Pesquisadores da UFSC descrevem nova espécie de planta exclusiva da Mata Atlântica

10/10/2024 13:05

Flores de um exemplar de Miconia leonarae, no Espírito Santo. Foto: reprodução/Renato Goldenberg

Pesquisadores do Laboratório de Sistemática Vegetal (LSV), do Departamento de Botânica da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), descobriram e descreveram uma nova espécie de planta do gênero Miconia, exclusiva da Mata Atlântica. A Miconia leonorae foi nomeada em homenagem a Maria Leonor D’El Rei Souza, professora e pesquisadora aposentada da instituição. A pesquisa sobre a descoberta começou em 2020 e, neste ano, foi finalizada e publicada na revista científica Phytotaxa, dedicada ao registro de novas espécies da flora.

Miconia é um dos maiores gêneros botânicos do Brasil e do mundo, sendo nativo de regiões tropicais da América, composto por arbustos até árvores de grande porte. A espécie descrita pelos pesquisadores da UFSC varia de dois a 19 metros de altura e pertence à mesma família de plantas como o manacá e a quaresmeira, comuns em áreas de Mata Atlântica. 

Diferentemente da maioria das descobertas atuais de novas espécies, a Miconia leonorae possui uma abrangência geográfica relativamente ampla. O estudo, realizado pelos pesquisadores Ana Flávia Augustin, Eduardo Koerich Nery e Mayara Caddah, encontrou registros da planta nos estados do Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo.
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Estudante da UFSC participa de estudo que busca desenvolver medicamentos contra obesidade

30/09/2024 13:21

Milena no Laboratório de Investigação de Doenças Crônicas (LIDoC) da UFSC. Foto: Acervo pessoal

A estudante do curso de Farmácia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) Milena dos Santos Almeida é coautora de uma pesquisa publicada na revista científica NatureO estudo Dissociable hindbrain GLP1R circuits for satiety and aversion, ou Circuitos GLP1R dissociáveis ​​do tronco encefálico para saciedade e aversão em português, investigou regiões do cérebro ligadas à saciedade e à aversão alimentar e revelou que estas áreas possuem funções separáveis na aplicação de fármacos. A descoberta implica na possibilidade de desenvolvimento de novos medicamentos mais seguros e eficazes para a perda de peso, livres de sensação de náusea e vômito, efeitos colaterais comuns de remédios disponibilizados atualmente pela indústria farmacêutica, como Ozempic e Wegovy.

A pesquisa foi desenvolvida no Laboratório Alhadeff, coordenado pela professora Amber Alhadeff, no Monell Chemical Senses Center da Universidade da Pensilvânia (Upenn), nos Estados Unidos, e contou com a colaboração da professora Alice Adriaenssens da University College of London (UCL), de Londres, na Inglaterra.

Segundo Milena, o estudo partiu da discussão do uso de fármacos para a perda de peso que utilizam semaglutida, uma substância sintética análoga ao peptídeo semelhante ao glucagon (GLP1), um hormônio produzido pelo intestino que, dentre diversos efeitos fisiológicos, é responsável por sinalizar ao cérebro que estamos alimentados, reduzindo o apetite e aumentando a sensação de saciedade. “Se sabe que no cérebro há regiões com bastante concentração de receptores para o GLP1, que foram centrais para o nosso estudo, como o tronco encefálico, que é uma região mais posterior do cérebro, e o hipotálamo, que fica na porção mais central. Essas regiões estão muito envolvidas na questão da regulação da ingestão alimentar, no balanço entre a fome e a saciedade”, explica Milena.
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Cientificamente Falando: como enxergamos bem menos cores do que existem no mundo

26/09/2024 11:04

A série de vídeo animados Cientificamente Falando, produzida pela Agência de Comunicação (Agecom) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), divulgou nesta quinta-feira, 26 de setembro, mais um episódio de divulgação científica. Intitulado O mundo é mais colorido do que vemos, o vídeo animado explica em poucos minutos por que o mundo tem muito mais cores do que conseguimos enxergar.

Para isso, o episódio explica como funciona a visão dos seres vivos, como captamos luz e cor e como alguns seres humanos podem enxergar até 100 vezes mais cores do que a maioria. Confira o quinto episódio da série Cientificamente Falando no Youtube da UFSC:

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UFSC apoia projeto que une estudantes e profissionais na promoção da ciência cidadã

29/07/2024 13:54

Alunos da escola levam materiais para a coleta de resíduos do manguezal. Foto: Ariclenes Patté/Agecom/UFSC

Em um dia ensolarado de outono, 18 alunos da Escola Básica Municipal (EBM) Professora Herondina Medeiros Zeferino exploraram uma área de manguezal em Florianópolis para aprender sobre o ecossistema e colher amostras do ambiente. Com direito a sorteio de brindes e lanche coletivo, a saída de campo fez parte de uma iniciativa que já alcançou mais de 500 pessoas  na promoção da ciência cidadã, uma abordagem que consiste na parceria entre cidadãos e profissionais na coleta de dados para a pesquisa científica. Com foco em educação climática, manguezal e ecossistemas associados, a ação foi realizada pelo Projeto Raízes da Cooperação, com apoio do programa de extensão Ecoando Sustentabilidade e o Programa de Pós-Graduação em Oceanografia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).  

Área de manguezal do rio Ratones, no norte da ilha de Florianópolis. Foto: Ariclenes Patté/Agecom/UFSC

A atividade de campo integra um processo formativo que ajuda educadores no desenvolvimento da ciência cidadã em espaços escolares e unidades de conservação. O processo é dividido em quatro etapas: curso teórico gratuito online e presencial (finalizado em 2023); aulas práticas com saídas de campo; apoio na realização de estratégias de ação e projetos que estão sendo desenvolvidos pelos cursistas; e um evento final “Conectando com outras raízes”, que acontecerá no final deste ano.

Durante a saída, que aconteceu em 28 de maio, os alunos do Ensino Fundamental da EBM Professora Herondina, com idades de 9 a 13 anos, foram orientados pelas professoras Ana Maria Vasconcelos e Alessandra Tacol enquanto exploravam a área de manguezal do rio Ratones. O perímetro faz parte da Estação Ecológica de Carijós, localizada ao norte da ilha de Florianópolis.

A gestora de Educação e Ciência Cidadã do projeto, Maya Ribeiro Baggio, também esteve presente para prestar apoio na atividade, juntamente com três estudantes do Ensino Médio que participam do projeto como monitores pelo Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC). A equipe levou camisetas, bonés e cadernos do projeto para distribuir entre as crianças por meio de um sorteio onde ninguém saiu de mãos abanando. 

Maya (à direita), Alessandra (à esquerda) e uma aluna seguram camisetas do projeto Raízes da Cooperação durante sorteio de brindes. Foto: Ariclenes Patté/Agecom/UFSC

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Cooperação é a chave para antecipar futuras pandemias, diz pesquisadora da UFSC

17/06/2024 17:21

Ilustração: Laura Araújo/NADC/UFSC.

Em 2020, a Covid-19 tomou o mundo de surpresa. De repente, todos tiveram que se adaptar a uma nova realidade, com os desafios do isolamento físico e os cuidados sanitários constantes. Caso já houvesse protocolos de ação mais efetivos para conter o coronavírus e lidar com suas consequências antes da pandemia ser oficialmente declarada, será que essa adaptação teria sido mais fácil e rápida, e o custo social e econômico seria menor?  

Com esse questionamento em mente, Marcia Grisotti – doutora em Sociologia e professora do Departamento de Sociologia e Ciência Política da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) – desenvolveu o projeto Sentinelas de pandemias: vigilância em saúde e controle de doenças de origem zoonótica, vinculado ao núcleo de pesquisa Ecologia Humana e Sociologia da Saúde em parceria com o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia Brasil Plural. 

