Estudo internacional projeta fenômenos extremos com maior frequência e intensidade no RS

11/06/2024 17:04

As enchentes catastróficas que assolaram o Rio Grande do Sul entre abril e maio de 2024 trouxeram à tona a vulnerabilidade da região diante de fenômenos climáticos extremos. As chuvas recordes afetaram cerca de 90% do estado e 2,3 milhões de pessoas, com 640 mil delas perdendo suas casas. Um estudo publicado na última semana por pesquisadores de diversos países projeta que eventos desta categoria na região se tornarão mais frequentes e intensos no futuro. O agravamento se deve, principalmente, às consequências das mudanças climáticas e do fenômenos El Niño associadas à falta de investimentos em um sistema de proteção. Para os autores, o episódio expôs a necessidade urgente de aprimoramento da infraestrutura contra enchentes e de atenção às desigualdades sociais que agravam os impactos de desastres naturais.

> Acesse a íntegra do relatório (em inglês)

Porto Alegre teve o início de maio mais chuvoso em 63 anos. Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

A professora Regina Rodrigues, do Departamento de Oceanografia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), foi uma das autoras da colaboração internacional produzida pelo World Weather Attribuition, que reuniu representantes do Brasil, Reino Unido, Estados Unidos e Holanda. O relatório descreve que o estado gaúcho registrou chuvas persistentes, equivalentes a três meses em um período de duas semanas, com uma média de 420 mm entre 24 de abril e 4 de maio. O volume acumulado levou a níveis históricos dos rios e colocou 12 barragens sob pressão, apresentando risco de rompimento. As inundações ocorreram em grande parte do estado, mas foram particularmente intensas em Porto Alegre, a capital e maior cidade do estado, situada à beira do Lago Guaíba, onde este foi o início de maio mais chuvoso em 63 anos.

“Em algumas regiões, especialmente na ampla faixa central dos vales, planaltos, encostas e áreas metropolitanas, as chuvas acumuladas excederam 300 milímetros (mm) em menos de uma semana. Por exemplo, no município de Bento Gonçalves, os volumes atingiram 543,4 mm. De 29 de abril a 2 de maio, quando as chuvas fortes se fixaram sobre o Rio Grande do Sul, os acumulados variaram entre 200 mm e 300 mm. Na capital, Porto Alegre, o volume atingiu 258,6 mm em apenas três dias. Esse valor corresponde a mais de dois meses de chuva, em comparação com as médias climatológicas de 1990-2020 para abril (114,4 mm) e maio (112,8 mm)”, informa o documento.

O estudo destaca ainda que, das quatro maiores enchentes já registradas em Porto Alegre, três ocorreram nos últimos nove meses, a maior tendo ocorrido em maio de 2024 e a segunda maior em 1941. Entretanto, ao comparar os eventos de 1941 e 2024, os pesquisadores indicam que no primeiro episódio foram necessários 22 dias para o nível da água no Lago Guaíba atingir 4,76 m acima dos níveis normais. Enquanto este ano, em somente cinco dias o Guaíba excedeu 5 m.
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Campanha ‘UFSC Solidária’ se concentra, em junho, em receber doações de medicamentos e livros

29/05/2024 10:11

A campanha UFSC Solidária encerra o recebimento de parte das doações para as vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul na próxima segunda-feira, 3 de junho. A arrecadação de livros e medicamentos ainda segue ativa.

A Secretaria de Educação a Distância (SEAD) da UFSC participa do projeto A Ponte, que arrecada doações de livros para reconstruir as bibliotecas escolares atingidas pelas inundações no Rio Grande do Sul. São livros de todas as áreas e literatura juvenil e infanto-juvenil. O local de arrecadação é a sede da SEAD, na Rua Dom Joaquim 757, no Centro de Florianópolis, das 8h às 18h.

Só na rede estadual de ensino do Rio Grande do Sul, foram 1044 escolas submersas, sem contar as escolas municipais, em que o impacto total das inundações ainda não foi calculado. Em São Leopoldo, primeira cidade a ser amparada pelo projeto, 18 escolas da rede municipal foram submersas e mais de 80 mil títulos foram perdidos na enchente.

Farmácia Escola recebe doações de medicamentos

Farmácia Escola UFSC, localizada em Florianópolis, atualmente recebe, como ação solidária emergencial, doações de medicamentos para serem destinados aos atingidos pelas enchentes no Rio Grande do Sul. As doações podem ser entregues no local, que fica no campus da Universidade no bairro Trindade, na Rua Delfino Conti, próximo ao Banco do Brasil (ver mapa), às segundas, terças, quintas e sextas-feiras, das 8h às 17h.

>> confira as orientações da Farmácia Escola UFSC antes de realizar sua doação

Encaminhamento

A Universidade fará o recolhimento das doações e encaminhará a organizações parceiras que já possuem logística para o transporte e entrega das doações no Rio Grande do Sul.

Para quem deseja realizar contribuições financeiras, a UFSC indica acessar o site paraquemdoar.com.br e escolher uma das organizações que promovem campanhas de arrecadação de fundos para apoio aos atingidos pelas chuvas no estado vizinho.

Conheça também outras ações da campanha UFSC Solidária.

*Notícia atualizada em 29/05/2024, às 19h11, para inclusão de novas informações sobre os donativos, concentrados em medicamentos e livros.

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Pesquisadores da UFSC emitiram diferentes alertas sobre intensificação de extremos climáticos

07/05/2024 17:03

Zona norte de Porto Alegre atingida pelas cheias. Foto: Alex Rocha/PMPA/Divulgação

Em diferentes estudos, relatórios e entrevistas ao longo dos últimos meses, pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) lançaram dados, alertas e informações sobre a intensificação de eventos climáticos extremos, com ênfase nos riscos de inundações e secas nas diferentes regiões do país e na necessidade de preservação das florestas e em zerar emissões de carbono.  Em linhas gerais, esses alertas, geralmente realizados em parcerias com cientistas de instituições ao redor do mundo, traçam panoramas sobre como o aquecimento do planeta e fenômenos como o El Niño e as queimadas compõem esse sistema.

Temperatura recorde – O aumento da temperatura na terra é apontado por cientistas como principal causador dos eventos extremos. O ano de 2023 foi o mais quente já registrado na história, com 50% dos dias acima do limiar de perigo. Esse aquecimento gera efeito nos oceanos, que também aquecem. Isso provoca secas, inundações, além de ondas de calor e frio. O assunto foi abordado pelo relatório do Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus (C3S).

