Estudantes do Laboratório de Ficologia da UFSC são premiados em evento científico

12/12/2023 13:01

Pesquisadores da UFSC que participaram do 9° Workshop REDEALGAS.

Estudantes dos cursos de graduação e pós-graduação do Laboratório de Ficologia da Universidade Federal de Santa Catarina (LAFIC/UFSC) foram premiados no Workshop de Biotecnologia de Algas – o 9° REDEALGAS –, que ocorreu em Guarapari (ES), de 3 a 6 de dezembro. O evento reuniu especialistas brasileiros e internacionais e teve como tema “Biotecnologia, Sustentabilidade e Atividades de Extensão alinhadas com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável”.

Cerca de 30 estudantes, pesquisadores e professores do LAFIC e outros laboratórios participaram do evento, viajando até Guarapari com um ônibus da UFSC. Estiveram presentes representantes dos Programas de Pós-Graduação Biologia de Fungos, Algas e Plantas (PPG-FAP), Oceanografia (PPG-Oceano) e Biotecnologia e Biociências (PPG-Biotec).
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“Tapete de algas” é alternativa barata e sustentável para tratamento das águas de Florianópolis

06/09/2023 18:24

Sistema purificador desenvolvido por pesquisadores da UFSC absorve efeitos da poluição, produz biomassa e contribui para a economia da região

Para ler a reportagem especial em formato multimídia, clique aqui.

O Algal Turf Scrubber funciona na Estação de Maricultura Elpídio Beltrame, na Barra da Lagoa. Foto: Rafaela Souza/NADC/UFSC

O tripé econômico de Florianópolis – pesca, maricultura e turismo – depende de um componente fundamental: água limpa. E a própria natureza ajuda a obter recursos hídricos de qualidade. Na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), pesquisadores vinculados ao Laboratório de Ficologia (Lafic), do Departamento de Botânica, desenvolvem sistemas purificadores que utilizam algas para a remoção de poluentes da água – são os tapetes algais biofiltrantes (Algal Turf Scrubber – ATS).

“É um absurdo que a gente não esteja investindo nelas”, afirma Leonardo Rörig, coordenador do projeto. Os ATS são um exemplo de “soluções baseadas na natureza”, alternativas sustentáveis, baratas e de baixo impacto ambiental. Países como Austrália, Estados Unidos, China e Índia aderiram ao sistema pela sua baixa pegada de carbono e emissão de gases de efeito estufa.
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Grupo multidisciplinar da UFSC investiga coloração vermelha anômala na Lagoa do Peri

09/08/2023 17:20

A coloração avermelhada da Lagoa do Peri será alvo de uma investigação realizada por uma equipe multidisciplinar, com pesquisadores nas áreas de biologia, ecologia, microbiologia, biotecnologia e saneamento da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). O objetivo é diagnosticar os motivos da anormalidade da cor e, a partir disto, propor ações de gestão a serem adotadas. Chamado de “Caracterização biogeoquímica emergencial da Lagoa do Peri (SOS-Peri)”, o projeto conta com apoio e financiamento institucional da UFSC  – envolvendo o Gabinete da Reitoria, Pró-Reitoria de Pesquisa e Pró-Reitoria de Extensão.

A Lagoa do Peri é responsável pelo abastecimento de água para 100 mil pessoas no sul da Ilha de Santa Catarina e o estudo é uma demanda de setores da sociedade e instituições locais para diferentes grupos de pesquisa e laboratórios da UFSC. A caracterização do estado da lagoa irá observar prováveis desdobramentos ambientais e sanitários no local. Os resultados serão compartilhados com a Fundação Municipal do Meio Ambiente de Florianópolis (Floram) e com a Casan. “O grupo de pesquisa é da UFSC, mas vamos discutir publicamente com Floram e Casan seus desdobramentos”, diz Paulo Horta, integrante do grupo multidisciplinar.

