20 anos) também aumentou, passando no período de 2002 a 2007 de 0,56% para 1,2%, praticamente o dobro (enquanto nas mulheres da faixa etária de 15 a 24 anos a doença se manteve constante, em torno de 0,24%).

O relatório mostra ainda que entre jovens homossexuais homens de 18 a 24 anos a Aids atingiu 4,3%. “Quando se compara esse grupo com os jovens em geral, a chance de ter um jovem gay estar infectado pelo HIV é aproximadamente 13 vezes maior”, ressalta o documento.

Veja a programação em www.eventoaids.ufsc.br/programa.html

Serviço
II Simpósio Nacional sobre a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida
Data: 12 e 13 de março
Local: Centro de Eventos da UFSC
Inscrições: Gratuitas, limitadas a 1.300 participantes
Informações: www.eventoaids.ufsc.br

Para a imprensa, mais informações com o professor Luiz Alberto Peregrino, fone (48) 3721-8147 / lulaperegrino@ccs.ufsc.br / lulaperegrino@yahoo.com.br

Por Arley Reis / Jornalista na Agecom

Saiba Mais

AIDS em Santa Catarina
–  O documento A Epidemia da AIDS em Santa Catarina (1984-2011) , da Secretaria de Estado da Saúde, registra que desde 1984 foram notificados no Estado 25.950 casos em adultos, 929 em crianças e 4.756 gestantes HIV positivas.
– Além disso, desde 1994 foram notificados 139.271 casos de algum tipo de doença sexualmente transmissível.
– O relatório mostra que as taxas de incidência e mortalidade no Estado são sempre mais altas em relação às taxas nacionais.
– E detalha que Santa Catarina apresenta taxas de mortalidade superiores às do Brasil, sendo, provavelmente, devido a diagnóstico tardio, dificuldades na adesão ao tratamento, esquemas de tratamento antirretrovirais e profilaxia das infecções oportunistas inadequadas, além de dificuldades de acesso para acompanhamento médico especializado.
– Florianópolis (com 4.174 casos), Joinville (2.836), Itajaí (2.320), Blumenau (1.630) e São José (1501) são os cinco municípios catarinense com o maior número de casos de Aids entre adultos.
– Dezessete cidades catarinenses constam do ranking divulgado pelo Ministério da Saúde em 2009 em que foram elencados os 100 municípios brasileiros com as maiores taxas de incidência da doença: Florianópolis, Joinville, Itajai, Blumenau, São José, Criciuma, Balneário Camboriu, Lages, Camboriu, Palhoça, Tubarão, Jaraguá do Sul, Biguaçu, Rio do Sul, Araranguá, Içara e Indaial.
– A epidemia vem apresentando mudanças no perfil epidemiológico. A tendência é caracterizada pela heterossexualização, feminização, interiorização e pauperização.

Aids no Brasil
– De acordo com o último Boletim Epidemiológico (ano base 2010), o Brasil tem 608.230 casos registrados de Aids (condição em que a doença se manifestou).
– Em 2010, foram notificados 34.218 casos da doença e a taxa de incidência de Aids no Brasil foi de 17,9 casos por 100 mil habitantes.
– A razão de sexo vem diminuindo ao longo dos anos. Em 1985, para cada 26 casos entre homens, havia um caso entre mulher. Em 2010, essa relação é de 1,7 homens para cada caso em mulheres.
– A taxa de prevalência da infecção pelo HIV na população de 15 a 49 anos mantém-se estável em 0,6% desde 2004, sendo 0,4% entre as mulheres e 0,8% entre os homens.
– O Boletim Epidemiológico demonstra que, considerando a série histórica, há um aumento de casos em gays de 15 a 24 anos nas Regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste. As Regiões Norte e Nordeste não apresentam diferenças significativas nessa população.
– Quanto à forma de transmissão entre os maiores de 13 anos de idade, prevalece a sexual. Nas mulheres, 83,1% dos casos registrados em 2010 decorreram de relações heterossexuais com pessoas infectadas pelo HIV. Entre os homens, 42,4% dos casos se deram por relações heterossexuais, 22% por relações homossexuais e 7,7% por bissexuais. O restante ocorreu por transmissão sanguínea e vertical.
– Em relação à taxa de mortalidade, o boletim sinaliza queda. Em 12 anos, a taxa de incidência baixou de 7,6 para 6,3 a cada 100 mil pessoas. A queda foi de 17%.