>>> Veja como fazer doações para ajudar as vítimas da enchente no Rio Grande do Sul

Retenção de carbono nos oceanos – O fenômeno tem a ver com o excesso de carbono que circula na atmosfera: 90% desses gases são retidos pelos oceanos. O calor nos oceanos, por sua vez, cada vez mais intenso, pode ocasionar mais fenômenos como ciclones e flutuações nas chuvas. Um grupo de cientistas do Programa Mundial de Pesquisa Climática (WCRP) da Organização Mundial de Meteorologia (WMO) liderado pela professora Regina Rodrigues, do Departamento de Oceanografia da UFSC, redigiu uma declaração alertando para o recorde recente. Os cientistas já mostravam que esses casos poderiam aumentar em frequência, duração e intensidade se não ocorrerem esforços dramáticos de mitigação e adaptação.
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Professora da UFSC participa de estudo que aponta mudança climática como causa da seca amazônica

24/01/2024 14:49

A mudança climática causada pelo ser humano foi a principal causa da seca histórica que atingiu a região Amazônica em 2023, enquanto o El Niño – fenômeno climático natural que geralmente traz condições secas para a região – teve uma influência muito menor. A conclusão faz parte da análise rápida de atribuição realizada pelo World Weather Attribution (WWA), grupo internacional de cientistas especializados em pesquisas sobre o clima, do qual faz parte a pesquisadora Regina Rodrigues, professora de Oceanografia Física e Clima da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). O estudo está disponível aqui.
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Pesquisadores da UFSC emitem nota técnica sobre efeitos ambientais do engordamento de praias

27/10/2023 10:09

Efeito “degrau” em praia de Canasvieiras, em Florianópolis evidencia aumento do processo erosivo após o aterro. (Foto: Leo Munhoz/ND)

O programa de pesquisa e extensão da UFSC Ecoando Sustentabilidade emitiu uma Nota Técnica em 23 de outubro a respeito das consequências de dragagens e aterros em praias arenosas. O relatório busca analisar os engordamentos de praia no litoral de Santa Catarina e fornece propostas de atualização de normas relacionadas a esse tipo de empreendimento.

O parecer técnico versa sobre as engordas de praia, cada vez mais frequentes no litoral catarinense e brasileiro, e analisa os projetos principalmente frente ao cenário de mudanças climáticas e erosão costeira. Apresenta informações básicas sobre o ecossistema de praia arenosa e faz uma análise sobre a realização de dragagens e de aterros assim como sobre os licenciamentos feitos pelo Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA-SC). O Ecoando Sustentabilidade analisou as licenças ambientais dos projetos de engorda das praias entre 2018 e 2023, o que inclui obras nas praias de Jurerê (não iniciada), Canasvieiras (realizada em 2019 e 2020), Ingleses (realizada em 2023), e em Balneário Camboriú (2022).

A partir dessa análise, o programa propõe uma atualização da Resolução do Conselho Estadual do Meio Ambiente (Consema) de 2017, a qual define o porte desses empreendimentos. A definição de porte é o parâmetro que estabelece o potencial dos impactos que esses empreendimentos podem gerar e o tipo de estudo ambiental que deve ser realizado para avaliar consequências futuras e propiciar a obtenção do licenciamento da obra. O grupo defende que haja um ajuste para a definição de porte, obrigando que sejam feitos estudos de impacto mais completos.
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Workshop sobre o El Niño e seus impactos no sul do Brasil é promovido em parceria com a UFSC

26/07/2023 16:51

O Workshop “El Niño 2023/2024 – Seus Impactos no Sul do Brasil” da Associação Catarinense de Meteorologia (ACMET) em parceria com a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e outras instituições será realizado na próxima segunda-feira, 31 de julho, no Centro Integrado De Gerenciamento de Riscos e Desastres (CIGERD), no bairro Capoeiras, em Florianópolis. O evento também acontecerá de modo online. As inscrições são gratuitas e devem ser realizadas no site do evento até o dia do workshop.

A expectativa dos organizadores é reunir um público de profissionais qualificados para viabilizar discussões técnicas relativas ao fenômeno El Niño 2023/2024. O workshop será composto por três  grupos temáticos: o científico, o de impactos do fenômeno e um de divulgação das informações. As palestras incluirão vários temas como inundações, análise de áreas de risco e medidas de prevenção, identificação de áreas suscetíveis e técnicas de estabilização, dados meteorológicos e climatológicos recentes relacionados ao El Niño.

No período vespertino, será reservado um espaço para discussão sobre estratégias de monitoramento e alerta precoce, troca de experiências e relatos de casos de sucesso em situações anteriores de El Niño. O detalhamento das atividades está descrito no site do evento.

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UFSC na mídia: professora fala sobre falta de diversidade na ciência climática a programa da BBC World Service

19/04/2023 08:30

As dificuldades de pesquisadores do Sul Global e a falta de diversidade na ciência climática foram dois dos temas abordados pela professora da UFSC Regina Rodrigues em entrevista ao programa de rádio da BBC World Service, intitulado The Climate Question, em tradução livre A questão climática. Ela foi ouvida em uma edição voltada a discutir a história da ciência climática e pontuou aspectos sobre o impacto da falta de recursos e investimentos em pesquisas sobre o Atlântico Sul.

O programa traz como ponto de partida o papel da americana Eunice Newton Foote como precursora da ciência do clima. Em 1856, ela descobriu que níveis mais altos de dióxido de carbono aqueceriam o planeta, mas não recebeu o crédito pela descoberta da mudança climática. “Celebramos o papel de Foote na ciência do clima, recriando seu experimento pouco conhecido e perguntando se existem algumas vozes que continuam a ser negligenciadas na ciência do clima hoje – e como superamos esses pontos cegos climáticos”, indica a sinopse do programa, disponível também online.

Além da professora Regina Rodrigues, que é professora de Oceanografia Física e Clima, participam do edição a pesquisadora e ativista climática Alice Bell e a professora Andrea Sella, da University College London. Elas debatem a existência de pontos cegos nos estudos sobre clima, como a falta de recursos para pesquisas climáticas no Sul Global e as consequências das mudanças climáticas na saúde de populações periféricas.

A falta de um olhar mais apurado para continentes como a África e América do Sul e a predominância de uma ciência produzida por homens do Norte Global são tematizadas no programa. “O oceano Atlântico Sul foi flanqueado por países de baixa renda que lutam para financiar os altos custos da pesquisa oceanográfica. Por exemplo, um navio de pesquisa pode causar de 3.000 a 8.000 libras por dia no mar”, lembra a professora da UFSC, que acrescenta que o acesso a dados gratuitos também está cada vez mais difícil, porque depende de computadores de alto desempenho, igualmente caros.

A pesquisadora lamenta que, mesmo havendo ideias inovadoras e pesquisas criativas sobre a física dos oceanos no país, a falta de recursos adicionais é um entrave para o seu andamento. “Isso deixa enormes pontos cegos em nossa compreensão de como as mudanças climáticas funcionam. E o Atlântico Sul desempenha um papel crucial na regulação do clima global”. Regina Rodrigues também falou sobre a South Atlantic Meridional Overturning Circulation Iniciative, que envolve cientistas da Argentina, Brasil, França, Itália, Alemanha, Holanda, Reino Unido e Estados Unidos com o objetivo de compartilhar objetivos científicos bem definidos e recursos de base.

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Evento discute desafios científicos e políticos das mudanças climáticas

14/03/2023 17:22

O Centro de Ciências Físicas e Matemáticas (CFM) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) promove a aula inaugural Desafios científicos e políticos no enfrentamento da mudança climática global, com o professor Paulo Artaxo, do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP). O evento ocorre nesta sexta-feira, 17 de março, às 10h30, no Auditório do EFI, no Campus Universitário Trindade, em Florianópolis. Os participante irão receber certificado de duas horas complementares.

Paulo Artaxo é membro titular da Academia Brasileira de Ciências e pesquisa física aplicada a impactos ambientais, com foco na Amazônia, nas questões de mudanças climáticas globais, na física de aerossóis atmosféricos e na poluição do ar, entre outros assuntos. Além disso, é membro do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) e de sete outros painéis científicos internacionais.

O professor recebeu voto de aplauso do Senado Brasileiro pelo trabalho científico em meio ambiente na Amazônia em 2004 e foi participante da equipe do IPCC que foi agraciada com o Prêmio Nobel da Paz de 2007. No mesmo ano, recebeu o prêmio de Ciências da Terra da Academia de Ciências dos Países em Desenvolvimento (TWAS) e o Prêmio Dorothy Stang, outorgado pela Câmara Municipal de São Paulo.

