Mudanças climáticas agravaram inundações em SC, analisam organização global e UFSC

05/02/2025 09:08

Lestada é evento extremo local que precisa de mais pesquisa.
Foto: Pixabay/Divulgação

As mudanças climáticas agravaram as inundações de janeiro registradas no litoral de Santa Catarina por conta do fenômeno conhecido como “lestada”. A constatação foi divulgada em documento da World Weather Attribution (WWA), organização mundial que atua para dar respostas ágeis e com evidências científicas sobre o impacto das mudanças climáticas em eventos extremos, como ondas de calor, tempestades e inundações.

A professora de Oceanografia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Regina Rodrigues, assinou a análise em colaboração com o pesquisador da organização, Ben Clark. “Esses eventos são comuns em anos de La Niña fraca, como ocorreu em dezembro de 1995, quando 165 milímetros de chuva caíram na região metropolitana de Florianópolis em 36 horas. No entanto, o volume de chuva do evento mais recente em um período tão curto não tem precedentes”, pontua o documento.

Regina explica que, como esse evento é muito localizado, não é possível fazer o trabalho de atribuição às mudanças climáticas porque os modelos utilizados pela organização não conseguem executar a simulação. “Porém, nesses casos, a gente levanta os dados e casos semelhantes (regiões próximas) para inferir que teve influência das mudanças climáticas, dado o volume das chuvas em tão pouco espaço de tempo”.

O estudo traz os dados do acumulado de chuva registrado em diversas cidades catarinenses e na capital, Florianópolis, que atingiu, em menos de 48 horas, quase o dobro de volume esperado para janeiro. “Até o momento, as tendências recentes apontam para um aumento significativo da precipitação extrema na região”, indica o estudo, que traz referências da literatura mundial e também do relatório do IPCC AR6, de 2023, do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas.

Eventos duas vezes mais prováveis

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Evento extremo que atingiu SC é de difícil previsibilidade, aponta pesquisadora da UFSC

17/01/2025 15:02

Fenômeno transbordou laguinho no Campus de Florianópolis da UFSC. Foto: Caetano Machado/Agecom/UFSC

O evento extremo que atingiu parte do litoral de Santa Catarina nos últimos dias era de difícil previsibilidade, explica a professora Regina Rodrigues, da Coordenadoria Especial de Oceanografia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e referência nos estudos das mudanças climáticas no Brasil e no mundo. De acordo com ela, por se tratar de um fenômeno local – popularmente conhecido como lestada – existe também um gap no conhecimento científico de sua natureza.

“São nuvens que os satélites não captam. A gente usa muitos dados de satélites para alimentar os modelos. Radares meteorológicos, sozinhos, não fazem previsão”, pontua. Segundo Regina, o radar auxilia os profissionais que estão utilizando os modelos na previsão, mas é preciso investimento em capacitação e recursos humanos para que situações como essas possam ser gerenciadas.

A pesquisadora também lembra que as lestadas são fenômenos locais, característicos da região. “Todo conhecimento que a gente tem é mais do Hemisfério Norte e de pesquisadores de países como Estados Unidos, Europa. Então por isso a gente sabe mais de eventos extremos que ocorrem lá. Esse evento é super localizado e a gente não tem o conhecimento científico, porque não há investimento nisso”.

Presente alterado pelas mudanças climáticas

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Professor da UFSC lança livro semibiográfico sobre os 20 anos do furacão Catarina

18/12/2024 11:22

O professor Reinaldo Haas, do Departamento de Física da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), lançou neste mês o livro semibiográfico Harmonia e tempestades: a minha jornada ao olho do Catarina, onde conta sua experiência durante a passagem do furacão Catarina, que atingiu a região Sul do Brasil em março de 2004, há 20 anos.

No livro, Haas se descreve como um apaixonado pelo tema, não apenas por sua formação científica como físico, meteorologista e pesquisador, mas também por admirar tempestades desde criança. Ele revela como nasceu a paixão por tempestades, como foi parar no olho do furacão Catarina e porque, como cientista, defende que o Catarina foi realmente um furacão e não apenas um ciclone extratropical. Ao revisitar a literatura científica, realizar pesquisas em busca de ocorrências similares na região e, especialmente, por estar presente e viver a experiência do Catarina, Haas apresenta suas hipóteses.

A obra também busca tratar de questões como as mudanças decorridas nesses 20 anos, as medidas preventivas tomadas à época e o desenvolvimento de uma consciência em relação ao clima e ao planeta Terra. De acordo com o professor, recentemente as chuvas intensas e os fortes ventos que levaram a cenas de destruição no Rio Grande do Sul e na Espanha trouxeram à tona novamente o debate acerca das mudanças ambientais e de eventos extremos cada vez mais frequentes.

O livro está disponível para compra no site da Editora O Artífice.

