Dia da Amazônia: especialista da UFSC alerta sobre seca, desmatamento e queimadas em programa nacional

05/09/2024 15:47

Marina Hirota em entrevista para o programa Encontro com Patrícia Poeta nesta quinta-feira. (Foto: Reprodução)

A professora Marina Hirota Magalhães, do Departamento de Física e do Programa de Pós-Graduação em Ecologia da UFSC, foi entrevistada pelo programa Encontro com Patrícia Poeta, da TV Globo, nesta quinta-feira, 5 de setembro, data em que se celebra o “Dia da Amazônia”. A data foi lembrada com diversos alertas a respeito da seca, desmatamento e queimadas que afetam a vida na Amazônia.

Marina pontuou que esta é a pior seca da história na região, especialmente do ponto de vista das águas e do ar. “Temperaturas muito altas, muito menos chuva”, salientou. A seca de chuvas alimenta a seca dos rios, o que vem afetando consideravelmente as populações das comunidades ribeirinhas, explicou.

A situação, alerta a cientista da UFSC, pode piorar. “Em várias regiões da Amazônia estamos entrando agora na estação seca. Temos uma seca gradual e uma seca pontual intensa, um extremo. A tendência é que seque ainda mais”.

A professora Marina trabalha em pesquisas que identificam os tipping-points, ou os pontos de não retorno da região amazônica. Em fevereiro, foi co-autora de um estudo publicado na Revista Nature que trouxe uma revisão de dados completa e traçou cenários a partir do mapeamento de cinco elementos de stress que afetam a Floresta Amazônica: o aquecimento global, a chuva anual, a intensidade da sazonalidade das chuvas, a duração da estação seca e o desmatamento acumulado.

Assita à entrevista na íntegra pelo Globoplay.

Tags: AmazôniaCFMMarina Hirotaseca na AmazôniaUFSCUFSC na mídiaUniversidade Federal de Santa Catarina

Pesquisador da UFSC planta 4.300 árvores nativas na Amazônia

18/06/2024 12:55

Plantio ocorreu em região inundada. Bernardo (chapeu azul) contou com o apoio de moradores da região. Fotos: Acervo pessoal

Os sucessivos incêndios florestais na Amazônia e a dificuldade das árvores de se recuperarem a partir do impacto que as queimadas causam nos ecossistemas levaram o pesquisador Bernardo Flores, pós-doutorando do Programa de Pós-Graduação em Ecologia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), a plantar 4.300 de árvores em meio às planícies aluviais, periodicamente invadidas por inundações, na Amazônia.

O experimento foi iniciado na região de Barcelos, cidade histórica a cerca de 400 quilômetros de Manaus, no Amazonas, e com o plantio tendo iniciado em janeiro de 2014. O trabalho nos igapós do Rio Negro, principal afluente do Rio Amazonas, foi documentado em parceria com a professora Milena Holmgren, da Universidade de Wageningen, da Holanda, em 2021, no Journal of Ecology, e demonstra a complexidade de se recuperar um ambiente degradado e a importância da restauração dessas áreas.

A recuperação das florestas após o impacto das queimadas é uma das preocupações de cientistas e ambientalistas, inclusive por conta da sua relação direta com o aquecimento da Terra e com desastres ambientais que atingem territórios como o Sul do Brasil, como as recentes inundações no Rio Grande do Sul. O experimento de Bernardo contou com diferentes etapas, desde a coleta das sementes até a análise das espécies que haviam crescido com sucesso.