 

Com informações da Fapesp

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UFSC na Mídia: Em portal britânico, professora da UFSC comenta como o Atlântico Sul precisa ser estudado

27/01/2023 11:02

Imagem do Portal Carbon Brief mostra circulação de águas e participação do Atlântico Sul no processo

A professora Regina Rodrigues, da Coordenadoria Especial de Oceanografia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), foi convidada a escrever para o portal britânico Carbon Brief, especializado na cobertura climática, sobre como o Atlântico Sul é pouco estudado e como o fato vem sendo superado historicamente. Regina recentemente foi editora de uma edição especial sobre o tema na revista Communications Earth & Environment, do Grupo Nature.

No texto do portal, ela explica que o Atlântico Sul afeta diretamente o clima de países sul-americanos e africanos e pode provocar desde ondas de calor e secas até inundações, o que pode ocasionar insegurança hídrica e alimentar em milhares de pessoas. Historicamente, no entanto, ele é pouco pesquisado se comparado ao Atlântico Norte, onde estão as grandes potências globais. O fato de estar em países de renda baixa a média, com dificuldades para financiar a pesquisa oceanográfica, também seria uma das causas para o baixo volume de estudos.

De acordo com a pesquisadora, a história registrada no oeste do Atlântico Sul começou em 1500, quando o explorador português Pedro Alvares Cabral chegou à costa brasileira. Depois, passou a ser foco de interesse como forma de acesso ao Pacífico e ao Índico. Mais recentemente, a história das guerras também fez com o Atlântico Norte fosse foco central de interesse no mundo.

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Impactos das mudanças climáticas são debatidos em mesa de encerramento da Sepex

11/11/2022 12:08

O impacto das mudanças climáticas e a importância da realização de pesquisas sobre a temática na universidade foi o destaque da mesa de encerramento da 19ª Semana de Ensino, Pesquisa, Extensão e Inovação da UFSC, que tem programação prevista até 18h desta sexta-feira, 11 de novembro. Os professores Marina Hirota, do departamento de Física, Regina Rodrigues, do departamento de Oceanografia, e Lindberg Nascimento Junior, de Geociências, falaram sobre a ocorrência de eventos extremos no mundo e na região e os seus impactos ambientais e sociais. A atividade foi mediada pela professora Suzana de Fátima Alcântara, do departamento de Botânica.

A professora Regina Rodrigues, que participou da conferência do clima da Organização das Nações Unidas na última quarta-feira, explicou de forma didática como o sistema climático está num equilíbrio delicado por conta da alta emissão de gases do efeito estufa e do aumento de 1,1 grau na temperatura da Terra desde o período pré-industrial. Embora pareça um aumento leve, destaca a professora, ele é histórico por ter ocorrido num curto intervalo de tempo, gerando problemas de adaptação das espécies à vida na Terra.

Um dos exemplos trazidos pela professora diz respeito ao embranquecimento dos corais. O aumento na temperatura terrestre aumenta também a taxa de aquecimento e de calor marinhas, além de levar à acidificação do Oceano. Esse processo impacta todo o ecossistema e, no caso dos corais, se agrava por serem estes organismos que servem de habitat a outros. “Nossas pesquisas constatam um aumento generalizado nas ondas de calor no Atlântico, um aumento também na acidificação e um stress na biodiversidade marinha”, explica. A previsão é de que, caso não haja soluções e medidas eficientes para frear o problema, a temperatura se eleve em cinco graus em um curto período de tempo. “É preciso pensar em políticas públicas de emissão líquida zero em 2050”, afirma, ressaltando que os países mais pobres são os que menos causam o aquecimento e mais sofrem com seus impactos.

O professor Lindberg Nascimento também trouxe a justiça climática e a qualidade ambiental como conceitos convergentes aos debates. Ao falar sobre a já conhecida distribuição de chuvas na região sul e fenômenos específicos dos extremos climáticos em Florianópolis, lembrou que é preciso superar os sentidos das alterações como excepcionalidade ou danação e tratá-los como “questão de qualidade ambiental e justiça climática”.

Nascimento apresentou imagens de distribuição de chuvas em um cenário que já é bem demarcado pela ciência há pelo menos 50 anos. “Nossa região é consequência do encontro de uma série de processos atmosféricos, com a umidade tendo uma participação na formação dessas paisagens”. Até mesmo a Amazônia tem impacto no clima que se apresenta localmente. Segundo ele, sabe-se que a maior parte das tempestades de Florianópolis vêm do Oeste, com vento altamente úmido.  Ele também comenta que, apesar da variação na temperatura local ser considerada leve, os impactos nos organismos podem ser decisivos.

Os pontos de não retorno e os distúrbios, impactos e resiliências dos ecossistemas amazônicos foram abordados na fala da professora Marina Hirota, que falou em efeito dominó e efeito cascata que já são sentidos em áreas de floresta e savanas, comprometendo também uma série de espécies vegetais. Ela lembrou o papel central que a Amazônia têm no clima global, ressaltando que os desmatamentos, incêndios e mudanças no uso da terra geram impactos no ciclo hidrológico que agravam os processos.

“Está identificado que o clima tem mudado dentro dos limites da Amazônia, com os extremos de seca e de chuva aumentando. Mas qual o impacto disso?”, questiona. Uma das consequências é, por exemplo, o atraso em pelo menos 15 dias no início da estação chuvosa. “O aumento da intensidade da estação seca produz impactos no funcionamento da vegetação, por exemplo”, alertou.

A Sepex, que começou na segunda-feira, termina no fim da tarde desta sexta-feira. Ao longo dos últimos dias, a comunidade pode participar de minicursos, Feiras de Ciência, palestras e atividades culturais. Foi a primeira vez que o evento ocorreu presencialmente após a pandemia de Covid-19.

Mais informações no site da Sepex.  

 

Fotos: Rafaella Whitaker/Agecom/UFSC

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SEPEX promove mesa redonda sobre mudanças climáticas e as contribuições da UFSC na temática

09/11/2022 11:11

A mesa redonda Mudanças climáticas: Qual a contribuição da ciência feita na UFSC? ocorre nesta sexta-feira, 11 de novembro, às 10h, no Auditório da Reitoria, como parte da programação da 19ª Semana de Ensino, Pesquisa, Extensão e Inovação (Sepex). O evento propõe debater como as pesquisas e ações desenvolvidas na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) contribuem para o desenvolvimento tecnológico e acadêmico acerca das mudanças climáticas e seus impactos sociais, políticos e geográficos no Brasil e no mundo.

Na mesa, pesquisadores da UFSC e convidados conduzem a conversa conforme as problemáticas apresentadas. São eles:

Regina R. Rodrigues, formada em Oceanografia pela Universidade Federal do Rio Grande, é coordenadora da Subrede Desastres Naturais da Rede Nacional de Mudanças Climáticas (Rede CLIMA) e também do Painel do Atlântico e do Painel de Riscos Climáticos, ambos do Programa Mundial de Pesquisas Climáticas da Organização Mundial de Meteorologia. Atualmente é editora da revista científica Nature Communications Earth & Environment. Tem como principal área de atuação entender a variabilidade climática e eventos extremos, principalmente na América do Sul e Atlântico Sul. Em particular, sua pesquisa foca nos mecanismos físicos geradores de eventos extremos compostos de secas, ondas de calor terrestres e marinhas.