Pesquisa busca descobrir origem da coloração avermelhada anômala da Lagoa do Peri. Foto: Carolina Ferreira Peccini/Secretaria do Meio Ambiente da Associação de Moradores da Lagoa do Peri (Asmope)

De acordo com Paulo Horta, a urbanização crescente, sem o devido saneamento básico, juntamente com a intensificação das mudanças climáticas, pode ter provocado os problemas na Lagoa. “Hoje estamos experimentando fenômenos que não têm documentação na história recente. É fundamental um diagnóstico detalhado das causas e de suas consequências para termos políticas públicas efetivas que assegurem as condições saudáveis e ecologicamente equilibradas desse ambiente maravilhoso que é a Lagoa do Peri, assim como a contribuição desse ecossistema para a nossa sociedade, com o indispensável fornecimento de água. Entre outros desdobramentos, esperamos que estes estudos nos ajudem na construção de planos de contingência, para assegurar o abastecimento de água de qualidade em eventuais condições de comprometimento ambiental e sanitário, quali/quantitativo, do manancial”.
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Equipe da UFSC investiga possíveis causas da epidemia de diarreia em Florianópolis

10/01/2023 09:00

Áreas com baixo ou saneamento reduzido, valas de esgotamento sanitário ilegais, aumento da população durante o veraneio e aumento das temperaturas podem favorecer a circulação e permitir maior propagação de agentes que causam a diarreia, explica a professora do Departamento de Microbiologia, Imunologia e Parasitologia da UFSC, Gislaine Fongaro. A equipe do Laboratório de Virologia Aplicada e do Laboratório de Ficologia está ampliando a coleta de amostragens em praias de Florianópolis para o monitoramento viral diante da epidemia registrada na cidade: são cerca de mil casos registrados em dez dias. A expectativa é que até 20 de janeiro os cientistas tenham uma visão dos vírus que circulam na capital, com foco na Ilha.

De acordo com Gislaine, as equipes da universidade também vão avaliar o esgoto bruto para entender o que está circulando na população local e na população itinerante. “Nossos estudos de pesquisa e extensão são amplamente importantes para população geral, servem de alerta epidemiológico e alerta sanitário”, explica a professora. Além disso, de acordo com ela, os dados complementam análises de balneabilidade que, para atenderem legislação, avaliam indicadores fecais bacterianos, mas não avaliam agentes virais nas rotinas.

A professora explica que os chamados surtos gastroentéricos – vômito e diarreia – estão relacionados a agentes infecciosos, principalmente vírus e bactérias que possuem trânsito em águas de beber, águas para recreação e alimentos contaminados. “Esses agentes infecciosos são chamados de entéricos, ou seja, que possuem rota oral-fecal, sendo ingeridos e excretados nas fezes de pessoas e animais não humanos suscetíveis”, complementa.

O saneamento básico, água e esgoto tratados e a higienização de alimentos são essenciais para a prevenção dos surtos. “O contato direto de não infectados com infectados, bem como o contato direto com fezes e papeis e fraldas contaminadas e aerossóis de banheiros e outros, podem ser importantes formas de transmissão de vírus e bactérias entéricas”, comenta Gislaine.

Outro ponto a ser destacado sobre os surtos de vômitos e diarreia é que esses agentes virais são muito mais propagáveis, e os vírus muito resistentes em ambientes, águas e alimentos. Assim, reforça ela, as viroses acabam sendo protagonistas nas gastroenterites agudas. Os adenovírus, norovírus, vírus da hepatite A e E e rotavírus são os principais causadores de gastroenterites.

Verão e prevenção

Segundo Gislaine, durante a temporada de verão, com o aumento de pessoas nas áreas litorâneas e de crianças em áreas de recreação, o alvo de infecções dos agentes que estão em águas aumenta. “Eficiência sanitária, água potável segura, alimentos seguros e higienização de mãos e áreas coletivas são amplamente importantes para reduzir a propagação de agentes infecciosos entéricos”, diz. Outra importante estratégia é o rastreio ágil da fonte contaminadora, para reduzir o impacto dos surtos e epidemias.