Sentinelas são ações de grupos, instituições ou indivíduos que antecipam e se preparam para eventos, esperados ou incertos. No caso das ações sentinelas de epidemias, a ideia é identificar os grupos de especialistas e fomentar a cooperação entre eles e os serviços de vigilância em saúde para controlar a disseminação de epidemias, monitorando microorganismos, reservatórios e vetores de doenças que podem se alastrar em meio à população. O objetivo do Sentinelas de pandemias é analisar os dispositivos de vigilância em saúde usados no estado de Santa Catarina para enfrentar doenças transmissíveis de origem zoonótica – ou seja, que passam de animais para humanos e vice-versa. Além disso, o projeto também pretende identificar as experiências de antecipação e preparação de pandemias regionais, nacionais e internacionais, considerando obstáculos, potencialidades e desafios na vigilância de pessoas, animais e reservatórios de doenças.
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Projeto Imagine da UFSC é classificado para etapa final de prêmio do governo francês

09/04/2024 10:18

Estudantes do Collège Aliénor d’Aquitaine de Salles, interior da França. Foto: Divulgação.

O projeto Imagine, criado na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e vinculado ao Departamento de Biologia Celular, Embriologia e Genética do Centro de Ciências Biológicas (CCB), foi classificado para a etapa final do Prêmio C Génial,  um concurso nacional de ciências para alunos do ensino fundamental II (Collège) e médio (Lycée), instituído pelo programa “Ciências na Escola” do governo francês. 

 A vitória é resultado da inclusão da oficina “Imagine a biodiversidade em escala molecular” em uma escola rural na França, a qual foi realizada em vínculo à disciplina de graduação “As Línguas da Ciência” na Universidade de Bordeaux, ministrada pelo coordenador do projeto, André Ramos.
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UFSC estuda substâncias da cannabis para tratamento de Parkinson e Alzheimer

05/03/2024 15:00

Pacientes com Parkinson são avaliados em Florianópolis e Rio do Sul. Foto: divulgação

Cientistas da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila) conduzem os maiores ensaios clínicos do mundo para avaliar como o uso de substâncias extraídas da Cannabis sativa, a planta da maconha, podem colaborar para o tratamento das doenças de Parkinson e Alzheimer. No total, 140 pacientes participarão dos dois estudos – 70 com cada doença. Os testes devem durar cerca de três anos e envolvem pesquisadores de três instituições e avaliações em Florianópolis (SC), Rio do Sul (SC) e Foz do Iguaçu (PR).

O pioneirismo dos estudos está justamente no prazo de duração e no número de participantes. “Normalmente os estudos clínicos são feitos com um número pequeno de pacientes. Os realizados até agora com canabinoides e Parkinson e Alzheimer estão na faixa de 15 a 20 pacientes”, comenta o professor Rui Prediger, coordenador do estudo no âmbito da UFSC.

“A outra grande novidade do nosso desenho é essa avaliação de longo prazo. Por várias dificuldades, tanto de recursos, como de manter os pacientes aderindo a um estudo de longo prazo, a grande maioria dos ensaios é avaliado por no máximo seis meses. Um período curto. O nosso trabalho vai avaliar esses efeitos dos canabinoides por três anos. Então esse também é um diferencial, porque sabemos que às vezes um tratamento pode ser eficaz no início, mas o benefício não se manter a longo prazo. De fato, a gente não tem um estudo ainda avaliando isso, se a longo prazo esses canabinoides são eficazes para o Parkinson e o Alzheimer”, complementa o pesquisador.
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UFSC Curitibanos prepara catálogo com milhares de amostras de solo catarinense

29/02/2024 15:21

Caracterização vai impactar em benefícios ao agricultor, como a correta adubação da terra que será cultivada. Foto: divulgação

Tem biblioteca, videoteca, discoteca, brinquedoteca e até cinemateca – embora, convenhamos, algumas em desuso. Em breve também vai ter, pelo menos em Santa Catarina, a soloteca. Oriundo do grego Theke, teca significa um lugar de guardar, um depósito, receptáculo. Biblioteca é para livros; videoteca, vídeos; discoteca, discos; brinquedoteca, brinquedos; e soloteca, claro, solos.

Cofinanciado pela Bayer e com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa e Extensão Universitária (Fapeu) na gestão de recursos, o projeto de pesquisa Aplicação de modelos de aprendizagem via máquina de dados de sensoriamento proximal do solo, desenvolvido na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), está identificando e catalogando 6 mil amostras de solo catarinense originalmente coletadas pela Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) no programa Microbacias 2.

O projeto é apoiado pela Bayer por meio do programa Grants4Ag, uma iniciativa anual da empresa alemã que oferece financiamento e experiência a pesquisadores que desenvolvem novas soluções para a agricultura. A proposta inclui a redução de carbono na agricultura ao incentivar o aumento dos teores de matéria orgânica nos solos agrícolas.
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Estudo da UFSC na Nature traz de forma inédita os limites para se evitar colapso na Amazônia

14/02/2024 20:49

Vista de drone do Rio Amônia e floresta amazônica, no Peru (Foto: Andre Dib)

Uma abordagem inédita e holística sobre a resiliência da Floresta Amazônica desenvolvida por uma equipe de cientistas da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e de outras instituições é destaque na revista Nature, um dos periódicos científicos mais relevantes do mundo. A pesquisa faz uma revisão de dados completa e traça cenários a partir do mapeamento de cinco elementos de stress que afetam a região: o aquecimento global, a chuva anual, a intensidade da sazonalidade das chuvas, a duração da estação seca e o desmatamento acumulado. Além disso, aponta caminhos possíveis para uma mudança de cenário que possa evitar o colapso. A estimativa é de que, nos próximos 25 anos, de 10% a 47% da Amazônia possam chegar a um ponto de não retorno, com transições inesperadas na paisagem.

A pesquisa é liderada pelo cientista Bernardo Monteiro Flores, que faz pós-doutorado em Ecologia na UFSC, com supervisão da professora Marina Hirota, co-autora do estudo. Além deles, Catarina Jakovac, do Departamento de Fitotecnia, e Carolina Levis, do Programa de Pós-Graduação em Ecologia, também assinam o artigo, que conta com a autoria de cientistas renomados, incluindo um dos especialistas brasileiro em climatologia mais citados no mundo, Carlos Nobre.
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Técnica desenvolvida na UFSC pode transformar substância do Ipê Roxo em tratamento contra câncer

07/12/2023 13:10

Extraída do Ipê Roxo, molécula β-lapachona tem conhecidas propriedades anticancerígenas. Foto: Ojsandeus/Wikimedia Commons

Uma nova reação química, desenvolvida em um laboratório da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), pode transformar uma substância extraída de uma árvore nativa da América do Sul em um medicamento para tratamento de câncer. A pesquisa ainda está em fase inicial, mas os primeiros resultados são promissores. Realizado no Laboratório de Catálise Biomimética (Lacbio) em parceria com instituições da Inglaterra, de Portugal e da Espanha, o trabalho fez parte da tese de doutorado de Gean Michel Dal Forno, realizada no Programa de Pós-Graduação em Química sob orientação do professor Josiel Barbosa Domingos, e já rendeu uma menção honrosa no Prêmio Capes de Tese, duas publicações em revistas científicas internacionais e um registro de patente.