Marina Hirota, professora associada do Departamento de Física da Universidade Federal de Santa Catarina, no qual leciona para os cursos de graduação em Meteorologia e Engenharias, e pós-graduação em Ecologia. Possui formação acadêmica multidisciplinar com doutorado em meteorologia pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), e mestrado e graduação pela Universidade de Campinas (Unicamp) em engenharia de computação e matemática aplicada, respectivamente. Dedica-se a combinar ferramentas matemáticas e computacionais na compreensão mecanicista da dinâmica e resiliência de sistemas vegetação-clima, especialmente na América do Sul tropical, e dos efeitos de perturbações como mudanças climáticas, incêndios e desmatamento, resultando em potenciais alterações na distribuição atual da vegetação. É pesquisadora integrante da rede de cientistas apoiados pelo Instituto Serrapilheira.

Lindberg Nascimento Júnior, geógrafo pela Universidade Estadual de Londrina (licenciatura e bacharelado), mestre e doutor em geografia pela Universidade Estadual Paulista. Atualmente, é professor do Departamento de Geociências da UFSC e atua no curso de geografia nos programas de pós-graduação em Geografia e em Desastres Naturais. É coordenador do Laboratório de Climatologia Aplicada (GCN/UFSC), e vice-líder do Núcleo de Ensino, Pesquisa e Extensão População e Políticas da Espacialidade (NuPOPE) e do Grupo Alteritas de Estudos e Pesquisas sobre Diferença, Arte e Educação, e desenvolve atividades nos campos de Climatologia Geográfica, Geografia do Clima e Geografia Física Crítica (Critical Physical Geography), com enfoque nos temas que versam sobre a variabilidade climática, clima urbano, risco climático, desastres, racismo ambiental e educação geográfica antirracista.

A mediação da conversa será realizada pela professora Suzana Alcantara, do Departamento de Botânica da UFSC, doutora em Ciências Biológicas pela Universidade de São Paulo (USP), mestre em Ecologia pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e bacharel Ciências Biológicas pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Faz parte da rede de pesquisadores apoiado pelo Instituto Serrapilheira. Desenvolve pesquisas nas áreas de evolução morfológica, sistemática molecular, genética de populações e quantitativa, biogeografia e ecologia de comunidades vegetais, com foco nas estratégias de sobrevivência de plantas em ambientes inóspitos e o efeito do clima na evolução e distribuição de linhagens tropicais.

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Na COP-27, pesquisadora da UFSC fala sobre lacunas nas informações climáticas para tomada de decisões

09/11/2022 07:00

A incerteza nos dados científicos, a ausência deles em parte do Sul Global e a necessidade imediata de se tomar decisões que não estejam concentradas em um modelo “de cima para baixo” foram alguns dos temas da fala da professora da Universidade Federal de Santa Catarina, Regina Rodrigues, na sessão da Organização Mundial de Meteorologia (WMO) na conferência do clima da Organização das Nações Unidas, a COP 27. O evento ocorre no Egito e reúne os principais pesquisadores, líderes e ativistas mundiais em discussões sobre clima e sustentabilidade. A participação ocorreu remotamente na madrugada desta quarta-feira, 9 de novembro, e reuniu o que a WMO chamou de “uma delegação de alto nível”.

Regina Rodrigues foi a única pesquisadora brasileira no painel, que contou com debates sobre como trazer a sociedade para a ciência; observação e modelos climáticos; avaliações de risco e ações de adaptação e temperaturas médias e calor extremo. Além disso, a sessão ainda trouxe discussões sobre os limites do sistema terrestre seguros e justos para o planeta; avanços no desenvolvimento de informações do clima físico para a tomada de decisões e sobre mudanças passadas e projetadas no clima e extremos climáticos.

Evento reúne pesquisadores, ativistas e lideranças do mundo todo

A professora da UFSC falou sobre a lacuna entre a produção e o uso de informações climáticas, em palestra intitulada Inverting the construction on climate information for local-to-regional climate risk. Ela lembrou que, ao longo de décadas, há uma convocação para o uso de informações climáticas, mas que existe um gap entre a produção e uso. “A lacuna resulta em parte no foco em melhores dados, ao invés de em melhores tomadas de decisões”, pontuou.

Ela também destacou a existência de uma abordagem “de cima para baixo” que pode comprometer a efetiva tomada de decisões. “Essa abordagem adota medidas de qualidade científica inevitavelmente conduzidas pelos próprios cientistas climáticos. Viola, assim, os princípios fundamentais da coprodução, que tem um rico legado nos estudos de sustentabilidade”, disse. Segundo ela, para ser útil, a ciência da mudança climática precisa romper com o paradigma tradicional e criar uma comunidade de usuários.

O desafio seria lidar com essa complexidade, mantendo a simplicidade e o esforço de empoderar as comunidades locais para conhecerem sua situação com dados concretos e transparência. No artigo Small is beautiful: climate-change science as if people mattered, recentemente publicado e citado por ela na apresentação, a professora aponta que, nas comunidades, a mudança climática é apenas um fator entre muitos a serem considerados.

Professora foi a única brasileira no painel da WMO na COP-27

No texto, fala sobre a importância de se investir na “simplicidade ao lidar com incertezas” e também sobre a ideia de capacitar as comunidades locais para entender sua própria situação, que pode ser abordada desenvolvendo tecnologias intermediárias. “Acreditamos que a própria ciência pode ser reconfigurada para ser mais adequada ao propósito, ou seja, tornar a pesquisa útil no contexto da adaptação climática e do risco climático local”, alertou, no painel da COP 27.

Sobre os sistemas de dados disponíveis, a pesquisadora listou como desafios a limitação dos indicadores a longo prazo, já que modelos climáticos também podem, de certo modo, deturpar importantes variáveis físicas, além de terem certa incapacidade em simular determinados fenômenos de modo mais realista.
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Professora da UFSC que recebeu prêmio em júri presidido por Angela Merkel está na programação da COP 27

04/11/2022 08:15

Professora da UFSC integra programação da COP 27

A professora da Universidade Federal de Santa Catarina Regina Rodrigues foi reconhecida em um prêmio internacional cujo júri foi presidido pela ex-primeira-ministra alemã, Angela Merkel. A pesquisadora é a editora e revisora do Capítulo 7 de um dos relatórios do Painel Intergovernamental para Mudanças Climáticas (IPCC), vencedor do Prêmio Gulbenkian para a Humanidade junto com o Painel Intergovernamental para Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (IPBES). As duas entidades – IPBES e IPCC – foram selecionadas entre 116 candidaturas de 41 nacionalidades e dos cinco continentes. O resultado foi divulgado dia 13 de outubro, na Alemanha e, agora, Regina se prepara para participar da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP 27, na modalidade online.

O prêmio foi destinado às organizações por produzirem conhecimento científico, alertarem a sociedade e informarem os tomadores de decisão para que façam melhores escolhas no combate às mudanças climáticas e à perda de biodiversidade. “Esse relatório trata da desertificação e degradação do solo e o impacto na segurança alimentar”, conta a pesquisadora. Todos os 36 cientistas que assinaram o documento, contribuindo com dados técnicos, receberam o prêmio. Regina é a única brasileira do grupo e assina a revisão junto com o cientista dos Estados Unidos Billie Lee Turner II.

