Cooperação é a chave para antecipar futuras pandemias, diz pesquisadora da UFSC
Em 2020, a Covid-19 tomou o mundo de surpresa. De repente, todos tiveram que se adaptar a uma nova realidade, com os desafios do isolamento físico e os cuidados sanitários constantes. Caso já houvesse protocolos de ação mais efetivos para conter o coronavírus e lidar com suas consequências antes da pandemia ser oficialmente declarada, será que essa adaptação teria sido mais fácil e rápida, e o custo social e econômico seria menor?
Com esse questionamento em mente, Marcia Grisotti – doutora em Sociologia e professora do Departamento de Sociologia e Ciência Política da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) – desenvolveu o projeto Sentinelas de pandemias: vigilância em saúde e controle de doenças de origem zoonótica, vinculado ao núcleo de pesquisa Ecologia Humana e Sociologia da Saúde em parceria com o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia Brasil Plural.
Sentinelas são ações de grupos, instituições ou indivíduos que antecipam e se preparam para eventos, esperados ou incertos. No caso das ações sentinelas de epidemias, a ideia é identificar os grupos de especialistas e fomentar a cooperação entre eles e os serviços de vigilância em saúde para controlar a disseminação de epidemias, monitorando microorganismos, reservatórios e vetores de doenças que podem se alastrar em meio à população. O objetivo do Sentinelas de pandemias é analisar os dispositivos de vigilância em saúde usados no estado de Santa Catarina para enfrentar doenças transmissíveis de origem zoonótica – ou seja, que passam de animais para humanos e vice-versa. Além disso, o projeto também pretende identificar as experiências de antecipação e preparação de pandemias regionais, nacionais e internacionais, considerando obstáculos, potencialidades e desafios na vigilância de pessoas, animais e reservatórios de doenças.
(mais…)