Na Science, pesquisador da UFSC alerta para secas, cheias e escassez de água no Hemisfério Sul

06/11/2023 10:33

Publicação de professor da UFSC foi destaque no site da Science, um dos principais periódicos do mundo

O professor da Universidade Federal de Santa Catarina Pedro Chaffe, do Laboratório de Hidrologia, publicou um artigo na última edição da revista Science alertando para a redução na disponibilidade de água no Hemisfério Sul e destacando a intensificação e agravamento dos fenômenos de secas e cheias. O texto, escrito para a seção Perspectives em parceria com o professor Günter Blöschl da Universidade de Vienna, na Áustria, foi um dos destaques da publicação, estando na capa da edição online durante o seu lançamento, dia 2 de novembro.

O artigo aborda um estudo recente também publicado na revista, a partir de uma metodologia que investigou a disponibilidade hídrica combinando observações de fluxos de grandes bacias hidrográficas do mundo com dados de precipitação terrestre e medições de satélite de evaporação e armazenamento de água. O estudo mostrou que a disponibilidade de água no Hemisfério Sul diminuiu em cerca de 20% entre 2001 e 2020.

A disponibilidade de água é medida a partir da diferença entre a precipitação e a evaporação, aspectos que, conforme sublinham os autores, vêm sofrendo impacto direto das mudanças climáticas, afetados também pelo crescimento populacional e pela poluição. As estimativas das alterações, entretanto, são incertas “porque as medições da precipitação e da evaporação tendem a ser indiretas ou apenas representativas localmente”.

Este cenário mudou a partir de uma nova abordagem proposta por cientistas chineses, que agregou confiabilidade às estimativas de disponibilidade de água, o que poderia ajudar a melhorar a gestão da água a longo prazo. “Para o Hemisfério Norte, os autores não encontraram nenhuma mudança na disponibilidade média de 2001 a 2020, enquanto no Hemisfério Sul a disponibilidade de água diminuiu 70 mm por ano, o que corresponde a uma redução de cerca de 20%”, sinalizam Blöschl e Chaffe, no texto recém publicado.

Para os pesquisadores, isso indica que a variabilidade anual na disponibilidade de água é causada principalmente por mudanças no sul. Enquanto nas regiões mais áridas do Hemisfério Sul as mudanças estariam predominantemente relacionadas ao aumento da evaporação, nas regiões úmidas seriam ocasionadas pela diminuição da chuva. Nos dois casos, há uma relação da disponibilidade de água com as variações climáticas.

O texto também atribui esses fenômenos a condições como a variação nas temperaturas da água (El Nino e La Nina), que podem provocar secas e inundações. “Por exemplo, em 2023, secas atingiram a Amazônia enquanto, ao mesmo tempo, o Sul do Brasil sofreu inundações”, registram os cientistas.

780 bilhões de dólares em prejuízos

As novas descobertas propostas pelos pesquisadores da China e articuladas aos estudos da UFSC indicam inúmeros desafios de gestão da água no Hemisfério Sul. O planejamento das captações de água para irrigação, indústria e residências é um destes desafios. “Quando a disponibilidade de água em rios e águas subterrâneas cai abaixo da demanda de água, as condições de seca são sentidas pelos ecossistemas e pela sociedade”, alertam.

Os pesquisadores explicam que as consequências do declínio da disponibilidade de água em escalas decadais são percebidas na diminuição do fluxo de água nos rios e níveis de água subterrânea em vastas extensões de terra, o que se nota, por exemplo, em grande parte da América do Sul.

O estudo indica que as variações na disponibilidade hídrica devem ser consideradas em escalas de tempo mais curtas, como nas suas oscilações mensais. Isso porque, em regiões com chuvas sazonais, a evaporação pode secar rapidamente o solo no início da estação seca, levando a secas repentinas. Por outro lado, num clima mais seco, as chuvas podem estar mais concentradas em estações chuvosas, o que pode levar a cheias ao invés de recarga de águas subterrâneas.

“Mais secas e mais cheia representam uma aceleração da parte terrestre do ciclo da água (um armazenamento e movimentação mais rápido de água entre terra, oceano e atmosfera), levando a aumento da degradação do ecossistema através mortalidade de árvores e, portanto, maiores emissões de dióxido de carbono”, pontuam, no texto.

O artigo assinado pelo professor da UFSC lembra que esta situação vem ocorrendo na Amazônia, intensificando ainda mais os efeitos das mudanças climáticas, e que o impacto das secas e inundações sobre os seres humanos tem sido enorme, com mais de 3 bilhões de pessoas afetadas e danos estimados em mais de 780 bilhões de dólares em todo o mundo últimas duas décadas.

Mitigação e gestão

Imagem de Sven Lachmann por Pixabay

As medidas para mitigar os efeitos na redução da disponibilidade hídrica geralmente incluem investimento em infraestrutura, como barragens de armazenamento e desvios para irrigação, além de soluções baseadas na própria natureza e na sensibilização para uma mudança de cultura. “Estas soluções podem incluir a diversificação dos sistemas de abastecimento de água e de protecção contra inundações e o planejamento da flexibilidade na utilização da água para reduzir o impacto potencial de eventos extremos”, sugerem.

O alerta, entretanto, é quanto à resposta humana ao stress hídrico, que pode ter consequências inesperadas e que já são notadas e registradas pela ciência. “Em partes da América do Sul, o uso de água para a agricultura aumentou e contribuiu com 30% para o aumento nas tendências de seca no fluxo dos rios”, indicam. Nas regiões semiáridas, isso, associado às alterações climáticas, pode amplificar ainda mais a crise.

Os pesquisadores afirmam que os desafios na gestão da água provocados pela redução na sua disponibilidade exigem uma mudança desde a resposta à crise até à gestão pró-ativa a longo prazo, conforme defendido em documentos oficiais de entidades globais. “Esta gestão pró-ativa da água precisa de estar alinhada com objetivos globais, como os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, e na experiência dos cidadãos locais, hidrólogos, e gestores de água”.

Amanda Miranda/Jornalista da Agecom/UFSC

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Pesquisa da UFSC: idosos carentes de vitamina D têm duas vezes mais risco de depressão

01/11/2023 08:18

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Pesquisadora participou de eventos como o Congresso Brasileiro de Nutrição e Envelhecimento (CBNE 2019). (Foto: Arquivo pessoal).

A vitamina D e seus benefícios para a saúde se tornaram um tema comum, especialmente durante a pandemia de Covid-19, quando informações, muitas vezes falsas, circularam pelas redes sociais com promessas milagrosas. No entanto, é preciso recorrer à ciência para entender seu papel real no corpo humano. Além de ser essencial para a saúde óssea, há ainda espaço para estudos sobre sua influência na saúde mental.

