Grupo com professores da UFSC avalia impactos climáticos em região ainda preservada do globo

01/03/2024 17:51

Floresta submersa chilena. Foto: Mathias Hune/Divulgação

No extremo sul das américas está situada a região subantártica chilena, um dos lugares mais intocados do mundo. Por isso o local, onde está localizado o Cabo de Hornos, é considerado um laboratório natural para observar as causas e as consequências das mudanças climáticas globais em um ambiente pouco alterado diretamente pela ação humana. Por meio da colaboração com cientistas da Universidade de Magallanes, do Chile, pesquisadores brasileiros, incluindo dois professores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), têm realizado estudos na região desde o ano 2000.

A parceira, que já resultou na publicação de diversos artigos científicos, livros e convênios, ganhou impulso com a inauguração, em maio de 2023, do Centro Internacional do Cabo Horn para Estudos de Mudança Global e Conservação Biocultural (CHIC, na sigla em inglês). Localizado em Porto Williams, no norte da Ilha Navarino, no arquipélago da Terra do Fogo, o CHIC servirá como uma base estratégica para a realização de pesquisas transdisciplinares em áreas como climatologia, biodiversidade marinha, glaciologia, biologia terrestre e educação.

Com um investimento de mais de 10 bilhões de pesos chilenos – equivalente a R$ 300 milhões – por um período de dez anos, renovável por mais cinco anos, o projeto representa um dos maiores investimentos já feitos em ciência e tecnologia na região. As instituições brasileiras envolvidas no projeto são a UFSC, a Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade Federal do Paraná (UFPR)
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Estudo da UFSC na Nature traz de forma inédita os limites para se evitar colapso na Amazônia

14/02/2024 20:49

Vista de drone do Rio Amônia e floresta amazônica, no Peru (Foto: Andre Dib)

Uma abordagem inédita e holística sobre a resiliência da Floresta Amazônica desenvolvida por uma equipe de cientistas da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e de outras instituições é destaque na revista Nature, um dos periódicos científicos mais relevantes do mundo. A pesquisa faz uma revisão de dados completa e traça cenários a partir do mapeamento de cinco elementos de stress que afetam a região: o aquecimento global, a chuva anual, a intensidade da sazonalidade das chuvas, a duração da estação seca e o desmatamento acumulado. Além disso, aponta caminhos possíveis para uma mudança de cenário que possa evitar o colapso. A estimativa é de que, nos próximos 25 anos, de 10% a 47% da Amazônia possam chegar a um ponto de não retorno, com transições inesperadas na paisagem.

A pesquisa é liderada pelo cientista Bernardo Monteiro Flores, que faz pós-doutorado em Ecologia na UFSC, com supervisão da professora Marina Hirota, co-autora do estudo. Além deles, Catarina Jakovac, do Departamento de Fitotecnia, e Carolina Levis, do Programa de Pós-Graduação em Ecologia, também assinam o artigo, que conta com a autoria de cientistas renomados, incluindo um dos especialistas brasileiro em climatologia mais citados no mundo, Carlos Nobre.
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Professora da UFSC participa de estudo que aponta mudança climática como causa da seca amazônica

24/01/2024 14:49

A mudança climática causada pelo ser humano foi a principal causa da seca histórica que atingiu a região Amazônica em 2023, enquanto o El Niño – fenômeno climático natural que geralmente traz condições secas para a região – teve uma influência muito menor. A conclusão faz parte da análise rápida de atribuição realizada pelo World Weather Attribution (WWA), grupo internacional de cientistas especializados em pesquisas sobre o clima, do qual faz parte a pesquisadora Regina Rodrigues, professora de Oceanografia Física e Clima da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). O estudo está disponível aqui.
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Liderado por pesquisadora da UFSC, grupo mundial alerta para recorde na temperatura oceânica

06/09/2023 16:56

Embranquecimento de corais é sinal de alerta. Foto: WMO/Divulgação

Um grupo de cientistas do Programa Mundial de Pesquisa Climática (WCRP) da Organização Mundial de Meteorologia (WMO) liderado pela professora Regina Rodrigues, do Departamento de Oceanografia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), redigiu uma declaração alertando para o recorde recente no aquecimento dos oceanos.  Os pesquisadores consideram que esses casos podem aumentar em frequência, duração e intensidade se não ocorrerem esforços dramáticos de mitigação e adaptação.

