UFSC e JBS assinam acordo para desenvolvimento de pesquisas sobre proteína cultivada

20/11/2023 19:03

Protocolo de intenções prevê pesquisa na área de biotecnologia de alimentos. Foto: Henrique Almeida/Agecom/UFSC

A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e a JBS Biotech Innovation Center assinaram nesta segunda-feira, 20 de novembro, um protocolo de intenções para o desenvolvimento de ações conjuntas voltadas para pesquisa, desenvolvimento e inovação na área de biotecnologia de alimentos, em especial para a produção de proteína cultivada. O documento foi assinado pelo reitor, Irineu Manoel de Souza, e pelo CEO global da JBS, Gilberto Tomazoni, egresso do curso de Engenharia Mecânica da UFSC.

A proteína cultivada é basicamente um produto obtido através da multiplicação celular induzida a partir de uma pequena quantidade de células retiradas de um animal, sem necessidade de abate. As pesquisas têm o objetivo de chegar a um produto com textura e propriedades nutricionais semelhantes aos da proteína animal convencional.

Participaram da assinatura, realizada no gabinete da Reitoria, Gilberto Tomazoni, Luismar Porto, presidente do JBS Innovation Center e Fernanda Vieira Berti, vice-presidente do JBS Innovation Center e também egressa da pós-graduação da UFSC. Pela Universidade, além do reitor Irineu Manoel de Souza, o evento teve a presença do pró-reitor de Pesquisa e Inovação, Jacques Mick.

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Podcast apresenta legado de mulheres negras que fizeram e que fazem a história de SC

20/11/2023 14:01

Arte: Audrey Schmitz, sobre obra de Valda Costa

Neste 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, o podcast UFSC Ciência apresenta algumas das mulheres negras que fizeram e que fazem a história de Santa Catarina. Produzido pela Agência de Comunicação da Universidade Federal de Santa Catarina (Agecom/UFSC), o episódio Legado delas, fala sobre as trajetórias de sete mulheres que impactam a arte, a educação, a ciência e a política:

  • Antonieta de Barros (1901-1952) foi professora, jornalista e a primeira mulher negra a ser eleita deputada no Brasil;
  • Neide Maria Rosa (1936-1994) foi uma cantora de projeção nacional que deixou músicas que tratam de questões raciais, de exaltação ao samba e ao morro e de autoafirmação;
  • Valda Costa (1951-1993) foi enfermeira, cabeleireira, mãe e talentosa artista plástica que retratou a população dos morros de Florianópolis;
  • Jaqueline Conceição da Silva é pedagoga, mestre em educação, pesquisadora no doutorado em Antropologia da UFSC e empreendedora no Coletivo Di Jeje;
  • Maiara Gonçalves, doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Biologia de Fungos, Algas e Plantas da UFSC, pesquisa segurança alimentar e relação com as plantas na Comunidade Remanescente de Quilombo São Roque;
  • Tânia Ramos, além de ser a primeira vereadora negra da história de Florianópolis, já trabalhou em diversas funções na escola de samba Unidos da Coloninha, desde a costura até a presidência;
  • Tercília dos Santos é artista e uma das grandes referências em arte naïf no Brasil.

O episódio é uma produção das estudantes de Jornalismo e estagiárias da Agecom Letícia Schlemper e Suellen Lima. Ouça no site, pelo  Spotify ou em outras plataformas.

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UFSC transfere processos seletivos para domingo, 26

17/11/2023 22:46

A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) , considerando a situação climática presente nos últimos dias, no estado de Santa Catarina, atingindo regiões em que seriam realizados os processos seletivos de vestibular de Vagas suplementares para Indígenas e Quilombolas – UFSC; Educação do campo e Pedagogia com ênfase em Educação do campo – UFSC/IFC; Letras-Libras e Pedagogia Bilingue – UFSC/IFSC, atendendo demandas de comunidades atingidas, buscando preservar a integridade e o bem-estar de todos os candidatos inscritos nesses processos seletivos, resolve transferir os respectivos eventos para o dia 26 de novembro.

A Coperve /UFSC se coloca a disposição para dirimir qualquer dúvida, através de seu e-mail institucional.

Mais informações aqui.

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UFSC é a quarta melhor federal do país, segundo Ranking Universitário Folha 2023

17/11/2023 10:49

A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) é a quarta melhor universidade federal brasileira, atrás apenas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) de acordo com o Ranking Universitário da Folha (RUF), publicado na noite desta quinta-feira, 12 de outubro, pelo jornal Folha de S.Paulo.

Na listagem geral, que considera ainda as instituições estaduais e privadas, a UFSC figura na sétima colocação geral (ver tabela abaixo). Na edição deste ano, estão no topo do ranking a Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Entre as dez melhores instituições brasileiras, a maioria continua localizada no Sudeste e no Sul do país. Fora dessas regiões, a primeira a se destacar é a Universidade de Brasília (UnB), em nono lugar, e a  Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), em décimo lugar. E a melhor instituição privada, a Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC/RS), aparece somente em 19º lugar.
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Semana Institucional do Novembro Negro UFSC tem eventos culturais e acadêmicos

16/11/2023 08:05

* editado em 28/11/2023 às 16h30 para incluir alteração do local do evento.

A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) promove, dentre as atividades voltadas à temática antirracista, a Semana Institucional do Novembro Negro, com uma mostra nos dias 21 e 22 de novembro e uma mesa temática no dia 30 de novembro. As atividades são organizadas pela Pró-Reitoria de Ações Afirmativas e Equidade (Proafe) e demais estruturas administrativas e acadêmicas da Universidade.

Além da mostra e mesa temática, haverá apresentações artístico-culturais. Confira a programação:

21 e 22 de novembro, das 10h às 17h30, Centro de Cultura e Eventos Reitor Luiz Carlos Cancellier de Olivo – 2º andar
Mostra de trabalhos acadêmicos: projetos de pesquisa, extensão e artístico-culturais

Apresentação de projetos, trabalhos e atividades de pesquisa, extensão e artístico-culturais durante o evento Novembro Negro na UFSC. A atividade deverá contar com 12 apresentações de banners (trabalhos de pesquisa e extensão), duas exposições fotográficas, seis exibições de vídeos e mesas de debate, uma apresentação de teatro (do Colégio de Aplicação) e duas apresentações musicais (que se apresentarão junto com o Projeto 12:30).

Cronograma de exibições de vídeos e mesas de debate:

21 de novembro (hall do 2º andar do Centro de Eventos):
Exposições fotográficas “Campo, território vivo” e “Laroiê”(Luz Mariana Blet) e “Olhares” (Igor Henrique da Silva)
Apresentação do “Guia de Estudos Antirracistas para Assistentes Sociais e Demais Interessados/as/es” (Cristiane Sabino)
Apresentação de banners
10h: Abertura oficial
10h30: Exibição artística audiovisual “Oxum – Ventre Negro, Cabaça Sagrada Ancestral” e roda de conversa sobre assistência integrativa à mulher negra durante a gestação e o parto (Janaina Trasel Martins e Nassandra Couto).
11h30: Exibição de vídeo e roda de conversa “Quilombo, saúde e território: Relato de experiência de apoio psicossocial ao Quilombo Vidal Martins.-SC” (Matheus Calixto Corrêa)

22 de novembro (hall do 2º andar do Centro de Eventos):
Exposições fotográficas “Campo, território vivo” e “Laroiê”(Luz Mariana Blet) e “Olhares” (Igor Henrique da Silva)
Apresentação “Guia de estudos antirracistas para assistentes sociais e demais interessados/as/es” (Cristiane Sabino)
Apresentação de banners
10h: Exibição de vídeo e roda de conversa “Eu também falo português” (Abílio Alfredo Francisco)
11h: Roda de conversa com o Núcleo de Estudos Afro-latino-americanos, dos Povos Originários, Quilombolas e Diversidades (NEABI – Araranguá) (Jéssica Saraiva)
12h: Apresentações artísticas com o Projeto 12:30

30 de novembro, 14h, na Sala dos Conselhos, prédio da Reitoria da UFSC
Mesa Temática: A Implementação da Política de Enfrentamento ao Racismo Institucional da UFSC

Com o objetivo de promover diálogo e transparência quanto aos processos de implementação da Política de Enfrentamento ao Racismo Institucional da UFSC, aprovada em 2022, a Mesa trará ações desenvolvidas desse primeiro ano de monitoramento da política e, também, um primeiro diagnóstico do racismo institucional.