(mais…)

Tags: Amazôniaárvores nativasdescarbonizaçãoextremos climáticosFloresta AmazônicaFloresta de péigapósmeio ambienteplantio de árvoresrecuperação florestal

Pesquisadores da UFSC estudam novas espécies de canela-de-velho na Amazônia

05/03/2024 15:41

Pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e do Instituto Nacional da Mata Atlântica vêm estudando duas espécies de plantas da mesma família e gênero da famosa canela-de-velho (Miconia albicans), muito utilizada no tratamento das dores decorrentes de artroses e artrites, devido às suas propriedades anti-inflamatória e analgésica. As plantas foram encontradas nos últimos anos na floresta Amazônica e descritas em dois artigos publicados na revista científica Phytotaxa: “Miconia macuxi (Miconieae, Melastomataceae): a new species from the Amazonian white sand vegetation” foi publicado em 2015, e “Miconia waimiri-atroari (Miconieae, Melastomataceae): a new species from the Brazilian Amazon Forest“, em 2021.
(mais…)

Tags: Amazôniacanelacanela-de-velhoInstituto Nacional da Mata AtlânticaMiconiaPPGFAPPrograma de Pós-Graduação em Biologia de Fungos Algas e PlantasUFSC

Escola de Verão e das Águas da UFSC está com inscrições abertas até 5 de março

28/02/2024 11:52

A 3ª Escola de Verão e das Águas, organizada pela equipe do Laboratório de Estudos da Multifuncionalidade Agrícola e do Território (Lemate) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) está com inscrições abertas até 5 de março. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas através do formulário. O evento ocorre de 5 a 28 de março. Os participantes que cumprirem 75% de presença têm direito a um certificado de 16 horas. Os encontros serão noturnos e realizados de forma online, transmitidos pelo canal do Youtube do Lemate.

O evento é  vinculado à Iniciativa Amazônia +10 que vai trazer palestras e debates sobre as estratégias de desenvolvimento territorial sustentável. Mais informações sobre a programação através do site do Lemate ou pelo Instagram.

Tags: AmazôniaIII Escola de Verão e das ÁguasLaboratório de Estudos da Multifuncionalidade Agrícola e do Território (LEMATE)LemateUFSCUniversidade Federal de Santa Catarina

Estudo da UFSC na Nature traz de forma inédita os limites para se evitar colapso na Amazônia

14/02/2024 20:49

Vista de drone do Rio Amônia e floresta amazônica, no Peru (Foto: Andre Dib)

Uma abordagem inédita e holística sobre a resiliência da Floresta Amazônica desenvolvida por uma equipe de cientistas da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e de outras instituições é destaque na revista Nature, um dos periódicos científicos mais relevantes do mundo. A pesquisa faz uma revisão de dados completa e traça cenários a partir do mapeamento de cinco elementos de stress que afetam a região: o aquecimento global, a chuva anual, a intensidade da sazonalidade das chuvas, a duração da estação seca e o desmatamento acumulado. Além disso, aponta caminhos possíveis para uma mudança de cenário que possa evitar o colapso. A estimativa é de que, nos próximos 25 anos, de 10% a 47% da Amazônia possam chegar a um ponto de não retorno, com transições inesperadas na paisagem.

A pesquisa é liderada pelo cientista Bernardo Monteiro Flores, que faz pós-doutorado em Ecologia na UFSC, com supervisão da professora Marina Hirota, co-autora do estudo. Além deles, Catarina Jakovac, do Departamento de Fitotecnia, e Carolina Levis, do Programa de Pós-Graduação em Ecologia, também assinam o artigo, que conta com a autoria de cientistas renomados, incluindo um dos especialistas brasileiro em climatologia mais citados no mundo, Carlos Nobre.
(mais…)

Tags: Amazôniaaquecimento globalcrise ambientalcrise climáticaFloresta AmazônicaNatureseca na Amazôniasecas

Professora da UFSC participa de estudo que aponta mudança climática como causa da seca amazônica

24/01/2024 14:49

A mudança climática causada pelo ser humano foi a principal causa da seca histórica que atingiu a região Amazônica em 2023, enquanto o El Niño – fenômeno climático natural que geralmente traz condições secas para a região – teve uma influência muito menor. A conclusão faz parte da análise rápida de atribuição realizada pelo World Weather Attribution (WWA), grupo internacional de cientistas especializados em pesquisas sobre o clima, do qual faz parte a pesquisadora Regina Rodrigues, professora de Oceanografia Física e Clima da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). O estudo está disponível aqui.
(mais…)