O Laboratório de Virologia Aplicada tem mais de 30 integrantes e se dedica há mais de três décadas aos estudos de diagnóstico de vírus em águas, fezes, alimentos, solos e outros. Anualmente, realiza coletas e estudos de águas balneáveis, águas potáveis de torneira e poços profundos, rios, mar e água salobra.

O LVA tem se dedicado a estudos de vírus que circulam em esgoto para saber o que está circulando na população, Há quatro anos, equipes monitoram águas e esgotos de Florianópolis também no período de veraneio, analisando adenovírus, norovírus, vírus da hepatite A e E, rotavírus e vírus entéricos.

Amanda Miranda, jornalista da Agecom/UFSC

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Iniciativa da UFSC é premiada pela Fundação Boticário por soluções inovadoras para desafios do oceano

02/02/2022 08:00

Foto: Site Fundação Grupo Boticário

O projeto Igaú, iniciativa do Veleiro ECO da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), foi um dos contemplados pela Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza e a Fundação Araucária de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Paraná, que irão destinar R$ 3,7 milhões em apoio financeiro para 19 soluções inovadoras para desafios do oceano e regiões costeiras do Brasil. As propostas escolhidas serão executadas ao longo de 12 a 36 meses.

Igaú – que quer dizer alga, em Tupi Guarani – é uma parceria entre a UFSC e Universidade Estadual do Paraná (Unespar) e visa promover a sustentabilidade e resiliência das comunidades estuarinas e costeiras da região de Paranaguá frente aos impactos da poluição. O objetivo do projeto é promover a conservação dos ecossistemas pelo cultivo de algas, conservando e restaurando os serviços ecossistêmicos, como a provisão de alimentos e espaço de lazer. Conforme os idealizadores do projeto, o cultivo e a coleta sustentável de algas gerarão matéria-prima renovável de amplo interesse técnico-econômico e socioambiental com potencial para produção de produtos ecológicos, cuja comercialização será ainda fonte de renda complementar.

“Esse projeto tem uma função social ainda mais relevante de proporcionar conhecimento e soluções alternativas que efetivamente representam formas de resistência local e regional, para tudo isso que a gente está vivendo. Então, pensando desde a poluição até as questões relacionadas às mudanças climáticas, esta iniciativa tem em seu escopo a capacidade de dialogar e nos ajudar em muitos aspectos”, avalia o professor Paulo Horta, docente do Departamento de Botânica do Centro de Ciências Biológicas (CCB) da UFSC.

O processo de seleção

O processo para seleção das propostas vencedoras consistiu em três etapas. Na primeira, um formulário on-line devia ser preenchido com um descritivo breve sobre a proposta. As 40 ideias mais promissoras foram selecionadas para participar do evento CAMP Oceano, com uma programação que previu capacitação virtual com palestras e workshops para desenvolver, aprimorar e aumentar o impacto da solução. No final do CAMP, 25 soluções seguiram para a Fase 3 em um mês de acompanhamento e apoio de mentores para se fazer o detalhamento da proposta a ser executada.

“A proposta inicial era apenas uma ideia, uma vontade de aproximar a Universidade e as populações originárias de Paranaguá e construir soluções baseadas na natureza com conhecimento local e acadêmico. O CAMP Oceano, por meio da organização e dos mentores, foi fundamental para melhor justificar a proposta, de fato, verificar a sua aplicabilidade e planejar a sua execução nos aspectos técnicos, humanos e jurídicos”, afirma Paulo.

Coordenado pela professora Franciane Pellizzari, da Unespar, o projeto Igaú conta com uma equipe formada por docentes, graduandos e pós-graduandos do Laboratório de Ficologia da UFSC, do Departamento de Engenharia Mecânica da UFSC e da Universidade Estadual do Paraná. O valor aprovado para a iniciativa foi de R$ 240 mil, mas ainda está sujeito à revisão até a implementação. O projeto tem duração prevista de três anos e deve ser implementado já em 2022.