Será também apresentada a Cátedra Antonieta de Barros: educação para a igualdade racial e combate ao racismo, aprovada pela Unesco e criada com o objetivo principal de analisar o impacto do racismo na universidade e contribuir com a formulação e implementação de políticas curriculares multidisciplinares para inclusão da história e cultura afro-brasileira, africana e indígena na formação de profissionais das diferentes áreas.

Participam da mesa a vice-reitora, Joana Célia dos Passos, a pró-reitora de Ações Afirmativas e Equidades (Proafe), Leslie Sedrez Chaves, o professor do Departamento de Geociências, Lindberg Nascimento Júnior, a assistente social da Proafe, Bárbara Nóbrega Simão. Ao final haverá o lançamento oficial do Guia de Enfrentamento ao Racismo Institucional e uma apresentação cultural com as professoras Maristela Campos e Renata Cecília de Lima Oliveira.

 

Acompanhe a programação completa no site novembronegro.ufsc.br.

Tags: Novembro NegroPROAFEUFSCUFSC antirracista e antinazistaUniversidade Federal de Santa Catarina

Ex-estudante da UFSC atuou na linha de frente do resgate dos brasileiros em Gaza

14/11/2023 19:12

Da esquerda para a direita: Tamer Emam (tradutor), coronel Mario de Carvalho Neto (adido de Defesa), Romane Samer (motorista), Fernando Bastos (primeiro Secretário), e Mohammed Hafez (tradutor). Foto: Arquivo Pessoal.

Quando chegou à embaixada do Brasil no Egito, em 2021, o diplomata Fernando José Caldeira Bastos Neto não imaginava os desafios que enfrentaria nos anos seguintes. No domingo, 12 de novembro, após dias de negociações, muita espera e alarmes falsos, o primeiro-secretário da embaixada no Cairo presenciou os brasileiros deixando a Faixa de Gaza em meio ao conflito com Israel. O diplomata, que cursou Direito na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), esteve à frente da missão que repatriou 32 brasileiros. “É uma missão cumprida, mas a crise continua e provavelmente vai durar”, contou nesta terça-feira, 14 de novembro, seu primeiro dia de descanso em muito tempo.

Por cerca de 20 dias, uma comitiva de cinco pessoas, lideradas por Fernando, seguiu do Cairo até Ismália, no Canal de Suez, para verificar se os nomes dos brasileiros estavam na lista de estrangeiros autorizados a deixar Gaza. “Ficávamos esperando toda a noite, porque as listas só eram divulgadas em torno das 2h da manhã”, relembra. Na quinta-feira, 9 de novembro, após intensas negociações entre os países, o Brasil finalmente constava na lista. Então a comitiva percorreu mais 200 km até Alarixe, uma cidade inóspita ao norte da Península do Sinai, região muito sensível politicamente e altamente controlada – foram cerca de sete horas de percurso, incluindo paradas em mais de 13 checkpoints. 
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Óleo presente no azeite de oliva pode combater morte de células por excesso de ferro

14/11/2023 11:14

Em 1992, uma criança de poucos meses morreu quando seu irmão de dois anos lhe deu mais de 30 comprimidos brilhantes e coloridos. Dentro dos comprimidos estava o metal ferro, mortal quando ingerido em excesso. O uso dos comprimidos em níveis adequados pela mãe das crianças caracterizava uma suplementação dietética, pois o ferro é essencial para os seres humanos e sua carência também causa efeitos deletérios à saúde.

O grupo de pesquisa coordenado pelo professor Marcelo Farina, do departamento de Bioquímica da UFSC, tem estudado como o excesso de ferro causa danos aos organismos e como algumas moléculas de gordura (lipídeos) protegem contra lesões causadas pelo ferro. Em um estudo conduzido em colaboração com pesquisadores estadunidenses e espanhóis, o grupo de pesquisa coordenado pelo professor Farina descobriu que um dos principais mecanismos pelos quais o excesso de ferro causa danos é através da indução de ferroptose, um tipo de morte celular ainda pouco conhecido e caracterizado pela intensa oxidação de lipídeos nas membranas das células. O trabalho foi financiado pela Capes, CNPq e Fapesc.

De acordo com o professor, os efeitos danosos do excesso de ferro não ocorrem apenas em casos graves de intoxicação aguda. “De fato, há uma doença humana nomeada hemocromatose e caracterizada pelo excesso de ferro no organismo devido a defeitos genéticos ou à necessidade de repetidas transfusões de sangue, o qual possui elevados níveis deste metal”, explica.

Óleo presente no azeite de oliva pode ajudar a combater excesso de ferro (Imagem de Steve Buissinne por Pixabay)

Segundo ele, há evidências científicas suportando uma associação entre níveis de ferro e envelhecimento e apontando para o acúmulo de ferro em doenças relacionadas ao envelhecimento: pacientes com doença de Parkinson apresentam níveis elevados de ferro em determinadas regiões do sistema nervoso central. Dentre os tratamentos atualmente disponíveis para indivíduos com excesso de ferro no organismo, destaca-se a flebotomia (sangramento) e o uso de medicamentos quelantes, que se complexam com o ferro e facilitam sua eliminação.

O estudo, que se baseou em modelos experimentais utilizando o nematoide Caenorhabditis elegans, camundongos e linhagens celulares humanas, detectou um composto lipídico nomeado ácido oleico, um ácido graxo monoinsaturado presente em abundância no azeite de oliva, como molécula protetora capaz de inibir a ferroptose. A consequência seria a proteção contra os danos induzidos pela sobrecarga de ferro nos três modelos experimentais.

“O estudo sugere que estratégias nutricionais baseadas na utilização de ácidos graxos monoinsaturados, como o ácido oleico, podem mitigar o dano induzido pelo excesso de ferro, o que poderia representar uma estratégia terapêutica adicional”, explica o professor. “Interessantemente, o ácido oleico faz parte da dieta mediterrânea, que está associada à saúde e à longevidade”, reforça

Outro mecanismo desvendado no estudo foi o envolvimento de uma proteína-chave que determina se o ácido oleico pode ser protetor. Nesse caso, a proteína PPAR-alpha (do inglês peroxisome proliferator-activated receptor-alpha) foi considerada fundamental para a capacidade do ácido oleico de proteger contra o dano induzido pelo excesso de ferro em células e nematoides.

Os resultados do estudo foram divulgados em um artigo científico publicado no periódico Cell Chemical Biology, que traz como primeira autora a pesquisadora Josiane Mann, orientada pelo professor Marcelo Farina durante doutorado no Programa de Pós-Graduação em Neurociências e atualmente bolsista de pós-doutorado em Bioquímica. A equipe da UFSC também contou com a doutoranda Melania Santer e o professor Alcir Dafré. O trabalho também é assinado pelo professor Brent Stockwell, da Columbia University, nos Estados Unidos, que coordenou o trabalho pioneiro que culminou na descoberta da ferroptose há cerca de uma década.