Com o objetivo de contribuir para o desenvolvimento de terapias contra o câncer que tenham menos efeitos colaterais que os tratamentos convencionais, os pesquisadores criaram uma nova metodologia de ativação de uma molécula chamada β-lapachona, encontrada no Ipê Roxo. A substância tem baixo custo de extração e conhecidas propriedades anticancerígenas, no entanto, não pode ser usada em sua forma natural. “Por que a β-lapachona nunca avançou em testes? Porque ela não ataca só a célula do câncer. Ela também ataca outras células do corpo humano, fazendo com que se tenha efeitos colaterais muito graves. Então não vale a pena usar ela como um fármaco”, comenta Gean. 

Por isso, foi preciso buscar uma maneira de fazer com que a β-lapachona afetasse somente as células do câncer. O primeiro passo foi desativar a molécula, transformando-a em um pró-fármaco, uma substância que entra no corpo de forma inativa, para ser ativada depois, em condições específicas – no caso dessa pesquisa, somente quando em contato com o tumor. “O que a gente faz é pegar essa molécula e fazer uma transformação química. Então, no laboratório, a gente desenvolve uma reação que vai fazer uma pequena alteração na estrutura e faz com que essa molécula deixe de ser um fármaco. Nesse caso, eu tenho pró-fármaco, que é um fármaco que foi modificado para perder sua atividade contra o alvo”, resume o pesquisador.
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Estudo da UFSC indica que consumo de juçara pode melhorar desempenho de atletas

28/11/2023 15:58

Parecido com o açaí, o fruto juçara é rico em substâncias bioativas e compostos antioxidantes. Foto: Vannuchi et al

Uma pesquisa desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Nutrição (PPGN) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) demonstrou que o consumo do fruto juçara tem efeitos antioxidantes e pode trazer benefícios para o desempenho de atletas. Os testes foram realizados com 20 ciclistas treinados e fizeram parte da tese de doutorado de Cândice Laís Knöner Copetti, orientada pela professora Patricia Faria Di Pietro, coordenadora do Grupo de Estudos em Nutrição e Estresse Oxidativo (Geneo), e coorientada pelo professor Fernando Diefenthaeler, do Programa de Pós-Graduação em Educação Física.

Nativa da Mata Atlântica, a juçara é um alimento parecido com o açaí em aparência e sabor. Altamente nutritivo, o fruto é rico em compostos bioativos (substâncias que não são essenciais para o funcionamento do corpo, mas fazem bem para a saúde), especialmente em antocianinas. 

“As antocianinas são pigmentos encontrados em vegetais, frutas e flores, responsáveis pelas cores vermelha, azul e roxa, e têm sido associadas a benefícios para saúde pelos seus efeitos antioxidantes”, explica Cândice. Outros estudos já indicaram que as antocianinas aumentam o fluxo sanguíneo durante o exercício, reduzem os efeitos dos mecanismos de fadiga e melhoram o consumo de oxigênio e o desempenho, especialmente de exercícios praticados por um longo período de tempo.
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Podcast apresenta legado de mulheres negras que fizeram e que fazem a história de SC

20/11/2023 14:01

Arte: Audrey Schmitz, sobre obra de Valda Costa

Neste 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, o podcast UFSC Ciência apresenta algumas das mulheres negras que fizeram e que fazem a história de Santa Catarina. Produzido pela Agência de Comunicação da Universidade Federal de Santa Catarina (Agecom/UFSC), o episódio Legado delas, fala sobre as trajetórias de sete mulheres que impactam a arte, a educação, a ciência e a política:

  • Antonieta de Barros (1901-1952) foi professora, jornalista e a primeira mulher negra a ser eleita deputada no Brasil;
  • Neide Maria Rosa (1936-1994) foi uma cantora de projeção nacional que deixou músicas que tratam de questões raciais, de exaltação ao samba e ao morro e de autoafirmação;
  • Valda Costa (1951-1993) foi enfermeira, cabeleireira, mãe e talentosa artista plástica que retratou a população dos morros de Florianópolis;
  • Jaqueline Conceição da Silva é pedagoga, mestre em educação, pesquisadora no doutorado em Antropologia da UFSC e empreendedora no Coletivo Di Jeje;
  • Maiara Gonçalves, doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Biologia de Fungos, Algas e Plantas da UFSC, pesquisa segurança alimentar e relação com as plantas na Comunidade Remanescente de Quilombo São Roque;
  • Tânia Ramos, além de ser a primeira vereadora negra da história de Florianópolis, já trabalhou em diversas funções na escola de samba Unidos da Coloninha, desde a costura até a presidência;
  • Tercília dos Santos é artista e uma das grandes referências em arte naïf no Brasil.

O episódio é uma produção das estudantes de Jornalismo e estagiárias da Agecom Letícia Schlemper e Suellen Lima. Ouça no site, pelo  Spotify ou em outras plataformas.

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Podcast Flash UFSC discute amor, paixões e relacionamentos

31/08/2023 14:01

Arte: Jalize Pinheiro Medeiros e Audrey Schmitz

A Agência de Comunicação da Universidade Federal de Santa Catarina (Agecom/UFSC) publicou nesta quinta-feira, 31 de agosto, o segundo episódio do podcast Flash UFSC. Intitulado Bad Romance, o podcast explica o porquê de nos relacionarmos com outras pessoas e o que acontece em nosso corpo quando nos apaixonamos. 

Quem ajuda a entender o que acontece nessas aventuras de dopamina, prazer e dor são a professora do Departamento de Filosofia da UFSC Maria de Lourdes Borges e a psiquiatra e professora do Departamento de Clínica Médica da UFSC Ana Maria Michels. O episódio foi produzido pelas estudantes de Jornalismo e estagiárias da Agecom Leticia Schlemper e Lethicia Siqueira.

A cada duas semanas, o Flash UFSC traz informações sobre ciência, cultura e arte em episódios de até sete minutos de duração. Ouça no site, pelo Spotify ou em outras plataformas.

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UFSC, MME e Cooperação Brasil-Alemanha inauguram usina de hidrogênio verde em SC

23/08/2023 15:05

Usina fica localizada no Sapiens Parque, em Florianópolis. Foto: divulgação

Já está em operação a primeira usina de Hidrogênio Verde de Santa Catarina, localizada no Laboratório Fotovoltaica da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), no Sapiens Parque, em Florianópolis. Considerado o combustível do futuro, por conta da forma sustentável como ocorre sua produção, o hidrogênio está sendo produzido no novo bloco do laboratório, que recebeu investimentos de R$14 milhões. O espaço será inaugurado nesta sexta-feira, 25 de agosto, às 10h30, com a participação de representante do Ministério de Minas e Energia (MME), da ministra-conselheira e chefe da Cooperação Brasil-Alemanha para o Desenvolvimento Sustentável, Petra Schmidt, e representantes da Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ), empresa alemã que implementa os projetos da Cooperação no Brasil.

Essa cooperação faz parte do Projeto H2Brasil, que integra a Cooperação Brasil-Alemanha para o Desenvolvimento Sustentável e é implementado pela GIZ em parceria com o MME. O objetivo do projeto é apoiar a expansão do mercado de hidrogênio verde (H2V) no país.

“O hidrogênio verde inaugura uma nova agenda de desenvolvimento econômico, social e ambiental no Brasil. O Programa Nacional do Hidrogênio (PNH2) é um marco fundamental na estratégia do Brasil para liderar a transição energética no mundo. Além de trazer mais segurança energética, uma produção mais limpa, com baixo teor de carbono associado, contribui para a redução das emissões de gases de efeito estufa, alinhando-se aos compromissos ambientais internacionais assumidos pelo Brasil”, afirmou o ministro Alexandre Silveira.
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UFSC lança novo podcast de ciência, cultura e arte

17/08/2023 14:46

Está no ar o primeiro episódio do Flash UFSC, o novo podcast da Agência de Comunicação da Universidade Federal de Santa Catarina (Agecom/UFSC). A cada duas semanas, a equipe de jornalistas e estagiários da Agecom trará informações sobre ciência, cultura e arte em episódios de até sete minutos de duração.