Na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), uma pesquisa ajudou a desvendar a relação entre a vitamina D e a depressão em idosos da capital do estado, Florianópolis. A partir de dados do estudo EpiFloripa Idoso, foi possível concluir que idosos com deficiência da substância têm risco 2,27 vezes maior de ter sintomas depressivos, quando comparado a aqueles com nível normal. Nesse grupo com deficiência de vitamina D, o risco aumentou a longo prazo: chegou a ser 2,9 vezes maior de 2 a 5 anos após a medição. Adotou-se uma referência internacional, considerando menos que 20 ng/mL como deficiência e, entre 20 e 30 ng/mL, insuficiência.

O estudo também mostra que mulheres, idosos com obesidade e com maior nível de colesterol LDL, tendem a ter níveis baixos. O mesmo acontece com idosos que dependem mais de outras pessoas em atividades diárias, como comer, tomar banho e se vestir. Mas um fator ajuda a protegê-los: a atividade física.

Esse é o resultado de quatro anos e meio de trabalho em pesquisa de Doutorado de Gilciane Ceolin, que defendeu sua tese em 2022, com orientação da professora Júlia Dubois, do Programa de Pós-Graduação em Nutrição da UFSC. A pesquisa foi viabilizada por meio de bolsa concedida pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).

A ideia surgiu a partir da parceria do grupo de estudos em Neurociência Nutricional Translacional com o grupo de pesquisa EpiFloripa Idoso. Dubois orientou a pesquisadora desde o mestrado.

“Esse tema estava despontando e, no mundo inteiro, são poucos estudos que abordam especificamente a questão do idoso”, explica a orientadora.

Ceolin (à esquerda) com o grupo de pesquisa NeuroMood Lab, do Centro de Estudos de Neurociências da Queen’s University, no Canadá. Foto: Gilciane Ceolin.

Ceolin conta que, antes da sua tese, encontrou apenas um artigo brasileiro que investigava a relação entre vitamina D e sintomas depressivos em idosos. Dessa forma, ela ajuda a diminuir a lacuna de estudos em países de baixa e média renda, onde o acesso a tratamentos para depressão é mais baixo.

A pesquisa rendeu o Prêmio CAPES de Tese de 2023, na área de nutrição, e concorre ao Grande Prêmio CAPES de Tese, que será entregue em dezembro de 2023.

“É muito gratificante, por vir do interior, com poucos recursos, sempre estudei em escola pública e com bolsa em universidade privada, e por enfrentar muitos desafios ao longo da jornada. Espero que seja uma inspiração para os próximos doutorandos”, comenta Ceolin.

Para a orientadora, um destaque do trabalho é a publicação de sete artigos em revistas científicas relevantes. Durante o doutorado sanduíche na Queen’s University, de Kingston, no Canadá, Ceolin trabalhou com um grupo de pesquisa em Psiquiatria Nutricional e chegou a publicar dois artigos, em um periódico nacional e um internacional.

“Ela usou diversos métodos para cercar essa essa mesma questão. Em uma tese, a gente tá contando uma história e eu acho que a história dela foi contada de diversas formas, contornando o tema central”, afirma Dubois.
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Podcast UFSC Ciência apresenta estudos sobre vida na Terra e em outros planetas

31/10/2023 13:43

Arte: Marcio Luz Scheibel

A origem da vida na Terra e a busca por vida em outros planetas são assuntos do novo episódio do podcast UFSC Ciência, publicado nesta terça-feira, 31 de outubro. Produzido pela Agência de Comunicação da Universidade Federal de Santa Catarina (Agecom/UFSC), o episódio A vida, o Universo e tudo mais fala sobre o nascimento do Universo, os primeiros micro-organismos que apareceram na Terra e projetos que buscam alienígenas em mundos distantes. Também apresenta seres que habitam ambientes extremos e inóspitos.

Dois professores da UFSC foram entrevistados. Alexandre Zabot é professor do Curso de Engenharia Aeroespacial da UFSC Joinville e coordenador do projeto Astrofísica para todos, que oferece cursos on-line gratuitos na área de Astronomia. Rubens Tadeu Delgado Duarte é docente do Departamento de Microbiologia, Imunologia e Parasitologia e coordenador do Laboratório de Ecologia Molecular e Extremófilos (Lemex), onde desenvolve trabalhos na área de Astrobiologia.

Ouça no site, pelo Spotify ou em outras plataformas.

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Pesquisadores da UFSC emitem nota técnica sobre efeitos ambientais do engordamento de praias

27/10/2023 10:09

Efeito “degrau” em praia de Canasvieiras, em Florianópolis evidencia aumento do processo erosivo após o aterro. (Foto: Leo Munhoz/ND)

O programa de pesquisa e extensão da UFSC Ecoando Sustentabilidade emitiu uma Nota Técnica em 23 de outubro a respeito das consequências de dragagens e aterros em praias arenosas. O relatório busca analisar os engordamentos de praia no litoral de Santa Catarina e fornece propostas de atualização de normas relacionadas a esse tipo de empreendimento.

O parecer técnico versa sobre as engordas de praia, cada vez mais frequentes no litoral catarinense e brasileiro, e analisa os projetos principalmente frente ao cenário de mudanças climáticas e erosão costeira. Apresenta informações básicas sobre o ecossistema de praia arenosa e faz uma análise sobre a realização de dragagens e de aterros assim como sobre os licenciamentos feitos pelo Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA-SC). O Ecoando Sustentabilidade analisou as licenças ambientais dos projetos de engorda das praias entre 2018 e 2023, o que inclui obras nas praias de Jurerê (não iniciada), Canasvieiras (realizada em 2019 e 2020), Ingleses (realizada em 2023), e em Balneário Camboriú (2022).

A partir dessa análise, o programa propõe uma atualização da Resolução do Conselho Estadual do Meio Ambiente (Consema) de 2017, a qual define o porte desses empreendimentos. A definição de porte é o parâmetro que estabelece o potencial dos impactos que esses empreendimentos podem gerar e o tipo de estudo ambiental que deve ser realizado para avaliar consequências futuras e propiciar a obtenção do licenciamento da obra. O grupo defende que haja um ajuste para a definição de porte, obrigando que sejam feitos estudos de impacto mais completos.
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Ser mulher aumenta chances de sofrer com problemas do sono na velhice, diz estudo da UFSC

27/10/2023 08:15

Dados analisados foram coletados em 70 municípios do país, com população de mais de 60 anos (Imagem de Sabine van Erp por Pixabay)

Um estudo sobre queixas de sono e fatores associados em idosos realizado pela Universidade Federal de Santa Catarina em parceria com a FioCruz Minas indica que a insônia chega a atingir até 58,6% da população maior de 60 anos no país. Os dados mostram que ser mulher aumenta as chances de sofrer com qualquer tipo de insônia, ter má qualidade de sono e sonolência diurna. Ter mais de uma doença crônica e não ingerir porções de frutas e vegetais também pode influenciar.