Tags: Amazôniaaquecimento globalBacia AmazônicaEl NiñoFloresta Amazônicafloresta tropicalmudanças climáticasRegina Rodriguessecaseca históricaUFSCWorld Weather AttributionWWA

Pesquisadores da UFSC participam de livro sobre sustentabilidade e inclusão na Amazônia

21/11/2023 08:55

Pesquisadores e instituições de diversas regiões do mundo, inclusive da Universidade Federal de Santa Catarina, participam de um projeto para pensar o desenvolvimento sustentável, a conservação e a inclusão social na região Amazônica. Os resultados desse processo culminaram no livro Diálogos Amazônicos: contribuições para o debate da sustentabilidade e inclusão, lançado na última semana, com acesso gratuito em português, espanhol e inglês. Entre as questões enfrentadas no livro estão os desafios para a demarcação e titulação de territórios indígenas e quilombolas no Brasil, Equador e Suriname.

O principal objetivo da publicação foi promover uma abordagem interdisciplinar para jovens pesquisadores envolvidos com a Amazônia, destacando a importância da ciência e, ao mesmo tempo, valorizando o conhecimento indígena e tradicional na abordagem dos desafios históricos da região.

Co-assinado pelo pesquisador de doutorado Marcos Catelli Rocha, do Programa Interdisciplinar em Ciências Humanas (PPGICH), um dos capítulos analisa as medidas necessárias que devem acompanhar a demarcação e titulação de terras indígenas e quilombolas para garantir a efetiva conservação da diversidade biocultural e dos ecossistemas desses territórios na Pan-Amazônia.

Os autores analisam três casos: os territórios indígenas no Yasuní no Equador, o territótio Indígena Arara do Rio Amônia no Brasil, e o território reivindicado pelos quilombolas Saamaka, no Suriname e detalham seus processos, conflitos, conquistas e necessidades. Concluem que os territórios continuam sob graves ameaças, apesar de terem sido oficialmente reconhecidos e/ou demarcados e recomendam dezesseis inovações para garantir que a bioculturalidade seja de fato conservada.

Já o pesquisador Mário Tagliari, egresso do Programa de Pós-graduação em Ecologia, é co-autor de artigo sobre os desafios e oportunidades para zerar o desmatamento na Amazônia Brasileira, que gera um alto risco à biodiversidade, ao clima, aos ecossistemas e aos povos da região e internacionais. O objetivo do estudo é analisar as principais ações bem-sucedidas na redução do desmatamento e identificar oportunidades para zerá-lo até os anos de 2030, 2040 e 2050. “Os resultados obtidos sugerem que as ações de combate ao desmatamento devem ser realizadas de acordo com as características fundiárias das áreas desmatadas, priorizando principalmente a destinação de terras públicas, que atualmente abrigam 51% das taxas de desmatamento”, pontuam.

O trabalho é fruto da Escola São Paulo de Ciência Avançada Amazônia Sustentável e Inclusiva, que faz parte das diversas ações da Fundação de Amparo à Pesquisa de São Paulo (Fapesp) junto à Iniciativa Amazônia +10 , que reúne as Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa de 25 Estados brasileiros, sob a coordenação do Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

“Os trabalhos produzidos compilados e organizados nesta publicação são o resultado da combinação de experiências anteriores, conhecimentos e lições aprendidas – individual e coletivamente. Refletem, portanto, o aprendizado e amadurecimento dos participantes”, avalia Carlos Joly, do Instituto de Biologia da Universidade Estadual de Campinas, um dos coordenadores da proposta. A Escola contou com a participação de 88 jovens pesquisadores, todos envolvidos em pesquisas na Amazônia, sendo 60% brasileiros e 40% de países amazônicos como Bolívia, Colômbia, Equador, Peru, Suriname, Venezuela e extra-amazônicos como Guatemala, México, Estados Unidos, Itália e Países Baixos.

