Com participação da UFSC, artigo na Science reforça importância do diálogo entre ciências indígena e ocidental para futuro sustentável

12/12/2024 16:05

Conservação da Amazônia depende da integração de conhecimentos (Imagem de leondeniscf por Pixabay)

No contexto da crise climática, o diálogo entre o conhecimento científico ocidental e o indígena é essencial para a conservação da Amazônia e para o futuro sustentável do planeta. A integração dos sistemas de conhecimento pode garantir uma ciência mais holística, que entenda a conexão indissociável entre cultura e natureza e que, portanto, reconheça a contribuição dos povos originários para a reabilitação dos ecossistemas. É o que aponta artigo publicado na revista Science nesta quinta (12) por pesquisadores indígenas dos povos Tuyuka, Tukano, Bará, Baniwa e Sateré-Mawé, em parceria com não indígenas, vinculados a projeto do Brazil LAB, da Universidade de Princeton, nos Estados Unidos. Os cientistas participantes também têm vínculo com instituições brasileiras como as universidades federais de Santa Catarina (UFSC) e do Amazonas (UFAM).

O artigo defende a integração urgente entre os saberes, considerando a contribuição das teorias e práticas de povos indígenas, há pelo menos 12 mil anos, para a conservação e restauração do meio ambiente – e elegem a Amazônia como um terreno fértil para promover este diálogo.

“Uma das principais lições dos conhecimentos indígenas do Alto Rio Negro é compreensão de que as vidas se estabelecem em conexão. Nada existe sozinho, tudo está relacionado – e compreender essa rede de relações entre todos os seres é uma das chaves para a sustentabilidade”, explica Carolina Levis, pesquisadora da UFSC e primeira autora do artigo. Para ela, a cosmovisão indígena pode auxiliar na desconstrução da visão colonialista que há séculos explora a Amazônia. “Enquanto o pensamento ocidental está enraizado em visões utilitaristas e antropocêntricas da natureza, os povos indígenas amazônicos entendem que a natureza e seus elementos também são dotados de qualidades de pessoas e tudo faz parte de um sistema integrado”, comenta.
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Na ‘Science’, pesquisadores da UFSC ressaltam proteção aos guardiões do conhecimento sobre biodiversidade

07/08/2024 15:00

Pesquisadores do projeto Useflora da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) publicaram na última sexta-feira, 2 de agosto, uma carta na revista Science que ressalta a importância de salvaguardar os guardiões originais do conhecimento sobre biodiversidade. De acordo com o texto, as pesquisas acerca do tema devem reconhecer adequadamente os povos indígenas e as comunidades locais para evitar o mal-entendido e a apropriação dos sistemas de conhecimento pela ciência ocidental.

Os autores afirmam que esses sistemas de conhecimento indígenas e locais foram marginalizados e explorados por séculos. “Embora a ciência ocidental tenha começado recentemente a defender o papel central dos povos indígenas e das comunidades locais como guardiões do conhecimento da biodiversidade, as comunidades ainda lutam para obter o reconhecimento de seus direitos intelectuais e territoriais. Esses direitos incluem consentimento livre, prévio e informado para atividades que os afetam ou que usam seus conhecimentos e práticas, incluindo pesquisa científica; autoridade para negar atividades e pesquisas que afetam negativamente as culturas, territórios ou conhecimentos indígenas; e participação na construção de ferramentas, produtos e publicações acadêmicas com base no conhecimento de comunidades indígenas e locais”, traz a publicação.

> Acesse a íntegra da carta publicada na Science (em inglês)

Segundo os pesquisadores, manter a integridade física e intelectual dos guardiões da biodiversidade e salvaguardar seus territórios é pré-requisito para manter esse conhecimento vivo. “(…) a governança de dados deve exigir a inclusão de informações sobre os detentores originais dos dados e envolvê-los efetivamente nas práticas científicas — desde o planejamento, execução e publicação — por meio de um processo de co-construção de conhecimentos. Caso contrário, esses grupos continuarão a ser desapropriados, e seus direitos de consentimento e repartição de benefícios continuarão a ser violados”.

Assinam a carta publicada na Science: Carolina Levis, Natalia Hanazaki, Sofia Zank, Nivaldo Peroni, Cristiane Gomes Julião, Marciano Toledo da Silva, Ana Luiza Arraes de Alencar Assis, Elaine Mitie Nakamura, Gustavo Soldati, Emmanuel Duarte Almada, Guillaume Odonne e Irene Teixidor-Toneu.

O projeto Useflora

O projeto Useflora consiste em um banco de dados que reúne e sintetiza informações sobre os usos, manejo e domesticação de plantas, vinculando essas informações aos grupos humanos detentores desse conhecimento. São dados já existentes em publicações acadêmicas ou ainda não publicados, organizados pelos integrantes do Laboratório de Ecologia Humana e Etnobotânica (ECOHE) da UFSC e por pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) desde 2014.