O professor Paulo Horta destaca a importância da conquista e ressalta a participação da equipe do Veleiro ECO no projeto. “A UFSC tem grande satisfação em ter o Veleiro ECO começando sua jornada como plataforma para estender o alcance da Universidade, sobretudo por meio do seu Departamento de Engenharia Mecânica responsável por sua idealização e construção. O projeto é uma grande conquista para ambas as universidades e caminha no sentido da sustentabilidade e do papel das instituições de ensino e pesquisa no Brasil de promoverem o desenvolvimento social e a conservação da natureza”, finaliza.

Maykon Oliveira/Jornalista da Agecom/UFSC

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Estudo aponta que toxinas presentes na Lagoa do Peri podem atingir o mar e contaminar ostras e mexilhões

14/05/2021 12:15

Coleta de dados também envolveu o Canal do Sangradouro e a Praia do Matadeiro. Foto: arquivo pessoal

Pesquisadores do Laboratório de Ficologia (Lafic) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) identificaram a presença de quantidades elevadas de uma toxina proveniente de cianobactérias na Lagoa do Peri e a possibilidade de a substância, que pode ser letal em altas doses, chegar ao mar da Praia do Matadeiro e contaminar mariscos e ostras. O trabalho, que também conta com a colaboração de cientistas da Universidade Federal do Rio Grande (Furg) e da Universidade do Vale do Itajaí (Univali), envolveu coletas quinzenais, realizadas em 2018 e 2019, na Lagoa do Peri, no Canal do Sangradouro, que conecta a lagoa ao mar, e na Praia do Matadeiro, além de experimentos em laboratório com mexilhões. Os resultados foram publicados na revista científica internacional Harmful Algae, a mais importante do mundo no tema de florações de algas nocivas e ficotoxinas.

A Raphidiopsis raciborskii é uma cianobactéria – uma das categorias de microalgas – que produz uma das mais poderosas e letais toxinas naturais conhecidas: a saxitoxina, também chamada de toxina paralisante. Apesar de a Lagoa do Peri não ser um corpo de água poluído, essa cianobactéria encontra ali condições para proliferar, especialmente no verão. Desde 1994, há registros de sua presença no local, e os dados coletados desde então demonstram que vem aumentando a população da microalga. 

Os níveis de saxitoxinas encontrados na lagoa ao longo do estudo passaram de seis microgramas por litro nos dias de maior calor – um valor alto e que pode oferecer risco à fauna e à flora local, bem como às pessoas que se banham ali. Para efeito de comparação, o limite máximo permitido no Brasil para a água tratada – aquela que chega às torneiras de nossa casa – é de três microgramas por litro.

“Foi um dado bem ilustrativo de um período de verão, de calor. E, depois acabou escoando, em função de chuva, para a saída da lagoa e em direção ao mar. Ou seja, foi um dado bem sintomático do que pode acontecer numa chuva forte de verão, porque no verão tem mais da cianobactéria, ela produz mais toxinas, e, como chove mais, nós temos maior possibilidade dessa água ir para o mar”, explica Leonardo Rörig, professor do Departamento de Botânica da UFSC e um dos autores do estudo. 
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Laboratório da UFSC divulga nota sobre floração de algas na Lagoa da Conceição

10/01/2020 12:11

Foi registrada a presença de algas como diatomáceas, cianobactérias, algas verdes e vermelhas na Lagoa da Conceição. Foto: Divulgação

O Laboratório de Ficologia (Lafic) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) divulgou uma nota sobre a floração de algas na Lagoa da Conceição, em Florianópolis, percebida no início deste mês de janeiro. O texto ressalta que as amostras analisadas não apresentam espécies produtoras de toxinas. O evento, entretanto, pode ser “resultado de um processo de eutrofização devido à poluição da lagoa por excesso de esgoto sem tratamento ou não adequadamente tratado”.