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Simpósio sobre Aids traz a Florianópolis o prêmio Nobel de Medicina Luc Montagnier

27/02/2012 14:38

Vencedor do prêmio Nobel de Medicina e coordenador da equipe francesa que identificou o vírus da aids, Luc Montagnier, estará em Florianópolis nos dias 12 e 13 de março. Ele é um dos palestrantes do II Simpósio Nacional sobre Aids, evento organizado pela Assembleia Legislativa do Estado, em parceria com Ministério da Saúde, Secretaria Estadual de Saúde e Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

O virologista falará sobre os dilemas científicos atuais e o desenvolvimento de novas terapias para a doença. As inscrições para participar do evento já estão abertas, por meio do site www.eventoaids.ufsc.br.

O simpósio coincide com os 20 anos da primeira edição do evento, também realizado em Santa Catarina, em 1992, e busca  atingir três objetivos: o comprometimento das instituições públicas e privadas na busca de soluções inovadoras para as políticas de prevenção, informar sobre as novas terapias disponíveis e estimular a pesquisa científica.

Veja a programação completa do simpósio:  http://www.eventoaids.ufsc.br/programa.html.

Serviço
II Simpósio Nacional sobre a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida
Data: 12 e 13 de março
Local: Centro de Eventos da UFSC
Inscrições: Gratuitas, limitadas a 1.300 participantes
Informações: www.eventoaids.ufsc.br

 

 

 

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UFSC coordena avaliação da qualidade de testes diagnósticos para HIV e outras DSTs

12/12/2011 16:02

Material de outras instituições é encaminhado ao Laboratório de Biologia Molecular e Micobactéria da UFSC e o desempenho dos testes é analisado de forma confidencial

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determina o monitoramento da qualidade dos exames realizados nos laboratórios de todo o país. O controle interno e a participação em um programa de avaliação externa da qualidade são exigências legais, permitem verificar se as normas e os procedimentos são corretamente executados e se os equipamentos, materiais e reativos funcionam corretamente.

Para atender a essa demanda, o Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais, do Ministério da Saúde, estabeleceu uma parceria com a UFSC. A Universidade é responsável pela coordenação do programa de avaliação da qualidade para laboratórios públicos responsáveis pelo diagnóstico de HIV e sífilis, além de monitoramento da infecção pelo vírus HIV/ Aids. Laboratórios públicos são todos os Laboratórios Centrais (Lacen) dos estados, de universidades públicas, hospitais públicas e alguns de Santa Casas.

Capacitação
A professora do Departamento de Análises Clínicas da UFSC Maria Luiza Bazzo é a coordenadora do trabalho gerenciado via Fundação de Amparo à Pesquisa e Extensão Universitária (Fapeu). Segundo ela, o controle de qualidade é precedido por um treinamento oferecido por equipes do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais e do Laboratório de Biologia Molecular e Micobactérias da UFSC. A capacitação permite o conhecimento da metodologia dos testes.

A professora explica que o programa de avaliação externa da qualidade envolve um mecanismo de controle, no qual o laboratório recebe um painel de amostras que são incluídas em sua rotina. O processo assemelha-se a um ‘exame laboratorial’. Os resultados são enviados pelos setores participantes para o Laboratório de Biologia Molecular e Micobactéria da UFSC e o desempenho é analisado de forma confidencial.

Junto a outras universidades brasileiras, como a Unifesp e a UFRJ, e a institutos como a Fiocruz e a Fundação Alfredo da Matta (FUAM), o programa de controle da qualidade coordenado pela UFSC oferece um panorama da realidade dos diagnósticos feitos em todo o país.

Testes rápidos
Em parceria com o Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais a UFSC também produz e coordena o programa de avaliação externa da qualidade para testes rápidos para Aids.  Essa avaliação utiliza um método denominado Dried Tube Specimens (DTS), que possui baixo custo e alta eficiência.

O teste rápido faz parte das políticas de acesso ao diagnóstico do HIV disponibilizadas pelo Ministério da Saúde. Segundo a portaria 151/Ministério da Saúde-DTS de 2009, esse tipo de teste é indicado para situações especiais, como parturientes que não fizeram pré-natal, acidentes de trabalho com materiais que perfuram ou cortam, usuários de drogas ou parceiros de pessoas que vivem com HIV/Aids.

Esse tipo de teste não é necessariamente feito em laboratórios, por isso, a importância de garantir a qualidade e eficiência do diagnóstico. A professora Maria Luiza Bazzo alerta que hoje, no mercado, não existe controle para avaliação externa da qualidade para esses  testes. “O alcance dos testes rápidos é muito grande. Ele chega a muitas áreas que os laboratórios não atendem, daí a importância de se capacitar pessoas e monitorar a qualidade”, reforça.

