Santa Catarina pode ser modelo para os outros estados no controle de bactérias do tipo MRSA

10/10/2022 08:50

Pesquisadora da UFSC está coordenando um projeto para estudar a Staphylococcus Aureus resistentes a Meticilina (MRSA)

 

A microbiologista Fabienne Ferreira estuda MRSA desde a sua graduação (Foto: Rafaella Whitaker)

 

A resistência das bactérias aos antibióticos é um grande desafio para a saúde pública no mundo. Uma dessas bactérias é Staphylococcus aureus resistentes à Meticilina, conhecida pela sigla MRSA. Apesar de serem organismos comensais, ou seja, que interagem com o ser humano sem causar doença, em algumas situações, o desequilíbrio da relação dessa bactéria com o hospedeiro pode ser prejudicial à saúde. O estudo conduzido por Fabienne Antunes Ferreira, microbiologista e pesquisadora da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), busca entender essas interações entre o organismo humano e esses patógenos, mais especificamente no estado de Santa Catarina.

O objetivo do estudo é entender por que em Santa Catarina a incidência dessas bactérias resistentes a antibióticos parece ser menor em comparação com outros estados do país. No Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Paraná, cerca de 30 a 60% de Staphylococcus aureus são MRSA. No entanto, em Santa Catarina, essa taxa reportada foi de 2 a 8%. “Talvez, Santa Catarina possa ser um modelo futuro para inibir o crescimento dessas bactérias, já que aqui é naturalmente inibido de alguma forma”, explica a pesquisadora.
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Pesquisa busca entender processos envolvidos na metástase e no reaparecimento de cânceres

18/07/2022 16:07

Células tumorais que se disseminam para a medula óssea sobrevivem mesmo após o tratamento quimioterápico e podem levar ao reaparecimento da doença. Foto: National Cancer Institute/Unsplash

Em seu novo projeto de pesquisa, o professor do Departamento de Microbiologia, Imunologia e Parasitologia (MIP) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) Edroaldo Lummertz da Rocha procura compreender o processo de metástase do câncer de mama para a medula óssea e como se dá seu envolvimento no reaparecimento do tumor mesmo muitos anos após o tratamento com sucesso do tumor primário. O trabalho, que pode colaborar para o desenvolvimento de novas terapias que reduzam a propensão de reaparecimento de tumores, foi um dos dez selecionados na quinta chamada pública de apoio à ciência do Instituto Serrapilheira, uma instituição privada de fomento à ciência.

Definida como a disseminação de células cancerosas para órgãos secundários, a metástase é a principal causa de morbidade e mortalidade relacionada ao câncer. Após a resseção do tumor primário, as células tumorais que se disseminaram para a medula óssea no início da formação do tumor sobrevivem mesmo após o tratamento quimioterápico, levando ao reaparecimento da doença meses ou anos após o tratamento bem-sucedido do tumor primário. “Ao chegar na medula óssea, estas células tumorais do câncer de mama entram em um estado de quiescência, permanecendo em repouso por muitos anos, se escondendo da destruição mediada por células imunológicas, e também sendo resistentes ao tratamento quimioterápico. Porém, por fatores ainda pouco compreendidos, estas células tumorais em repouso são reativadas anos depois, levando ao surgimento de metástases ósseas, que podem também se espalhar para múltiplos órgãos”, explica Edroaldo.

Ainda não está claro, no entanto, como essas células tumorais metastáticas se adaptam e sobrevivem na medula óssea durante os estágios iniciais do desenvolvimento do tumor, adquirem quimiorresistência durante o tratamento adjuvante e são reativadas para gerar metástase óssea, e possivelmente para outros órgãos. O estudo de Edroaldo pode ajudar a compreender os detalhes celulares e moleculares desses processos – o que é fundamental para encontrar possibilidades terapêuticas.
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Cientista da UFSC pretende interromper ciclo de transmissão da dengue inibindo a adaptação do mosquito ao vírus

19/04/2022 15:26

Um dos instrumentos da pesquisa, utilizado para alimentar os mosquitos criados em laboratório (Fotos: Amanda Miranda/Agecom)

Uma técnica para inibir mecanismos de adaptação ao stress do Aedes aegypti pode ser um importante passo para a prevenção ou até mesmo o tratamento da dengue, doença que aumentou 55% no Brasil desde o início de 2022. Um estudo realizado na Universidade Federal de Santa Catarina e coordenado pelo professor José Henrique Oliveira, do Departamento de Microbiologia, Imunologia e Parasitologia, pode chegar a resultados inéditos na compreensão do comportamento dos mosquitos que, ao contrário dos seres humanos, mesmo com alta carga viral não adoecem. O projeto é financiado pelo Instituto Serrapilheira.