O objetivo geral do projeto é abrigar um banco de dados que seja usado como ferramenta de síntese de informações a respeito de plantas com potencial de uso, manejo e domesticação nas Américas. “Pretende ser um instrumento de proteção e reconhecimento dos conhecimentos tradicionais associados, de modo a fortalecer os detentores de conhecimentos tradicionais e a pesquisa científica, o desenvolvimento tecnológico e de inovação”.

Mais informações no site useflora.ufsc.br.

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UFSC na mídia: estudo encontra resquício de cocaína em espécie de tubarão da costa brasileira

23/07/2024 18:04

O tubarão mede em média 52 centímetros de comprimento e pesa menos que o equivalente a um litro de leite. Foto: Getty Images

Um estudo realizado por uma parceria de pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) com a Universidade Federal do Rio de Janeiro, a Fundação Oswaldo Cruz e a seção Seção Laboratorial Avançada (SLAV/SC) do Laboratório Federal de Defesa Agropecuária (LFDA-RS) encontrou resquício de cocaína e benzoilecgonina em 13 tubarões-bico-fino (Rhizoprionodon lalandii), no litoral do Rio de Janeiro.

O caso foi publicado neste mês no periódico Science of the Total Environment e recentemente ganhou destaque na imprensa nacional e internacional. A professora Silvani Verruck e o estudante de pós-graduação Luan Valdemiro Alves de Oliveira, pesquisadores do Departamento de Ciência e Tecnologia de Alimentos da UFSC, fizeram parte do estudo. O professor externo da Pós-Graduação da UFSC Rodrigo Barcellos Hoff, também participou pela SLAV/SC.

Como divulgado pelo O Globo, a equipe do estudo comprou 13 tubarões de embarcações de pesca. Após dissecar os animais, foram realizados testes no tecido de músculo e do fígado utilizando o método cromatografia líquida acoplada à espectrometria de massas. Todas as amostras testaram positivo para cocaína e apresentaram uma concentração 100 vezes maior do que em outros animais aquáticos. De acordo com o estudo, 92% das amostras também acusou benzoilecgonina, um metabólito da cocaína ou do chá de coca. 

De acordo com a revista Science, os pesquisadores estavam curiosos com a possibilidade de os tubarões estarem expostos à droga.  A espécie foi escolhida e capturada no Rio de Janeiro, pela proximidade de zonas costeiras. O tubarão tem mais chance de absorver a droga, seja pela água, seja pelos peixes que come. 
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Pesquisadores da UFSC emitiram diferentes alertas sobre intensificação de extremos climáticos

07/05/2024 17:03

Zona norte de Porto Alegre atingida pelas cheias. Foto: Alex Rocha/PMPA/Divulgação

Em diferentes estudos, relatórios e entrevistas ao longo dos últimos meses, pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) lançaram dados, alertas e informações sobre a intensificação de eventos climáticos extremos, com ênfase nos riscos de inundações e secas nas diferentes regiões do país e na necessidade de preservação das florestas e em zerar emissões de carbono.  Em linhas gerais, esses alertas, geralmente realizados em parcerias com cientistas de instituições ao redor do mundo, traçam panoramas sobre como o aquecimento do planeta e fenômenos como o El Niño e as queimadas compõem esse sistema.

Temperatura recorde – O aumento da temperatura na terra é apontado por cientistas como principal causador dos eventos extremos. O ano de 2023 foi o mais quente já registrado na história, com 50% dos dias acima do limiar de perigo. Esse aquecimento gera efeito nos oceanos, que também aquecem. Isso provoca secas, inundações, além de ondas de calor e frio. O assunto foi abordado pelo relatório do Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus (C3S).

>>> Veja como fazer doações para ajudar as vítimas da enchente no Rio Grande do Sul

Retenção de carbono nos oceanos – O fenômeno tem a ver com o excesso de carbono que circula na atmosfera: 90% desses gases são retidos pelos oceanos. O calor nos oceanos, por sua vez, cada vez mais intenso, pode ocasionar mais fenômenos como ciclones e flutuações nas chuvas. Um grupo de cientistas do Programa Mundial de Pesquisa Climática (WCRP) da Organização Mundial de Meteorologia (WMO) liderado pela professora Regina Rodrigues, do Departamento de Oceanografia da UFSC, redigiu uma declaração alertando para o recorde recente. Os cientistas já mostravam que esses casos poderiam aumentar em frequência, duração e intensidade se não ocorrerem esforços dramáticos de mitigação e adaptação.
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Na Science, pesquisador da UFSC alerta para secas, cheias e escassez de água no Hemisfério Sul

06/11/2023 10:33

Publicação de professor da UFSC foi destaque no site da Science, um dos principais periódicos do mundo

O professor da Universidade Federal de Santa Catarina Pedro Chaffe, do Laboratório de Hidrologia, publicou um artigo na última edição da revista Science alertando para a redução na disponibilidade de água no Hemisfério Sul e destacando a intensificação e agravamento dos fenômenos de secas e cheias. O texto, escrito para a seção Perspectives em parceria com o professor Günter Blöschl da Universidade de Vienna, na Áustria, foi um dos destaques da publicação, estando na capa da edição online durante o seu lançamento, dia 2 de novembro.