A análise, publicada nos Cadernos de Saúde Pública, utiliza dados do Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos Brasileiros (ELSI-Brasil). O Elsi é representativo da população brasileira e começou a ser realizado em 2015, mas a pesquisa toma como base os indicadores de 2019. A investigação envolveu 6.929 pessoas com 60 anos ou mais, em 70 municípios do país, em todas as regiões.

A preocupação em estudar especificamente a questão do sono surgiu durante a pandemia de Covid-19. O estudo recém publicado foi liderado pela professora e pesquisadora da UFSC Araranguá Núbia Carelli Pereira de Avelar, do curso de Fisioterapia. “O interesse por estudar os problemas de sono surgiu na pandemia, quando os idosos relatavam que estavam dormindo muito mal. Começamos a buscar na literatura e observamos a ausência de estudos que descrevessem a prevalência das diferentes tipologias de distúrbios do sono”, explica a professora, que ouvia o relato dos idosos nas atividades de estágio que conduzia.

O artigo trata de diferentes tipologias de alterações do sono. A insônia, por exemplo, pode ser inicial, quando se refere a dificuldade de pegar no sono; intermediária, quando a pessoa acorda, tem dificuldades para dormir, mas volta ao sono; e final, quando a pessoa acorda muito cedo e não consegue mais dormir. Os dados da pesquisa também se referem à percepção sobre qualidade de sono e a sonolência diurna, quando o indivíduo já se sente cansado ao acordar.

De acordo com a professora, as queixas com relação ao sono coletadas na pesquisa ocorreram predominantemente em mulheres. “As mulheres têm maior frequência de insônia inicial, intermediária e qualquer tipo de insônia e pior qualidade de sono. A gente acredita que isso está muito relacionado à sobrecarga de trabalho, desde atividades domésticas até o cuidado com outros familiares”, analisa Núbia. “Nós observamos, no Brasil, um processo de feminização do envelhecimento – há mais mulheres idosas do que homens, e geralmente essas mulheres ficam sozinhas, ou são viúvas ou solteiras. Já se sabe que a solidão também está relacionada às questões do sono”, complementa.

O estudo publicado no periódico Cadernos de Saúde Pública também trata do fenômeno do ponto de vista biológico, já que a variação hormonal, observada principalmente em mulheres, pode desregular um circuito que desempenha papel fundamental na regulação do sono. Além disso, o nível de cortisol no sangue tende a ser mais elevado em mulheres do que nos homens, o que poderia alterar a produção de alguns hormônios e, consequentemente, prejudicar a qualidade do sono.

Seis a cada dez idosos reIatam problemas com o sono (Imagem de Jose Antonio Alba por Pixabay)

Insônia é principal problema entre os idosos

O estudo mostra que os problemas de sono com maior prevalência em idosos brasileiros foram os diferentes tipos de insônia (45,9% a 58,6%), seguidos de sonolência diurna (38,4%) e da má qualidade do sono (15,6%). “O aumento da prevalência de problemas de sono em idosos, na última década, pode estar associado ao uso crescente de smartphones antes de dormir, o que aumenta a latência do sono e leva à insônia inicial”, justificam os pesquisadores.

Evidências indicam que as mulheres apresentam uma arquitetura de sono diferente em relação aos homens, caracterizada por ondas de sono mais lentas, mais despertares noturnos e maior latência do sono. Apesar disso, conforme mencionado pela professora, a sobrecarga de trabalho também pode estar no pano de fundo da prevalência dos problemas.

Segundo Núbia, os dados são preocupantes e surpreenderam a equipe, já que seis a cada 10 idosos têm qualquer um dos tipos de insônia. “É um dado alarmante e que nos preocupa”, reforça. Na conclusão, o grupo registra que uma implicação chave do estudo é justamente a importância da implementação de campanhas informativas e iniciativas educativas para aumentar a consciencialização sobre os problemas do sono nesta população.

Os dados também vão ao encontro do que a literatura e grupos especializados têm apresentado. “A Associação Americana de Cardiologia inseriu em 2022 o sono como variável ligada ao envelhecimento saudável”, comenta a professora. Segundo ela, a ciência reconhece os efeitos dos problemas de sono na saúde global dos idosos, já que aqueles que dormem muito mal apresentam maior risco de mortalidade, de depressão e de declínio cognitivo, além de estarem mais propensos a doenças neurodegenerativas.

Consumo adequado de frutas e vegetais e consumo de álcool também foram analisados

A pesquisa da UFSC também indica que o consumo de frutas e vegetais e de álcool pode estar relacionado aos problemas de sono entre pessoas com 60 anos ou mais. Idosos que não consumiam cinco porções diárias de frutas e vegetais apresentaram maior chance de má qualidade do sono, de acordo com o estudo.

“Isso porque esses alimentos são fontes de antioxidantes, polifenóis, vitamina C, fibras, potássio, flavonóides, que são ativos biológicos que vão melhorar o equilíbrio do ritmo circadiano e, consequentemente, a qualidade de sono. Além disso, podem modular o metabolismo e a concentração dos hormônios relacionados à qualidade de sono”, justifica.

Baixo consumo de vegetais pode ter relação com má qualidade do sono (Imagem de Jill Wellington por Pixabay)

Já o consumo de álcool uma vez por mês ou mais foi associado a menor chance insônia inicial, o que também foi consistente com outros estudos da área. Apesar disso, a pesquisa traz um alerta: “O álcool tende a reduzir a fase do sono de movimento rápido dos olhos (REM) e a desalinhar o ciclo sono-vigília”, indicam os pesquisadores. De uma forma geral, isso levaria a efeitos que podem resultar em má qualidade do sono e sonolência diurna, impactando o bem-estar geral.

A pesquisa registra que é importante considerar o impacto do consumo de álcool trazendo também um outro registro já reconhecido pela ciência: o de que algumas bebidas alcoólicas, como o vinho tinto, são ricos em flavonóides, como o resveratrol, que possuem propriedades antioxidantes e efeitos neuroprotetores, que podem melhorar a qualidade do sono

Condições de saúde têm impacto no sono

Também em relação às condições de saúde, a pesquisa registra que a presença de duas ou mais doenças crônicas aumentou de 1,21 a 1,65 vezes as chances de idosos apresentarem insônia inicial, intermediária, final e qualquer tipo de insônia. O dado também se alinha a estudos anteriores que mostraram que a ocorrência de duas doenças crônicas simultâneas está positivamente associada a todos os tipos de insônia na Alemanha e na China, por exemplo. “Além disso, medicamentos para tratamento de doenças crônicas como broncodilatadores, beta bloqueadores, estimulantes do sistema nervoso central e agentes cardiovasculares podem levar à insônia”, indicam os cientistas, na análise.

