Pesquisadora da UFSC ganha uma das principais honrarias do Prêmio Capes de Tese

Ana Paula, o orientador Pedro Luiz Manique Barreto e a professora Debora Menezes, atual diretora de Avaliação de Resultados e Soluções Digitais (DASD) do CNPq.
Doutora em Ciência de Alimentos pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Ana Paula Zapelini de Melo foi a vencedora do Grande Prêmio Ennio Candotti, de Ciências da Vida, honraria concedida pelo Prêmio Capes de Tese, um dos mais importantes no reconhecimento a cientistas no Brasil. Ela é a autora da tese Derramamento de petróleo no litoral brasileiro: desenvolvimento de métodos analíticos para controle de hidrocarbonetos policíclicos aromáticos e monitoramento de pescado baseado em risco. “Esse prêmio é a honraria da relevância do trabalho para a sociedade e para o avanço científico no País e demonstra que meu projeto trouxe contribuições concretas e soluções inovadoras para problemas reais”, ressalta.
Ana venceu o Prêmio CAPES de Tese 2024 na área de Ciência de Alimentos. Na pesquisa, buscou desenvolver e validar métodos oficiais para a quantificação de contaminantes petrogênicos em pescado, em resposta ao desastre com derramamento de petróleo ocorrido no Brasil em 2019. Esse modelo foi validado conforme as diretrizes do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) e da União Europeia (UE), e tornou-se o primeiro protocolo oficial do Brasil para controle de contaminantes petrogênicos em pescado.
A cientista teve a trajetória acadêmica toda realizada na UFSC, da graduação até o pós-doutorado, que ela realiza agora, estudando a contaminação de pescado com nano e microplásticos, um tema emergente e de grande relevância para a segurança dos alimentos.
O trabalho teve orientação do professor Pedro Luiz Manique Barreto e coorientação de Rodrigo Barcellos Hoff. “Diante da necessidade de um método analítico rápido, confiável e de baixo custo para avaliar a contaminação do pescado, adaptamos máquinas de café espresso, transformando-as em equipamentos laboratoriais, simulando a técnica de extração por líquido pressurizado”, explica.
Nesse processo, segundo Ana Paula, as amostras de pescado são colocadas em cápsulas e são extraídas de maneira similar à preparação de um café. “Após a extração, a quantificação dos contaminantes petrogênicos (hidrocarbonetos policíclicos aromáticos) era realizada por cromatografia líquida acoplada à espectrometria de massas. Esse método foi validado conforme as diretrizes do MAPA e da UE, e tornou-se o primeiro protocolo oficial do Brasil para controle de contaminantes petrogênicos em pescado”, contou à Capes.
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