“O relatório constatou que a área continental para produção de alimentos já é limitada, representa 30% do planeta e está extremamente degradada”, explicou a professora. Segundo ela, com a pressão do crescimento populacional e com as mudanças climáticas aumentando a desertificação, a área agriculturável diminui ainda mais e coloca em risco a segurança alimentar global. O capítulo revisado por ela mostra evidências de políticas públicas que minimizam os impactos negativos do fenômeno.

Regina é professora de Oceanografia Física e tem se dedicado a compreender as mudanças climáticas a partir de uma série de produções científicas. Um dos artigos mais recentes, que ela assina com outros pesquisadores, trata dos impactos da oscilação do El-niño na América do Sul e foi citado por mais de 226 outros estudos no mundo todo.

Professora Regina R. Rodrigues é uma das revisoras do capítulo 7 do IPCC

Na COP-27, que este ano ocorre no Egito, a professora irá falar no COP27 WCRP Pavilion event, no dia 9 de novembro. A sessão tem o tema Informações Climáticas para Tomada de Decisões, programa da Organização Mundial de Meteorologia em que Regina coordena atividade sobre risco climático. “As mudanças climáticas antropogênicas trazem desafios e riscos significativos que afetam quase todos os aspectos da vida na Terra. Isso é particularmente verdadeiro para áreas urbanas e comunidades no Sul Global. Esta sessão explora as principais prioridades e requisitos para melhorar a qualidade e a utilidade das informações climáticas de escala regional para local para tomada de decisões, planejamento de adaptação, monitoramento de mitigação, relatórios e verificação. Ele está vinculado ao Relatório Especial do IPCC sobre Cidades e Mudanças Climáticas”, pontua a sinopse do evento.

 

Tags: COP 27COP27 WCRP Pavilion eventIPCCmudanças climáticasPainel Intergovernamental para Mudanças Climáticas

UFSC na Mídia: Clima e uso do solo estão modificando o ciclo da água no Brasil, aponta pesquisa

03/11/2022 10:51

Imagem indica que, onde há cores mais escuras, intensidade das mudanças nas cheias e secas foi mais marcante

A maior parte do território brasileiro ou está secando ou está sofrendo com as cheias, dois eventos climáticos extremos com impactos ambientais e sociais. A conclusão é de um estudo da Universidade Federal de Santa Catarina publicado na Nature Communications, periódico do Grupo Nature, um dos mais prestigiados do mundo. Uma equipe liderada pelo professor Pedro Luiz Borges Chaffe, do Laboratório de Hidrologia da Universidade Federal de Santa Catarina, indicou como ocorre o fenômeno – definido como aceleração do ciclo da água – com base em dados de vazão, chuvas, uso da água e cobertura florestal. O assunto foi tema de uma reportagem do Jornal Hoje, da Rede Globo, nesta quarta-feira.

A pesquisa trabalhou com dados dos últimos 40 anos e identificou que há, no Brasil, muito mais pontos de seca e de cheia do que se esperava. “Percebemos um aumento dos extremos e que o manejo da terra está impactando e amplificando o efeito da mudança climática”, destaca Chaffe. “A maior parte do Brasil está secando por causa da mudança de regime de chuvas e aumento do uso da água, com impacto também da cobertura florestal. Tanto o aumento de secas, quanto das cheias traz preocupação”.

As descobertas são parte do doutorado de Vinícius Chagas, orientando de Chaffe, e também tem a co-autoria do professor Günter Blöschl, da Universidade de Viena, na Áustria. Os cientistas analisaram um conjunto de dados disponíveis em 886 estações hidrométricas e cruzaram com indicadores sobre chuvas, cobertura de solo e uso de água.

“Em Santa Catarina, por exemplo, a aceleração do ciclo foi detectada no litoral e no extremo oeste. Apesar de o Estado ter em média mais água disponível ao longo do ano, o litoral e extremo oeste estão ficando cada vez mais suscetíveis a curtos episódios de secas”, explica o professor.

O estudo propõe uma classificação quanto ao aumento dos extremos. O processo de aceleração hídrica – que reúne tanto os dados de inundações mais severas quanto de secas – está relacionada a chuvas mais extremas e desmatamento e ocorre em 29% da área de estudo, incluindo o sul da Amazônia. A pesquisa é parte de um esforço do Laboratório de Hidrologia da UFSC em investigar quais bacias hidrográficas são mais sensíveis a mudanças climáticas para se pensar no planejamento e gestão de recursos hídricos.

O conjunto de dados coletado pelos pesquisadores foi também analisado considerando quatro grandes regiões a partir das suas semelhanças: Sul e Norte da Amazônia e Sul e Sudeste do Brasil. Estes hotspots foram delimitados a partir de suas características semelhantes: no Sul do Brasil e norte da Amazônia foi constatada mais disponibilidade de água por conta do volume de chuvas e cheias. Já o Sudeste está ficando mais seco, processo explicado pelo aumento no uso da água, o que está relacionado à atividade humana.

No Sul da Amazônia, outro dado chamou a atenção: naquela região, as mínimas diminuíram e as máximas aumentaram. Como o padrão de chuvas não mudou, é possível que a aceleração hídrica tenha sido causada por conta da mudança na cobertura vegetal. “Essa aceleração pode levar a grandes impactos na produção global de alimentos, no ecossistema saúde e infraestrutura”, resumem os cientistas no artigo.

Disponibilidade hídrica

Vazão dos rios foi fonte de dados do estudo ( Imagem de luis deltreehd por Pixabay)

A questão geral dos trabalhos realizados no laboratório diz respeito à vazão e disponibilidade hídrica no Brasil. “Os extremos estão mudando – tanto as cheias, quanto as secas. Uma das causas é o volume das chuvas, mas o uso da água também faz com que isso mude, assim como a cobertura da vegetação”, reitera o professor.

Ainda segundo ele, a aceleração do ciclo hidrológico geralmente é analisada por climatologistas com base em dados de chuva e evaporação, porém, no continente esses fluxos são modulados pelas Bacia Hidrográficas. “Nós sabemos que tanto a cheia quanto a seca são afetadas pelas mudanças climáticas, que aumentam esses extremos. Porém, precisamos entender como as características da bacia hidrográfica afetam o que acontece na parte terrestre do ciclo hidrológico”.

O estudo conclui que a menor quantidade de água disponível na seca também está relacionada ao aumento do uso da água, fator que chamou a atenção dos pesquisadores na região Sudeste, por exemplo. “A disponibilidade hídrica também é resultado das mudanças climáticas e no Brasil nós vemos esse fenômeno de aceleração hídrica, que é o aumento dos dois extremos: cheias e secas mais intensas”, indica.

“Nossos dados mostram que as mudanças de vazão têm sido generalizadas no Brasil. Secas ainda mais intensas podem ser encontradas no sul da Amazônia e no sudeste do Brasil, enquanto aumento das cheias podem ser encontrados no norte da Amazônia e no sul do país”, sintetizam os autores.

O estudo também aponta que, no Planalto Central, as secas ficaram pelo menos 48% mais intensas nas últimas quatro décadas. Em Santa Catarina, o fenômeno é oposto: há mais cheias, com dados que demonstram que elas são 18% mais intensas do que no passado. Também no estado, uma cheia que acontecia a cada 100 anos, em média, agora ocorre a cada 70 anos. No geral, os indicadores apontam o fenômeno em todo o território nacional, com mais secas e menos cheias em 42% do Brasil, principalmente na região da expansão do agronegócio. Ainda, na região da Bacia do Rio Doce, onde houve recentes desastres no estado de Minas Gerais, percebe-se o aumento da sazonalidade do clima, com mais chuva durante estação chuvosa e menos chuva na estação seca.

