Projeto da UFSC promove grupos reflexivos para mulheres vítimas de violência doméstica e familiar

24/10/2024 13:20

O Projeto Espelhos, do Departamento de Psicologia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), recebe inscrições para os Grupos Reflexivos com Mulheres Vítimas de Violência Doméstica e Familiar. O objetivo é promover um espaço reflexivo e de troca para mulheres, bem como abordar temáticas de violência de gênero com fim psicoeducativo, através de encontros grupais.

Os grupos têm o objetivo de ser um espaço de acolhimento, reflexões, diálogo, escuta e compartilhamento de aprendizagens. As inscrições estão abertas em duas modalidades. A modalidade presencial acontece nas quartas-feiras, às 17h30, na Policlínica da Mulher e da Criança. A modalidade on-line ocorre nas terças-feiras, das 19h30 às 21hs.
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Pesquisa com participação da UFSC é referência no combate à violência doméstica

13/11/2023 10:11

Professor Adriano Beiras lidera pesquisas sobre grupos reflexivos para homens

Em parceria com o Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJ-SC) e com múltiplas repercussões e produções teóricas, estudos da Universidade Federal de Santa Catarina estão se consolidando como referência no combate à violência doméstica. O professor Adriano Beiras, do Programa de Pós-graduação em Psicologia e do doutorado Interdisciplinar em Ciências Humanas, divulgou recentemente em congressos e visitas a universidades estrangeiras o mapeamento realizado no Brasil sobre grupos reflexivos para homens. Entre o material divulgado está uma trilogia publicada pela Academia Judicial no fim de 2022, que identificou 312 iniciativas do gênero no país (veja abaixo).

A parceria foi executada com a participação do Colégio de Coordenadores das Mulheres em Situação de Violência Doméstica e Familiar e da Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar do Estado, com duas coletâneas com textos teóricos e experiências práticas nacionais e um livro com o mapeamento e com recomendações e critérios mínimos, convalidados pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e recomendados a todos os tribunais.

Beiras explica que, a partir deste estudo, o CNJ publicou recomendação para tribunais instituírem e manterem programas voltados à reflexão e responsabilização de homens autores de violência doméstica e familiar. Além disso, com assessoria técnica do grupo da UFSC, a Bancada Feminina da Assembleia Legislativa de Santa Catarina propôs um Projeto de Lei Estadual  que estabelece princípios e diretrizes para criação de programas reflexivos e de responsabilização para autores de violência doméstica e familiar contra a mulher.

Imagem meramente ilustrativa (Pixabay)

De acordo com o professor, o mapeamento realizado em 2022 e que já está em fase de atualização, confirmou a necessidade de investimento em políticas públicas para a criação e consolidação dessas iniciativas. “A necessidade de capacitação, vontade política para a criação e consolidação destas iniciativas foi identificada como uma das maiores demandas”, destaca.

Atualmente atuando como professor visitante na Universidade Autônoma de Barcelona, Beiras conta que a parceria com o TJ começou em 2016, em um projeto de extensão que promovia grupos para homens autores de violência contra mulheres – eles eram então encaminhados pelo Juizado de Violência Doméstica de Florianópolis. “A ideia era que este grupo fosse uma incubadora de metodologias, estudos e preparação para profissionais, estudantes, pós-graduandos”, recorda. O projeto também previa capacitações sobre os grupos reflexivos.

“Passamos a fazer capacitações nos organismos públicos pelo país. Passei a divulgar o material internacionalmente, neste mês de novembro no México, em setembro na Escandinávia (Oslo e Estocolmo), em outubro em Barcelona, Espanha e em maio em Portugal. Procurei destacar os avanços e desafios da política nacional no país e as dificuldades de produzir uma sustentabilidade, procurando definir estratégias futuras para isso”, destaca o professor.

O professor, que coordena o Grupo de Pesquisa Margens, explica que, nesta divulgação internacional dos estudos, a ideia é reforçar a potência dos serviços públicos e estudos brasileiros, além de atentar para as ações que vêm sendo implementadas.”Procuramos destacar a necessidade de justiça social e enfoque de gênero, feminista e de direitos humanos e demostrar que o contexto do sul global é diferente do norte, evitando colonização de saberes, e sim adaptando regionalmente a nossas necessidades os conhecimentos acadêmicos e estudos realizados, atento as necessidades dos profissionais de cada local”.

Estudos também foram apresentados no México

Medida protetiva

O professor explica que o grupo reflexivo não tem o objetivo inicial de prevenir, mas pode ter dinâmicas de prevenção. “Entra como medida protetiva de urgência, portanto, não é punição e sim uma medida protetiva que constrói um espaço de reflexão e escuta para os homens que já cometeram violência e são enviados de forma obrigatória pelo juiz ou juíza”, explica ele, reforçando que o público-alvo são homens de diferentes idades e camadas sociais que já cometeram violência contra mulheres.