> Leia a íntegra da nota divulgada pelo Lafic:

O Laboratório de Ficologia da Universidade Federal de Santa Catarina vem a público esclarecer sobre o evento de floração na Lagoa da Conceição, documentado pela comunidade nas primeiras semanas de janeiro.  A massa flutuante observada é composta por algas diversas, como diatomáceas, cianobactérias, algas verdes e vermelhas. Há algas vivas e em decomposição. Destaca-se que não se observou na composição das amostras analisadas espécies produtoras de toxinas.
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Doutoranda da UFSC publica texto na revista americana ‘Science’

10/01/2020 11:51

A doutoranda Marina Sissini, sob tutoria do professor Paulo Antunes Horta Junior, responsável pelo Laboratório de Ficologia do Departamento de Botânica da UFSC, publicou a letterOil spill response: protect rhodolith beds” nesta sexta, dia 10, na revista Science, da Associação Americana para o Avanço da Ciência (AAAS). A carta alerta sobre a proteção do mais extenso, abundante e diverso habitat carbonático do Atlântico Sul: os bancos de rodolitos. A produção do texto foi realizada em conjunto com outros três professores da UFSC, alunas de Pós-Graduação do Programa em Ecologia (Poseco) da Universidade e alguns especialistas nacionais e internacionais, todos sob liderança da doutoranda Marina e do professor Paulo.

Os bancos de rodolitos são ambientes singulares que, no último ano, foram ameaçados após o derramamento de óleo que atingiu o litoral brasileiro. Segundo os autores, Santa Catarina representa o limite sul de distribuição de bancos de rodolitos conhecidos no litoral brasileiro e é um importante refúgio para parte significativa da diversidade que compõem esses sistemas. Estão localizado dentro da Reserva Biológica Marinha do Arvoredo e é protegido por esta Universidade de Conservação.

O texto pode ser lido no link.

Mais informações sobre as pesquisas realizadas pelo Laboratório de Ficologia no site.

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Pesquisadores da UFSC alertam sobre riscos em decorrência de dragagem no Norte da Ilha 

08/10/2019 12:37

Pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) divulgaram uma carta aberta, na segunda-feira, dia 7 de outubro, na qual alertam sobre os riscos em decorrência das dragagens para o engordamento da praia de Canasvieiras, em Florianópolis. O documento afirma que a sociedade civil e as instituições da região não tiveram conhecimento “se todos os requisitos ambientais foram atendidos para garantir um processo com segurança”.

Os professores Paulo Antunes Horta e Leonardo Rorig, coordenadores do Laboratório de Ficologia do Centro de Ciências Biológicas (CCB), chamam a atenção para as possíveis consequências da atividade na área. Segundo os pesquisadores, o processo pode induzir a ocorrência de maré vermelha e causar prejuízos para a economia da região, que tem entre as principais fontes de renda a pesca e a maricultura.

A maré vermelha trata-se de um fenômeno natural e esporádico que consiste em um pico de crescimento de microalgas (fitoplâncton) em determinadas áreas, fazendo com que a cor da água se altere para tons de amarelo, vermelho ou alaranjado. Essas microalgas produzem toxinas que contaminam os moluscos, impossibilitando o comércio ao consumidor.

A carta aberta publicada na segunda-feira salienta que os bancos de areia no Norte da Ilha já foram palco de inúmeros eventos de floração de algas nocivas que potencialmente deixaram cistos (“sementes”) na região. O texto reforça que a legislação ambiental demanda a realização de análises prévias para garantir a segurança de empreendimentos dessa natureza. O fato de a jazida estar a cerca de um quilômetro da costa potencializa ainda mais os riscos. 
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Equipe de biólogos da UFSC constata que manchas no Norte da Ilha são algas inofensivas e não óleo

25/01/2013 13:51

Pesquisadores do Departamento de Botânica, do Centro de Ciências Biológicas da UFSC redigiram a nota a seguir para tranquilizar a população:

As manchas de coloração marrom e avermelhada visualizadas essa semana no norte da ilha, especialmente na Ponta das Canas e na Lagoinha foram coletadas e analisadas por pesquisadores do  Laboratório de Ficologia do Depto. de Botânica da UFSC. As coletas foram realizadas nesta sexta-feira, dia 25 de janeiro, por volta das 8h da manhã e imediatamente levadas ao laboratório e processadas. Trata-se de uma floração de uma microalga do grupo das cianofíceas (ou cianobactérias). É um fenômeno natural e recorrente na costa catarinense todos os anos nos meses de primavera e verão. Essas algas estão associadas às águas tropicais da Corrente do Brasil, que passa ao largo da costa brasileira. São algas que retiram o nitrogênio do ar (fixadoras de nitrogênio) e para isso têm mecanismos de flutuação para se posicionar na superfície da água. Quando se encontram na superfície são levadas pelo vento até a costa, onde podem morrer. Quando morrem liberam um pigmento vermelho (ficoeritrina) que dá a coloração chamativa ao fenômeno.

Não há perigo para banhistas em geral e para a maricultura, pois a espécie encontrada não é tóxica

Colônia de microalgas ao microscópio

(Trichodesmium hildebrandtii e/ou Trichodesmium erythraeum). O máximo que pode acontecer é alguma reação alérgica por parte de pessoas sensíveis a certas substâncias exaladas pelas algas. Entretanto, há uma espécie do grupo que pode ser tóxica (Trichodesmium thiebautii) e por isso os fenômenos devem ser monitorados e informados ao Laboratório de ficologia da UFSC. Essa espécie é raríssima e jamais foi encontrada em grandes concentrações em Santa Catarina, pelo menos desde que a UNIVALI e a UFSC começaram a monitorar o processo em 1994.

O Laboratório de Ficologia da UFSC (Depto. de Botânica – CCB) participa desses estudos em colaboração com a UNIVALI e a FURG (Rio Grande – RS) e com o conhecimento já adquirido pode-se classificar o fenômeno como natural, inofensivo e sazonal, típico de meses quentes. Informamos ainda que o fenômeno nada tem a ver com a catástrofe ocorrida no Ribeirão da Ilha, onde o askarel altamente tóxico vazou para os ecossistemas próximos a Subestação da CELESC.

 

Frascos com material coletado

A comunidade  pode  comunicar a constatação desses fenômenos e outros eventos estranhos nas águas costeiras para a equipe do  professor Leonardo Rörig através do telefone (48) 9605-7414 ou pelo emailleororig@gmail.com. Diante dos comunicados a equipe do laboratório pode deslocar-se até o local para fazer as coletas e análises necessárias. É muito importante que a comunidade fique de monitora desses fenômenos pois o litoral é muito grande e os pesquisadores têm dificuldade para monitorar diariamente todas as áreas.

Equipe que fez a análise:

Professor Leonardo Rörig – Laboratório de Ficologia – CCB – UFSC – Programa de Pós-Graduação em Biologia de Fungos, Algas e Plantas – leororig@gmail.com 

 Biólogos: Leandro Reis, Maevi Ottonelli e  Claudiane Gouveia

 

 

Algas ao microscópio em maior detalhe

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Recategorização da Reserva Biológica Marinha do Arvoredo pode ter impacto sobre banco de algas calcáreas

16/07/2012 10:25

Imagens subaquáticas de rodolitos no Rancho Norte, local da saída de campo realizada na última quinta-feira. O material foi cedido pela equipe de pesquisadores.

O Brasil irá na contramão da história se reverter sua Reserva Biológica Marinha do Arvoredo à classificação de parque nacional. País líder na elaboração da Convenção Sobre Diversidade Biológica, com metas para 2010 de 10% de ambiente costeiro protegido, atualmente preserva em áreas marinhas devidamente protegidas cerca 1,5% de seu litoral – e terá uma repercussão internacional negativa se abrir à visitação pública uma de suas duas únicas reservas biológicas marinhas federais.