Tags: bioquímicaCell Chemical BiologyferroptosePrograma de Pós-Graduação em Neurociências

Pesquisa com participação da UFSC é referência no combate à violência doméstica

13/11/2023 10:11

Professor Adriano Beiras lidera pesquisas sobre grupos reflexivos para homens

Em parceria com o Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJ-SC) e com múltiplas repercussões e produções teóricas, estudos da Universidade Federal de Santa Catarina estão se consolidando como referência no combate à violência doméstica. O professor Adriano Beiras, do Programa de Pós-graduação em Psicologia e do doutorado Interdisciplinar em Ciências Humanas, divulgou recentemente em congressos e visitas a universidades estrangeiras o mapeamento realizado no Brasil sobre grupos reflexivos para homens. Entre o material divulgado está uma trilogia publicada pela Academia Judicial no fim de 2022, que identificou 312 iniciativas do gênero no país (veja abaixo).

A parceria foi executada com a participação do Colégio de Coordenadores das Mulheres em Situação de Violência Doméstica e Familiar e da Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar do Estado, com duas coletâneas com textos teóricos e experiências práticas nacionais e um livro com o mapeamento e com recomendações e critérios mínimos, convalidados pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e recomendados a todos os tribunais.

Beiras explica que, a partir deste estudo, o CNJ publicou recomendação para tribunais instituírem e manterem programas voltados à reflexão e responsabilização de homens autores de violência doméstica e familiar. Além disso, com assessoria técnica do grupo da UFSC, a Bancada Feminina da Assembleia Legislativa de Santa Catarina propôs um Projeto de Lei Estadual  que estabelece princípios e diretrizes para criação de programas reflexivos e de responsabilização para autores de violência doméstica e familiar contra a mulher.

Imagem meramente ilustrativa (Pixabay)

De acordo com o professor, o mapeamento realizado em 2022 e que já está em fase de atualização, confirmou a necessidade de investimento em políticas públicas para a criação e consolidação dessas iniciativas. “A necessidade de capacitação, vontade política para a criação e consolidação destas iniciativas foi identificada como uma das maiores demandas”, destaca.

Atualmente atuando como professor visitante na Universidade Autônoma de Barcelona, Beiras conta que a parceria com o TJ começou em 2016, em um projeto de extensão que promovia grupos para homens autores de violência contra mulheres – eles eram então encaminhados pelo Juizado de Violência Doméstica de Florianópolis. “A ideia era que este grupo fosse uma incubadora de metodologias, estudos e preparação para profissionais, estudantes, pós-graduandos”, recorda. O projeto também previa capacitações sobre os grupos reflexivos.

“Passamos a fazer capacitações nos organismos públicos pelo país. Passei a divulgar o material internacionalmente, neste mês de novembro no México, em setembro na Escandinávia (Oslo e Estocolmo), em outubro em Barcelona, Espanha e em maio em Portugal. Procurei destacar os avanços e desafios da política nacional no país e as dificuldades de produzir uma sustentabilidade, procurando definir estratégias futuras para isso”, destaca o professor.

O professor, que coordena o Grupo de Pesquisa Margens, explica que, nesta divulgação internacional dos estudos, a ideia é reforçar a potência dos serviços públicos e estudos brasileiros, além de atentar para as ações que vêm sendo implementadas.”Procuramos destacar a necessidade de justiça social e enfoque de gênero, feminista e de direitos humanos e demostrar que o contexto do sul global é diferente do norte, evitando colonização de saberes, e sim adaptando regionalmente a nossas necessidades os conhecimentos acadêmicos e estudos realizados, atento as necessidades dos profissionais de cada local”.

Estudos também foram apresentados no México

Medida protetiva

O professor explica que o grupo reflexivo não tem o objetivo inicial de prevenir, mas pode ter dinâmicas de prevenção. “Entra como medida protetiva de urgência, portanto, não é punição e sim uma medida protetiva que constrói um espaço de reflexão e escuta para os homens que já cometeram violência e são enviados de forma obrigatória pelo juiz ou juíza”, explica ele, reforçando que o público-alvo são homens de diferentes idades e camadas sociais que já cometeram violência contra mulheres.

Segundo ele, em Santa Catarina ainda é necessário ampliar estas iniciativas, mas já há ações consolidadas em locais como Lages e Blumenau, assim como Itajaí e Balneário Camboriú. Com a atualização do mapeamento estadual, cuja coleta de dados será encerrada no dia 17 de novembro, já é possível observar um aumento no retrato atual do estado, em relação ao número de iniciativas existes.”Estamos produzindo diálogos em rede com estas iniciativas para difundir as recomendações e fortalecer a política no estado, assim como também temos participado como consultores com deputadas e vereadoras para a produção de leis que possam direcionar recursos e serviços mais profissionalizados para esta política, em diálogo com as demais políticas de enfrentamento da violência contra mulheres”.

Entre as parcerias frutíferas estão, por exemplo, o Observatório de Violência contra Mulheres, que apoia com eventos e difusão de materiais, entre outras atividades. Além disso, o grupo da UFSC mantém a realização de grupos reflexivos para homens autores de violência por semestre, com equipe do departamento de psicologia e do programa de pós-graduação em psicologia, como extensão universitária. “Estamos produzindo materiais de apoio técnico sobre o tema e realizando capacitações no estado e fora dele”, afirma.

Baixe os livros aqui

A trilogia é assinada pelos professores Adriano Beiras, coordenador do grupo Margens, da UFSC, e Daniel Fauth Washington Martins, psicólogo e pesquisador do mesmo grupo; pela desembargadora aposentada Salete Sommariva; e por Michelle Hugill – ela atua como pesquisadora do grupo Margens/UFSC.

Livro 1: Grupos reflexivos e responsabilizantes para homens autores de violência contra as mulheres no Brasil: mapeamento, análise e recomendações

Livro 2: Grupos para homens autores de violência contra as mulheres no Brasil: perspectivas e estudos teóricos: 

Livro 3: Grupos para homens autores de violência contra as mulheres no Brasil: experiências e prática: 

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UFSC desenvolve projeto inédito no país de moradia estudantil indígena

10/11/2023 14:20

Projeto da Moradia Estudantil Indígena na UFSC.

A convivência em comunidade, a conexão com a natureza e o protagonismo do fogo são centrais na vida dos povos originários. Por isso, essas características foram fundamentais para o desenvolvimento de um projeto de Moradia Estudantil Indígena (MEI) elaborado pelo Laboratório de Projetos do departamento de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Santa Catarina (LabProj/UFSC), em um processo participativo que iniciou em 2017. Liderados pelo professor Ricardo Socas Wiese, membros do Labproj se reuniram periodicamente com estudantes indígenas para projetar o que provavelmente será a primeira moradia universitária no Brasil cujo projeto arquitetônico respeita as particularidades culturais das diversas etnias que frequentam o campus.
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Podcast Flash UFSC explica o sumiço dos insetos

09/11/2023 13:58

Arte: Audrey Schmitz

A Agência de Comunicação da Universidade Federal de Santa Catarina (Agecom/UFSC) publicou nesta quinta-feira, 9 de novembro, um novo episódio do podcast Flash UFSC, com o tema O sumiço dos insetos. 