Os cientistas que assinam o artigo também reforçam que os resultados coletados fornecem informações valiosas para embasar políticas e estratégias de saúde pública destinadas a promover uma melhor saúde do sono na população idosa. “Os achados deste estudo revelam uma alta prevalência de problemas de sono entre idosos brasileiros, enfatizando a necessidade de intervenções de saúde pública direcionadas para resolver esse problema”, assinalam.

Amanda Miranda, jornalista da Agecom/UFSC

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Podcast Flash UFSC fala sobre arte e resistência indígenas

26/10/2023 14:09

Arte: Jalize Pinheiro Medeiros e Audrey Schmitz, sobre foto de Isabella Kariri

A Agência de Comunicação da Universidade Federal de Santa Catarina (Agecom/UFSC) publicou nesta quinta-feira, 26 de outubro, um novo episódio do podcast Flash UFSC, com o tema Arte e resistência indígenas. Dois artistas Laklãnõ/Xokleng falam sobre o poder da arte para contar a história de resistência e luta de seu povo. 

Rapper, cantor, compositor e estudante de Jornalismo da UFSC, Fernando Xokleng é autor da música Resistência, disponível no Youtube. Seu trabalho pode ser acompanhado no Instagram @fernando_xokleng

Já Walderes Coctá Priprá é mestra em História pela UFSC e a primeira indígena do Brasil a defender um título de pós-graduação na área de Arqueologia. É também uma das diretoras do documentário Vãnh gõ tõ Laklãnõ, sobre o povo Laklãnõ/Xokleng do Alto Vale do Itajaí. O trailer e demais informações sobre o filme podem ser conferidos no Portal de Saberes.

O episódio foi produzido pelos estudantes de Jornalismo e estagiários da Agecom Ariclenes Patté e Letícia Schlemper. A cada duas semanas, o Flash UFSC traz informações sobre ciência, cultura e arte em episódios de até sete minutos de duração. Ouça no site, pelo Spotify ou em outras plataformas.

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Documentário de estudantes da UFSC sobre nazismo em Santa Catarina vence prêmio nacional

26/10/2023 13:10

O documentário “Uma história de silêncios”, produzido pelas estudantes Ísis Leites Regina, Clara Spessatto e Júlia Santos da Rosa Matos, do curso de Jornalismo da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), foi um dos três trabalhos reconhecidos  pelo 15º Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão, projeto liderado pelo Instituto Vladimir Herzog.

O filme discute como o nazismo, banido e condenado internacionalmente após a Segunda Guerra Mundial, fez e faz parte da história de Santa Catarina. Após encontrarem quadros com a bandeira nazista expostos no hall da Secretaria de Educação de Dona Emma – município com cerca de 4 mil habitantes, localizado no interior do estado –, as estudantes perceberam que parte dos moradores naturalizaram o passado local e decidiram entrevistar autoridades e moradores da região para entender esse fenômeno.
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Agroecologia é tema do novo episódio da série ‘UFSC Explica’

25/10/2023 13:30

A Agência de Comunicação da Universidade Federal de Santa Catarina (Agecom/UFSC) publicou um novo episódio da série de vídeos UFSC Explica, sobre agroecologia. Três especialistas explicam as vantagens da agroecologia para a saúde humana e do meio ambiente, as diferenças entre produção orgânica e agroecológica e por que não é verdade que precisamos de agrotóxicos para alimentar a população. Apontam também alguns caminhos para a construção de um sistema agroalimentar mais justo, acessível e sustentável.

Confira o vídeo, disponível no canal da UFSC no Youtube:

Conheça os entrevistados:
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Unesco aprova projeto da UFSC para criação da cátedra Antonieta de Barros

23/10/2023 18:08

Painel de Antonieta de Barros no Centro de Florianópolis. Foto: Divulgação

A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) aprovou a criação da Cátedra Antonieta de Barros: educação para a igualdade racial e combate ao racismo, proposta por um grupo de professores(as) e pesquisadores(as) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) liderados pela vice-reitora, Joana Célia dos Passos. O anúncio da aprovação ocorreu em 15 de outubro, Dia do Professor, data comemorativa instituída por um projeto da própria Antonieta de Barros, primeira deputada negra de Santa Catarina.

A criação de uma cátedra de combate ao racismo e promoção da igualdade racial está prevista na Resolução Normativa nº 175/2022/CUn, que estabelece a política de enfrentamento ao racismo institucional na UFSC. Um dos objetivos da cátedra, elencados no projeto apresentado à Unesco, é justamente o de “analisar o impacto do racismo na universidade e contribuir na formulação e implementação de políticas curriculares multidisciplinares para inclusão da história e cultura afro-brasileira, africana e indígena na formação de profissionais das diferentes áreas”.

De acordo com a definição apresentada no site da instituição, uma cátedra Unesco é uma equipe liderada por uma instituição de ensino superior ou pesquisa que faz parceria com a Unesco em um projeto para promover o conhecimento e a prática em uma área de prioridade comum. Na UFSC, essa equipe é integrada por professores(as) e pesquisadores(as) de nove programas de pós-graduação (Interdisciplinar em Ciências Humanas, História, Educação, Direito, Física, Saúde Coletiva, Relações Internacionais, Psicologia e Antropologia Social).
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Laboratório recebe fotos de aves da UFSC para elaboração de guia

20/10/2023 14:00

Tucano-de-bico-preto (Ramphastos vitellinus). Foto: Camila Bento

O Laboratório de Ornitologia e Bioacústica Catarinense da Universidade Federal de Santa Catarina (Laboac/UFSC) convida toda a comunidade a enviar fotos de aves encontradas no Campus de Florianópolis, no bairro Trindade. As imagens ajudarão na elaboração de um guia com informações de ocorrência, ilustrações, fotos, vocalizações, habitat preferencial e principais hábitos das espécies.

O Guia de campo das aves do campus da UFSC será publicado em forma de livro e em um site com informações básicas sobre a biologia das espécies e material de apoio para introduzir e incentivar a prática da atividade de observação de aves pela comunidade local. “É um guia de campo para estimular a observação de aves do campus e arredores, já que temos bastantes curiosos”, conta o professor Guilherme Brito, coordenador o projeto.