Segundo ele, em Santa Catarina ainda é necessário ampliar estas iniciativas, mas já há ações consolidadas em locais como Lages e Blumenau, assim como Itajaí e Balneário Camboriú. Com a atualização do mapeamento estadual, cuja coleta de dados será encerrada no dia 17 de novembro, já é possível observar um aumento no retrato atual do estado, em relação ao número de iniciativas existes.”Estamos produzindo diálogos em rede com estas iniciativas para difundir as recomendações e fortalecer a política no estado, assim como também temos participado como consultores com deputadas e vereadoras para a produção de leis que possam direcionar recursos e serviços mais profissionalizados para esta política, em diálogo com as demais políticas de enfrentamento da violência contra mulheres”.

Entre as parcerias frutíferas estão, por exemplo, o Observatório de Violência contra Mulheres, que apoia com eventos e difusão de materiais, entre outras atividades. Além disso, o grupo da UFSC mantém a realização de grupos reflexivos para homens autores de violência por semestre, com equipe do departamento de psicologia e do programa de pós-graduação em psicologia, como extensão universitária. “Estamos produzindo materiais de apoio técnico sobre o tema e realizando capacitações no estado e fora dele”, afirma.

Baixe os livros aqui

A trilogia é assinada pelos professores Adriano Beiras, coordenador do grupo Margens, da UFSC, e Daniel Fauth Washington Martins, psicólogo e pesquisador do mesmo grupo; pela desembargadora aposentada Salete Sommariva; e por Michelle Hugill – ela atua como pesquisadora do grupo Margens/UFSC.

Livro 1: Grupos reflexivos e responsabilizantes para homens autores de violência contra as mulheres no Brasil: mapeamento, análise e recomendações

Livro 2: Grupos para homens autores de violência contra as mulheres no Brasil: perspectivas e estudos teóricos: 

Livro 3: Grupos para homens autores de violência contra as mulheres no Brasil: experiências e prática: 

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Projeto Espelhos promove grupos reflexivos para mulheres vítimas de violência doméstica

18/09/2023 16:05

Inicia nesta quarta-feira, 20 de setembro, o atendimento presencial do projeto Espelhos para vítimas de violência doméstica em Santa Catarina. A atividade de extensão, coordenada pela professora do departamento de Psicologia da UFSC Andréia Isabel Giacomozzi, prevê suporte gratuito para mulheres em dois formatos: em duas quartas-feiras do mês os grupos presenciais são realizados na Policlínica da Mulher e da Criança de Florianópolis, na rua Esteves Júnior, 89, Centro da Capital, das 17h15 às 18h45; em duas terças-feiras, os encontros online ocorrem das 19h30 às 21h.

Conforme a coordenadora do projeto, os encontros se diferenciam de outros tipos de atendimento porque são “um espaço interativo em que as mulheres compartilham suas dores, temores e o silêncio sobre a sua vida pública e privada. O grupo reflexivo funciona como um espaço acolhedor e facilitador de mudanças por meio do diálogo e do compartilhamento de vivências e experiências entre mulheres que viveram situações semelhantes”. A ideia é proporcionar a “promoção de diálogos entre as participantes, favorecendo a compreensão sobre as situações de violência e a construção de relações de gênero mais equitativas”, continua Andréia. 

Os grupos serão acompanhados por estudantes de mestrado e doutorado em Psicologia, bem como por estudantes de graduação, e a equipe será supervisionada tecnicamente pela coordenadora do projeto. O trabalho é um projeto de extensão, mas “também envolverá pesquisas, pois estudantes de mestrado e doutorado que estão desenvolvendo suas teses e dissertações sobre violência doméstica e de gênero atuam no projeto”, afirma Andréia.

A proposto do Espelhos é oferecer acolhimento individual inicial de cada participante – caso o primeiro contato seja o encontro grupal, ele será realizado na sequência. O projeto também prevê a avaliação das atividades desenvolvidas.

O projeto Espelhos é uma parceria entre o departamento de Psicologia da UFSC com a Central Especializada de Atendimento às Vítimas de Crimes, de Atos Infracionais e de Violência Doméstica e Familiar (CEAV) do Tribunal de Justiça de Santa Catarina e a Prefeitura de Florianópolis.

Inscrições podem ser realizadas aqui.

Mais informações pelo Instagram do Projeto Espelhos (@projeto.espelhos) ou pelo WhatsApp do CEAV, (48) 3287-2635.

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Palestra gratuita sobre violência doméstica no Centro de Cultura e Eventos nesta quarta

18/03/2015 07:58

A palestra Violência Doméstica – Vulnerabilidade, Risco e Sistema de Proteção, ministrada pela assistente social Salete Laureci Marques Dias, será realizada no dia 18 de março (quarta-feira), das 10h às 12h, na sala Aroeira, no Centro de Cultura e Eventos da UFSC. Evento gratuito com direito a certificado. 75 vagas.
Público: Estudantes de Psicologia, Pedagogia, Serviço Social, Direito e afins.

Tags: Centro de Cultura e Eventos da UFSCUFSCviolência doméstica