Furação Catarina

Sendo o primeiro e único furação registrado no Atlântico Sul, o Catarina deixou um rastro de destruição em sua passagem pelo litoral sul do Brasil, em março de 2004. Seus ventos alcançaram velocidades de 155 km/h a 180 km/h, sendo classificado como um furação de categoria 2. De acordo com a Defesa Civil de Santa Catarina, o evento climático resultou na destruição de 1,5 mil casas, deixando 26,4 mil pessoas desabrigadas e pelo menos 11 mortos. Os danos materiais com a catástrofe superaram os R$ 800 milhões, impactando diretamente em atividades agrícolas, pesqueiras, turísticas, industriais e comerciais da região.

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Workshop sobre o El Niño e seus impactos no sul do Brasil é promovido em parceria com a UFSC

26/07/2023 16:51

O Workshop “El Niño 2023/2024 – Seus Impactos no Sul do Brasil” da Associação Catarinense de Meteorologia (ACMET) em parceria com a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e outras instituições será realizado na próxima segunda-feira, 31 de julho, no Centro Integrado De Gerenciamento de Riscos e Desastres (CIGERD), no bairro Capoeiras, em Florianópolis. O evento também acontecerá de modo online. As inscrições são gratuitas e devem ser realizadas no site do evento até o dia do workshop.

A expectativa dos organizadores é reunir um público de profissionais qualificados para viabilizar discussões técnicas relativas ao fenômeno El Niño 2023/2024. O workshop será composto por três  grupos temáticos: o científico, o de impactos do fenômeno e um de divulgação das informações. As palestras incluirão vários temas como inundações, análise de áreas de risco e medidas de prevenção, identificação de áreas suscetíveis e técnicas de estabilização, dados meteorológicos e climatológicos recentes relacionados ao El Niño.

No período vespertino, será reservado um espaço para discussão sobre estratégias de monitoramento e alerta precoce, troca de experiências e relatos de casos de sucesso em situações anteriores de El Niño. O detalhamento das atividades está descrito no site do evento.

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Pesquisadores da UFSC usam lasers da Nasa para detecção de fumaça e nuvens

14/03/2023 15:24

Você com certeza nem notou, mas há cerca de um mês e meio, na madrugada de 27 de janeiro, raios lasers verdes vindos do espaço atingiram Florianópolis, varrendo a ilha de norte a sul. Os feixes de luz – finos demais para serem observados a olho nu por humanos desavisados – vêm de um satélite da Nasa, a agência espacial dos Estados Unidos, e são capazes de medir com bastante precisão a altura de árvores, morros e icebergs, a espessura de camadas de gelo e a profundidade de mares e lagoas. Já descobriram até um lago secreto sob o manto de gelo da Antártida. 

Satélite ICESat-2 é equipado com um sistema de lasers verdes, que mede a altura da superfície do planeta. Ilustração: Nasa Goddard Media Studios

Também vêm sendo usados de modos inovadores por cientistas catarinenses. Os professores Renato Ramos da Silva, Reinaldo Haas, ambos da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), e Yoshiaki Sakagami, do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC), aplicaram os dados obtidos com os lasers para avaliar a altura de fumaça e nuvens em regiões de queimadas. Combinando informações de outros satélites e de balões meteorológicos, os pesquisadores observaram um aumento da temperatura da atmosfera na mesma altura da fumaça, um indicativo de que as queimadas podem gerar uma camada que inibe a formação de chuvas em períodos muito secos. Os resultados foram publicados na revista científica Holos Environment e chamaram a atenção da Nasa, que convidou o grupo a apresentar o trabalho em um evento científico internacional, realizado em novembro de 2022 e disponibilizado no Youtube.

Lasers da Nasa

Lançado em 2018, o satélite ICESat-2 (Ice, Cloud and Land Elevation Satellite-2) é equipado com um sistema de lasers verdes, dentro do espectro da luz visível. Com 10 mil pulsos de laser emitidos por segundo, o equipamento realiza medidas de altura conforme trafega pelo planeta. A altitude de cada elemento da superfície terrestre é medida a partir do cálculo do tempo que o feixe de luz leva para voltar ao satélite. 

Parte do Sistema de Observação da Terra da Nasa, que tem como principal foco as áreas congeladas do planeta, chamadas de criosfera, o satélite também mede alturas nas regiões temperadas e tropicais e permite fazer um balanço da vegetação nas florestas em todo o mundo. Os dados coletados pelo satélite são públicos e de livre acesso e têm viabilizado descobertas importantes. Recentemente, por exemplo, os lasers possibilitaram a identificação de dois lagos subterrâneos na Antártida, bem como a observação de que o volume dos lagos está diminuindo, sua água está secando. 
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Inscrições abertas para o minicurso ‘Ciências Atmosféricas na Escola’

09/09/2022 11:50

Estão abertas até o dia 22 de setembro as inscrições para o minicurso Ciências Atmosféricas na Escola, oferecido na modalidade híbrida e promovido pelo curso de Meteorologia da UFSC. A atividade capacita professores, estudantes e público em geral para a participação em projeto da Nasa, a agência espacial norte-america, que compartilha dados globais da atmosfera e da biosfera que inclui escolas e cidadãos do mundo todo. O objetivo é proporcionar a divulgação dos conceitos físicos dos processos atmosféricos, capacitar professores do ensino médio e fundamental, além de engajar escolas locais.