Dependendo da sua idade, talvez você se lembre de quando era comum chegar de viagem com o para-brisa cheio de mosquitos. O professor Luiz Carlos de Pinho, do Departamento de Ecologia e Zoologia da UFSC, explica por que a ausência de bichinhos esmagados no vidro dos carros desperta a preocupação de especialistas. O docente também fala sobre o que está por trás da diminuição da população mundial de insetos e as consequências catastróficas que podem ser provocadas pelo fim desses animais.

O episódio foi produzido pelos estudantes de Jornalismo e estagiários da Agecom Lethicia Siqueira, Lia Capella, Matheus Alves e Robson Ribeiro. A cada duas semanas, o Flash UFSC traz informações sobre ciência, cultura e arte em episódios de até sete minutos de duração. 

Ouça no site, pelo Spotify ou em outras plataformas.

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Jabuticaba valorizada: método desenvolvido por pesquisadora da UFSC aproveita resíduos da fruta

08/11/2023 16:22

>> Clique aqui para ler a reportagem em formato multimídia

Aproveitar o subproduto da jabuticaba para a extração do espessante pectina e do corante antocianina com um método combinando solventes eutéticos profundos (Deep Eutectic Solvents, DES, na sigla em inglês) e tecnologias de fluidos de alta pressão: apoiada nesta concepção, a pesquisa de Laís Benvenutti no Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Alimentos da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) recebeu menção honrosa no Prêmio Capes de Tese 2023. A tese foi orientada Sandra Regina Salvador Ferreira e coorientada por Acácio Antonio Ferreira Zielinski. Ambientalmente amigável, a abordagem valoriza uma fruta característica do Brasil e proporciona uma utilização para um resíduo que seria descartado e mostra uma alternativa tecnológica para a indústria.

Extrato de antocianina: de cada 100 gramas de resíduo, são produzidas 110 miligramas do composto.

Laís já tinha trabalhado com outros frutos e resíduos agroindustriais sua ideia principal era valorizar um subproduto da indústria alimentícia. “Escolhemos o resíduo da jabuticaba porque é um fruto brasileiro, tem bastante impacto pelo potencial de compostos bioativos, principalmente a antocianina, que tem um elevado potencial antioxidante. A principal causa da escolha da jabuticaba foram essas duas: ser brasileira e ter muitas particularidades”, explica a pesquisadora. Ela conta que a jabuticaba é chamada de “fruta berry brasileira”, a exemplo de blueberry e outras com potencial para a saúde humana. “Ela é produzida no caule da árvore, aqui todo mundo está acostumado, mas ela é muito curiosa, principalmente para quem é de fora do Brasil”, cita.

Se a indústria descarta cerca de 40% da jabuticaba durante a produção de geleias, o uso de solventes eutéticos profundos (DES) aliado a um método de alta pressão foi a maneira alternativa encontrada pela pesquisadora para realizar a extração das substâncias. “Os DES são solventes emergentes, surgiram há pouco tempo, a data de início dos estudos deles é 2013. A proposta é que não agridam o meio ambiente, sejam ambientalmente amigáveis, sustentáveis, e que tenham alto poder de solvatação, de retirar esses compostos de interesse. Curiosamente, são formados a partir de dois componentes sólidos na temperatura ambiente, e a mistura exata desses dois ou mais componentes torna-se um líquido”, frisa Laís. Os compostos utilizados são os ácidos málico e cítrico, presentes em diversas frutas, e cloreto de colina, muito utilizado em produtos alimentícios e cosméticos – ambos permitidos em alimentos e que não trazem malefícios ao consumidor final ou ao operador encarregado de fazer a extração.

Os DES substituem solventes mais voláteis, muitos com origem petroquímica, com alto potencial para agredir o meio ambiente por serem corrosivos e altamente inflamáveis. As tecnologias de alta pressão usadas para extração da pectina e antocianina permitem uma diminuição considerável do tempo dos processos: sem os DES, elas duram em torno de seis horas; com os DES, a pectina é obtida em cinco minutos, e a antocianina, em vinte minutos. São processos muito rápidos, assegura a pesquisadora, acrescentando que uma menor quantidade de solvente é necessária porque a extração é facilitada pela alta pressão. O procedimento também é sequencial: “Da mesma porção é fracionada primeiro a antocianina e depois a pectina. O material que sobra é basicamente fibra. São obtidos três subprodutos sem a geração nem um resíduo. Os extratos podem ser aplicados diretamente sem a remoção do solvente, porque o DES pode ser incorporado no alimento”, comenta Laís. De cada 100 gramas de resíduo, são produzidas 110mg de antocianina, 13g de pectina e 80 gramas de fibras.
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Uma nebulosa que pulsa ao ritmo da sua estrela recém-nascida

07/11/2023 15:53

Uma equipe internacional de astrônomos liderada pelo professor Roberto K. Saito, da Universidade Federal de Santa Catarina relatou a descoberta de um objeto único na Via Láctea: trata-se da combinação muito peculiar de uma estrela variável com uma nebulosa que também muda de brilho. Localizado numa região muito obscurecida na constelação de Escorpião, ele está próximo do centro da galáxia. O achado foi publicado na revista The Astrophysical Journal Letters.

A descoberta foi feita graças ao projeto VVVX, um mapeamento do plano da Via Láctea feito em luz infravermelha com o telescópio VISTA, no Observatório de Cerro Paranal do ESO (European Southern Observatory, Observatório Europeu do Sul, em português), no Chile. As imagens profundas acumuladas ao longo de mais de 12 anos permitem procurar e monitorizar estrelas que mudam de brilho ao longo do tempo. Foram descobertas dezenas de milhares de variáveis deste tipo pelo projeto, que são classificadas de acordo com as suas flutuações de brilho. No entanto, de vez em quando, aparecem objetos variáveis que não podem ser facilmente explicados porque não se enquadram em nenhuma das classes conhecidas.

O projeto VVVX já encontrou uma dúzia desses objetos não identificados, que são designados por WITs, abreviatura de “What Is This?” (O que é isso?), e representam fenômenos astronômicos extremamente raros. É o caso do WIT-12, que foi descoberto em imagens de infravermelhos através de uma técnica simples, normalmente aplicada na procura de ecos de luz de explosões de supernovas. Pesquisadores da UFSC já participaram da pesquisa de outros onze WITs do mesmo projeto, incluindo o WIT-07 e o WIT-08

VVV-WIT-12 é a estrela vermelha ao centro, com a nebulosa ao redor, que muda de cor/brilho conforme a estrela pulsa

A técnica consiste em fazer imagens em cores usando diferentes épocas de observação no mesmo filtro. Neste caso, imagens compostas dos anos de 2010, 2011 e 2012 revelaram uma nebulosa que muda de cor, sugerindo uma variabilidade interessante. O seguimento subsequente da região revelou a existência de uma estrela vermelha no centro desta nebulosa que muda de brilho periodicamente a cada quatro anos. Observações espectroscópicas com o telescópio de 4m SOAR (Southern Astrophysical Research Telescope), localizado em Cerro Pachón, no Chile, revelaram que esta fonte central é um objeto estelar muito jovem que ilumina periodicamente a nebulosa. Mas o mistério não acaba aqui, pois o estudo de anos revelou também que a nebulosa muda de cor, e que uma parte muda da mesma forma que a estrela, enquanto a outra parte muda ao contrário (ou seja, quando a estrela central é mais brilhante, essa região da nebulosa escurece). 
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Tags: astronomiaUFSCUniversidade Federal de Santa CatarinaVVV-WIT-12WIT

Na Science, pesquisador da UFSC alerta para secas, cheias e escassez de água no Hemisfério Sul

06/11/2023 10:33

Publicação de professor da UFSC foi destaque no site da Science, um dos principais periódicos do mundo

O professor da Universidade Federal de Santa Catarina Pedro Chaffe, do Laboratório de Hidrologia, publicou um artigo na última edição da revista Science alertando para a redução na disponibilidade de água no Hemisfério Sul e destacando a intensificação e agravamento dos fenômenos de secas e cheias. O texto, escrito para a seção Perspectives em parceria com o professor Günter Blöschl da Universidade de Vienna, na Áustria, foi um dos destaques da publicação, estando na capa da edição online durante o seu lançamento, dia 2 de novembro.