“Entender porque os mosquitos sustentam a replicação do vírus, mas não passam por nenhum problema de saúde associado a isso é uma pergunta biológica, uma falta de conhecimento nosso que podemos explorar para impedir a propagação de dengue. Para isso, a gente investiga de que forma a gente pode pensar em inibir esses processos celulares que fazem o mosquito não adoecer”, contextualiza o professor.

Avaliar a tolerância do mosquito no nível celular, estudando suas proteínas e mecanismos relacionados à adaptação ao stress poderia gerar resultados capazes de combater os mosquitos, mas também produtos que podem inibir o contágio da doença em humanos. Essas são duas possíveis futuras aplicações de um trabalho que investe na ciência básica para entender aspectos fundamentais para que passos a mais possam ser dados.

“Então, se medirmos a tolerância do mosquito, com a possibilidade de fazermos com que fique doente, ele não irá propagar a doença – ou seja, bloqueamos a transmissão”, aponta o professor, que publicou, em 2020, um artigo que questionava Como os vetores de arbovírus são capazes de tolerar a infecção?.

O material circulou no periódico Developmental & Comparative Immunology com uma revisão sobre os mecanismos de tolerância a doenças em mosquitos, destacando também o papel emergente da microbiota intestinal na imunidade do mosquito e na tolerância a doenças. O trabalho de laboratório, agora, faz investigações experimentais para tentar atingir proteínas que possam colaborar com o processo de adaptação do Aedes aegypti ao stress.

O professor explica que os mosquitos são seres complexos e muito bem adaptados, o que faz com que resistam a situações que muitas vezes organismos maiores não seriam capazes de resistir – como é o caso da infecção pelo vírus da dengue, por exemplo. É essa adaptação que poderia ser atacada pela ciência.

“Hoje a gente não tem fórmula eficiente de antagonizar a dengue e isso é um grande problema, pois hoje a nossa melhor estratégia é o combate ao mosquito”, explica o professor, reforçando que, no caso dos inseticidas, por exemplo, essa estratégia pode gerar problemas ambientais e também insetos resistentes.

Células devem dar as respostas

O professor explica que a ciência desconhece os motivos pelos quais as células do mosquito permitem que ele conviva com o vírus e não morra “Então, essa é a pergunta – é uma pergunta de biologia celular, é uma pergunta de bioquímica, uma pergunta de adaptação ao estresse”, pontua.

Para compreender a questão, o professor e sua equipe trabalham com mosquitos criados em laboratório para serem super suscetíveis à dengue, com o genoma totalmente sequenciado. O vírus também não é o que circula no ambiente, mas um de laboratório, injetado em soro. Esse sistema in vivo permite que o experimento seja mais bem controlado, o que é relevante para que se chegue a conclusões mais seguras.

Mosquitos são mantidos em temperatura controlada

A hipótese da pesquisa é a de que são alguns genes bem específicos que promovem a tolerância do mosquito à dengue, ou seja, sua adaptação ao stress ocasionado pelo vírus nas células. “A nossa variável principal é a remoção genética desse gene. Então, se tem um gene X e ele é um gene que ajuda o mosquito a conviver com o vírus, ele pode ser removido experimentalmente por um procedimento relativamente simples genético”, contextualiza.

Vários dos genes preditos ou identificados por um processo de biologia de computacional mostraram serem modulados pela infecção viral. “A gente fez um método para medir tolerância e talvez esse seja o nosso diferencial”, diz Oliveira. A pesquisa identificou um conjunto de alvos moleculares, que estão prestes a serem inibidos por um mecanismo chamado RNAi, o RNA de interferência, utilizado durante o processo de infecção do mosquito realizado no laboratório.

Parte desse processo ocorre manualmente, com o material genético sendo injetado em cada um dos mosquitos. O estudo utiliza também um grupo de controle, de insetos infectados com os genes não silenciados. O professor investiga proteínas HIF e NRF2, fatores de transcrição e resposta ao estresse celular. Essas proteínas têm um domínio de interação com o DNA, funcionando como uma espécie de sensores.