As informações que serão disponibilizadas no material são levantadas em saídas de campo periódicas com os alunos envolvidos com o projeto, que também serão corresponsáveis pela elaboração dos textos, ilustrações, fotos e gravações. As atividades também poderão subsidiar pesquisas e trabalhos de conclusão de curso.
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UFSC sedia ‘Encontro brasileiro de cicloativismo e mobilidade por bicicleta’ em novembro

20/10/2023 11:05

A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) sediará, de 15 e 19 de novembro, o “Bicicultura Floripa 2023 – Encontro brasileiro de cicloativismo e mobilidade por bicicleta“. Com o tema “Cidades Pedaláveis, Cidades Democráticas”, o evento está em sua 10ª edição, sendo esta a primeira vez em Florianópolis. Segundo os organizadores, o Bicicultura será “um espaço para o convívio, compartilhamento de conhecimento e formação de alianças entre ciclistas, cicloativistas e todos os entusiastas e interessados, de todos os setores sociais, na democratização urbana, na sustentabilidade ambiental e na qualidade de vida que a bicicleta proporciona”.
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Estudo premiado da UFSC indica regiões no litoral socialmente vulneráveis a desastres climáticos

19/10/2023 10:18

Paulino Neves (MA) teve o maior indice de vulnerabilidade no estudo (Foto: Governo do Maranhão)

Cheias, secas, desastres ambientais. As consequências das mudanças climáticas são tão visíveis quanto é o seu impacto em populações vulneráveis. Uma pesquisa da Universidade Federal de Santa Catarina recentemente premiada como a melhor tese de Geografia do país propõe um método para definir a vulnerabilidade das populações aos chamados eventos extremos em áreas costeiras, que levam a desastres ambientais e podem destruir bairros, cidades e causar prejuízos sociais e ambientais.

O trabalho da pesquisadora Cibele Oliveira Lima, doutora em Geografia, foi orientado pelo professor Jarbas Bonetti e reconhecido como o melhor estudo de doutorado do país na área das geotecnologias pela Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Geografia (ANPEGE). O estudo Metodologia para avaliação da vulnerabilidade social a eventos extremos costeiros no Brasil levou o prêmio Ailton Luchiari, entregue na primeira semana de outubro.

No estudo, a pesquisadora propõe formas de calcular a vulnerabilidade social de diferentes regiões e utiliza como amostra 281 municípios costeiros, cobrindo todo o litoral brasileiro. O detalhamento é intramunicipal, mas também permite que se trabalhe com diferentes escalas, como estaduais e regionais. “O objetivo é contribuir para minimizar essa lacuna do conhecimento ao propor uma metodologia para obtenção de um Índice de Vulnerabilidade Social a eventos extremos costeiros”, explica.

A pesquisa constatou que as regiões Norte e Nordeste apresentam a maior vulnerabilidade social do litoral brasileiro. Maranhão, Pará e Bahia sofrem o maior risco. Apesar de terem, em geral, os menores índices do Brasil, os estados da Região Sul também possuem áreas com determinantes que indicam riscos, como na fronteira entre Paraná e São Paulo, foco de desastres recentes. Em Florianópolis, moradores de regiões de bairros do Norte e Sul da Ilha estariam mais suscetíveis a danos e exposição a desastres (leia mais abaixo).
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Pesquisa da UFSC mostra dano causado pelo lançamento de esgoto nas dunas em Florianópolis

18/10/2023 12:46

Lançamento de efluentes da Casan no Parque Natural Municipal das Dunas da Lagoa da Conceição. Foto: Michele de Sá Dechoum.

O lançamento de efluentes de esgoto, mesmo que tratado, no Parque Natural Municipal das Dunas da Lagoa da Conceição (PNMDLC), em Florianópolis (SC), causou impactos negativos na vegetação de restinga. A avaliação é de um estudo desenvolvido no curso de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). A investigação mostrou que há um maior nível de soterramento e menor vigor da vegetação nativa na área atingida pelo efluente em comparação com uma área natural.
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Como as fake news ganham tanta atenção? Professor da UFSC explica

16/10/2023 19:53

Preconceito interfere sobre quem é visto como bom informante; minorias sociais sofrem “injustiças epistêmicas”

Para ler a reportagem especial em formato multimídia, clique aqui.

Distinguir notícias verdadeiras de falsas é uma tarefa quase “sherlockiana”, afirma Alexandre Meyer Luz. Ilustração: Rafaela Souza.

“Não dá para ser Sherlock Holmes o tempo inteiro”. O famoso personagem da literatura britânica é uma metáfora utilizada por Alexandre Meyer Luz, professor de Filosofia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), para se referir ao ser humano ideal: aquele que sabe avaliar a qualidade de uma informação.

Diferenciar fake news de notícias verdadeiras tornou-se uma competência quase “sherlockiana”. Mas o cidadão comum não tem o mesmo tempo de um detetive para investigar a origem de todas as histórias que recebe diariamente por aplicativos de mensagem. Segundo Meyer, outro tipo de ingrediente explica por que concedemos mais ou menos crédito a alguns informantes. São os pressupostos de confiança, o que inclui desde as relações com parentes próximos (pais, por exemplo) até mecanismos sociais (como os preconceitos de racismo, machismo e LGBTfobia).

Meyer é professor na área de Epistemologia, ramo da Filosofia dedicado aos estudos sobre a produção do conhecimento. Sua pesquisa adiciona complexidade aos modelos epistêmicos reduzidos à figura do indivíduo racional e que não é atravessado por emoções. “Na Filosofia, sempre fazemos algum grau de abstração”, afirma. “Mas quando queremos pensar sobre assuntos muitos ‘encarnados’, como fake news e educação, a abstração não pode criar modelos que não respeitam como as pessoas de fato pensam”. 
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Pesquisadora da UFSC Blumenau estuda como cidades podem se recuperar de desastres

16/10/2023 09:55

Chuvas fortes exigem ações rápidas e resiliência das cidades (Imagem de Kammy27 por Pixabay)

Usar indicadores para compreender as cidades e pensar em formas de torná-las mais resilientes e preparadas a possíveis desastres. As pesquisas da professora da UFSC Blumenau Franciely Velozo Aragão podem ajudar a orientar municípios para questões cada vez mais importantes em tempos de emergências climáticas. A mais recente delas foi publicada no International Journal of Disaster Risk Reduction, com pesquisadores da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR). O estudo foi liderado pelas professoras Daiane Maria de Genaro Chiroli e Fernanda Cavicchioli Zola, da UTFPR.

A equipe usou como ponto de partida a norma técnica ISO 37123, que trata das cidades e comunidades sustentáveis, com indicadores para cidades resilientes. “Resiliência é a forma que uma cidade tem de reagir a possíveis riscos ou possíveis eventos catastróficos que ela possa sofrer. Então, para que a cidade seja resiliente, a gente sempre fala que ela precisa ser inteligente, porque ela precisa usar dados para conseguir prever esses possíveis riscos”, contextualiza a professora.