O livro é composto por 10 capítulos que abordam diferentes problemas da região e trilham caminhos para análise, tomada de decisão e de ação. Os capítulos são organizados em três sessões: a primeira destinada à análise dos vetores de degradação e impactos de larga escala na Bacia Amazônica; a segunda sessão versa sobre a inclusão e diversidade cultural na Bacia Amazônica, tanto no nível local como no transnacional; e a terceira analisa os aspectos relacionados à governança local, participação e transdisciplinaridade.

Tags: AmazôniaDiálogos Amazônicos: contribuições para o debate da sustentabilidade e inclusãoEscola São Paulo de Ciência Avançada Amazônia Sustentável e InclusivaFundação de Amparo à Pesquisa de São PauloPrograma de Pós-Graduação em EcologiaPrograma Interdisciplinar em Ciências Humanas

Pesquisadoras da UFSC mapeiam assentamentos humanos pré e pós-colombianos da Amazônia

19/08/2022 17:38

Casa do Seringueiro, no Rio Tapajós. Foto: Carolina Levis

Uma parceria entre uma equipe de quatro pesquisadoras da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e a Universidade de Princeton, nos Estados Unidos, por meio do hub Brazil Lab, está identificando e mapeando os assentamentos humanos pré e pós-colombianos na Amazônia. A proposta é gerar um mapeamento da região, a partir dos dados coletados e estudos individuais e agregados, e disponibilizar essas informações de forma pública e aberta, além de agregar camadas de informação aos sítios pós-colombianos.

Financiador do trabalho, o Brazil Lab é uma iniciativa da Universidade de Princeton para promover a interação de pesquisadores brasileiros com professores da instituição norte-americana, constituindo-se em um hub de criatividade, de geração e realização de ideias. Iniciado em fevereiro de 2021, o projeto desenvolvido na UFSC também conta com apoio da equipe do professor Lucas Bueno, do Laboratório de Estudos Interdisciplinares em Arqueologia da UFSC, que construiu o banco de dados Brazilian Radiocarbon Database – BRC14Database, e com a Amazonian Archaeological Sites Network (AmazonArch), uma rede de pesquisa internacional que compartilha dados e informações sobre sítios arqueológicos distribuídos pela Amazônia.

“Como os objetivos do grupo de trabalho do professor Lucas coincidem com os da rede AmazonArch, a ideia é uniformizar esse mapeamento para que no futuro consigamos unir e alimentar as bases de dados de maneira combinada e integrada. A meta é que essa base nos informe como se deu, no tempo e no espaço, o povoamento da Amazônia, quais povos eram, que tipo de atividade eles exerciam, se cerâmica, se confecção de algum artesanato em barro”, cita a professora do Departamento de Física da UFSC Marina Hirota, coordenadora do projeto. Além dela, também participam da pesquisa a pós-doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Ecologia da UFSC Carolina Levis; a mestra em Ecologia pela UFSC Gessica Minski; e Ana Paula Faggiani, estudante do curso de Meteorologia.
(mais…)

Tags: AmazôniafapeuUFSCUniversidade Federal de Santa Catarina

EdUFSC publica livro sobre sabedoria do povo tukano

21/06/2022 15:48

Imagem: EdUFSC

A Editora da Universidade Federal de Santa Catarina (EdUFSC) promove o lançamento de Úkũsse: formas de conhecimento nas artes do diálogo tukano, do autor João Rivelino Rezende Barreto. O livro já está à venda na livraria virtual e tem versão gratuita em formato e-book, na estante aberta da editora.

A obra é resultado de uma pesquisa antropológica no noroeste amazônico, tendo como universo temático o povo tukano e sua sabedoria. Partindo de uma etnografia em casa, o autor apresenta o Úkũsse, um conceito-raiz para o entendimento das formas de conhecimento tukano como arte do diálogo. Segundo ele, este conceito é o objeto de pesquisa e também sua metodologia.

Indígena de etnia tukana, Barreto é natural do extremo norte do Amazonas. Também conhecido como Yúpuri, ele é mestre em Antropologia Social pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e primeiro indígena a concluir seu doutorado em Antropologia na UFSC, em 2019.