O primeiro episódio, produzido pelos estudantes de Jornalismo e estagiários da Agecom Leticia Schlemper e Robson Ribeiro, aborda os impactos do ChatGPT sobre a criatividade e a capacidade de aprendizagem humana e os riscos do avanço da inteligência artificial. Foram entrevistados Mauri Ferrandin, professor do Departamento de Engenharia de Controle, Automação e Computação do Campus de Blumenau, e Alberto Cupani, professor aposentado do Departamento de Filosofia e autor do livro “Filosofia da tecnologia: um convite”.

As razões para nos apaixonamos, o que está por trás do sumiço dos insetos, o uso da Cannabis na veterinária e o trabalho de artistas indígenas da UFSC são alguns dos assuntos que serão abordados nos próximos episódios.

Ouça no site, pelo Spotify ou em outras plataformas.

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Projeto da UFSC restaura vegetação das dunas da Joaquina, em Florianópolis

15/08/2023 17:28

Laís, Beatriz e Mariana realizando anotações sobre as plantas. Foto: Leticia Schlemper/estagiária de jornalismo/Agecom/UFSC

Duas horas da tarde, na Praia da Joaquina, em Florianópolis, três estudantes de Biologia realizam uma trilha nas dunas para investigar se as plantas da restinga têm sementes, quando florescem, quando frutificam, ou seja, para avaliar a fenologia das espécies. Com esses dados, é possível saber qual é o melhor período para realizar a coleta de sementes. O grupo realizou 35 saídas de campo, desde setembro de 2022 até final de junho de 2023. Coletou 12.607 sementes provenientes da restinga, e, a partir delas, foram preparadas 3.183 mudas. Essas saídas fazem parte do projeto de pesquisa Restaura Restinga, vinculado ao Laboratório de Ecologia de Invasões Biológicas, Manejo e Conservação (Leimac) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). O projeto tem como principal objetivo prover diretrizes para a restauração da vegetação de dunas frontais como forma de aumentar a resiliência de ecossistemas costeiros a eventos climáticos extremos.

Confira o vídeo do projeto no Instagram da UFSC

A estudante Laís Stein conta que a praia da Joaquina faz parte do Parque Natural Municipal das Dunas da Lagoa da Conceição, uma unidade de conservação de Florianópolis. Nesse mesmo lugar, entre 1960 e 1970, não se sabe a data ao certo, foi plantada uma espécie de eucalipto, com o objetivo de contenção das dunas. Porém, não é uma espécie típica da Restinga. “Além de ser uma espécie exótica com potencial invasor numa unidade de conservação, o que não é permitido por lei, ele também não cumpre o papel de contenção das dunas e descaracteriza toda a paisagem da Restinga”, afirma Laís. Com isso foi necessário tirar os eucaliptos da unidade de conservação. A estudante explica que eles levarão mudas nativas para a área, que serão plantadas no lugar dos eucaliptos. Nas saídas de campo, elas acompanham o que acontece com a vegetação após a retirada, se está regenerando, etc. 

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Pele descartada de procedimentos estéticos contém célula capaz de reparar tecidos lesionados

14/08/2023 13:15

Pesquisa desenvolvida na UFSC pode acelerar a recuperação de queimaduras e reduzir custos do SUS

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As células estromais mesenquimais reparam lesões profundas de tecidos. Foto: Ana Beatriz Quinto.

O que começa com uma lipoaspiração pode terminar diminuindo custos do Sistema Público de Saúde. Na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), a professora Andrea Trentin, do Departamento de Biologia Celular, Embriologia e Genética, pesquisa células presentes em sobras de pele de cirurgias plásticas – elas promovem uma cicatrização mais rápida de lesões profundas, como as queimaduras. Obtidas em parceria com o Hospital Universitário, são gorduras descartadas de procedimentos como bariátrica e lifting facial.

Casos graves de tecidos queimados ocasionam alto custo financeiro ao SUS. Um dos procedimentos é o autoenxerto, que retira tecido de uma área sadia do paciente e o aplica na camada mais fina da pele, a epiderme.

O projeto desenvolvido por Trentin e sua equipe pretende acelerar esse processo. Para isso, pesquisam como recuperar as células de pele ainda na primeira etapa da queimadura. “Não elimina a necessidade do autoenxerto”, explica, “mas promove uma regeneração mais rápida e de melhor qualidade”. A alternativa é útil principalmente para quadros nos quais a lesão é muito extensa e profunda.
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Pesquisadores da UFSC recriam perfume de Cleópatra

18/07/2023 13:56

Exposição do laboratório Quimidex traz curiosidades sobre o mundo das fragrâncias

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Material de trabalho de um perfumista. Foto: Crizan Izauro.

Letra imortalizada pelo grupo de axé É O Tchan, a famosa “mistura do Brasil com Egito”, se resultasse em um insumo, não seria outro senão o perfume. Isso porque Cleópatra e a população brasileira compartilham da mesma paixão. O apreço por aromas tornou o país o segundo maior mercado consumidor de fragrâncias, atrás apenas dos Estados Unidos, conforme divulgado pela empresa de consultoria Euromonitor International. Já a rainha, conhecida pelo fascínio por essências aromáticas, elegeu o perfume mendesiano como um de seus preferidos – o nome remete à cidade de Mendes, no Antigo Egito.

Mais de 3 mil anos depois, cientistas alemães recriaram e divulgaram os ingredientes da loção de Cleópatra. Composta por canela, óleo de balanos, resinas e mirra, a fórmula também foi replicada pela equipe do laboratório Quimidex, grupo de extensão e pesquisa vinculado ao Departamento de Química da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

O perfume da rainha do Egito é apenas uma das curiosidades que você pode conhecer (e sentir!) na exposição permanente “A química dos perfumes”, localizada no térreo do bloco Espaço Físico Integrado (EFI) e aberta à comunidade acadêmica e geral. Na visita interativa, integrantes do laboratório explicam desde a história das fragrâncias até processos químicos que levam à extração de óleos essenciais. E prepare-se para sair de lá com o olfato aguçado: visitantes são convidados a experimentar os diversos odores que compõem as famílias aromáticas.

Para agendar a sua visita, entre em contato com o Quimidex pelo e-mail quimidex.visitas@gmail.com ou no telefone (48) 3271-4460. O laboratório também oferta oficinas temporárias sobre tingimento, história do fogo e ensino de química, entre outros temas. Mais informações no site.

A seguir, você conhece um pouco sobre os cinco módulos da exposição.

De Cleópatra a inteligência artificial

Com origem no latim, a palavra perfume significa fumaça e está associada à descoberta do fogo, quando deuses eram homenageados através da queima de vegetais perfumados. No entanto, os aromas não ficaram restritos aos rituais religiosos. Já no Egito, há cerca de 3 mil anos antes de Cristo, fragrâncias se popularizaram para uso pessoal na forma de águas perfumadas, óleos essenciais e incensos.

Aperfeiçoada por novas técnicas de extração desde os gregos, a arte da perfumaria chega aos dias atuais contando até mesmo com o uso de inteligência artificial. “Empresas têm usado essa ferramenta para encontrar tendências e novas combinações de notas que perfumistas às vezes não pensam”, explica Anelise Regiani, professora do curso de Química da UFSC e uma das coordenadoras do Quimidex. Mas, embora seja de uso constante nas casas de perfumaria, a inteligência artificial não substitui o trabalho humano. “No final, tudo passa pelo nariz do perfumista”.