O artigo aborda um estudo recente também publicado na revista, a partir de uma metodologia que investigou a disponibilidade hídrica combinando observações de fluxos de grandes bacias hidrográficas do mundo com dados de precipitação terrestre e medições de satélite de evaporação e armazenamento de água. O estudo mostrou que a disponibilidade de água no Hemisfério Sul diminuiu em cerca de 20% entre 2001 e 2020.

A disponibilidade de água é medida a partir da diferença entre a precipitação e a evaporação, aspectos que, conforme sublinham os autores, vêm sofrendo impacto direto das mudanças climáticas, afetados também pelo crescimento populacional e pela poluição. As estimativas das alterações, entretanto, são incertas “porque as medições da precipitação e da evaporação tendem a ser indiretas ou apenas representativas localmente”.

Este cenário mudou a partir de uma nova abordagem proposta por cientistas chineses, que agregou confiabilidade às estimativas de disponibilidade de água, o que poderia ajudar a melhorar a gestão da água a longo prazo. “Para o Hemisfério Norte, os autores não encontraram nenhuma mudança na disponibilidade média de 2001 a 2020, enquanto no Hemisfério Sul a disponibilidade de água diminuiu 70 mm por ano, o que corresponde a uma redução de cerca de 20%”, sinalizam Blöschl e Chaffe, no texto recém publicado.

Para os pesquisadores, isso indica que a variabilidade anual na disponibilidade de água é causada principalmente por mudanças no sul. Enquanto nas regiões mais áridas do Hemisfério Sul as mudanças estariam predominantemente relacionadas ao aumento da evaporação, nas regiões úmidas seriam ocasionadas pela diminuição da chuva. Nos dois casos, há uma relação da disponibilidade de água com as variações climáticas.

O texto também atribui esses fenômenos a condições como a variação nas temperaturas da água (El Nino e La Nina), que podem provocar secas e inundações. “Por exemplo, em 2023, secas atingiram a Amazônia enquanto, ao mesmo tempo, o Sul do Brasil sofreu inundações”, registram os cientistas.

780 bilhões de dólares em prejuízos

As novas descobertas propostas pelos pesquisadores da China e articuladas aos estudos da UFSC indicam inúmeros desafios de gestão da água no Hemisfério Sul. O planejamento das captações de água para irrigação, indústria e residências é um destes desafios. “Quando a disponibilidade de água em rios e águas subterrâneas cai abaixo da demanda de água, as condições de seca são sentidas pelos ecossistemas e pela sociedade”, alertam.

Os pesquisadores explicam que as consequências do declínio da disponibilidade de água em escalas decadais são percebidas na diminuição do fluxo de água nos rios e níveis de água subterrânea em vastas extensões de terra, o que se nota, por exemplo, em grande parte da América do Sul.

O estudo indica que as variações na disponibilidade hídrica devem ser consideradas em escalas de tempo mais curtas, como nas suas oscilações mensais. Isso porque, em regiões com chuvas sazonais, a evaporação pode secar rapidamente o solo no início da estação seca, levando a secas repentinas. Por outro lado, num clima mais seco, as chuvas podem estar mais concentradas em estações chuvosas, o que pode levar a cheias ao invés de recarga de águas subterrâneas.

“Mais secas e mais cheia representam uma aceleração da parte terrestre do ciclo da água (um armazenamento e movimentação mais rápido de água entre terra, oceano e atmosfera), levando a aumento da degradação do ecossistema através mortalidade de árvores e, portanto, maiores emissões de dióxido de carbono”, pontuam, no texto.

O artigo assinado pelo professor da UFSC lembra que esta situação vem ocorrendo na Amazônia, intensificando ainda mais os efeitos das mudanças climáticas, e que o impacto das secas e inundações sobre os seres humanos tem sido enorme, com mais de 3 bilhões de pessoas afetadas e danos estimados em mais de 780 bilhões de dólares em todo o mundo últimas duas décadas.

Mitigação e gestão

Imagem de Sven Lachmann por Pixabay

As medidas para mitigar os efeitos na redução da disponibilidade hídrica geralmente incluem investimento em infraestrutura, como barragens de armazenamento e desvios para irrigação, além de soluções baseadas na própria natureza e na sensibilização para uma mudança de cultura. “Estas soluções podem incluir a diversificação dos sistemas de abastecimento de água e de protecção contra inundações e o planejamento da flexibilidade na utilização da água para reduzir o impacto potencial de eventos extremos”, sugerem.

O alerta, entretanto, é quanto à resposta humana ao stress hídrico, que pode ter consequências inesperadas e que já são notadas e registradas pela ciência. “Em partes da América do Sul, o uso de água para a agricultura aumentou e contribuiu com 30% para o aumento nas tendências de seca no fluxo dos rios”, indicam. Nas regiões semiáridas, isso, associado às alterações climáticas, pode amplificar ainda mais a crise.

Os pesquisadores afirmam que os desafios na gestão da água provocados pela redução na sua disponibilidade exigem uma mudança desde a resposta à crise até à gestão pró-ativa a longo prazo, conforme defendido em documentos oficiais de entidades globais. “Esta gestão pró-ativa da água precisa de estar alinhada com objetivos globais, como os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, e na experiência dos cidadãos locais, hidrólogos, e gestores de água”.

Amanda Miranda/Jornalista da Agecom/UFSC

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Pesquisa da UFSC: idosos carentes de vitamina D têm duas vezes mais risco de depressão

01/11/2023 08:18

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Pesquisadora participou de eventos como o Congresso Brasileiro de Nutrição e Envelhecimento (CBNE 2019). (Foto: Arquivo pessoal).

A vitamina D e seus benefícios para a saúde se tornaram um tema comum, especialmente durante a pandemia de Covid-19, quando informações, muitas vezes falsas, circularam pelas redes sociais com promessas milagrosas. No entanto, é preciso recorrer à ciência para entender seu papel real no corpo humano. Além de ser essencial para a saúde óssea, há ainda espaço para estudos sobre sua influência na saúde mental.

Na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), uma pesquisa ajudou a desvendar a relação entre a vitamina D e a depressão em idosos da capital do estado, Florianópolis. A partir de dados do estudo EpiFloripa Idoso, foi possível concluir que idosos com deficiência da substância têm risco 2,27 vezes maior de ter sintomas depressivos, quando comparado a aqueles com nível normal. Nesse grupo com deficiência de vitamina D, o risco aumentou a longo prazo: chegou a ser 2,9 vezes maior de 2 a 5 anos após a medição. Adotou-se uma referência internacional, considerando menos que 20 ng/mL como deficiência e, entre 20 e 30 ng/mL, insuficiência.

O estudo também mostra que mulheres, idosos com obesidade e com maior nível de colesterol LDL, tendem a ter níveis baixos. O mesmo acontece com idosos que dependem mais de outras pessoas em atividades diárias, como comer, tomar banho e se vestir. Mas um fator ajuda a protegê-los: a atividade física.