Esses dados podem ser obtidos e construídos a partir de variáveis estipuladas para possibilitar que a recuperação diante de desastres ocorra de uma forma rápida e sem prejuízos maiores. O grupo de pesquisadores reuniu estudos internacionais para mapear a evolução das pesquisas na área e identificar como essa questão é tratada pela comunidade científica do mundo todo.

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UFSC divulga homenagem a docentes no Dia do(a) Professor(a), 15 de outubro

15/10/2023 06:21

A Reitoria da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) divulga a seguinte homenagem aos docentes:


Homenagem ao Dia do(a) Professor(a).

A Reitoria da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) parabeniza todos os/as professores e professoras da instituição pelo Dia do Professor, comemorado neste 15 de outubro. Enaltece o trabalho e a dedicação destes atores, que muitas vezes exercem sua atividade em condições difíceis, e que são em grande parte responsáveis pela qualidade e reconhecimento que a Universidade desfruta ante a sociedade, haja vista a qualidade dos egressos da nossa instituição.

A Universidade tem hoje cerca de 40 mil alunos e oferece todos os níveis de ensino, desde a educação infantil até a pós-graduação. É um grande desafio atender a todos esses públicos diferenciados, e isso só é possível com o empenho de todos os docentes, com o decisivo apoio dos técnicos administrativos.

O ensino é um dos pilares de atuação da Universidade, com forte inserção social. A UFSC luta para oferecer um ensino de qualidade, e nesse processo aperfeiçoa suas abordagens pedagógicas, buscando sempre atuar como uma instituição aprendente, especialmente junto com os/as estudantes.

Que a educação, a ciência e a tecnologia coloquem-se sempre em prol do desenvolvimento, da paz entre os povos e do bem-estar humano, social e da natureza. E que jamais deixemos de esperançar por um país e um futuro melhor para esta e para as próximas gerações.


 

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Cientistas da UFSC respondem dúvidas de crianças em podcast

11/10/2023 09:00

Arte: Audrey Schmitz sobre foto de Unsplash

A Agência de Comunicação da Universidade Federal de Santa Catarina (Agecom/UFSC) publicou nesta quarta-feira, 11 de outubro, um episódio especial do podcast Flash UFSC para o Dia das Crianças. Os pequenos curiosos fazem perguntas, e os cientistas da UFSC respondem.

As professoras Patrícia Hadler, Marina Hirota e Kátia Madruga e o professor Fabrício Menegon falam sobre o corpo humano, o reino animal, tecnologia e o futuro da Terra. O episódio foi produzido pela estudante de Jornalismo e estagiária da Agecom Luiza Casali e pela jornalista Mayra Cajueiro Warren.

A cada duas semanas, o Flash UFSC traz informações sobre ciência, cultura e arte. Ouça no site, pelo Spotify ou em outras plataformas.

Tags: AgecomDia das CriançasFlash UFSCpodcastUFSCUniversidade Federal de Santa Catarina

UFSC Joinville leva título e segundo lugar no ‘Desafio de Pontes’

11/10/2023 08:46

Infratec participou com duas equipes

A equipe Infratec, da UFSC Joinvile,  conquistou o 1° e 2° lugar no Desafio de Pontes, realizado todos os anos pela Universidade do Estado de Santa Catarina para avaliar a construção de pontes de palitos de picolé e cola transparente com a capacidade de aguentar o maior peso possível. A equipe que alcançou o primeiro lugar rompeu a ponte com 220kg e a do segundo lugar com 160kg. A avaliação levou em conta, ainda, critérios como estética, capacidade portante, estimativa de carga e memorial de análise. O evento ocorreu no último sábado, em Joinville.

A professora responsável Valéria Bennack conta que a Infratec elabora e executa projetos de protótipos das mais diversas áreas da infraestrutura, como pontes treliçadas, estruturas de terra armada e concreto armado. Na competição, participaram duas equipes do setor de estruturas, com seis pessoas em cada equipe, compostas por alunos da segunda até a nona fase da graduação em Engenharia Civil de Infraestrutura

“O objetivo da competição é colocar em prática os conceitos de engenharia, aplicando conteúdos estudados nas disciplinas de estruturas da grade da engenharia civil, na montagem da ponte de palitos de picolé. A preparação das equipes da UFSC acontece no decorrer do ano, seja no estudo do projeto, seja na prática de montagem”, conta. A preparação se intensifica no mês anterior à competição, quando os estudantes passam a ter o desafio de montar e romper no mínimo uma ponte por semana.

Equipes vencedoras

A professora reforça que esses momentos são importantes para os estudantes aperfeiçoarem suas habilidades. Segundo ela, a organização, o trabalho em equipe, as metas a serem alcançadas, o conhecimento aplicado e o planejamento são constantemente trabalhados para se atingir o objetivo. “A competição agrega valor a todos os integrantes”, destaca. Além disso, com a premiação em dinheiro é possível realizar atualização de materiais e ferramentas utilizadas para continuidade dos trabalhos da equipe toda.

Valéria também explica que o projeto escolhido para elaboração da ponte tem característica de suporte a maiores cargas com menor peso próprio da estrutura, denominada treliça Pratt. Para executar o projeto é possível realizar análises por softwares para analisar o comportamento estrutural. “Assim, os tamanhos e formatos dos palitos são distribuídos de acordo com a demanda dos esforços da ponte em camadas sucessivas. São executados dois perfis simultâneos e realizada a junção destes posteriormente”.

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Cães heróis do Corpo de Bombeiros recebem cuidados em Clínica Veterinária da UFSC

10/10/2023 11:46

O cão de resgate Hunter, em Curitibanos (Foto:CBM-SC)

Quando um desabamento, deslizamento, enchente, ou um incêndio ocorre, uma série de profissionais de salvamento é chamada para tentar localizar vítimas. Neste momento, uma ajuda crucial vem de cães de resgate, como Hunter e Barak. Ambos vivem na região serrana catarinense, e recebem, regularmente, os cuidados da Clínica Veterinária Escola da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) no campus de Curitibanos. 

Hunter é um Labrador e tem oito anos. É um veterano do Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina (CBM-SC). Segundo o Cabo Ronaldo Fumagalli, tutor dos cães e responsável pelo seu treinamento, o Labrador está perto de sua aposentadoria. 

Hunter já atuou em buscas e salvamentos em tragédias como os desastres ambientais que ocorreram em Mariana (2015) e Brumadinho (2019), em Minas Gerais; o incêndio no prédio da Secretaria de Segurança Pública do Rio Grande do Sul (2021); e, mais recentemente, o deslizamento em Petrópolis (2022), no Rio de Janeiro.