O documento indica que as temperaturas médias globais dos oceanos estão atualmente em um nível nunca registrado anteriormente, com 27% do oceano global com extremos de temperatura. Segundo a professora, com a previsão do fenômeno El Niño para o final do ano essa situação pode se agravar, pois o El Niño é um dos principais mecanismos de geração de ondas de calor marinhas globalmente.

“Além dos ecossistemas, o calor dos oceanos é uma importante fonte de energia que alimenta ciclones tropicais. As ondas de calor marinhas no Oceano Índico tropical contribuem para a rápida intensificação dos ciclones e das flutuações nas chuvas das monções da Índia”, explica. O texto da declaração menciona, ainda, outros impactos causados pelo fenômeno. “Sabemos que as ondas de calor marinhas resultam em milhares de milhões de dólares em danos aos ecossistemas marinhos e a indústrias da pesca e do turismo”, destaca a pesquisadora, que no ano passado participou da conferência do clima da Organização das Nações Unidas.

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Na COP-27, pesquisadora da UFSC fala sobre lacunas nas informações climáticas para tomada de decisões

09/11/2022 07:00

A incerteza nos dados científicos, a ausência deles em parte do Sul Global e a necessidade imediata de se tomar decisões que não estejam concentradas em um modelo “de cima para baixo” foram alguns dos temas da fala da professora da Universidade Federal de Santa Catarina, Regina Rodrigues, na sessão da Organização Mundial de Meteorologia (WMO) na conferência do clima da Organização das Nações Unidas, a COP 27. O evento ocorre no Egito e reúne os principais pesquisadores, líderes e ativistas mundiais em discussões sobre clima e sustentabilidade. A participação ocorreu remotamente na madrugada desta quarta-feira, 9 de novembro, e reuniu o que a WMO chamou de “uma delegação de alto nível”.

Regina Rodrigues foi a única pesquisadora brasileira no painel, que contou com debates sobre como trazer a sociedade para a ciência; observação e modelos climáticos; avaliações de risco e ações de adaptação e temperaturas médias e calor extremo. Além disso, a sessão ainda trouxe discussões sobre os limites do sistema terrestre seguros e justos para o planeta; avanços no desenvolvimento de informações do clima físico para a tomada de decisões e sobre mudanças passadas e projetadas no clima e extremos climáticos.

Evento reúne pesquisadores, ativistas e lideranças do mundo todo

A professora da UFSC falou sobre a lacuna entre a produção e o uso de informações climáticas, em palestra intitulada Inverting the construction on climate information for local-to-regional climate risk. Ela lembrou que, ao longo de décadas, há uma convocação para o uso de informações climáticas, mas que existe um gap entre a produção e uso. “A lacuna resulta em parte no foco em melhores dados, ao invés de em melhores tomadas de decisões”, pontuou.

Ela também destacou a existência de uma abordagem “de cima para baixo” que pode comprometer a efetiva tomada de decisões. “Essa abordagem adota medidas de qualidade científica inevitavelmente conduzidas pelos próprios cientistas climáticos. Viola, assim, os princípios fundamentais da coprodução, que tem um rico legado nos estudos de sustentabilidade”, disse. Segundo ela, para ser útil, a ciência da mudança climática precisa romper com o paradigma tradicional e criar uma comunidade de usuários.

O desafio seria lidar com essa complexidade, mantendo a simplicidade e o esforço de empoderar as comunidades locais para conhecerem sua situação com dados concretos e transparência. No artigo Small is beautiful: climate-change science as if people mattered, recentemente publicado e citado por ela na apresentação, a professora aponta que, nas comunidades, a mudança climática é apenas um fator entre muitos a serem considerados.

Professora foi a única brasileira no painel da WMO na COP-27

No texto, fala sobre a importância de se investir na “simplicidade ao lidar com incertezas” e também sobre a ideia de capacitar as comunidades locais para entender sua própria situação, que pode ser abordada desenvolvendo tecnologias intermediárias. “Acreditamos que a própria ciência pode ser reconfigurada para ser mais adequada ao propósito, ou seja, tornar a pesquisa útil no contexto da adaptação climática e do risco climático local”, alertou, no painel da COP 27.