Desafio
Para a professora, o trabalho de implementação do controle, principalmente dos testes rápidos, em todo o território é desafiador. “Só em uma primeira etapa, já vamos qualificar 400 profissionais para aplicar os testes rápidos. Eles não substituem o diagnóstico laboratorial, mas são boas alternativas como metodologias de acesso ao diagnóstico”, considera a coordenadora.

As capacitações na metodologia DTS estão sendo feitas desde início de novembro e aconteceram em São Paulo, Recife, Salvador, Cuiabá, Brasília, Belém. A de Florianópolis ocorreu nos dias 8 e 9 de dezembro. Nos dias 12 e 13 de dezembro será a vez de Belo Horizonte. Estes oito treinamentos reuniram profissionais de todo o território Nacional. A partir de março de 2012 será feita a primeira rodada de avaliação externa de testes rápidos englobando todo o território nacional.

A avaliação externa da qualidade é uma exigência legal, uma vez que permite ao laboratório verificar a qualidade dos procedimentos utilizados e, consequentemente, a confiabilidade dos resultados. “Muitos laboratórios, infelizmente, não dispõem de recursos para investir em programa de qualidade. E no caso do diagnóstico da infecção pelo HIV e outras DST isso é primordial”, defende Maria Luiza Bazzo.

Mais informações com a professora Maria Luiza Bazzo: (48) 3721-8148/ mlbazzo@yahoo.com.br

Por Gabriele Duarte / Bolsista de Jornalismo na Agecom
Fotos: Brenda Thomé/Bolsista de Jornalismo na Agecom

 Saiba Mais

A Aids e seu diagnóstico
Segundo o Departamento Nacional de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, existem hoje no Brasil cerca de 630 mil pessoas vivendo com o HIV, o vírus da AIDS. Entre estas, cerca de 255 mil nunca teriam feito um teste de diagnóstico, desconhecendo sua condição sorológica.

O diagnóstico da infecção pelo HIV é feito por meio de testes realizados a partir da coleta de uma amostra de sangue. No Brasil há os exames laboratoriais, como os testes imunoenzimáticos ou quimiofluorescentes anti-HIV, e os testes rápidos. Estes últimos permitem a liberação do resultado em um tempo inferior a 30 minutos. O diagnóstico é fundamental para o controle da epidemia.

Os testes rápidos
Os testes rápidos são realizados a partir da coleta de uma gota de sangue da ponta do dedo. O sangue é colocado um dispositivo de testagem e, para chegar ao resultado, o profissional que realiza o teste deve seguir um fluxo determinado por cientistas e transformado em lei.  Assim, o resultado dos testes rápidos tem a mesma confiabilidade dos exames convencionais e não há necessidade de repetição em laboratório. Distribuído gratuitamente para serviços de saúde da rede pública, os testes rápidos fazem parte dos objetos do Programa de Avaliação Externa da Qualidade coordenado pela equipe da UFSC.

Tags: AidsDSTs

Gozze! faz ato de conscientização na Concha Acústica

01/12/2010 18:01
Grupo Gozze! se manifestou no Dia Mundial de Combate à Aids

Grupo Gozze! chamou a atenção para o respeito às pessoas com Aids (fotos: Thaine Machado)

Sob o anúncio da banda Habitantes do Zion, que tocava no Projeto 12h30, um dos membros do grupo de lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros (LGBT) da UFSC, o *Gozze!*, Ringo Bez, subiu ao palco para discursar sobre questões referente à AIDS, no dia mundial de combate à doença. “As pessoas com HIV não estão mortas, estão por aí e é preciso que saibamos respeitá-los”, disse o estudante, com interpretação simultânea em Língua Brasileira de Sinais (Libras).

Após lembrar o propósito do grupo à comunidade, que havia recebidopreservativos, Ringo convidou todos a contemplar a “manifestação de amor público” na Concha Acústica. Em frente a uma grande bandeira com as cores doarco-íris – o símbolo LGBT – e ao laço vermelho – símbolo de luta contra a AIDS – casais homossexuais e heterossexuais trocaram beijos e abraços. Depois, todos se uniram em círculo e comemoraram a realização do ato.

A comemoração pelas ações do grupo será a “Gozze!, a festa”, que acontece nessa quinta-feira, 2 de dezembro, às 22h, no Centro de Comunicação e Expressão (CCE). Mais informações pelo e-mail diversidadeufsc@gmail.com ou pelo twitter @gozzeufsc.

Por Murilo Bonfim/bolsista de Jornalismo na Agecom.

Tags: Aidsdiversidadeglbt