Amanda Miranda, Jornalista da Agecom/UFSC

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Professora da UFSC defende que o conhecimento sobre mudanças climáticas deve considerar as pessoas

11/03/2022 13:11

Existe uma lacuna entre a produção de conhecimento científico sobre as mudanças climáticas e o uso efetivo dessas informações pelos poderes públicos e pela sociedade de forma geral. Parte disso ocorre devido a abordagens de “cima para baixo”, que desconsideram os contextos locais. A professora Regina R. Rodrigues, do curso de Oceanografia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), e seu colega Ted Shepherd, da Universidade de Reading, argumentam que, para tornar as informações científicas sobre as mudanças climáticas úteis e aplicáveis para adaptação, é necessário explorar a beleza das pequenas coisas.

Na edição de inauguração da nova revista científica da Academia Americana de Ciências PNAS Nexus, os pesquisadores publicaram o texto “Small is beautiful: climate-change science as if people mattered”, fazendo referência ao livro Small is Beautiful (1973), de E.F. Schumacher. Na obra, o autor questiona como seriam os sistemas econômicos se estes fossem pensados “como se as pessoas importassem”.
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Pesquisa da UFSC investiga como as bactérias da Antártida podem ajudar e entender mudanças climáticas

30/11/2021 09:30

Alanna e professor Rubens estudam material coletado na Antártida

Os milhares de microorganismos que habitam o mundo, a maior parte deles desconhecidos da ciência, também podem trazer respostas sobre um dos fatores mais preocupantes da modernidade: as mudanças climáticas. Uma série de pesquisas da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), sob coordenação do professor Rubens Tadeu Delgado Duarte, do Departamento de Microbiologia, Imunologia e Parasitologia, investiga como bactérias da Antártida podem trazer respostas sobre o tema e também seu potencial em inovações da biotecnologia.

Uma dessas pesquisas vem sendo desenvolvida pela estudante de iniciação científica Alanna Maylle Cararo Luiz em seu trabalho de conclusão de curso e foi recentemente apresentada no evento da Sociedade Brasileira de Microbiologia. O estudo Estratégias de crescimento de microrganismos de solos de recuo de geleira da Antártica em termos de seleção r-k trabalha com material coletado em uma expedição pelo continente em 2017, parte do projeto Microsfera – A Vida microbiana na Criosfera Antártica: mudanças climáticas, e bioprospecção.

As pesquisas ocorrem no Laboratório de Ecologia Molecular e Extremófilos (LEMEx). O professor explica que a ecologia molecular é uma uma área da da biologia em que se utiliza moléculas para estudar a ecologia dos seres vivos, e os extremófilos são justamente aqueles organismos que conseguem sobreviver em condições extremas – tal como ocorre no ainda desconhecido continente mais frio do planeta. No LEMEx, a proposta é utilizar moléculas das bactérias para entendê-las e desvendar propriedades e funcionalidades desconhecidas. “Tem milhares, dezenas de milhares de espécies de bactérias e um único grama de solo. Então, uma colher de chá de solo tem milhões de indivíduos a serem estudados”, explica.

O continente antártico também é foco dos interesses porque o eixo central das pesquisas está ligado à ideia de compreender as mudanças climáticas. Cientistas do mundo todo investigam esse ponto do planeta por conta do derretimento das geleiras, que ocasiona aumento no nível das águas e produz um verdadeiro efeito cascata na biodiversidade. “Nós queremos utilizar o conhecimento sobre essas bactérias para determinar, por exemplo, se elas podem indicar uma mudança climática mais rápida ou uma mudança climática mais lenta, ou seja, a gente pode utilizá-las como uma forma de monitoramento de mudanças climáticas, como termômetros biológicos”.

Duarte explica que diferentes seres vivos podem indicar essas variações. Os pinguins, por exemplo, são muito utilizados pela ciência porque se aproveitam do derretimento dos solos para colonizarem o ambiente. Assim, o aumento das “pinguineiras” é uma amostra efetiva do aquecimento. O que ocorre é que este é um processo lento, que depende das características reprodutivas dos animais. As bactérias, ao contrário, podem trazer essas respostas de forma mais ágil e também mais efetiva.

Collins e Baranowski

As pesquisas da UFSC são realizadas a partir da coleta de solo e de gelo de duas geleiras na Antártida: a Collins e a Baranowski. Segundo o professor, isso ocorre porque, enquanto uma apresenta um processo de derretimento lento, a outra degela de forma muito rápida. “Os levantamentos indicam que a Baranowski recuou, em 43 anos, o que a Collins levou mais de mil anos para recuar”, comenta.

Com esse recuo, o solo volta a ficar exposto e as bactérias são despertadas. Esse processo fornece à ciência um gradiente espaço-temporal, já que se coletam amostragens logo em frente às geleiras, no solo que acabou de ficar exposto, e em regiões mais distantes, expostas há vinte, trinta ou quarenta anos. “Esse gradiente é importante porque é possível entender o que aconteceu com as populações de bactérias ao longo do tempo”, explica.

Ainda segundo o professor, é possível não só comparar o solo exposto mais e menos recentemente como comparar os solos de cada uma das geleiras – a de rápido e lento processo de degelo. “Quando comparamos a Collins com a Baranowski, por exemplo, podemos identificar quais microorganismos ocorrem no solo da geleira que derrete mais rápido. Essas bactérias podem servir como termômetro para nós”.

No caso da pesquisa de Alanna, a ideia é utilizar bactérias dessas amostras coletadas durante a expedição de 2017 para entender o papel do derretimento das geleiras na sucessão ecológica, o que contribui com o monitoramento dos efeitos das mudanças climáticas. Para ilustrar o que esse fenômeno representa, o professor utiliza um exemplo mais familiar para os brasileiros do que o derretimento das geleiras: as queimadas.

De acordo com Rubens, este processo impacta em toda a biodiversidade da região que está sendo investigada. “Vamos para uma floresta Mata Atlântica, aqui próximo a nós. Digamos que tenha uma queimada. Então, você tem a biodiversidade em volta, mas tem uma clareira sem planta nenhuma. Ao longo dos anos, a floresta vai ocupar aquele espaço novamente: novas sementes vão cair ali, animais vão começar a visitar. Ao longo do tempo, haverá um processo de sucessão ecológica”, explica. E existe um padrão para que isso ocorra: primeiro gramíneas, depois plantas arbustivas, pequenos arbustos, árvores de porte pequeno. Os animais também vão se guiando conforme esse padrão.

Na Antártida, o derretimento das geleiras também passa por esse processo, considerando, é claro, as particularidades da região. E é nesse ponto que a investigação da UFSC pode avançar: a geleira derreteu, o solo descongelou e ficou exposto ao oxigênio da atmosfera. Primeiro algumas bactérias começam a crescer, depois outras, sucessivamente. “As populações vão mudando”, reforça o professor. “Isso acontece com qualquer fator de impacto ambiental”. A sucessão ecológica vai refletir os processos de seleção natural de acordo com a disponibilidade de recursos e as estratégias de crescimento dos organismos.

Na pesquisa, o olhar do professor e da acadêmica está voltado para o crescimento dessas bactérias. Alguns desses microorganismos crescem rápido, levando em torno de 48 horas para a população ficar visível em meio à cultura. Já outros demoram muito mais tempo para crescer. Em solos mais jovens, ou seja, mais recentemente expostos ao fenômeno do degelo, é possível encontrar os organismos que crescem de forma mais acelerada. “Mas à medida que nos distanciamos da geleira, encontramos maior diversidade”, pontua. O fenômeno também é diferente na geleira Collins e na Baranowski.