Tags: AmazôniaantropologiaEditora da UFSCEdUFSCEtnias indígenas amazônicaslançamento de livrolivroTukanoUFSCUniversidade Federal de Santa Catarina

COP26: pesquisadores da UFSC são coautores de relatório que avalia a situação da Amazônia

12/11/2021 13:47

Imagem aérea de queimada próxima à Floresta Nacional de Jacundá, em Rondônia, em agosto de 2020. Foto: Bruno Kelly/Amazônia Real/CC BY-NC-SA 2.0

O Painel Científico para a Amazônia (SPA), grupo que reúne mais de 200 cientistas, divulgou nesta sexta-feira, 12 de novembro, o primeiro Relatório de Avaliação da Amazônia. Apresentado em Glasgow, na Escócia, em um evento paralelo à Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, a Cop26, o documento alerta que a Amazônia está se aproximando de um potencial e catastrófico ponto de não retorno, devido ao desmatamento, à degradação, aos incêndios florestais e às mudanças climáticas, e faz um apelo aos governos globais, líderes do setor público e privado, formuladores de políticas e ao público em geral para agir agora para evitar mais devastação na região. 

Segundo o SPA, esse é o mais detalhado, abrangente e holístico material do tipo sobre a Bacia Amazônica. Em seus 34 capítulos, fornece uma visão sistemática sobre o estado dos ecossistemas e dos povos da Amazônia e oferece aos formuladores de políticas públicas recomendações para a conservação desse ecossistema e caminhos para o desenvolvimento sustentável da região. Destaca, também, a importância da ciência, da tecnologia, da inovação, dos povos indígenas e do conhecimento local para orientar as tomadas de decisões e a formulação de políticas.

“O que esse relatório faz, o papel dele, é como se fosse um IPCC [Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas] para a Amazônia. Então, é a primeira vez que uma revisão sobre as coisas que acontecem na Amazônia, sobre o estado da Amazônia hoje, é feita assim, dessa forma, com vários pesquisadores”, comenta a professora do Departamento de Física da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) Marina Hirota, uma das autoras do documento.

A estrutura do estudo é dividida em três partes. A primeira apresenta os fatores que determinaram a evolução da Amazônia para o que conhecemos hoje, incluindo aspectos geológicos, climáticos e humanos. A segunda seção discute como as ações antrópicas estão afetando o bioma. São abordadas questões como desmatamento, fogo e mudanças climáticas, no uso da terra e nos regimes de chuva, bem como seus impactos na biodiversidade, nos processos ecológicos, nos serviços ecossistêmicos e no bem-estar humano. O trabalho finaliza com a indicação de soluções e caminhos sustentáveis para o futuro.
(mais…)

Tags: AmazôniaCOP26mudanças climáticasUFSCUniversidade Federal de Santa Catarina

Professora da UFSC participa de relatório apresentado na COP26 sobre riscos e soluções urgentes na ciência do clima

05/11/2021 13:20

Área de desmatamento e queimada às margens da rodovia BR 230 no município de Apuí, Amazonas. Com 17% de sua área original desmatada e 18%, degradada, Amazônia se aproxima do ponto de não retorno. Foto: Bruno Kelly/Amazônia Real/CC-BY-2.0

Em um relatório lançado nesta quinta-feira, 4 de novembro, na Conferência da ONU sobre Mudança Climática (COP26), um grupo de cientistas destacou algumas das descobertas recentes mais importantes relacionadas às alterações climáticas. O documento 10 New Insights in Climate Science (10 novas reflexões na ciência do clima, em uma tradução livre) é um compilado de um artigo publicado em outubro no site da Universidade de Cambridge, elaborado por 62 pesquisadores de 22 países e cinco continentes. A professora do Departamento de Física da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) Marina Hirota é uma das autoras.