O artigo aborda um estudo recente também publicado na revista, a partir de uma metodologia que investigou a disponibilidade hídrica combinando observações de fluxos de grandes bacias hidrográficas do mundo com dados de precipitação terrestre e medições de satélite de evaporação e armazenamento de água. O estudo mostrou que a disponibilidade de água no Hemisfério Sul diminuiu em cerca de 20% entre 2001 e 2020.

A disponibilidade de água é medida a partir da diferença entre a precipitação e a evaporação, aspectos que, conforme sublinham os autores, vêm sofrendo impacto direto das mudanças climáticas, afetados também pelo crescimento populacional e pela poluição. As estimativas das alterações, entretanto, são incertas “porque as medições da precipitação e da evaporação tendem a ser indiretas ou apenas representativas localmente”.

Este cenário mudou a partir de uma nova abordagem proposta por cientistas chineses, que agregou confiabilidade às estimativas de disponibilidade de água, o que poderia ajudar a melhorar a gestão da água a longo prazo. “Para o Hemisfério Norte, os autores não encontraram nenhuma mudança na disponibilidade média de 2001 a 2020, enquanto no Hemisfério Sul a disponibilidade de água diminuiu 70 mm por ano, o que corresponde a uma redução de cerca de 20%”, sinalizam Blöschl e Chaffe, no texto recém publicado.

Para os pesquisadores, isso indica que a variabilidade anual na disponibilidade de água é causada principalmente por mudanças no sul. Enquanto nas regiões mais áridas do Hemisfério Sul as mudanças estariam predominantemente relacionadas ao aumento da evaporação, nas regiões úmidas seriam ocasionadas pela diminuição da chuva. Nos dois casos, há uma relação da disponibilidade de água com as variações climáticas.

O texto também atribui esses fenômenos a condições como a variação nas temperaturas da água (El Nino e La Nina), que podem provocar secas e inundações. “Por exemplo, em 2023, secas atingiram a Amazônia enquanto, ao mesmo tempo, o Sul do Brasil sofreu inundações”, registram os cientistas.

780 bilhões de dólares em prejuízos

As novas descobertas propostas pelos pesquisadores da China e articuladas aos estudos da UFSC indicam inúmeros desafios de gestão da água no Hemisfério Sul. O planejamento das captações de água para irrigação, indústria e residências é um destes desafios. “Quando a disponibilidade de água em rios e águas subterrâneas cai abaixo da demanda de água, as condições de seca são sentidas pelos ecossistemas e pela sociedade”, alertam.

Os pesquisadores explicam que as consequências do declínio da disponibilidade de água em escalas decadais são percebidas na diminuição do fluxo de água nos rios e níveis de água subterrânea em vastas extensões de terra, o que se nota, por exemplo, em grande parte da América do Sul.

O estudo indica que as variações na disponibilidade hídrica devem ser consideradas em escalas de tempo mais curtas, como nas suas oscilações mensais. Isso porque, em regiões com chuvas sazonais, a evaporação pode secar rapidamente o solo no início da estação seca, levando a secas repentinas. Por outro lado, num clima mais seco, as chuvas podem estar mais concentradas em estações chuvosas, o que pode levar a cheias ao invés de recarga de águas subterrâneas.

“Mais secas e mais cheia representam uma aceleração da parte terrestre do ciclo da água (um armazenamento e movimentação mais rápido de água entre terra, oceano e atmosfera), levando a aumento da degradação do ecossistema através mortalidade de árvores e, portanto, maiores emissões de dióxido de carbono”, pontuam, no texto.

O artigo assinado pelo professor da UFSC lembra que esta situação vem ocorrendo na Amazônia, intensificando ainda mais os efeitos das mudanças climáticas, e que o impacto das secas e inundações sobre os seres humanos tem sido enorme, com mais de 3 bilhões de pessoas afetadas e danos estimados em mais de 780 bilhões de dólares em todo o mundo últimas duas décadas.

Mitigação e gestão

Imagem de Sven Lachmann por Pixabay

As medidas para mitigar os efeitos na redução da disponibilidade hídrica geralmente incluem investimento em infraestrutura, como barragens de armazenamento e desvios para irrigação, além de soluções baseadas na própria natureza e na sensibilização para uma mudança de cultura. “Estas soluções podem incluir a diversificação dos sistemas de abastecimento de água e de protecção contra inundações e o planejamento da flexibilidade na utilização da água para reduzir o impacto potencial de eventos extremos”, sugerem.