Esse é o resultado de quatro anos e meio de trabalho em pesquisa de Doutorado de Gilciane Ceolin, que defendeu sua tese em 2022, com orientação da professora Júlia Dubois, do Programa de Pós-Graduação em Nutrição da UFSC. A pesquisa foi viabilizada por meio de bolsa concedida pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).

A ideia surgiu a partir da parceria do grupo de estudos em Neurociência Nutricional Translacional com o grupo de pesquisa EpiFloripa Idoso. Dubois orientou a pesquisadora desde o mestrado.

“Esse tema estava despontando e, no mundo inteiro, são poucos estudos que abordam especificamente a questão do idoso”, explica a orientadora.

Ceolin (à esquerda) com o grupo de pesquisa NeuroMood Lab, do Centro de Estudos de Neurociências da Queen’s University, no Canadá. Foto: Gilciane Ceolin.

Ceolin conta que, antes da sua tese, encontrou apenas um artigo brasileiro que investigava a relação entre vitamina D e sintomas depressivos em idosos. Dessa forma, ela ajuda a diminuir a lacuna de estudos em países de baixa e média renda, onde o acesso a tratamentos para depressão é mais baixo.

A pesquisa rendeu o Prêmio CAPES de Tese de 2023, na área de nutrição, e concorre ao Grande Prêmio CAPES de Tese, que será entregue em dezembro de 2023.

“É muito gratificante, por vir do interior, com poucos recursos, sempre estudei em escola pública e com bolsa em universidade privada, e por enfrentar muitos desafios ao longo da jornada. Espero que seja uma inspiração para os próximos doutorandos”, comenta Ceolin.

Para a orientadora, um destaque do trabalho é a publicação de sete artigos em revistas científicas relevantes. Durante o doutorado sanduíche na Queen’s University, de Kingston, no Canadá, Ceolin trabalhou com um grupo de pesquisa em Psiquiatria Nutricional e chegou a publicar dois artigos, em um periódico nacional e um internacional.

“Ela usou diversos métodos para cercar essa essa mesma questão. Em uma tese, a gente tá contando uma história e eu acho que a história dela foi contada de diversas formas, contornando o tema central”, afirma Dubois.
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Podcast UFSC Ciência apresenta estudos sobre vida na Terra e em outros planetas

31/10/2023 13:43

Arte: Marcio Luz Scheibel

A origem da vida na Terra e a busca por vida em outros planetas são assuntos do novo episódio do podcast UFSC Ciência, publicado nesta terça-feira, 31 de outubro. Produzido pela Agência de Comunicação da Universidade Federal de Santa Catarina (Agecom/UFSC), o episódio A vida, o Universo e tudo mais fala sobre o nascimento do Universo, os primeiros micro-organismos que apareceram na Terra e projetos que buscam alienígenas em mundos distantes. Também apresenta seres que habitam ambientes extremos e inóspitos.

Dois professores da UFSC foram entrevistados. Alexandre Zabot é professor do Curso de Engenharia Aeroespacial da UFSC Joinville e coordenador do projeto Astrofísica para todos, que oferece cursos on-line gratuitos na área de Astronomia. Rubens Tadeu Delgado Duarte é docente do Departamento de Microbiologia, Imunologia e Parasitologia e coordenador do Laboratório de Ecologia Molecular e Extremófilos (Lemex), onde desenvolve trabalhos na área de Astrobiologia.

Ouça no site, pelo Spotify ou em outras plataformas.

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Pesquisadores da UFSC emitem nota técnica sobre efeitos ambientais do engordamento de praias

27/10/2023 10:09

Efeito “degrau” em praia de Canasvieiras, em Florianópolis evidencia aumento do processo erosivo após o aterro. (Foto: Leo Munhoz/ND)

O programa de pesquisa e extensão da UFSC Ecoando Sustentabilidade emitiu uma Nota Técnica em 23 de outubro a respeito das consequências de dragagens e aterros em praias arenosas. O relatório busca analisar os engordamentos de praia no litoral de Santa Catarina e fornece propostas de atualização de normas relacionadas a esse tipo de empreendimento.

O parecer técnico versa sobre as engordas de praia, cada vez mais frequentes no litoral catarinense e brasileiro, e analisa os projetos principalmente frente ao cenário de mudanças climáticas e erosão costeira. Apresenta informações básicas sobre o ecossistema de praia arenosa e faz uma análise sobre a realização de dragagens e de aterros assim como sobre os licenciamentos feitos pelo Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA-SC). O Ecoando Sustentabilidade analisou as licenças ambientais dos projetos de engorda das praias entre 2018 e 2023, o que inclui obras nas praias de Jurerê (não iniciada), Canasvieiras (realizada em 2019 e 2020), Ingleses (realizada em 2023), e em Balneário Camboriú (2022).

A partir dessa análise, o programa propõe uma atualização da Resolução do Conselho Estadual do Meio Ambiente (Consema) de 2017, a qual define o porte desses empreendimentos. A definição de porte é o parâmetro que estabelece o potencial dos impactos que esses empreendimentos podem gerar e o tipo de estudo ambiental que deve ser realizado para avaliar consequências futuras e propiciar a obtenção do licenciamento da obra. O grupo defende que haja um ajuste para a definição de porte, obrigando que sejam feitos estudos de impacto mais completos.
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Ser mulher aumenta chances de sofrer com problemas do sono na velhice, diz estudo da UFSC

27/10/2023 08:15

Dados analisados foram coletados em 70 municípios do país, com população de mais de 60 anos (Imagem de Sabine van Erp por Pixabay)

Um estudo sobre queixas de sono e fatores associados em idosos realizado pela Universidade Federal de Santa Catarina em parceria com a FioCruz Minas indica que a insônia chega a atingir até 58,6% da população maior de 60 anos no país. Os dados mostram que ser mulher aumenta as chances de sofrer com qualquer tipo de insônia, ter má qualidade de sono e sonolência diurna. Ter mais de uma doença crônica e não ingerir porções de frutas e vegetais também pode influenciar.

A análise, publicada nos Cadernos de Saúde Pública, utiliza dados do Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos Brasileiros (ELSI-Brasil). O Elsi é representativo da população brasileira e começou a ser realizado em 2015, mas a pesquisa toma como base os indicadores de 2019. A investigação envolveu 6.929 pessoas com 60 anos ou mais, em 70 municípios do país, em todas as regiões.

A preocupação em estudar especificamente a questão do sono surgiu durante a pandemia de Covid-19. O estudo recém publicado foi liderado pela professora e pesquisadora da UFSC Araranguá Núbia Carelli Pereira de Avelar, do curso de Fisioterapia. “O interesse por estudar os problemas de sono surgiu na pandemia, quando os idosos relatavam que estavam dormindo muito mal. Começamos a buscar na literatura e observamos a ausência de estudos que descrevessem a prevalência das diferentes tipologias de distúrbios do sono”, explica a professora, que ouvia o relato dos idosos nas atividades de estágio que conduzia.

O artigo trata de diferentes tipologias de alterações do sono. A insônia, por exemplo, pode ser inicial, quando se refere a dificuldade de pegar no sono; intermediária, quando a pessoa acorda, tem dificuldades para dormir, mas volta ao sono; e final, quando a pessoa acorda muito cedo e não consegue mais dormir. Os dados da pesquisa também se referem à percepção sobre qualidade de sono e a sonolência diurna, quando o indivíduo já se sente cansado ao acordar.