A preocupação do coordenador do Laboratório de Ficologia da UFSC, Paulo Horta, resultou em convite a jornalistas para uma saída de campo ao banco de algas calcáreas localizado no Rancho Norte da Ilha do Arvoredo (uma das quatro ilhas que formam a Reserva Biológica Marinha do Arvoredo). Durante a visita, realizada na última quinta-feira, 12 de julho, Horta e quatro pós-graduandos que têm estudos relacionados à reserva demonstraram preocupações com a possibilidade de entrada no local de barcos para o mergulho recreativo.

Fundo do mar tridimensional
Considerada local de alta diversidade quando comparada a outros pontos do litoral brasileiro, a Reserva Biológica Marinha do Arvoredo tem entre os representantes da flora marinha macroalgas do grupo das Rhodophytas  algas vermelhas que têm seus mantos, chamados de rodolitos, distribuídos por diferentes locais do litoral brasileiro.

Na área da Reserva Biológica Marinha do Arvoredo há bancos de rodolitos na Ilha do Arvoredo, na Deserta e Galés. “São estruturas que conferem tridimensionalidade ao ambiente e formam oásis sobre a areia do fundo do mar”, explica Horta, que desde seu mestrado trabalha com algas calcáreas e atualmente coordena projeto nacional para melhor conhecimento das espécies no litoral brasileiro.

Pesquisador da área de Botânica Marinha, ele lembra que as algas são capazes de realizar fotossíntese, sendo em grande parte responsáveis pela renovação do oxigênio do ar atmosférico e daquele que está misturado na água, necessário aos seres aquáticos aeróbicos. Têm também função primordial no ciclo de vida do ambiente marinho. São chamadas de organismos produtores, pois produzem tecidos vivos a partir da fotossíntese, e estão na base da cadeia alimentar: sustentam os animais herbívoros (peixes, caranguejos, moluscos, etc), que sustentam os carnívoros, e assim por diante.

“São também biofábricas de carbonato de cálcio”, complementa o professor sobre as algas presentes na Reserva do Arvoredo, capazes de realizar fotossíntese e de transformar carbono em carbonato de cálcio, formando estruturas que fornecem alimento e habitat para diversos seres marinhos.

Na visão de Paulo, o banco da Reserva do Arvoredo é uma área que depende de preservação, tanto pela importância para o ambiente marinho e para comunidades que dependem de recursos pesqueiros, como pela fragilidade. “Ainda se procura entender porque, mas estas algas têm um crescimento muito lento, mais ou menos 1% ao ano. Para se ter 10 centímetros são mais de 100 anos”, exemplifica.

“Imagine vários barcos parados aqui, soltando sua âncora sobre esse ambiente”, destacou o pesquisador na saída de campo. Ele critica a defesa da recategorização em parque com base no fator econômico e de geração de empregos e de renda.

“Os projetos de pesquisa também geram renda, criam trabalho”, defende o pesquisador que lamenta a priorização dos benefícios da reserva a curto prazo. “Será como matar a galinha dos ovos de ouro. A proteção da biodiversidade é suficiente justificativa para se manter a reserva”, considera o professor. Ele estima que cerca de 20 projetos de pesquisa são desenvolvidos atualmente no local, a maioria por pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina.

Visão de longo prazo
O doutorando Anderson Batista, do Laboratório de Biogeografia e Macroecologia Marinha, que estuda estruturas temporais de peixes recifais, acompanhou a saída de campo e mergulhou para observar as espécies na reserva.

“Tinha pouca gente por lá”, brincou ao finalizar o mergulho na Ilha do Arvoredo. Ele explica que é comum uma redução das populações de peixes no inverno e reforça a ideia de que a reserva deveria ser protegida a partir de uma visão de longo prazo.