Sobre os sistemas de dados disponíveis, a pesquisadora listou como desafios a limitação dos indicadores a longo prazo, já que modelos climáticos também podem, de certo modo, deturpar importantes variáveis físicas, além de terem certa incapacidade em simular determinados fenômenos de modo mais realista.
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Professora da UFSC destaca principais aspectos revelados em novo relatório internacional sobre mudanças climáticas

10/08/2021 18:05

“Changing”, da artista Alisa Singer, que ilustra o relatório do IPCC acompanhada da seguinte legenda: “As we witness our planet transforming around us we watch, listen, measure… respond.”

O novo relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas – IPCC, na sigla em inglês: Intergovernmental Panel on Climate Change – acaba de ser divulgado, evidenciando a relação entre o aquecimento global e eventos catastróficos que têm se mostrado cada vez mais constantes: extremos de calor e de frio, queimadas devastadoras, longos e intensos períodos de seca, chuvas e enchentes torrenciais.

As mudanças climáticas estão entre os maiores problemas que enfrentamos na atualidade. Para solucioná-lo, são necessárias ações coordenadas entre países de todo o mundo. A compreensão de que ações locais podem gerar consequências – positivas ou negativas – em escala planetária, motivou a criação de uma organização científica de caráter intergovernamental.
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Professora da UFSC publica comentário em revista do grupo Nature

26/05/2021 11:11

Professora e pesquisadora da UFSC, Regina Rodrigues publicou um comentário na revista Communications Earth & Environment, do grupo Nature,  sobre as dificuldades de pesquisa científica no Sul Global partindo da perspectiva dos estudos climáticos. “Em um mundo onde os humanos podem desequilibrar o sistema climático, os cientistas do clima devem vir, considerar e trabalhar pelas sociedades ao redor do mundo”, declara.

O argumento de Regina aponta que para integrar uma infinidade de perspectivas e alcançar progresso num dos problemas mais difíceis do planeta, o aquecimento global, são necessárias pessoas com diferentes experiências. “Precisamos integrar o conhecimento no Sul Global com os países mais ricos; e precisamos reunir nosso lado humano, criativo e compassivo com a análise científica”.

Num paralelo com a falta de integração entre o Norte e o Sul Global, diz Regina, a ciência sofre com a falta de inclusão de diversidade. “Como já foi dito muitas vezes, só resolveremos os problemas mais desafiadores da humanidade, como a crise climática, se pudermos construir em uma ampla gama de ideias. Mesmo assim, ainda vejo universidades aceitando alunos de pós-graduação ou contratando pesquisadores de pós-doutorado e professores de grupos minoritários apenas quando eles se originam de universidades renomadas”, comenta a professora da UFSC.

Porém, Regina vê ações positivas como a iniciativa do All Atlantic Ocean Research Alliance da Comunidade Europeia que está financiando projetos através do Horizon 2020 para pesquisadores brasileiros trabalharem com seus pares europeus e evitar o que se chama de “ciência helicóptero”, onde cientistas de países ricos com fundos “voam” para países menos desenvolvidos e fazem a pesquisa sem interagir com pesquisadores locais, dar crédito ou benefícios aos mesmos. Vários grupos da UFSC estão participando desta iniciativa.

Confira o comentário completo em inglês aqui.

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UFSC Explica: Aquecimento global

27/06/2019 15:53

As principais pesquisas científicas recentes afirmam que as drásticas mudanças climáticas atuais têm como principal causa o aquecimento global. Mas o que é exatamente o aquecimento global? Que evidências existem? Quais suas consequências? Para responder a essas e outras perguntas, o UFSC Explica de junho conversou com três pesquisadores especialistas no tema.

Regina Rodrigues, professora de Oceanografia (UFSC) e integrante do Painel Intergovernamental de Mudanças Climática das Nações Unidas (IPCC) e do Núcleo de Estudos do Mar (Nemar/UFSC). Regina atuou entre 2015 e 2016 como pesquisadora visitante no Department of Atmospheric, Oceanic and Planetary Physics da Universidade de Oxford, na Inglaterra. Desenvolve estudos na área de Oceanografia Física; interação do oceano com a atmosfera; fenômeno El Niño; variabilidade climática; e variabilidade do Atlântico tropical.

Marina Hirota Magalhães, professora de Meteorologia (UFSC) e integrante do Group for Interdisciplinary Environmental Studies (IpES). Marina pesquisa Geociências; Meteorologia; Climatologia; interações biosfera-atmosfera; sistemas complexos, estados de equilíbrio alternativos e tipping points; tipping points no sistema clima-vegetação-distúrbios; efeitos das mudanças climáticas no sul do Brasil; e desastres naturais e eventos meteorológicos extremos.