De acordo com a professora, as queixas com relação ao sono coletadas na pesquisa ocorreram predominantemente em mulheres. “As mulheres têm maior frequência de insônia inicial, intermediária e qualquer tipo de insônia e pior qualidade de sono. A gente acredita que isso está muito relacionado à sobrecarga de trabalho, desde atividades domésticas até o cuidado com outros familiares”, analisa Núbia. “Nós observamos, no Brasil, um processo de feminização do envelhecimento – há mais mulheres idosas do que homens, e geralmente essas mulheres ficam sozinhas, ou são viúvas ou solteiras. Já se sabe que a solidão também está relacionada às questões do sono”, complementa.

O estudo publicado no periódico Cadernos de Saúde Pública também trata do fenômeno do ponto de vista biológico, já que a variação hormonal, observada principalmente em mulheres, pode desregular um circuito que desempenha papel fundamental na regulação do sono. Além disso, o nível de cortisol no sangue tende a ser mais elevado em mulheres do que nos homens, o que poderia alterar a produção de alguns hormônios e, consequentemente, prejudicar a qualidade do sono.

Seis a cada dez idosos reIatam problemas com o sono (Imagem de Jose Antonio Alba por Pixabay)

Insônia é principal problema entre os idosos

O estudo mostra que os problemas de sono com maior prevalência em idosos brasileiros foram os diferentes tipos de insônia (45,9% a 58,6%), seguidos de sonolência diurna (38,4%) e da má qualidade do sono (15,6%). “O aumento da prevalência de problemas de sono em idosos, na última década, pode estar associado ao uso crescente de smartphones antes de dormir, o que aumenta a latência do sono e leva à insônia inicial”, justificam os pesquisadores.

Evidências indicam que as mulheres apresentam uma arquitetura de sono diferente em relação aos homens, caracterizada por ondas de sono mais lentas, mais despertares noturnos e maior latência do sono. Apesar disso, conforme mencionado pela professora, a sobrecarga de trabalho também pode estar no pano de fundo da prevalência dos problemas.

Segundo Núbia, os dados são preocupantes e surpreenderam a equipe, já que seis a cada 10 idosos têm qualquer um dos tipos de insônia. “É um dado alarmante e que nos preocupa”, reforça. Na conclusão, o grupo registra que uma implicação chave do estudo é justamente a importância da implementação de campanhas informativas e iniciativas educativas para aumentar a consciencialização sobre os problemas do sono nesta população.

Os dados também vão ao encontro do que a literatura e grupos especializados têm apresentado. “A Associação Americana de Cardiologia inseriu em 2022 o sono como variável ligada ao envelhecimento saudável”, comenta a professora. Segundo ela, a ciência reconhece os efeitos dos problemas de sono na saúde global dos idosos, já que aqueles que dormem muito mal apresentam maior risco de mortalidade, de depressão e de declínio cognitivo, além de estarem mais propensos a doenças neurodegenerativas.

Consumo adequado de frutas e vegetais e consumo de álcool também foram analisados

A pesquisa da UFSC também indica que o consumo de frutas e vegetais e de álcool pode estar relacionado aos problemas de sono entre pessoas com 60 anos ou mais. Idosos que não consumiam cinco porções diárias de frutas e vegetais apresentaram maior chance de má qualidade do sono, de acordo com o estudo.

“Isso porque esses alimentos são fontes de antioxidantes, polifenóis, vitamina C, fibras, potássio, flavonóides, que são ativos biológicos que vão melhorar o equilíbrio do ritmo circadiano e, consequentemente, a qualidade de sono. Além disso, podem modular o metabolismo e a concentração dos hormônios relacionados à qualidade de sono”, justifica.

Baixo consumo de vegetais pode ter relação com má qualidade do sono (Imagem de Jill Wellington por Pixabay)

Já o consumo de álcool uma vez por mês ou mais foi associado a menor chance insônia inicial, o que também foi consistente com outros estudos da área. Apesar disso, a pesquisa traz um alerta: “O álcool tende a reduzir a fase do sono de movimento rápido dos olhos (REM) e a desalinhar o ciclo sono-vigília”, indicam os pesquisadores. De uma forma geral, isso levaria a efeitos que podem resultar em má qualidade do sono e sonolência diurna, impactando o bem-estar geral.

A pesquisa registra que é importante considerar o impacto do consumo de álcool trazendo também um outro registro já reconhecido pela ciência: o de que algumas bebidas alcoólicas, como o vinho tinto, são ricos em flavonóides, como o resveratrol, que possuem propriedades antioxidantes e efeitos neuroprotetores, que podem melhorar a qualidade do sono

Condições de saúde têm impacto no sono

Também em relação às condições de saúde, a pesquisa registra que a presença de duas ou mais doenças crônicas aumentou de 1,21 a 1,65 vezes as chances de idosos apresentarem insônia inicial, intermediária, final e qualquer tipo de insônia. O dado também se alinha a estudos anteriores que mostraram que a ocorrência de duas doenças crônicas simultâneas está positivamente associada a todos os tipos de insônia na Alemanha e na China, por exemplo. “Além disso, medicamentos para tratamento de doenças crônicas como broncodilatadores, beta bloqueadores, estimulantes do sistema nervoso central e agentes cardiovasculares podem levar à insônia”, indicam os cientistas, na análise.

Os cientistas que assinam o artigo também reforçam que os resultados coletados fornecem informações valiosas para embasar políticas e estratégias de saúde pública destinadas a promover uma melhor saúde do sono na população idosa. “Os achados deste estudo revelam uma alta prevalência de problemas de sono entre idosos brasileiros, enfatizando a necessidade de intervenções de saúde pública direcionadas para resolver esse problema”, assinalam.

Amanda Miranda, jornalista da Agecom/UFSC

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Podcast Flash UFSC fala sobre arte e resistência indígenas

26/10/2023 14:09

Arte: Jalize Pinheiro Medeiros e Audrey Schmitz, sobre foto de Isabella Kariri

A Agência de Comunicação da Universidade Federal de Santa Catarina (Agecom/UFSC) publicou nesta quinta-feira, 26 de outubro, um novo episódio do podcast Flash UFSC, com o tema Arte e resistência indígenas. Dois artistas Laklãnõ/Xokleng falam sobre o poder da arte para contar a história de resistência e luta de seu povo. 

Rapper, cantor, compositor e estudante de Jornalismo da UFSC, Fernando Xokleng é autor da música Resistência, disponível no Youtube. Seu trabalho pode ser acompanhado no Instagram @fernando_xokleng

Já Walderes Coctá Priprá é mestra em História pela UFSC e a primeira indígena do Brasil a defender um título de pós-graduação na área de Arqueologia. É também uma das diretoras do documentário Vãnh gõ tõ Laklãnõ, sobre o povo Laklãnõ/Xokleng do Alto Vale do Itajaí. O trailer e demais informações sobre o filme podem ser conferidos no Portal de Saberes.

O episódio foi produzido pelos estudantes de Jornalismo e estagiários da Agecom Ariclenes Patté e Letícia Schlemper. A cada duas semanas, o Flash UFSC traz informações sobre ciência, cultura e arte em episódios de até sete minutos de duração. Ouça no site, pelo Spotify ou em outras plataformas.

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Documentário de estudantes da UFSC sobre nazismo em Santa Catarina vence prêmio nacional

26/10/2023 13:10

O documentário “Uma história de silêncios”, produzido pelas estudantes Ísis Leites Regina, Clara Spessatto e Júlia Santos da Rosa Matos, do curso de Jornalismo da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), foi um dos três trabalhos reconhecidos  pelo 15º Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão, projeto liderado pelo Instituto Vladimir Herzog.