O alerta, entretanto, é quanto à resposta humana ao stress hídrico, que pode ter consequências inesperadas e que já são notadas e registradas pela ciência. “Em partes da América do Sul, o uso de água para a agricultura aumentou e contribuiu com 30% para o aumento nas tendências de seca no fluxo dos rios”, indicam. Nas regiões semiáridas, isso, associado às alterações climáticas, pode amplificar ainda mais a crise.

Os pesquisadores afirmam que os desafios na gestão da água provocados pela redução na sua disponibilidade exigem uma mudança desde a resposta à crise até à gestão pró-ativa a longo prazo, conforme defendido em documentos oficiais de entidades globais. “Esta gestão pró-ativa da água precisa de estar alinhada com objetivos globais, como os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, e na experiência dos cidadãos locais, hidrólogos, e gestores de água”.

Amanda Miranda/Jornalista da Agecom/UFSC

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Professor da UFSC assina carta na ‘Science’ sobre preservação de florestas marinhas construídas por animais

27/05/2022 11:05

Crédito: Hudson Pinheiro

O professor Paulo Antunes Horta, do Departamento de Botância da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), é um dos autores de uma carta na edição da revista Science publicada nesta sexta-feira, 27 de maio. O texto chama a atenção para a situação dos oceanos e para um negligenciado ecossistema: as florestas construídas por animais nas profundezas dos mares.

> Clique AQUI para acessar a íntegra (em inglês)

Apesar dos avanços na conscientização – resultado de movimentos locais e globais, como a ONU Conferência sobre Mudança Climática em Glasgow (COP26), a Década da Ciência do Oceano para o Desenvolvimento Sustentável (2021–2030) e da Restauração do Ecossistema -, as atividades humanas continuam a transformar profundamente os ecossistemas marinhos. Segundo o trabalho, há décadas de atraso e falta de recursos para a a ampliação e aprofundamento da pesquisa sobre o oceano sua conservação e diversidade biológica.

“Ecossistemas que vivem no fundo dos mares sofrem os efeitos da pesca de arrasto, da poluição urbana e agrícola, da bioinvasões, mudanças climáticas, entre outros eventos típicos do sistema de produção e consumo de nossa sociedade dominantemente capitalista”, explica o professor Paulo Horta. Entre estes ecossistemas, florestas de animais marinhos, que são dominados por organismos como esponjas, corais e gorgônias, formam habitats que são particularmente vulneráveis a todas estas fontes de perturbação.

As florestas de animais marinhos incluem habitats que vão do litoral mais raso ao mar profundo, representando um dos maiores biomas da Terra. As florestas são ecologicamente relevantes como hotspots de biodiversidade e berçário fundamentais. As evidências sugerem que elas têm o potencial de fornecer serviços ecossistêmicos que mitigam os efeitos das mudanças climáticas ao imobilizar carbono. No entanto, as informações sobre balanço de carbono, entre outros gases estufa, dinâmica populacional, conexão genética e o funcionamento do ecossistema e das principais espécies ainda é carente de pesquisas, especialmente no Brasil.
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Professora da UFSC é coautora de artigo sobre restauração das florestas tropicais publicado na revista Science

10/12/2021 10:00

A professora Ana Catarina Conte Jakovac, do departamento de Fitotecnia do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal de Santa Catarina (CCA/UFSC), é uma das coautoras do artigo Multidimensional tropical forest recovery (Regeneração multidimensional das florestas tropicais), publicado na revista científica Science nesta sexta-feira, 10 de dezembro. O trabalho mostra que as florestas tropicais em regeneração alcançam, depois de 20 anos, quase 80% da fertilidade, do estoque de carbono do solo e da diversidade de árvores das florestas maduras.

O estudo é fruto da rede de colaboração internacional 2ndFOR, que conta com mais de 90 pesquisadores de 20 países que juntos buscam entender a dinâmica de regeneração das florestas tropicais e seu papel na restauração florestal.

Sobre a pesquisa

Uma equipe internacional de ecólogos tropicais analisou como 12 atributos florestais se recuperam durante o processo natural de regeneração florestal e como sua recuperação está inter-relacionada. A análise usou 77 paisagens e mais de 2.200 parcelas de florestas na América tropical e subtropical e na África Ocidental. Apesar das florestas tropicais sofrerem uma taxa alarmante de desmatamento, elas também têm o potencial de crescer naturalmente em terras abandonadas. O estudo conclui que a regeneração natural é artigo solução de baixo custo para a mitigação das mudanças climáticas, conservação da biodiversidade e restauração do ecossistema.
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