Paixão nacional

O Brasil é o segundo maior mercado consumidor de perfumes em termos de valores monetários, afirma Regiani. “Mas quem é da área acredita que, em termos de unidade comercializada, a gente bate o primeiro lugar”. Segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos, o setor movimentou US$ 1,5 bilhão em 2022, com alta nas importações e exportações.

Diversidade de fragrâncias brasileiras são reflexo de um mercado em expansão. Foto: Dairan Paul

É a formação cultural do país que explica tamanha paixão pelos aromas. O hábito do banho, por exemplo, é uma herança dos povos originários indígenas, detentores de amplo conhecimento sobre o uso de ervas na higiene pessoal. Já a cultura africana advinda dos negros escravizados utilizava plantas aromáticas em ritos religiosos, com fins de purificação e cura de doenças.

Desse cruzamento histórico resulta o fascínio brasileiro por borrifar o corpo, a roupa e a casa com os mais diversos aromas. “Gostamos de pôr perfume em tudo, até no inseticida”, ri a coordenadora do Quimidex. O costume mantém pujante a indústria, já que 90% dos consumidores brasileiros compram perfumes nacionais, indica o Sebrae.

Quem se aventurar pela exposição do Quimidex também poderá sentir o cheiro de diferentes matérias-primas da Amazônia. Que tal provar a fragrância amadeirada da priprioca? O adocicado do cumaru, conhecida como a baunilha brasileira? Ou então o óleo essencial de pau-rosa, que serve de ingrediente para o famoso perfume francês Chanel Nº 5?

Cheiro de vó

Além de conhecer a história do perfume no Brasil, visitantes serão apresentados a fragrâncias internacionais e vão ter uma prova das notas que compõem nossas famílias olfativas – como a cítrica e a floral. Também entenderão de que forma a gordura pode ser utilizada para extrair os óleos essenciais de pétalas de rosa, a partir da técnica de enfleurage.

Outro módulo dedica-se a explicar os processos bioquímicos do olfato. Quem nunca ouviu que certos odores têm “cheiro de vó”? Alguns aromas trazem lembranças de pessoas ou lugares por conta da memória olfativa, resultado da poderosa conexão entre cérebro e olfato.

Sobre o Quimidex

A equipe do Quimidex está pronta para receber visitantes e contar a história dos perfumes. Foto: Crizan Izauro.

Em atividade há mais de 20 anos, o Quimidex atua como um laboratório de divulgação científica. Alunos de graduação do curso de Química da UFSC, entre bolsistas e voluntários, são responsáveis por conduzir visitantes durante a exposição “A química dos perfumes”. O projeto também oferece oficinas e exposições temporárias, todas abertas a qualquer pessoa interessada, com visitas agendadas.

 

Contato:

Universidade Federal de Santa Catarina,
Espaço Físico Integrado,
Trindade, Florianópolis, SC, CEP 88040-900.
quimidex.visitas@gmail.com
Tel: (48) 3271-4460

 

Dairan Paul | Estagiário de jornalismo / Núcleo de Apoio à Divulgação Científica

Edição: Denise Becker / Núcleo de Apoio à Divulgação Científica

Tags: Anelise RegianiaromaCentro de Ciências Físicas e MatemáticascheirocleópatraDepartamento de QuímicaDivulgação Científicaé o tchanEgitoenfleurageexposiçãomemória olfativaNúcleo de Apoio a Divulgação CientíficaperfumariaperfumeUFSCUFSC CiênciaUniversidade Federal de Santa Catarina

DIVULGA UFSC – 14/07/2023 – Edição 2070

14/07/2023 14:40

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Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) | www.divulga.ufsc.br – 14/07/2023 – Edição 2070
Permanência estudantil ganha com modernização do acesso ao RU, novo auxílio e políticas inclusivas
A equipe de gestão da Reitoria completou um ano à frente da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) no dia 5 de julho. Desde então, processos relacionados à permanência e à inclusão de estudantes se converteram em ações no primeiro ano da atual gestão da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). A Universidade está construindo uma política de permanência com os estudantes e os coletivos de grupos historicamente vulnerabilizados e discriminados. Continue a leitura >>.


Professores da UFSC são homenageados em celebração de 122 anos de Antonieta de Barros
Professores da UFSC foram homenageados pela Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc) por promoverem o legado e a memória da deputada Antonieta de Barros. Foram condecorados a vice-reitora da UFSC, Joana Célia dos Passos, a secretária de Cultura, Arte e Esporte da Universidade, Eliane Debus, e o ex-vereador e professor aposentado do Departamento de Arquitetura e Urbanismo Lino Peres. Continue a leitura >>.
Projeto da UFSC Curitibanos trabalha para restauração de 302 hectares de Mata Atlântica
Uma iniciativa que prevê, entre outras ações, a restauração de 302 hectares de Mata Atlântica em áreas do Meio-Oeste e do Planalto Catarinense começou a ganhar ritmo há alguns dias. A atividade faz parte do projeto Restauração Ecológica da Floresta Ombrófila Mista (Reforma), idealizado por professores do Centro de Ciências Rurais (CCR), do Campus de Curitibanos. O projeto prevê a construção do Centro Reforma, obra iniciada em junho. Continue a leitura >>.

 


Extensão

 

Programa ‘Empoderando-se: saúde e segurança feminina’ ensinará autodefesa para mulheres

O projeto de extensão “Empoderando-se: Saúde e Segurança Feminina” se propõe a ensinar técnicas de autodefesa para mulheres, fortalecimento físico e psicológico, buscando elevar a autoestima, a retomada da dignidade, o bem-estar emocional e o equilíbrio da saúde mental. O projeto tem aulas ministradas pelo professor de artes marciais Sérgio Raulino e participação de convidadas externas. As inscrições são gratuitas e devem ser feitas neste link até 2 de agosto. Serão oferecidas 40 vagas, exclusivas para mulheres (cis e trans) entre 18 e 70 anos, da comunidade interna e externa à UFSC. Continue a leitura >>.

 

Curso ‘Introdução ao pensamento computacional com programação em blocos visuais’ recebe inscrições

Estão abertas, até 31 de julho, as inscrições para o curso “Introdução ao pensamento computacional com programação em blocos visuais“. O programa tem duração de 60 horas e as aulas serão em formato híbrido, com encontros presenciais e remotos. A atividade é organizada pelo curso de graduação em Tecnologias da Informação e Comunicação, localizado no Campus Araranguá da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Continue a leitura >>.

 

 


 

Ensino


Inscrições abertas para programa de intercâmbio na Universidade de Hradec Králové, na República Tcheca

A Secretaria de Relações Internacionais (Sinter) informa que estão abertas as inscrições para intercâmbio pelo Programa de Mobilidade UFSC – UHK 2024, conforme o Edital 10 SINTER 2023. A ação é destinada a estudantes de graduação dos cursos de Relações Internacionais, Ciências Sociais, Filosofia, História, Arquivologia e Serviço Social da UFSC que tenham interesse em aprofundar seus conhecimentos por meio de intercâmbio acadêmico na Universidade de Hradec Králové (UHK), na República Tcheca, no primeiro semestre de 2024. Continue a leitura >>.

 


 

Gestão


Chamada Pública de redistribuição de docentes para a UFSC recebe inscrições

O Departamento de Desenvolvimento de Pessoas, vinculado à Pró-Reitoria de Desenvolvimento e Gestão de Pessoas da Universidade Federal e Santa Catarina (DDP/Prodegesp/UFSC) divulga a Chamada Pública de Redistribuição da carreira de Professor do Magistério Superior. Servidores federais poderão manifestar o interesse em ser redistribuído para a UFSC inscrevendo-se pelo formulário on-line até as 17h59 do dia 4 de agosto. Continue a leitura >>.