Pablo Borges de Amorim, pós-doutorando do do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Ambiental (PPGEA/UFSC), membro do Laboratório de Hidrologia da UFSC (LabHidro). e assessor técnico da Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) em projetos de adaptação à mudança do clima.  Foi auxiliar de coordenação de projetos entre Brasil e Alemanha e pesquisador pelo departamento de Remediação de Águas Subterrâneas do Helmholtz Umweltforschungszentrum (UFZ ), em Leipzig, Alemanha (de 2009 a 2015) e pela Technische Universitaet Dresden. Desenvolve pesquisas nas áreas de mudança do clima; Geociências, com ênfase em Climatologia, Hidrologia e extremos climáticos.

Confira abaixo o vídeo, também disponível em nosso canal do YouTube.

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SEPEX começa nesta quarta com palestra da jornalista Sônia Bridi

19/10/2016 10:16

Palestra-Sonia-Bridi-face e emailA abertura oficial da 15ª Semana de Ensino, Pesquisa e Extensão (SEPEX) da UFSC ocorre nesta quarta-feira, 19 de outubro, com a presença da jornalista catarinense Sônia Bridi. Formada pela UFSC e com carreira reconhecida nacional e internacionalmente, a repórter apresentará sua experiência na palestra “Mudanças climáticas: o que cabe a você?”. O evento começa às 18h, no auditório do Centro de Cultura e Eventos.

Sônia Bridi é autora do livro “Diário do clima – efeitos do aquecimento global: um relato em cinco continentes”, em que comenta o que encontrou em sua viagem por 14 países durante a realização de uma reportagem sobre o aquecimento global.

Serviço

O que: Palestra “Mudanças climáticas: o que cabe a você?”, com a jornalista Sônia Bridi.

Quando: quarta-feira, 19 de outubro, às 18h.

Onde: Auditório Garapuvu, Centro de Cultura e Eventos na UFSC

Entrada: Gratuita e aberta ao público.

Mais informações no Facebook do evento.

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Aula inaugural da pós-graduação em Geografia contesta aquecimento global

16/06/2014 15:18

Aula inaugural da pós em geografia tratou do aquecimento global com  Luiz Carlos Baldicero Molion. Foto: Wagner Behr/Agecom/UFSC

A aula inaugural do Programa de Pós-Graduação em Geografia (PPGG) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), “Aquecimento Global: Verdade ou Mito?”, ministrada pelo professor Luiz Carlos Baldicero Molion, da Universidade Federal do Alagoas (UFAL), ocorreu no dia 10 de junho, no auditório do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFH).

Dono de voz potente e carisma, o meteorologista dispensou o microfone; queria as mãos livres para – com recursos como slides com gráficos e dados sobre o clima ao longo de milhares de anos – apresentar seus argumentos sobre a polêmica tese de que o ser humano é incapaz de produzir um aquecimento global. 
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Aula inaugural da Pós-Graduação em Geografia debate aquecimento global

09/06/2014 10:47

O Programa de Pós-Graduação em Geografia da UFSC promove nesta terça-feira, 10 de junho, às 9h, no auditório do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFH), sua aula inaugural com o tema “Aquecimento global: verdade ou mito?”, ministrada pelo professor Luiz Carlos Baldicero Molion, da Universidade Federal de Alagoas (Ufal).

Luis Carlos B. Molion é pesquisador sênior aposentado do INPE/MCT e, atualmente, professor associado da Ufal, professor visitante da Western Michigan University e professor de pós-graduação da Universidade de Évora, Portugal. Tem experiência na área de Geociências, com ênfase em Dinâmica de Clima, e atua principalmente em variabilidade e mudanças climáticas, Nordeste do Brasil e Amazônia, e nas áreas correlatas energias renováveis, desenvolvimento regional e dessalinização de água.
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Professores da UFSC lançam publicação sobre mudanças climáticas

17/05/2012 09:06

As alterações do clima podem representar riscos para alguns e oportunidades para outros. O alerta faz parte da publicação ´Mudanças Climáticas – Clima de Mudanças`, lançada no âmbito do projeto Rede Europeia Sul-Americana para Avaliação da Mudança Climática e Estudos de Impacto na Bacia do Prata (Projeto Claris).
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