Voltado aos tomadores de decisão, o material faz um resumo sobre o avanço do conhecimento científico, com dados dos estudos publicados no último ano, em alguns dos temas mais urgentes e visa conscientizar sobre as ações necessárias para preservar um planeta seguro e habitável. Ao apresentar o relatório, a secretária executiva da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), Patricia Espinosa, destacou que os tópicos abrangem assuntos distintos, mas inter-relacionados, como o aumento dos mega-incêndios ao redor do mundo e novas justificativas relacionadas aos custos-benefícios de uma ação climática rápida. Cada item é acompanhado de recomendações de políticas em várias escalas de ação – da global à local.

“Embora estejamos rapidamente esgotando o tempo para limitar as mudanças climáticas, este relatório mostra que estabilizar em 1,5°C ainda é possível, mas apenas se medidas globais imediatas e drásticas forem tomadas”, afirmou Wendy Broadgate, diretora do Future Earth Global Hub, da Suécia. “Os líderes mundiais na COP26 devem definir metas agressivas de redução de emissões – nada menos que 50% de redução de gases de efeito estufa até 2030 e metas líquidas de zero até 2040 é suficiente”, complementa Broadgate.
(mais…)

Tags: AmazôniaCOP26mudanças climáticasUFSCUniversidade Federal de Santa Catarina

Estudo revela que savanas nativas se expandem no coração da Amazônia após incêndios florestais 

05/03/2021 16:48

Incêndios têm provocado alterações na abundância de espécies de árvores e na composição do solo. Foto: Katie Maehler/Mídia Ninja [CC-BY-NC]

Florestas no coração da Amazônia já estão sendo substituídas por savanas nativas devido a incêndios florestais recorrentes, revela um estudo publicado na última quarta-feira, 3 de março, na revista científica internacional Ecosystems. A partir de imagens de satélites dos últimos 40 anos e de pesquisas de campo, os cientistas constataram uma série de mudanças na composição do solo e na distribuição de espécies de árvores. O trabalho foi conduzido por Bernardo M. Flores, pós-doutorando do Programa de Pós-Graduação em Ecologia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), e Milena Holmgren, professora da Universidade Wageningen, na Holanda.

Os autores destacam que, por muito tempo, as partes periféricas da Floresta Amazônica foram consideradas as mais vulneráveis, à medida que as atividades humanas avançavam ao longo do Arco do Desmatamento – região que vai de leste e sul do Pará em direção oeste, passando por Mato Grosso, Rondônia e Acre. O artigo divulgado nesta semana, contudo, refere-se a uma paisagem de ecossistemas inundáveis no médio Rio Negro, uma região remota, longe da fronteira agrícola, na qual manchas de savana de areia branca ocorrem espalhadas em meio a áreas bem preservadas.

Os pesquisadores mapearam, por meio de imagens de satélite, quatro décadas de incêndios florestais e coletaram informações detalhadas em campo, visando avaliar alterações na abundância de espécies de árvores e nas propriedades do solo em florestas queimadas em diferentes momentos do passado. Eles salientam que os incêndios florestais mataram praticamente todas as árvores, permitindo que a camada superficial do solo, rica em argila, sofresse erosão com as inundações anuais e se tornasse gradualmente arenosa. Além disso, os tipos de árvores mudaram à medida que as espécies típicas das savanas de areia branca se tornaram cada vez mais dominantes nas florestas queimadas, junto com as plantas herbáceas nativas.
(mais…)

Tags: AmazôniaecologiaIncêndioPrograma de Pós-Graduação em EcologiaUFSCUniversidade Federal de Santa Catarina

Pesquisa interdisciplinar busca medir vulnerabilidades e resiliência da Amazônia

02/03/2021 12:14

Estudo envolve especialistas em matemática, computação, ecologia e processos hidrológicos. Foto: Deliane Penha

Em seus mais de 5 milhões de quilômetros quadrados, a Amazônia é bastante heterogênea. Suas milhares de espécies de plantas habitam ambientes diversos, repletos de particularidades e sujeitos a variados tipos de perturbações de origens naturais e humanas – como secas, queimadas e desmatamentos. Entender como esses distúrbios afetam o crescimento e a morte da vegetação é essencial tanto para a implementação de políticas de conservação e recuperação do bioma quanto para sabermos o que esperar do futuro da maior floresta tropical do mundo.