Amostras de solo foram coletados a distâncias de 0, 50, 100, 200, 300 e 400 m à frente das duas geleiras da Antártica. A contagem de células viáveis ​​foi realizada em cada uma dessas amostras. As colônias foram contadas diariamente e classificadas de acordo com o seu tempo de crescimento – maior ou menor que 48 horas. A partir daí, o estudo envolveu compreender a estratégia de crescimento e a distância em que se encontravam da geleira.

O professor explica que, segundo modelos ecológicos, os organismos de crescimento rápido ocorrem logo no início da sucessão e são substituídos, com o passar do tempo, por organismos de crescimento mais lento. No caso dos solos da Antártica, se organismos de crescimento rápido forem encontrados longe da geleira, é um sinal de que um grande volume de gelo derreteu recentemente. A comparação desse fenômeno entre as duas geleiras, associada a dados climáticos da região, irá comprovar a hipótese do grupo de pesquisadores e poderá trazer uma nova ferramenta para estudos de mudanças climáticas em áreas polares.

Geralmente, estudos como estes requerem também o sequenciamento genético das bactérias selecionadas. Mas o custo alto do processo e os recursos cada vez mais escassos para o investimento em pesquisa podem impedir esse passo adiante.

Diversidade dos microrganismos sugere possíveis aplicações

Outra vertente que os materiais coletados na Antártida pela UFSC também pode originar é a investigação das possíveis aplicações biotecnológicas dos organismos presentes no solo e no gelo. Além da pesquisa de Alanna, pelo menos outros sete trabalhos do LEMEx utilizam as amostras do continente.

Segundo Rubens, um dos mecanismos de adaptação de microrganismos ao frio extremo é a produção de proteínas anticongelantes, ou seja, que interferem na formação do gelo e na sua recristalização. Isso confere resistência celular a baixas temperaturas e ao congelamento. “Uma aplicação possível é na saúde pública, nas vacinas de DNA”, explica. Espera-se que os resultados dos estudos demonstrem que as proteínas produzidas por bactérias da Antártida aumentem a estabilidade da vacina de adenovírus submetidas ao congelamento, o que poderia ser aplicável em produtos como os imunizantes do coronavírus.

Um dos estudos em execução nessa linha é o da doutoranda Joana Camila Lopes, que investiga a caracterização dessas proteínas buscando as aplicações biotecnológicas. A pesquisa ainda está em fase inicial, mas as expectativas são positivas, podendo também gerar propostas de aplicações na agricultura, como na proteção contra as geadas, por exemplo.

Todas essas pesquisas são realizadas com amostras coletadas em expedições científicas do Programa Antártico, cuja participação mais recente por parte do LEMEx ocorreu em 2017. As amostras de gelo e de solo ficam armazenadas no laboratório e servem a diferentes pesquisas, de diferentes níveis – da graduação ao doutorado. O material, preservado, também pode servir para estudos futuros.

Fotos e Texto: Amanda Miranda/Jornalista da Agecom/UFSC

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COP26: pesquisadores da UFSC são coautores de relatório que avalia a situação da Amazônia

12/11/2021 13:47

Imagem aérea de queimada próxima à Floresta Nacional de Jacundá, em Rondônia, em agosto de 2020. Foto: Bruno Kelly/Amazônia Real/CC BY-NC-SA 2.0

O Painel Científico para a Amazônia (SPA), grupo que reúne mais de 200 cientistas, divulgou nesta sexta-feira, 12 de novembro, o primeiro Relatório de Avaliação da Amazônia. Apresentado em Glasgow, na Escócia, em um evento paralelo à Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, a Cop26, o documento alerta que a Amazônia está se aproximando de um potencial e catastrófico ponto de não retorno, devido ao desmatamento, à degradação, aos incêndios florestais e às mudanças climáticas, e faz um apelo aos governos globais, líderes do setor público e privado, formuladores de políticas e ao público em geral para agir agora para evitar mais devastação na região. 

Segundo o SPA, esse é o mais detalhado, abrangente e holístico material do tipo sobre a Bacia Amazônica. Em seus 34 capítulos, fornece uma visão sistemática sobre o estado dos ecossistemas e dos povos da Amazônia e oferece aos formuladores de políticas públicas recomendações para a conservação desse ecossistema e caminhos para o desenvolvimento sustentável da região. Destaca, também, a importância da ciência, da tecnologia, da inovação, dos povos indígenas e do conhecimento local para orientar as tomadas de decisões e a formulação de políticas.

“O que esse relatório faz, o papel dele, é como se fosse um IPCC [Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas] para a Amazônia. Então, é a primeira vez que uma revisão sobre as coisas que acontecem na Amazônia, sobre o estado da Amazônia hoje, é feita assim, dessa forma, com vários pesquisadores”, comenta a professora do Departamento de Física da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) Marina Hirota, uma das autoras do documento.

A estrutura do estudo é dividida em três partes. A primeira apresenta os fatores que determinaram a evolução da Amazônia para o que conhecemos hoje, incluindo aspectos geológicos, climáticos e humanos. A segunda seção discute como as ações antrópicas estão afetando o bioma. São abordadas questões como desmatamento, fogo e mudanças climáticas, no uso da terra e nos regimes de chuva, bem como seus impactos na biodiversidade, nos processos ecológicos, nos serviços ecossistêmicos e no bem-estar humano. O trabalho finaliza com a indicação de soluções e caminhos sustentáveis para o futuro.
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Professora da UFSC participa de relatório apresentado na COP26 sobre riscos e soluções urgentes na ciência do clima

05/11/2021 13:20

Área de desmatamento e queimada às margens da rodovia BR 230 no município de Apuí, Amazonas. Com 17% de sua área original desmatada e 18%, degradada, Amazônia se aproxima do ponto de não retorno. Foto: Bruno Kelly/Amazônia Real/CC-BY-2.0

Em um relatório lançado nesta quinta-feira, 4 de novembro, na Conferência da ONU sobre Mudança Climática (COP26), um grupo de cientistas destacou algumas das descobertas recentes mais importantes relacionadas às alterações climáticas. O documento 10 New Insights in Climate Science (10 novas reflexões na ciência do clima, em uma tradução livre) é um compilado de um artigo publicado em outubro no site da Universidade de Cambridge, elaborado por 62 pesquisadores de 22 países e cinco continentes. A professora do Departamento de Física da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) Marina Hirota é uma das autoras.

Voltado aos tomadores de decisão, o material faz um resumo sobre o avanço do conhecimento científico, com dados dos estudos publicados no último ano, em alguns dos temas mais urgentes e visa conscientizar sobre as ações necessárias para preservar um planeta seguro e habitável. Ao apresentar o relatório, a secretária executiva da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), Patricia Espinosa, destacou que os tópicos abrangem assuntos distintos, mas inter-relacionados, como o aumento dos mega-incêndios ao redor do mundo e novas justificativas relacionadas aos custos-benefícios de uma ação climática rápida. Cada item é acompanhado de recomendações de políticas em várias escalas de ação – da global à local.