O cão é experiente e possui diversas certificações, inclusive a da International Search and Rescue Dog Organisation (IRO), o que respalda sua atuação como cão de resgate em todo o Brasil e no exterior. Ele aprendeu o que sabe de Fumagalli mas também da Find, cadela de resgate que faleceu em fevereiro deste ano, com 14 anos de idade. Hunter e Find trabalharam juntos no resgate às vítimas de Mariana, em 2015, além de outros incidentes. 
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Colégio de Aplicação abre inscrições para sorteio de vagas do ano letivo 2024

09/10/2023 09:34

O Colégio de Aplicação da UFSC, unidade do Centro de Ciências da Educação (CED) anunciou a abertura de edital, com inscrições abertas para sorteio de vagas e formação de lista de espera para o ano letivo de 2024. A instituição atende estudantes do primeiro ano do Ensino Fundamental até o terceiro ano do Ensino Médio. A escola é pública e gratuita e está localizada dentro da UFSC, no bairro Trindade, em Florianópolis. O edital é destinado ao público em geral e também conta com reservas de vagas para pessoas com deficiência e/ou candidatos declarados negros (pretos e pardos), indígenas e quilombolas.

As inscrições são gratuitas, estão abertas e podem ser feitas até o dia 7 de novembro, às 18h. Todas as informações sobre o processo de inscrição e sorteio estão disponíveis no edital, e a escola orienta a leitura atenta de todo o documento. Serão ofertadas 60 vagas para o primeiro ano do Ensino Fundamental e formação de lista de espera para as demais turmas. Há reserva de três vagas a alunos com deficiência e 12 vagas para alunos declarados negros (pretos e pardos) pela família ou declarados indígenas ou quilombolas.

O resultado final da seleção será divulgado no dia 23 de novembro.

 

Mais informações e inscrições pelo site ingressoaplicacao.ufsc.br

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UFSC na mídia: caloura com paralisia cerebral destaca sensação de liberdade e acolhimento

06/10/2023 17:18

A caloura de Pedagogia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) Isabelli Macedo de Ávila tem paralisia cerebral e, em entrevista para a NDTV, destacou a sensação de liberdade e o acolhimento da Universidade. “Recebi um acolhimento dos professores, da minha turma e da nossa assistência de acessibilidade.”

Além de um café de acolhimento, Isabelli recebeu um notebook emprestado da Universidade para facilitar sua adaptação. Uma colega de turma da jovem também destaca a dedicação e participação dela nas aulas. 

Toda a adaptação e jornada dos estudantes com deficiência é acompanhada pela Coordenadoria de Acessibilidade Educacional (CAE). A equipe é responsável por acolher e dar apoio para a permanência desses alunos. Ao todo 8% das vagas dos vestibulares são reservadas para esse público, e a CAE trabalha de acordo com as demandas de cada indivíduo. Na reportagem, a coordenadora da CAE, Bianca Costa Silva de Souza, explica como é feito o acompanhamento dos estudantes com deficiência na Universidade: “A gente entende qual é a especificidade de cada pessoa, e a gente vai traçando um plano de acompanhamento desse sujeito, e ele vai participando do processo também”.

Confira a reportagem completa.

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UFSC tem 40 pesquisadores entre os mais influentes do mundo, segundo ranking internacional

05/10/2023 18:38

Foto: Henrique Almeida/Agecom/UFSC

A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) tem 40 pesquisadores nas listas dos cientistas mais influentes divulgada anualmente pela editora Elsevier. Elaborado em conjunto com a Universidade de Stanford, o banco de dados fornece informações padronizadas sobre citações e outros índices de impacto. São duas listas: uma englobando toda a carreira, e outra com dados apenas do último ano. Na primeira relação, são 28 pesquisadores da UFSC; na segunda, são 26 – 14 estão presentes nas duas listas.

Os bancos de dados podem ser acessados aqui.

Em ambas as listas, a UFSC é a oitava instituição brasileira no número de pesquisadores relacionados, a quarta entre as universidades federais.

Os cientistas são classificados em 22 campos e 174 subcampos de acordo com a classificação padrão Science-Metrix. Os dados ao longo da carreira são atualizados até o final de 2022 e os dados do ano recente referem-se às citações recebidas durante o ano civil de 2022. A edição atual é baseada nas informações disponíveis em 1º de outubro de 2023 do Scopus, atualizado até o final do ano de citação de 2022 e  usa dados Scopus fornecidos pela Elsevier por meio do ICSR Lab.

Confira os pesquisadores citados no ranking:
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Núcleo de Desenvolvimento Infantil abre inscrições para sorteio de vagas do ano letivo de 2024

05/10/2023 10:50

Foto: Juliane Mendes Rosa La Banca

O Núcleo de Desenvolvimento Infantil (NDI) do Centro de Ciências da Educação (CED) da UFSC  anunciou a abertura do período de rematrículas, inscrições para novos alunos por meio de sorteio de vagas e a formação de listas de espera para o ano letivo de 2024. O edital do processo seletivo foi publicado nesta quarta, 4 de outubro. O período de inscrições para novos alunos inicia-se na segunda-feira, dia 9 de outubro e segue aberto até o dia 7 de novembro. As inscrições devem ser realizadas exclusivamente pelo site ndi.ufsc.br.

Há 14 vagas disponíveis e podem se inscrever as crianças nascidas entre 31 de março de 2018 e 31 de dezembro de 2023. Há quatro vagas reservadas para crianças declaradas negras (pretas e pardas), indígenas e quilombolas e duas vagas reservadas para crianças com deficiência. A Secretaria do NDI disponibilizará, no período das inscrições, equipamentos para aqueles que não dispõem de acesso à internet, no horário das 7h30 às 18h30, ininterruptamente, no local.

O resultado final será divulgado em 24 de novembro.
Mais informações:
ndi.ufsc.br
matriculas.ndi@contato.ufsc.br
Telefone e WhatsApp (48) 3721-2322

Tags: CEDNDINúcleo de Desenvolvimento InfantilUFSCUniversidade Federal de Santa Catarina

Filhotes de patos do lago da UFSC atraem olhares curiosos; conheça a espécie Cairina moschata

03/10/2023 12:03

Patinhos começam a nadar assim que saem dos ovos

Um grupo de sete patinhos tem chamado atenção de quem circula no entorno do lago da UFSC, situado ao lado do Centro de Cultura e Eventos, no campus da Trindade. Anteriormente habitado por três espécies adultas de Pato do Mato – Cairina moschata -, agora o local também é a casa dos filhotes, que levam cerca de 70 dias para começar a voar.