É justamente com a intenção de desenvolver ferramentas que possam colaborar com essa compreensão que um grupo interdisciplinar de pesquisadores se uniu, sob coordenação da professora do Departamento de Física da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) Marina Hirota. A proposta da equipe é identificar os mecanismos relacionados às respostas de diferentes espécies de plantas à falta de água para, então, desenvolver um framework – uma espécie de modelo que possa ser aplicado para medir a resiliência da floresta, ou seja, sua capacidade de resistir e recuperar-se diante de situações adversas. O projeto de pesquisa é financiado pelo Instituto Serrapilheira, instituição privada de fomento à ciência, e conta com a participação de especialistas em matemática, computação, ecologia e processos hidrológicos da UFSC, da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), da Rutgers University (Estados Unidos), da University of Birmingham (Inglaterra) e da Universidade de Santiago de Compostela (Espanha).

Marina explica que a seca na Amazônia tem se intensificado de forma recorde nos últimos anos. As mudanças climáticas e de uso da terra e o aumento do desmatamento já provocam alterações no regime de chuvas, na vulnerabilidade da floresta ao fogo e na mortandade de espécies. E, se nada for feito, essas questões só irão se exacerbar. A previsão dos cientistas é que o aumento da temperatura e a diminuição das chuvas provoquem secas cada vez mais prolongadas e severas – daí a necessidade de contarmos com dados confiáveis e a capacidade de fazer previsões.
(mais…)

Tags: AmazôniaecologiaFalta de águamatemáticaUFSCUniversidade Federal de Santa Catarina

Abertura da Sepex aborda ameaças à Amazônia e necessidade de uma nova bioeconomia

22/10/2020 16:03

Carlos Nobre ministrou a palestra de abertura. Foto: reprodução Youtube

Teve início na manhã desta quinta-feira, 22 de outubro, a 18ª Semana de Ensino, Pesquisa, Extensão e Inovação (Sepex) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). A cerimônia de abertura, transmitida ao vivo pelo Youtube e com gravação disponível na mesma plataforma, contou com a apresentação de três músicos da Camerata Florianópolis – Roger Corrêa (gaita de fole), Iva Nunes Giracca (violino) e Érico Miranda Schmitt (violoncelo) – e a palestra A Amazônia próxima a um ponto de não retorno. Necessidade de uma nova bioeconomia de floresta em pé, ministrada pelo pesquisador Carlos A. Nobre.

Em sua apresentação, Nobre faz um panorama dos riscos que a Amazônia corre – com uma séria ameaça de desaparecimento e próxima de um ponto de não retorno – e apresenta uma proposta de “bioeconomia de floresta em pé”. Nobre, que é colaborador do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (USP) e aposentado do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), dedicou a maior parte de sua carreira à Amazônia, uma entidade regional chave no sistema terrestre, com papel central no ciclo global de carbono, poderosa hidrologia, a maior biodiversidade do planeta e uma enorme diversidade cultural e étnica.  
(mais…)

Tags: AmazôniabioeconomiasepexSepex em CasaUFSCUniversidade Federal de Santa Catarina

Desenvolvimento regional da Amazônia

25/10/2011 09:22

O Laboratório de Sociologia do Trabalho promove nesta quinta-feira, 27 de outubro, a palestra  “Desenvolvimento regional da Amazônia, relações sociais e ambientais”, com o professor Fiorelo Picoli, da Universidade do Estado do Mato Grosso (Unemat). O encontro acontece no miniauditório do CFH, a partir de 19h.

O professor Fiorelo é autor de vários livros, dentre os quais se destacam: O Capital e a devastação da Amazônia; Amazônia: desarrollo y expropiación; Amazônia: do mel ao sangue.

Tags: Amazônia