“Então, quando a célula tem um estresse é essa proteína que sai da onde ela está, no citoplasma, migra para o núcleo e interage com DNA, que irá fazer as proteínas de adaptação ao estresse”, explica. “Essas adaptações são realizadas pelos fatores de transcrição e o HIF e o NRF 2 são dois deles, por isso esses são são importantes alvos dentro do que a gente está fazendo”.

Amanda Miranda/Jornalista da Agecom/UFSC

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Professor da UFSC assina estudo que identificou proteína envolvida na formação de tumores mais agressivos

17/12/2021 09:21

Resultados experimentais indicam que a LIN28B é criticamente importante para comportamento agressivo de células tumorais. Foto: Unsplash/National Cancer Institute

O pesquisador Edroaldo Lummertz da Rocha, do Departamento de Microbiologia, Imunologia e Parasitologia (MIP), do Centro de Ciências Biológicas (CCB) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), assina como segundo autor de um estudo que traz a descoberta do papel da proteína LIN28B no processo de metástase, que é a disseminação de células de tumores para outros órgãos. Atualmente responsável por mais de 90% das mortes associadas ao câncer, a metástase ainda permanece incurável.

Para o professor da UFSC, torna-se, portanto, crucial compreender os mecanismos biológicos fundamentais pelos quais células tumorais se espalham pelo corpo. “Tal conhecimento permitirá, um dia, o desenvolvimento de novos tratamentos para tumores altamente metastáticos que acometem adultos – como melanoma [câncer de pele] e câncer de mama – e crianças – como o neuroblastoma”.

O neuroblastoma é o terceiro tipo de câncer mais comum na infância e adolescência, ficando atrás somente da leucemia e dos tumores do sistema nervoso central. Apesar do que o nome parece indicar, não é um tumor no cérebro. Trata-se de um tumor sólido extracraniano, bastante comum em crianças, que acomete uma parte do sistema nervoso autônomo, responsável por controlar funções vitais fundamentais como a respiração, pressão arterial, batimentos cardíacos e a digestão. Conforme explica Edroaldo, a maioria dos neuroblastomas se desenvolve nas glândulas adrenais, que se localizam acima dos rins, no abdome ou nas células nervosas próximas da coluna espinhal.

Desenvolvimento do estudo

Em colaboração com pesquisadores do Boston Children’s Hospital e da Harvard Medical School, a pesquisa do professor da UFSC foi publicada na revista The Journal of Clinical Investigation. Utilizando um modelo animal de neuroblastoma, um câncer infantil altamente metastático e letal, os pesquisadores demonstraram que células tumorais com níveis de expressão mais altos da proteína LIN28B são significativamente mais metastáticas do que aquelas células que não a expressam. Por meio de abordagens genéticas no estudo, a remoção da proteína LIN28B reduziu substancialmente a propagação de células tumorais e, consequentemente, aumentou a sobrevida dos animais.

As análises de biologia computacional com dados de expressão de genes de mais de 450 pacientes com neuroblastoma foram utilizadas para determinar o grau de agressividade de células tumorais com ou sem expressão de LIN28B. As análises revelaram que células com altos níveis desta proteína são molecularmente similares a tumores de pacientes em estágios avançados da doença, já metastáticos. Enquanto isso, as células nas quais a proteína LIN28B foi deletada são molecularmente mais semelhantes a tumores menos agressivos, sem envolvimento de metástase.

Estudo desenvolveu análises de biologia computacional com dados de genes de mais de 450 pacientes com neuroblastoma

“A identificação da proteína LIN28B como criticamente importante para o processo de metástase pode levar ao desenvolvimento de novas terapias baseadas na sua inibição por meios farmacológicos, podendo levar ao desenvolvimento de novos tratamentos para tumores altamente metastáticos. Como o câncer metastático ainda representa um desafio clínico, o desenvolvimento de novos tratamentos é urgentemente necessário”, avalia Edrolado. “O nosso trabalho contribui para uma melhor compreensão da proteína LIN28B em neuroblastoma e, potencialmente, outros tumores agressivos. Compreender estes processos fundamentais que regulam o espalhamento de células tumorais pelo organismo é crucial para desenvolver terapias mais efetivas”, complementa.
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Pandemia amplia interesse brasileiro pelo Laboratório de Virologia Aplicada da UFSC

25/05/2020 13:04

Testes virucidas e antivirais em diversos materiais e monitoramento ambiental de vírus (uma gama que vai de ostras até esgoto) fazem parte do cotidiano do Laboratório de Virologia Aplicada (LVA) do departamento de Microbiologia, Imunologia e Parasitologia (MIP) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Com a emergência provocada pela pandemia de Covid-19, a estrutura ganhou mais demandas de trabalho, tanto do setor público como do privado.