“Embora estejamos rapidamente esgotando o tempo para limitar as mudanças climáticas, este relatório mostra que estabilizar em 1,5°C ainda é possível, mas apenas se medidas globais imediatas e drásticas forem tomadas”, afirmou Wendy Broadgate, diretora do Future Earth Global Hub, da Suécia. “Os líderes mundiais na COP26 devem definir metas agressivas de redução de emissões – nada menos que 50% de redução de gases de efeito estufa até 2030 e metas líquidas de zero até 2040 é suficiente”, complementa Broadgate.
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Projeto coordenado pela UFSC vai identificar probabilidade de inundações no litoral

15/06/2021 08:10

Um projeto que pretende utilizar dados atmosféricos, fluviais e oceânicos na costa sul do país para prever a possibilidade de inundação no litoral está unindo pesquisadores de três universidades federais da região e colaboradores na Espanha e nos Estados Unidos, com coordenação da Universidade Federal de Santa Catarina. O Projeto Refinamento Regional Oceânico e Atmosférico (ROAD-BESM) vai desenvolver ferramentas para entender como essas áreas reagem às mudanças climáticas por meio de simulações matemáticas, colaborando com a gestão e desenvolvimento de políticas públicas.

Identificar a cota de inundação costeira é importante para evitar desastres (Imagem de Fotos-GE por Pixabay)

A pesquisa começou em 2017 e deve se estender até meados de 2022, com a expectativa de formar pesquisadores qualificados para atuarem nas áreas de meteorologia, hidrologia, oceanografia, matemática e geociências. O grupo também pretende ter impacto em projeções relacionadas à América do Sul, além de disponibilizar cenários climáticos futuros para todos os interessados.

Segundo o professor Antonio Fernando Härter Fetter Filho, do Programa de Pós-Graduação em Oceanografia, há uma série de indicadores que podem resultar no aumento do nível das águas e, consequentemente, na inundação de áreas urbanizadas. Além das chuvas, que causam esse aumento naturalmente, o comportamento das marés e a elevação da temperatura no planeta são fatores a serem considerados. “É possível prevenir e antecipar cenários com esses indicadores, analisando o risco costeiro a partir de modelos para prever o ponto máximo das águas”, explica.
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Tags: cota de inundaçãoeventos extremosinundaçõesmudanças climáticasProjeto Refinamento Regional Oceânico e AtmosféricoROAD-BESM

‘Ciência no Bar’ promove live sobre ciclones

13/07/2020 18:03

O projeto de divulgação científica Ciência no Bar realiza na próxima quinta-feira, 16 de julho, a live Ciclones no Brasil hoje e amanhã. A atividade ocorre a partir das 20h no canal do Ciência no Bar no Youtube.

Entre os dias 30 de junho e 1° de julho, o Sul do Brasil vivenciou um novo recorde nas marcas de velocidade do vento, que levou à morte de 13 pessoas, além de enormes danos e prejuízos. O chamado “ciclone bomba”, foi um evento devastador e levanta preocupações a respeito da sua ocorrência no Brasil e se esse tipo de evento pode ficar cada vez mais frequente. O que são ciclones? Eles estão ficando mais frequentes e intensos? Qual o risco para as sociedades? Essas são algumas das perguntas que nortearão a conversa.

As convidadas são Maria Laura Rodrigues, meteorologista do Centro de Informações de Recursos Ambientais e de Hidrometeorologia da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural (EPAGRI/CIRAM), e a professora da  Universidade Federal de Itajubá (Unifei) Michelle Reboita, especialista em mudanças climáticas.

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Reflorestamento precisa de cautela, aponta publicação na Revista Science

18/10/2019 12:17

Divulgação: Leimac.

Michele Dechoum, professora do Departamento de Ecologia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), foi uma dos 46 autores do comentário técnico “Comment on ‘The global tree restoration potential’” publicado nesta sexta-feira, 18 de outubro, pela Revista Science. O artigo, liderado por Joseph Veldman da Universidade A&M do Texas, pede cautela ao reflorestamento.

O grupo de cientistas ressalta que o plantio de árvores para reduzir as mudanças climáticas tem sido tratado de maneira exagerada em pesquisas recentes, uma vez que o plantio de árvores em locais errados pode destruir ecossistemas e, ao contrário do imaginado, pode agravar o aquecimento global.
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Inscrições abertas para minicurso ‘A ciência das mudanças climáticas’

07/10/2019 18:47

Estão abertas as inscrições para o minicurso “A ciência das mudanças climáticas”, que ocorre no dia 17 de outubro, a partir das 18h, na sala 505 do Espaço Físico Integrado da Universidade Federal de Santa Catarina (EFI/UFSC). Promovido pelo Laboratório de Clima e Meteorologia (Labclimet), do Departamento de Física da UFSC (FSC), o minicurso apresenta o estado-da-arte dos estudos sobre os fenômenos climáticos e meteorológicos e apresenta os cenários projetados para as décadas futuras, com base nas mais recentes descobertas científicas. O evento é gratuito e aberto à comunidade em geral e será ministrado pelos professores Renato Ramos da Silva e Reinaldo Hass. As inscrições devem ser realizadas neste link.

Mais informações na página do Labclimet.

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UFSC Curitibanos recebe palestra sobre mudanças climáticas

23/05/2019 19:13

A partir das 13h30 desta sexta-feira, dia 24 de maio, ocorre a palestra: “Friday for Future: Mudanças Climáticas“. O evento será realizado no Auditório do Campus Curitibanos da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e contará com a presença das professoras Karine Louise dos Santos, Leosane Cristina Bosco e Julia Carina Niemeyer.

O evento é aberto à comunidade e é uma realização do PET-Ciências Rurais juntamente com o Centro Acadêmico de Engenharia Florestal Araucária (Caefa).

Mais informações: pet.cienciasrurais.ufsc.br

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Conferência internacional sobre mudanças climáticas ocorre dia 20 de fevereiro

13/02/2019 13:23

A Pró-Reitoria de Pós-Graduação da Universidade Federal de Santa Catarina (PROPG/UFSC), no âmbito do projeto CAPES/PRINT, promove a conferência “Mapping Ecosystem Services”, com o professor Timothy Cadman, da Griffith University, Austrália. A conferência tratará sobre sustentabilidade, ciência e ética em tempos de mudanças climáticas. O evento ocorre na próxima quarta-feira, 20 de fevereiro, às 14 h, no auditório do Departamento de Engenharia Mecânica.

Mais informações pelo e-mail propg@contato.ufsc.br ou na página da PROPG.

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UFSC sedia evento sobre desastres, mudanças climáticas e mobilidade humana

19/09/2018 16:26

O Grupo de Estudos de Direito Ambiental e Ecologia Política na Sociedade de Risco (GPDA/UFSC) promove o evento “Desastres, Mudanças Climáticas e Mobilidade Humana: contribuições do Marco de Ação de Sendai 2015-2030 para a Redução do Risco de Desastres”. As atividades ocorrem no auditório do Centro de Ciências Jurídicas (CCJ), no dia 27 de setembro, quinta-feira. O simpósio se insere no Projeto Disaster Resilience Education Capacity Building in Latin America e é liderado pela Universidade de Newcastle (Austrália), que visa desenvolver capacidades regionais, compartilhar conhecimentos e criar sinergias em matéria de educação e pesquisa em resiliência a desastres e redução de riscos. Confira a programação:

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Tags: desastresDisaster Resilience Education Capacity Building in Latin AmericaGrupo de Estudos de Direito Ambiental e Ecologia Política na Sociedade de RiscoMarco de Ação de Sendaimobilidade humanamudanças climáticasRede Sul-Americana para as Migrações AmbientaisRedução do Risco de DesastresRESAMAUFSC
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