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DIVULGA UFSC – 10/07/2023 – Edição 2066

10/07/2023 14:08

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Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) | www.divulga.ufsc.br – 10/07/2023 – Edição 2066
Dia Nacional da Ciência: universidades e institutos públicos catarinenses têm mais de 4 mil pesquisas

Quase todas as coisas que nos rodeiam são resultado do esforço humano de compreensão e criação. De vacinas a tratamentos inovadores em saúde, de carros autônomos a painéis de energia solar, tudo nasceu da necessidade de aprimoramento da vida em sociedade aliada à curiosidade de entender nosso mundo. E quem mais busca por respostas através do desenvolvimento científico no Brasil são as instituições públicas de ensino. Juntas, elas respondem por 95% de toda a produção científica nacional, conforme a Academia Brasileira de Ciências. Em Santa Catarina, as universidades e os institutos públicos conduzem atualmente 4.329 pesquisas em diversas áreas do conhecimento – são 907 grupos em 48 campi. Essas produções nos chegam como respostas à busca por inovação e qualidade de vida em nosso estado e nosso país e são motivos de celebração no Dia Nacional da Ciência e do Pesquisador Científico, comemorado no último sábado, 8 de julho. Continue a leitura >>.


Hospital Universitário participa de registro inédito de pacientes com Hipertensão Arterial Pulmonar

A construção e a análise de uma inédita base de dados de pacientes com Hipertensão Arterial Pulmonar (HAP) no Brasil, mudanças de protocolos assistenciais e de ensino e a possibilidade de maior sobrevida desses pacientes são alguns dos benefícios do Registro Sul-Brasileiro de Hipertensão Pulmonar (Resphirar), colaboração conjunta de nove centros especializados da região, incluindo o HU-UFSC. Continue a leitura >>.

Encontro na UFSC discute políticas culturais nas instituições públicas de ensino superior

O encontro do Pré-Fórum Catarinense de cultura será realizado na Igrejinha da UFSC nesta terça-feira, 11 de julho, às 14h, com o intuito de aproximar gestores e gestoras da cultura das Instituições Públicas de Ensino Superior (IPES) de Santa Catarina. O evento reunirá docentes e técnicos atuantes em ações artístico-culturais públicas.  Continue a leitura >>.



Ensino


Aberta consulta pública externa sobre a oferta de novos cursos na UFSC Blumenau

O Campus de Blumenau da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) lançou uma consulta pública externa sobre a oferta de novos cursos. Qualquer pessoa pode participar e opinar sobre quais cursos de graduação o campus deveria ofertar no futuro. A consulta ficará aberta até 31 de julho. Esta é a última etapa do processo de consulta sobre a abertura de novos cursos. Antes disso, já foram realizadas uma consulta interna, voltada para estudantes e servidores do campus, e duas audiências, uma interna e outra externa na Câmara de Vereadores de Blumenau. Também já foram aplicados formulários aos estudantes do ensino médio da rede pública e também aos dirigentes do setor produtivo da região. Continue a leitura >>.

 

 


Ingresso


Pós-Graduação em Bioquímica da UFSC está com inscrições abertas para Mestrado

O processo seletivo para o mestrado do Programa de Pós-Graduação em Bioquímica (PPGBQA) da UFSC está com inscrições abertas até as 18h de 25 de julho. São ofertadas 16 vagas. Dessas, são asseguradas até quatro vagas para candidatos pretos e pardos, para indígenas ou quilombolas; e uma vaga para candidatos beneficiário do Programa Universidade para Todos (Prouni) do Governo Federal ou beneficiário de bolsa de estudo voltada a estudantes de graduação da rede pública de Ensino Superior em situação de vulnerabilidade socioeconômica. Também serão asseguradas até duas vagas para candidatos com deficiência. Continue a leitura >>.

 


 

Extensão


Projeto Rondon está com inscrições abertas para operação em Sergipe

A Pró-Reitoria de Extensão (Proex) recebe, até 21 de julho, as inscrições para a seleção de estudantes de graduação que queiram participar da operação Mangabeiras do Projeto Rondon, que será realizada de 18 de janeiro a 4 de fevereiro de 2024, em Sergipe. São ofertadas doze vagas, sendo oito titulares, para participar da operação, e quatro suplentes. Os interessados devem apresentar uma proposta de trabalho com um diagnóstico da região da operação e duas propostas de atividades ou oficinas referentes às necessidades observadas no diagnóstico. Continue a leitura >>.

 

UFSC oferta curso online de Manejo de Animais de Laboratório

A décima edição do Curso de Manejo de Animais de Laboratório para Iniciação Científica está com inscrições abertas. Totalmente online e gratuita, a capacitação é aberta a todo o público e atende às exigências da Comissão de Ética no Uso de Animais da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) para alunos de graduação que vão iniciar pesquisa em vertebrados. As atividades podem ser concluídas até 31 de dezembro de 2023. Os participantes terão direito a certificado de 45 horas. Continue a leitura >>.

 


Cultura


Antonieta de Barros é tema de mostra de cartazes na UFSC nesta terça

Celebrando o aniversário da jornalista, professora e política Antonieta de Barros, que nasceu no dia 11 de julho de 1901, o Centro de Cultura e Eventos da UFSC recebe nesta terça-feira, 11 de julho, das 11h às 17h, a I Mostra de Cartazes Antonieta de Barros. A ação é resultado de um edital que selecionou projetos coordenados por educadores ou integrantes do corpo técnico-pedagógico de escolas catarinenses. Os cartazes foram confeccionados por estudantes de escolas de Educação Infantil, Ensino Fundamental, Ensino Médio, Educação de Jovens e Adultos e de projetos sociais. Continue a leitura >>.

 


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Pesquisa da UFSC destaca potencial de um anti-inflamatório com menos efeitos colaterais

05/07/2023 14:20

Pesquisa fez parte da tese de doutorado de Priscila Laiz Zimath. Foto: arquivo pessoal

Um estudo realizado por cientistas da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) mostra de forma inédita o potencial para um novo tipo de uso de um medicamento já conhecido. O furoato de mometasona é um anti-inflamatório da classe dos corticoides, muito utilizado para o tratamento de doenças respiratórias, como rinite e asma, e problemas na pele, como dermatites – sempre com aplicação local, em forma de sprays nasais, cremes ou pomadas. Pela primeira vez, contudo, pesquisadores demonstraram a possibilidade de seu uso por via oral ou por injeção, de forma que seja absorvido pelo intestino e se espalhe pelo corpo. 

Realizados em células e animais, os estudos indicam que ele pode ser uma boa opção para o tratamento de inflamações intestinais, por exemplo, apresentando os mesmos benefícios e menos efeitos colaterais que outros corticoides. O trabalho envolveu também o uso de nanotecnologia e teve seus resultados publicados em dois artigos, nas revistas internacionais Biochemical Pharmacology e Drug Delivery and Translational Research.