“Para gerar frutos, sendo capazes de exportar organismos, as reservas levam 30 a 40 anos. Nós agora estamos com 22 anos da Reserva do Arvoredo e reverter em parque seria um enorme retrocesso”, considera o doutorando que em seu mestrado também trabalhou com censos visuais de comunidades de peixes e observou uma biomassa 240% maior na área da Reserva Biológica Marinha do Arvoredo do que em outras ilhas não protegidas no litoral de Santa Catarina.

“Não é uma Ilha (Arvoredo) proibida, como estão dizendo. Há uma grande área no lado sul em que qualquer pessoa pode ir, as escolas, as prefeituras, onde o mergulho é permitido. Várias pessoas podem usufruir, ter benefícios, mas alguns locais precisam ser intangíveis, para o bem da nação”, complementa Horta.

Âncoras sobre os rodolitos, toque e coleta (inerentes à curiosidade humana), barulho dos barcos, poluição dos motores, movimentação do sedimento do fundo do mar com nadadeiras, lixo, impacto nas comunidades de seres marinhos e aves são algumas das perturbações que preocupam a equipe. Na UFSC, o Departamento de Botânica e o Programa de Pós-Graduação em Biologia Vegetal aprovaram posição institucional contra a recategorização da reserva.

Mais informações:
– Paulo Horta: (48) 3721-8544 / pahorta@ccb.ufsc.br
– Janayna Bouzon: (48 3721-8541 / janayna.bouzon@gmail.com
– Anderson Batista: (48) 3721-5521 / 3721-9099 / aabbiologia@gmail.com

Por Arley Reis / Jornalista da Agecom

Saiba Mais:

A Reserva Biológica Marinha do Arvoredo
Foi criada por decreto em 12 de março de 1990
 É constituída pelas ilhas Galés, Arvoredo e Deserta, e pelo Calhau de São Pedro
– Tem área de 17.600 hectares e engloba águas dos municípios de Florianópolis, Governador Celso Ramos, Porto Belo, Bombinhas e Tijucas.

Reservas Biológicas Marinhas no Brasil:
–  Representam 53.849 ha (0.02% da área total marinha brasileira), divididas em duas únicas, federais: Atol da Rocas (RN), com área de 36.249 há (68,64%), e do Arvoredo (SC), com área de 17.600,00 ha (31,36%) (inclusas as áreas marinha e terrestre)

Unidades federais de conservação marinha em Santa Catarina:
– Estação Ecológica de Carijós ………….. 712,00 ha (0,33%)
– A.P.A Anhatomirim…………………………. 3.000,00 ha (1,40%)
– A.P.A da Baleia Franca……………………156.100,00 ha (72,80%)
– Reserva Extrativista do Pirajubaé…….. 37.062,90 ha (17,28%)
– Reserva do Arvoredo……………………… 17.600,00 ha (8,21%)

 Recategorização para parque marinho
Foi debatida em audiência pública no dia 9 de julho, no Auditório Antonieta de Barros, na Assembleia Legislativa de Santa Catarina, em Florianópolis. A audiência foi convocada pelos deputados federais Rogério Peninha Mendonça (PMDB/SC) e Esperidião Amin (PP/SC), atendendo pedido da bancada de deputados do Estado. Os parlamentares pretendem apresentar Projeto de Lei que transforma a reserva biológica em parque nacional, uma categoria de unidade de conservação menos restritiva e que permite a visitação.

A Associação das Escolas e Operadoras de Mergulho do Estado de Santa Catarina e a Associação Empresarial de Bombinhas, com o apoio de outras entidades, estão engajadas no Movimento Pró Parque Marinho. A ideia é que um projeto de lei que transforma em Parque Nacional a Reserva Biológica Marinha do Arvoredo seja apresentado na Câmara dos Deputados. Após a apresentação, será distribuído às comissões parlamentares, onde deve passar por nova rodada de debates. No final do processo, deverá ser apreciado e votado pelo plenário da Câmara dos Deputados. Aprovado, seguirá para o Senado Federal, onde passa por processo semelhante. Depois precisa ser sancionado pela presidente Dilma Roussef.

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