Pesquisadora e professora Gislaine Fongaro destaca que o LVA tem grande impacto na virologia brasileira e mundial, “sendo considerado referência na virologia ambiental, em estudos antivirais e virucidas”. Ela ressalta ainda que o interesse pela Virologia Ambiental aumentou nos últimos meses: “Com a pandemia, isto se tornou algo evidente. Surgiu a preocupação da rota ambiental dos vírus: se eles permanecem em roupas, nas superfícies, vão para a água, para o esgoto, aerossolizam de estações de tratamentos de esgoto? Quando falo em vírus, não falo só do corona, mas de vírus gerais, lembrando destas capacidades e características dos vírus com rota ambiental, que geram importante impacto à Saúde Única (animal, ambiental e humana)”.

O LVA trabalha com a parte de ciência aplicada, e é um dos mais importantes laboratórios do país com este nível de especialização. “Com esse boom todo, provavelmente se otimize a virologia aplicada. Há muitos laboratórios que trabalham a parte básica, buscando características e a história do vírus, mas não aplicando a ciência básica ao ambiente ou à saúde. Na virologia, você tem um conhecimento básico, que é super importante para dar o start nesta aplicação, e depois desse passo, deve-se fazer os testes para aplicabilidade. Neste momento, com o know-how do laboratório, foi possível dar aporte para as pessoas que perguntam: isso funciona para vírus? O vírus fica muito tempo no ambiente? E o esgoto sanitário?”, salienta a pesquisadora.

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Curso de extensão sobre ética animal recebe inscrições até 30 de julho

22/07/2019 18:30

O curso de extensão “Uma introdução ao debate sobre a consideração moral dos animais não humanos”, oferecido pela primeira vez na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), recebe inscrições até 30 de julho. A atividade é gratuita, aberta a todos, e será fornecido certificado de participação. As aulas são presenciais e ocorrem de 6 de agosto a 3 de dezembro, às terças-feiras, das 9h10 às 11h. As inscrições devem ser feitas aqui.

“A maior parte de nossas decisões afeta, direta ou indiretamente, os animais não humanos. O objetivo é discutir as implicações disso e introduzir os conceitos centrais sobre ética animal, tanto as abordagens clássicas, quanto as mais atuais”, explica Carlos Roberto Zanetti, um dos coordenadores do curso e professor do Departamento de Microbiologia, Imunologia e Parasitologia (MIP/CCB/UFSC). A atividade está sendo organizada em parceria com o pesquisador Luciano Cunha, da ONG Ética Animal, que ministrará as aulas.

Ao longo do semestre serão apresentados os conceitos de especismo e senciência; argumentos a favor da consideração moral dos animais; diferentes perspectivas teóricas éticas em relação aos animais; diferenças entre a consideração pelos animais e o ambientalismo, entre outros tópicos.

As inscrições devem ser feitas aqui.

Mais informações pelo e-mail luciano.cunha@animal-ethics.org ou pelo Facebook.

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Como camundongos e coelhos transformaram a trajetória de um cientista

04/07/2019 16:20

Foto: Henrique Almeida/Agecom/UFSC.

Carlos Roberto Zanetti, professor titular do departamento de Microbiologia, Imunologia e Parasitologia da Universidade Federal de Santa Catarina (MIP/CCB/UFSC), escolheu a Biologia por gostar de animais e plantas. “Adorava estar na natureza. Um avô, que foi meu grande incentivador, sabia o nome de tudo quanto é árvore, tudo quanto é passarinho, o que cada um comia… Eu ficava fascinado com tudo aquilo”, recorda. Hoje, aos 58 anos e há 22 como docente da universidade, essa admiração e respeito pelos bichos permanece. Zanetti tornou-se referência nacional na difusão de métodos alternativos ao uso de animais na ciência. Sua enorme contribuição ao campo da Bioética é fruto de um longo caminho que inclui, paradoxalmente, amplo uso de animais em atividades acadêmicas.
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Obesidade desregula células especializadas do tecido adiposo, aponta pesquisa

10/04/2019 09:00

Capa do Journal of Experimental Medicine com imagem da pesquisa realizada pelo Laboratório de Imunobiologia da UFSC em parceria com a New York University e a Rockefeller University.