Ação anti-inflamatória X efeitos colaterais

Antes de falar sobre os detalhes da pesquisa, é preciso explicar que os corticoides são medicamentos bastante usados para tratamento de inflamações, alergias, em contextos de imunossupressão e após transplantes, por exemplo. São fármacos bem consolidados e seguros, quando seguidas as recomendações médicas. O problema é que, quando usados por muito tempo, ou em doses elevadas, eles causam uma série de efeitos colaterais, podendo levar até ao diabetes e a dislipidemias (distúrbios relacionados ao aumento de gordura no sangue, incluindo a elevação do colesterol e de triglicerídeos). Em alguns casos, os problemas são irreversíveis.
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Tags: Ciências FisiológicascorticoidesfarmacologiaLaboratório de Investigação de Doenças CrônicasUFSCUniversidade Federal de Santa Catarina

Pesquisadores da UFSC participam do ‘Pint of Science 2023’ de 22 a 24 de maio

15/05/2023 11:48

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O evento mundial de divulgação científica que une cientistas de diversas áreas e pessoas interessadas em ciência para conversar em bares ou cafés chega a Florianópolis nos dias 22 a 24 de maio, com a participação de pesquisadores da UFSC. O Pint of Science busca levar a divulgação científica a lugares descontraídos e fazer isso com uma linguagem simples, de modo a envolver toda a comunidade no desenvolvimento da ciência.

Ocorrendo simultaneamente, em diversos países e cidades, no Brasil o Pint of Science estará em 123 cidades, entre elas, Florianópolis. Participam desta edição local pesquisadores e acadêmicos vinculados à UFSC e outras instituições, de diversas áreas do conhecimento, e temas variados, de acordo com as descobertas recentes das suas pesquisas. Os encontros ocorrem ao mesmo tempo, nos bares Centro Social da Cerveja (CSC) e Boteco Bacana, das 19 às 22h.

O evento é organizado pela Pint of Science Brasil, pelo Instituto Brasileiro de Inteligência Emocional e Social (Ibies), e localmente pela UFSC e IFSC.
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Tags: Divulgação CientíficaPint of ScienceUFSCUniversidade Federal de Santa Catarina

Violência nas escolas é tema do novo vídeo da série ‘UFSC Explica’

28/04/2023 08:01

Nesta sexta-feira, 28 de abril, Dia Mundial da Educação, a Agência de Comunicação da Universidade Federal de Santa Catarina (Agecom/UFSC) publicou um novo episódio da série de vídeos UFSC Explica, com o tema Violência nas escolas. As manifestações da violência no contexto escolar, o aumento do número de ataques nos últimos anos e os caminhos para enfrentar o problema são abordados por três pesquisadores, de diferentes áreas do conhecimento. A ação faz parte da programação do Dia pela Paz e pelo Desarmamento nas Escolas, organizado pela UFSC, pelo Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) e pelo Instituto Federal Catarinense (IFC).

Os professores Apoliana Groff, Letícia Cesarino e Marcelo Simões Serran de Pinho, dos departamentos de Psicologia, Antropologia e Sociologia e Ciência Política, respectivamente, falam sobre os múltiplos fatores envolvidos no problema. Entre os aspectos discutidos, estão a precarização das escolas, o papel da mídia e das plataformas de redes sociais, o funcionamento dos grupos de radicalização online, o perfil dos autores de ataques e as falsas soluções, que tratam apenas das consequências e não das causas da violência.
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Tags: UFSCUFSC ExplicaUniversidade Federal de Santa Catarinaviolência nas escolas

Que efeitos as queimadas em Santa Catarina têm sobre os peixes e a vida humana?

27/04/2023 16:18

Pesquisa desenvolvida no Laboratório de Biodiversidade Aquática da UFSC investiga o impacto do fogo e das cinzas na vida aquática e de seres humanos 

Para ler a reportagem especial em formato multimídia, clique aqui.

Foto: Reuters/Amanda Perobelli

 

Somente em 2022, Santa Catarina teve 1.360 focos de incêndio ativos de fogo, sendo agosto o mês de maior incidência, segundo levantamento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). No Brasil, as queimadas são um problema constante: entre 1986 e 2020, segundo dados do projeto MapBiomas, uma área de 1,67 milhões de km² do país sofreu com o fogo: esse tamanho é maior do que a extensão dos países da Noruega, Finlândia e Islândia junto.
Em dados locais, Santa Catarina também é bastante afetada. O Parque Estadual do Rio Vermelho, por exemplo, possui uma unidade de conservação de proteção integral, que sofreu constantemente com queimadas nos últimos anos. Em abril de 2020, um incêndio chegou a comprometer 240 hectares do parque.

Enquanto os efeitos do fogo e das cinzas residuais sobre o solo e os organismos terrestres começam a ser mais amplamente explorados, ainda é limitado o número de estudos que avaliam como a biodiversidade do ambiente aquático responde à ocorrência de fogo e à chegada das cinzas à água. “Ano após ano, o ser humano tem registrado números recordes de incêndios, em áreas queimadas cada vez maiores, e eu sempre penso: essa quantidade imensa de cinzas que é gerada uma hora vai chegar no ambiente aquático, seja por ação da chuva ou do vento”, explica o professor Bruno Renaly Souza Figueiredo, do departamento de Ecologia e Zoologia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Aprovado no edital de chamada pública de 2021 da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (FAPESC), no programa de jovens projetos, o professor conseguiu os primeiros recursos para dar início à pesquisa: “Impacto do fogo e das cinzas sobre a biodiversidade na água doce: respostas dos peixes, dos anfíbios e dos microinvertebrados e macrófitas ao distúrbio”.

4 impactos das queimadas em Santa Catarina

As queimadas naturais ocorrem em áreas secas, predominantemente em clima árido ou semiárido. O estado de Santa Catarina está localizado em uma região historicamente chuvosa e úmida, entretanto, os períodos de estiagem no estado estão cada vez mais longos e com o registro de temperaturas cada vez mais elevadas. Como resultado a vegetação resseca, e o fogo tem mais chance de ocorrer e de se propagar, atingindo vastas áreas.

Aliado a isso, o ser humano tem provocado  uma maior quantidade de incêndios, de maneira deliberada ou acidental, tais como a queimada ilegal realizada para supressão da vegetação e limpeza de áreas, o fogo ateado na agricultura para facilitar a colheita ou na preparação do solo para a semeadura, e até mesmo após a queda de fios de transmissão de eletricidade alta tensão sobre a vegetação seca. Seja qual tenha sido a origem do fogo, ela terá consequências negativas para a biodiversidade dos ambientes terrestres e aquáticos, e mesmo para o ser humano.

1. O estado já registrou 124 focos ativos de fogo em 2023

Segundo os dados do INPE detectados por satélite, Santa Catarina registrou no total 124 focos ativos de fogo nos últimos três meses: 35 em janeiro e fevereiro, e 54 em março. Isso provavelmente se deve às mudanças climáticas que tem levado a estações secas mais longas e com o registro de temperaturas mais elevadas. Mas certamente, também está relacionada com o uso do fogo na agricultura: “É uma prática agrícola muito comum no Brasil, inclusive existe uma lei para proibi-la, mas ela ainda ocorre”, esclarece o professor Bruno Figueiredo. 

Os prejuízos das queimadas envolvem a retirada de nutrientes fundamentais do solo para o crescimento das plantas, desencadeamento de processo erosivo, aumento da liberação de dióxido de carbono e até mesmo a destruição de habitats naturais.

2. As cinzas do fogo prejudicam a biodiversidade aquática

 

O principal objetivo da pesquisa desenvolvida no Laboratório de Biodiversidade Aquática (LABIAQ) é investigar como as cinzas oriundas das queimadas afetam diretamente a biodiversidade em rios e riachos. As cinzas podem chegar até a água, principalmente por ação da chuva, que lava o solo e pode carrear as cinzas, e pelo vento.

O professor comenta que a cinza pode matar: “a literatura científica tem revelado que as cinzas são uma substância complexa constituída por componentes químicos, como os hidrocarbonetos policíclicos aromáticos e metais pesados, com potencial mutagênico e cancerígeno, que compromete a potabilidade da água para consumo humano, leva a uma grande mortandade de peixes, e reduz as contribuições da natureza para as pessoas.” 