O professor Guilherme Brito, do Laboratório de Ornitologia e Bioacústica Catarinense (Laboac), explica que essa é uma espécie comumente domesticada, que ocorre em muitos lugares do mundo mas tem distribuição mais ampla na América do Sul e na América Central. “São bichos geralmente mesclados, enquanto o não domesticado, o animal nativo, é todo preto”, explica. A espécie foi domesticada por comunidades indígenas das Américas.

Os Patos do Mato são animais essencialmente da floresta associada aos rios e costumam ser tímidos em regiões onde são muito caçados. No campus, onde são alimentados por pessoas que circulam na região, eles convivem harmoniosamente com seres humanos. “São o típico domesticado”, registra Brito.

Os filhotes, que têm alegrado os humanos andando e nadando em bando atrás da mãe, nasceram após cerca de 35 dias de incubação. “Geralmente se reproduzem em época chuvosa, quando há mais recursos. Eles nidificam em buracos, como oco de árvore ou buraco de barranco. Muitos utilizam caixas ninhos, com o ninho sempre numa área coberta”, explica o professor.

Essa espécie costuma registrar cerca de dez ovos por ninhada, o que é considerado um volume alto para o seu tamanho. Isso indica, segundo o professor, que há um dispêndio grande de energia dos animais em sua época reprodutiva. Entre os Patos do Mato, o macho é muito maior do que a fêmea.

Filhotes precoces

Espécie já foi catalogada como ave do campus (Reprodução do LABOAC)

Os simpáticos patinhos do lago da UFSC são chamados de filhotes precoces – ou, tecnicamente, nidífugos. “Eles nascem quase prontos, bem plumadinhos, saem do ovo e já saem nadando”. No caso dos Cairina moschata eles ficam mais dependentes da mãe nos primeiros dois meses e com cerca de 70 dias já são capazes de voar, o que pode fazer com que abandonem o campus em breve.

Mas a natureza – e a ecologia – também têm seus próprios enredos. E o professor Guilherme destaca que é imprevisível o que vai acontecer com os novos habitantes do lago quando conquistarem sua independência e alçarem seus primeiros voos. “O que eles tendem a fazer é se dispersar quando adultos, pois quanto mais bichos adultos no mesmo ambiente, menos recursos”, projeta.

Mesmo assim, o fato de serem animais domesticados pode fazer com que eles permaneçam no ambiente onde são alimentados de forma abundante. Se isso ocorrer, a população pode aumentar ainda mais, já que são animais que costumam se reproduzir bastante. “Eles tendem a ser promíscuos em cativeiros”, explica.

A fofura dos patinhos tem atraído muitos flashs, o que é facilitado pelos próprios animais, que não se assustam com a presença humana. “Os filhotes confiam muito nos pais e não têm medo da aproximação”, conta Guilherme. Mas, mesmo assim, é necessário cautela e respeito aos bichos. “Não dá para pegá-los na mão para tirar foto”, recomenda o professor.

Guia das aves do campus? Temos!

O Laboac está elaborando um material completo sobre as aves do campus da UFSC. A ideia é fazer um guia primeiro na versão de ebook. “ É um guia de campo para estimular a observação de aves do campus e arredores, já que temos bastante curiosos”, conta. O título da publicação em fase de produção é Guia de Campo das Aves do Campus.

Além do Pato do Mato, já catalogado, a equipe reuniu outras das quase 130 espécies registradas no campus, mas a ideia é envolver a comunidade, que pode enviar imagens das espécies fotografadas para o e-mail ornitoufsc@gmail.com ou instagram @laboac_UFSC. A ideia é também reunir os grupos para saídas de campo, as passarinhadas.

Tags: Cairina moschataGuia de Campo das Aves do CampusLaboratório de Ornitologia e Bioacústica CatarinensePato do Mato

UFSC na Mídia: Pesquisadores denunciam banco por lucrar com contrabando de africanos no século XIX

03/10/2023 08:45

Pintura de Debret ilustra período de escravidão; imagem meramente ilustrativa

O pós-doutorando da UFSC Clemente Penna, que atua junto ao Laboratório de História Social do Trabalho e da Cultura, e a professora do departamento de História Beatriz Mamigonian integram um grupo de 14 pesquisadores da escravidão e do tráfico de africanos que subscrevem uma ação do Ministério Público Federal pedindo reparação pela participação do Banco do Brasil nos negócios da escravidão no século XIX. A iniciativa repercutiu na imprensa e foi pauta da BBC e do podcast O Assunto.

No texto produzido pela rede britânica BBC e publicado pelo G1, explica-se que a ação é inédita no país e pretende iniciar um movimento de cobrança por reparação histórica de grandes e centenárias instituições brasileiras – estatais e privadas – que de alguma forma tenham participado ou fomentado a escravidão no país. Onze universidades estão envolvidas com os estudos. “Eles descobriram, por exemplo, que entre os fundadores e acionistas do BB estavam alguns dos mais notórios traficantes de escravizados da época – entre eles José Bernardino de Sá, tido como o maior contrabandista de africanos do período”, relata a reportagem.

O pesquisador Clemente Penna foi um dos entrevistados do podcast O Assunto e afirmou que espera que essa ação e as pesquisas que a embasaram sirvam, de fato, para fomentar esse debate. “A gente não pensa em sistema financeiro e escravidão, isso é uma discussão que é até relativamente recente […] e é um processo de silenciamento que quase produz uma inércia”, disse. Entre outras coisas, a ação registra que ao longo dos anos de 1833 e 1859, numa amostra de 2.275 penhoras judiciais que correram pelas mais diversas varas da justiça carioca, 65% dos litígios tiveram pelo menos um ser humano escravizado apreendido por ordem da justiça para garantir o pagamento de dívidas.

O estudo indica ainda que “parece não haver dúvidas que boa parte do capital que constituiu o maior banco do Império era oriundo do tráfico e dos negócios da escravidão”. Acrescenta, ainda, que o acionista do Banco do Brasil Bernardino de Sá, evidenciava, com seu destaque no quadro societário, a transferência dos capitais do tráfico e da escravidão para o setor financeiro, num movimento amplamente citado pela historiografia, mas, ainda, pouco estudado.

Conforme a reportagem da BBC, no documento enviado ao Banco do Brasil, o MPF estipulou um prazo de 20 dias para a presidência da instituição responder a uma série de questões, entre elas a posição do banco sobre sua relação com o tráfico de pessoas negras escravizadas, informações sobre financiamentos realizados pelo banco e relação com a escravidão, informações sobre traficantes de pessoas escravizadas e sua relação com o banco e iniciativas do banco com finalidades específicas de reparação em relação a esse período.