No projeto da Nasa, alunos e professores das escolas fazem observações da atmosfera e da biosfera local e compartilham estas observações em um portal de dados do projeto (Globe). Por exemplo, observações meteorológicas de nuvens, pressão, temperatura e umidade atmosféricas são obtidas e compartilhadas no portal de dados. Outras observações do projeto incluem a altura e diâmetro de árvores locais, que permitem estimar a biomassa e carbono estocado em cada árvore. A iniciativa permite não apenas atividades de investigação através de observações, mas também proporciona uma cooperação internacional entre professores e estudantes de várias escolas do mundo.

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‘Ciência no Bar’ promove live sobre ciclones

13/07/2020 18:03

O projeto de divulgação científica Ciência no Bar realiza na próxima quinta-feira, 16 de julho, a live Ciclones no Brasil hoje e amanhã. A atividade ocorre a partir das 20h no canal do Ciência no Bar no Youtube.

Entre os dias 30 de junho e 1° de julho, o Sul do Brasil vivenciou um novo recorde nas marcas de velocidade do vento, que levou à morte de 13 pessoas, além de enormes danos e prejuízos. O chamado “ciclone bomba”, foi um evento devastador e levanta preocupações a respeito da sua ocorrência no Brasil e se esse tipo de evento pode ficar cada vez mais frequente. O que são ciclones? Eles estão ficando mais frequentes e intensos? Qual o risco para as sociedades? Essas são algumas das perguntas que nortearão a conversa.

As convidadas são Maria Laura Rodrigues, meteorologista do Centro de Informações de Recursos Ambientais e de Hidrometeorologia da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural (EPAGRI/CIRAM), e a professora da  Universidade Federal de Itajubá (Unifei) Michelle Reboita, especialista em mudanças climáticas.

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O Sol, a Terra e os Fenômenos Atmosféricos são tema de palestra nesta sexta

20/03/2019 12:52

O curso de graduação em Meteorologia da UFSC realiza no dia 22 de março, sexta-feira, a partir das 10h10min, no Auditório do Departamento de Física, a palestra ‘O Sol, a Terra e os Fenômenos Atmosféricos’, com Renato Ramos da Silva. Na palestra serão apresentados alguns aspectos da atividade solar e os principais processos de interação com a atmosfera terrestre.

A atividade visa celebrar o Dia Meteorológico Mundial, comemorado em 23 de março, sendo que este ano o tema proposto pela Organização Meteorológica Mundial (OMM) foi The Sun, the Earth and the Weather, que tem como objetivo divulgar o estado-da-arte sobre o sol e seus efeitos no clima e fenômenos meteorológicos da terra.

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Estudantes promovem 3ª Semana de Meteorologia, entre 24 e 28 de setembro

19/09/2018 12:40

Alunos do curso de Meteorologia irão promover a III Semana Acadêmica da Meteorologia, que ocorrerá entre 24 e 28 de Setembro, no auditório da Biblioteca Central da UFSC.

O encontro será realizado no Auditório Elke Hering, da Biblioteca.

Confira o cronograma:

Mais informações pelo Facebook.

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Mudanças climáticas são tema de palestra nesta sexta-feira

22/04/2015 10:52

As recentes mudanças climáticas no sudeste do Brasil são o tema da palestra do diretor do Laboratório Nacional de Computação Científica, Pedro Leite da Silva Dias, organizada pelo Departamento de Física da UFSC. O encontro faz parte do Ciclo de Aulas Abertas do curso de Meteorologia e será no auditório do Espaço Físico Integrado (EFI), nesta sexta-feira, das 10h30 às 12h.

Serão discutidos: o processo de formação da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), efeitos locais e remotos;  a evolução do ciclo da ZCAS no verão de 2013/14 e 2014/15; a análise das anomalias climáticas nos dois últimos verões e conexão com outras anomalias climáticas globais; e capacidade de previsão do fenômeno e especulações sobre as causas. No verão de 2013/14 e, com menor intensidade, no verão de 2014/15 a ZCAS não se formou com a frequência e intensidade típicas.

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Palestra nesta quarta-feira sobre fenômenos meteorológicos

23/10/2013 08:54

O Grupo de Estudos em Desastres Socionaturais (GEDN), o Laboratório de Climatologia Aplicada (Labclima) e o Programa de Pós-Graduação em Geografia (PPGEO) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) promovem nesta quarta-feira, 23 de outubro, às 16h, a palestra “Oscilações do Sul, El Niño, La Niña, História e princípios físicos”, com o professor e pesquisador  Affonso da Silveira Mascarenhas Junior.
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