Ilustração que mostra o impacto das cinzas tanto na vegetação, quanto na biodiverside de águas continentais, realçando que organismos grandes, como peixes e mesmo a microbiota aquática pode ser extinta após a ocorrência de incêndios. Arte: Lorenzo Driessen Cigogini

3. Causa a morte de peixes – e o desaparecimento de espécies nativas

Resultados preliminares do estudo do professor Bruno mostram que, em experimentação laboratorial, as espécies nativas de peixes presentes em rios e riachos são mais impactadas que as espécies exóticas invasoras. Esse resultado indica que a chegada de cinzas na água após um incêndio provoca a morte dos peixes nativos, mas não impacta fortemente as espécies exóticas invasoras, ameaçando a conservação da biodiversidade nativa. 

O professor Bruno Renaly Souza Figueiredo é graduado em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), e mestre e doutor pela Universidade Estadual de Maringá (UEM). (Foto: Ana Quinto)

O professor explica que “geralmente, as espécies exóticas que são introduzidas nos rios e riachos do Brasil, são espécies nativas de outras regiões que possuem uma maior tolerância a alterações nas características ambientais”. O professor exemplifica que “a tilápia, por exemplo, é nativa do rio Nilo no Egito, e é muito resistente, e essa é uma das razões pela qual as pessoas a introduziram no Brasil”. Dessa maneira, como as espécies invasoras sobrevivem, elas começam a se reproduzir, e reduzem as chances das nativas retornarem ao ambiente.

4. As cinzas causam células tumorais nos peixes

“A gente verificou um resultado intrigante, que é o número de células com alterações genética em peixes expostos às cinzas. Para mim, isso acendeu uma luz de alerta importante: pois se as cinzas tem a capacidadede impactar os peixes, elas também pode fazer o mesmo com o ser humano que ingere uma água contaminada com partículas de cinzas ou ainda que se alimente de um peixe que viveu nessa água contaminada”, explica o professor Bruno. A acumulação de metais pesados e a presença de componentes mutagênicos, e potencialmente também cancerígenos, nos peixes tem impactos ainda incertos sobre os indivíduos que consomem esses animais contaminados. Futuras pesquisas no laboratório coordenado pelo prof. Bruno irá investigar esse tema.

A importância do estudo desenvolvido é fundamental para entender de que maneira as cinzas interferem na biodiversidade aquática e como esses fatores chegam até nós: “pode ser que os metais pesados nos tecidos dos peixes acabem também sendo acumulado por quem se alimenta dos peixes dessa região contaminada por cinzas”, esclarece.

Para expandir a pesquisa, é necessário financiamento

A primeira etapa da pesquisa será finalizada em novembro de 2023: o projeto, atualmente, conta com o trabalho de dois bolsistas de iniciação científica da UFSC, três estudantes extensionistas, um mestrando e dois doutorandos. As saídas de campo promovidas pelo grupo buscam capturar os organismos que vivem em rios e riachos do estado de Santa Catarina, para realizar os estudos experimentais que analisam a toxicidade das cinzas sobre a biodiversidade de água doce. Com três estudos planejados, o objetivo é analisar a ecotoxicidade nos peixes invertívoros (aqueles que se alimentam de invertebrados); nas espécies nativas e invasoras de girinos; e na dinâmica populacional de microinvertebrados. 

O grupo de pesquisa realizando estudo de campo para as abordagens experimentais (foto: Arquivo pessoal)

 

Além do caráter científico, a pesquisa possui pretende envolver também a comunidade escolar e a sociedade civil: “Além da divulgação dos resultados para órgãos ambientais, a gente vai fazer esse trabalho em escolas, para realizar uma educação ambiental sobre as consequências ambientais do uso do fogo e geração cinzas para a biodiversidade que vive na água e mesmo para o ser humano”.

Também está prevista a realização de um workshop específico para gestores públicos da área ambiental, para apresentação dos resultados das pesquisas que avaliaram os impactos das cinzas sobre a biodiversidade e os riscos potenciais à saúde humana. “No nosso projeto, temos servidores do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), até para termos essa conversa com o poder público e o órgão de proteção ambiental”.

Com a conclusão do edital da FAPESC, o grupo de pesquisa busca um novo aporte para continuar a realizar os trabalhos. Em uma segunda etapa, seria possível aprofundar os estudos por meio da aquisição de equipamentos apropriados para análises mais específicas. Atualmente, a pesquisa só tem conseguido êxito porque o laboratório de biodiversidade aquática da UFSC tem feito cooperação com outros laboratórios da UFSC, de outras Universidades Públicas do país (como UFPR, UFSCAR e UEM) e do exterior (como Universidade de Aveiro, em Portugal e Rhodes University, na África do Sul), viabilizando a condução da atual pesquisa.

Entretanto, é importante o fortalecimento do laboratório na UFSC, para que a equipe possa, de maneira independente, analisar os efeitos da presença de poluentes na água, como as cinzas para a potabilidade da água e os organismos que nela vivem: “no momento, a gente tem estudado as cinzas de queimadas, mas as cinzas podem ser geradas a partir de outros processos, como resíduo na produção de carvão, que é uma atividade localmente importante.” Assim, pesquisas podem ser realizadas para entender o principal dano relacionado as cinzas de carvão, com o objetivo de reduzir o impacto ambiental, aliando economia e ecologia.

Sobre o pesquisador

Bruno Renaly Souza Figueiredo é professor do Departamento de Ecologia e Zoologia (ECZ) da Universidade Federal de Santa Catarina. É graduado em Ciências Biológicas, e mestre e doutor pelo programa de Pós-graduação em Ecologia de ambientes aquáticos continentais. Suas pesquisas envolvem estudos de ecotoxicologia aquática, levantamento de biota aquática, dinâmica de cadeias tróficas, e mais. Contato: Bruno.figueiredo@ufsc.br.

 

 

 

Ana Beatriz Quinto | Estagiária de jornalismo / Núcleo de Apoio à Divulgação Científica

Rafaela Souza | Estagiária de design / Núcleo de Apoio à Divulgação Científica

Edição: Denise Becker | Núcleo de Apoio à Divulgação Científica (NADC-UFSC)

Tags: jornalismo científicoNADCpesquisaqueimadasUFSCUniversidade Federal de Santa Catarina

Mulheres na Ciência: vídeos apresentam trabalhos de pesquisadoras premiadas

27/04/2023 14:54

A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) publicou, em seu canal no Youtube, os vídeos da série Traduzindo Ciência Especial Mulheres na Ciência com seis das vencedoras do Prêmio Mulheres na Ciência 2021Produzidos pela Agência de Comunicação (Agecom) e pela TV UFSC, os vídeos apresentam os estudos de professoras de diferentes áreas do conhecimento.

Christiane Fernandes Horn foi a primeira entrevistada. Ela foi responsável pela implantação de projetos de pesquisa inovadores no Departamento de Química. Seus estudos, realizados em parceria com diferentes departamentos da Universidade e de outras instituições, envolvem a síntese de moléculas em laboratório e a análise de suas atividades biológicas, que incluem propriedades antioxidantes e a capacidade de combater bactérias, protozoários e até o desenvolvimento de tumores. Os trabalhos já lhe renderam o depósito de nove pedidos de patente e podem, futuramente, colaborar para o desenvolvimento de novos medicamentos e possibilidades de tratamento para uma série de doenças.
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Tags: AgecomMulheres na Ciênciaprêmio mulheres na ciênciaPrêmio Mulheres na Ciência 2021Traduzindo ciênciaTV UFSCUFSCUniversidade Federal de Santa Catarina