O filme discute como o nazismo, banido e condenado internacionalmente após a Segunda Guerra Mundial, fez e faz parte da história de Santa Catarina. Após encontrarem quadros com a bandeira nazista expostos no hall da Secretaria de Educação de Dona Emma – município com cerca de 4 mil habitantes, localizado no interior do estado –, as estudantes perceberam que parte dos moradores naturalizaram o passado local e decidiram entrevistar autoridades e moradores da região para entender esse fenômeno.
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Agroecologia é tema do novo episódio da série ‘UFSC Explica’

25/10/2023 13:30

A Agência de Comunicação da Universidade Federal de Santa Catarina (Agecom/UFSC) publicou um novo episódio da série de vídeos UFSC Explica, sobre agroecologia. Três especialistas explicam as vantagens da agroecologia para a saúde humana e do meio ambiente, as diferenças entre produção orgânica e agroecológica e por que não é verdade que precisamos de agrotóxicos para alimentar a população. Apontam também alguns caminhos para a construção de um sistema agroalimentar mais justo, acessível e sustentável.

Confira o vídeo, disponível no canal da UFSC no Youtube:

Conheça os entrevistados:
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Unesco aprova projeto da UFSC para criação da cátedra Antonieta de Barros

23/10/2023 18:08

Painel de Antonieta de Barros no Centro de Florianópolis. Foto: Divulgação

A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) aprovou a criação da Cátedra Antonieta de Barros: educação para a igualdade racial e combate ao racismo, proposta por um grupo de professores(as) e pesquisadores(as) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) liderados pela vice-reitora, Joana Célia dos Passos. O anúncio da aprovação ocorreu em 15 de outubro, Dia do Professor, data comemorativa instituída por um projeto da própria Antonieta de Barros, primeira deputada negra de Santa Catarina.

A criação de uma cátedra de combate ao racismo e promoção da igualdade racial está prevista na Resolução Normativa nº 175/2022/CUn, que estabelece a política de enfrentamento ao racismo institucional na UFSC. Um dos objetivos da cátedra, elencados no projeto apresentado à Unesco, é justamente o de “analisar o impacto do racismo na universidade e contribuir na formulação e implementação de políticas curriculares multidisciplinares para inclusão da história e cultura afro-brasileira, africana e indígena na formação de profissionais das diferentes áreas”.

De acordo com a definição apresentada no site da instituição, uma cátedra Unesco é uma equipe liderada por uma instituição de ensino superior ou pesquisa que faz parceria com a Unesco em um projeto para promover o conhecimento e a prática em uma área de prioridade comum. Na UFSC, essa equipe é integrada por professores(as) e pesquisadores(as) de nove programas de pós-graduação (Interdisciplinar em Ciências Humanas, História, Educação, Direito, Física, Saúde Coletiva, Relações Internacionais, Psicologia e Antropologia Social).
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Laboratório recebe fotos de aves da UFSC para elaboração de guia

20/10/2023 14:00

Tucano-de-bico-preto (Ramphastos vitellinus). Foto: Camila Bento

O Laboratório de Ornitologia e Bioacústica Catarinense da Universidade Federal de Santa Catarina (Laboac/UFSC) convida toda a comunidade a enviar fotos de aves encontradas no Campus de Florianópolis, no bairro Trindade. As imagens ajudarão na elaboração de um guia com informações de ocorrência, ilustrações, fotos, vocalizações, habitat preferencial e principais hábitos das espécies.

O Guia de campo das aves do campus da UFSC será publicado em forma de livro e em um site com informações básicas sobre a biologia das espécies e material de apoio para introduzir e incentivar a prática da atividade de observação de aves pela comunidade local. “É um guia de campo para estimular a observação de aves do campus e arredores, já que temos bastantes curiosos”, conta o professor Guilherme Brito, coordenador o projeto.

As informações que serão disponibilizadas no material são levantadas em saídas de campo periódicas com os alunos envolvidos com o projeto, que também serão corresponsáveis pela elaboração dos textos, ilustrações, fotos e gravações. As atividades também poderão subsidiar pesquisas e trabalhos de conclusão de curso.
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UFSC sedia ‘Encontro brasileiro de cicloativismo e mobilidade por bicicleta’ em novembro

20/10/2023 11:05

A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) sediará, de 15 e 19 de novembro, o “Bicicultura Floripa 2023 – Encontro brasileiro de cicloativismo e mobilidade por bicicleta“. Com o tema “Cidades Pedaláveis, Cidades Democráticas”, o evento está em sua 10ª edição, sendo esta a primeira vez em Florianópolis. Segundo os organizadores, o Bicicultura será “um espaço para o convívio, compartilhamento de conhecimento e formação de alianças entre ciclistas, cicloativistas e todos os entusiastas e interessados, de todos os setores sociais, na democratização urbana, na sustentabilidade ambiental e na qualidade de vida que a bicicleta proporciona”.
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Estudo premiado da UFSC indica regiões no litoral socialmente vulneráveis a desastres climáticos

19/10/2023 10:18

Paulino Neves (MA) teve o maior indice de vulnerabilidade no estudo (Foto: Governo do Maranhão)

Cheias, secas, desastres ambientais. As consequências das mudanças climáticas são tão visíveis quanto é o seu impacto em populações vulneráveis. Uma pesquisa da Universidade Federal de Santa Catarina recentemente premiada como a melhor tese de Geografia do país propõe um método para definir a vulnerabilidade das populações aos chamados eventos extremos em áreas costeiras, que levam a desastres ambientais e podem destruir bairros, cidades e causar prejuízos sociais e ambientais.

O trabalho da pesquisadora Cibele Oliveira Lima, doutora em Geografia, foi orientado pelo professor Jarbas Bonetti e reconhecido como o melhor estudo de doutorado do país na área das geotecnologias pela Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Geografia (ANPEGE). O estudo Metodologia para avaliação da vulnerabilidade social a eventos extremos costeiros no Brasil levou o prêmio Ailton Luchiari, entregue na primeira semana de outubro.

No estudo, a pesquisadora propõe formas de calcular a vulnerabilidade social de diferentes regiões e utiliza como amostra 281 municípios costeiros, cobrindo todo o litoral brasileiro. O detalhamento é intramunicipal, mas também permite que se trabalhe com diferentes escalas, como estaduais e regionais. “O objetivo é contribuir para minimizar essa lacuna do conhecimento ao propor uma metodologia para obtenção de um Índice de Vulnerabilidade Social a eventos extremos costeiros”, explica.

A pesquisa constatou que as regiões Norte e Nordeste apresentam a maior vulnerabilidade social do litoral brasileiro. Maranhão, Pará e Bahia sofrem o maior risco. Apesar de terem, em geral, os menores índices do Brasil, os estados da Região Sul também possuem áreas com determinantes que indicam riscos, como na fronteira entre Paraná e São Paulo, foco de desastres recentes. Em Florianópolis, moradores de regiões de bairros do Norte e Sul da Ilha estariam mais suscetíveis a danos e exposição a desastres (leia mais abaixo).
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Pesquisa da UFSC mostra dano causado pelo lançamento de esgoto nas dunas em Florianópolis

18/10/2023 12:46

Lançamento de efluentes da Casan no Parque Natural Municipal das Dunas da Lagoa da Conceição. Foto: Michele de Sá Dechoum.

O lançamento de efluentes de esgoto, mesmo que tratado, no Parque Natural Municipal das Dunas da Lagoa da Conceição (PNMDLC), em Florianópolis (SC), causou impactos negativos na vegetação de restinga. A avaliação é de um estudo desenvolvido no curso de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). A investigação mostrou que há um maior nível de soterramento e menor vigor da vegetação nativa na área atingida pelo efluente em comparação com uma área natural.
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