A caracterização detalhada de uma população de macrófagos (células de limpeza do organismo) presentes no tecido adiposo e como ela se adapta às condições de obesidade induzida por dieta, incluindo sua desregulação. Uma imagem desta pesquisa, realizada por pesquisadores do Laboratório de Imunobiologia da UFSC, em colaboração com a New York University e Rockefeller University, ilustra a capa do Journal of Experimental Medicine, onde o artigo sobre as descobertas foi publicado. Vinculados ao Laboratório de Imunobiologia da UFSC André Báfica, Gabriela Flavia Rodrigues-Luiz, Daniel Augusto G.B. Mendes e Daniel Santos Mansur integraram o estudo.

O trabalho, Vasculature-associated fat macrophages readily adapt to inflammatory and metabolic challenges, apresenta uma descrição ampla das células presentes no tecido adiposo. “Há vários tipos de macrófagos nos tecidos e nós encontramos uma população no tecido adiposo, que é regulada rapidamente, tanto quando há excesso de gordura como em situações de jejum”, explica André Báfica, professor do Departamento de Microbiologia, Imunologia e Parasitologia (MIP). “No ensino médio, a gente aprende que os macrófagos são as ‘células de limpeza’ do organismo. Os macrófagos são encontrados em qualquer tecido do corpo e se você é exposto a infecções ou a produtos como proteínas e carboidratos, eles ‘comem’ praticamente tudo”, diz Báfica, lembrando que o processo é chamado de fagocitose.

Uma das descobertas importantes do artigo é a proximidade dos macrófagos com o sistema vascular. “Quando nosso grupo olhamos a gordura mais a fundo, o macrófago está bem íntimo com esse vaso, todo enrolado nele”, conta Báfica. A regulação dos processos é realizada rapidamente, aponta o estudo.  “Se você ingere proteína, cinco minutos depois, as proteínas já estão dentro destes macrófagos chamados VAMs (Vasculature-associated macrophages, do inglês). Observamos também que eles são importantes na defesa contra alguns tipos de bactérias. Se tem bactéria circulando no sangue, eles fagocitam rapidamente”.
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Grupo de estudos em evolução da UFSC promove ciclo de seminários

24/05/2017 09:40

O Grupo de Estudos em Evolução  promove, nos dias 30 e 31 de maio, e 01, 06, 07 e 08 de junho, o ciclo de seminários com o objetivo de divulgar e gerar discussões sobre temas relacionados à evolução biológica, pensamento sistêmico e complexidade.

Os temas foram escolhidos de acordo com as leituras feitas pelo Grupo ao longo de mais de um ano de estudos e abordarão diferentes aspectos deste paradigma científico.

Os seminários ocorrerão sempre às 12h15, na sala MIP002, do departamento de Microbiologia, Imunologia e Parasitologia (MIP) do Centro de Ciências Biológicas (CCB).

Programação

30/05 – Discutindo paradigmas evolutivos
31/05 – Sistemas e níveis de organização
01/06 – Auto-organização e autopoiese
06/06 – Nova síntese evolutiva expandida
07/06 – Homologia profunda
08/06 – Biologia sintética

Mais informações no Facebook.

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UFSC na mídia: o surto do Zika e o combate ao Aedes aegipty

03/02/2016 12:49

O professor Carlos Brisola Marcondes, do Departamento de Microbiologia, Imunologia e Parasitologia da UFSC, falou ao New York Times e à Science News sobre a proliferação do Zika, o combate à reprodução do Aedes aegipty e as consequências neurológicas para os fetos quando o vírus infecta mulheres grávidas.

O texto do New York Times fala de novas estratégias para o enfrentamento do mosquito, com recursos de engenharia genética. Menciona também a recomendação a que mulheres evitem ir a áreas infestadas se estiverem grávidas, e a reavaliação a respeito do uso do inseticida DDT, após este ter sido banido em vários países por seus danos ao meio ambiente. Marcondes alerta para a gravidade da situação atualmente.

Na matéria da Science News, ele observa que a possibilidade de o Zika causar danos cerebrais em fetos não surpreende, dados os efeitos observados em laboratório e, ocasionalmente, em adultos infectados. Reafirma também que, para o país se livrar do Zika, Chukungunya, dengue e febre amarela – é fundamental se livrar do mosquito. A reportagem classifica o presente surto do Zika como possivelmente o mais assustador a ser causado por um vírus tropical, por causa da ligação com a microcefalia.

Matéria do New York Times: “Nova Arma para combater o Zika: o Mosquito”.

Matéria da Science News: “Rápida propagação do vírus Zika nas Américas desperta alarme”.

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