Nota técnica analisa mortandade de organismos e cheiro de água podre na Lagoa da Conceição
Pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina divulgaram uma nota técnica sobre a mortandade de organismos e o cheiro de água podre na Lagoa da Conceição. De acordo com o documento, a “análise dos dados até o presente momento sustenta duas hipóteses complementares: aceleração do processo de eutrofização do sistema com floração de algas; e a expansão da zona morta, área com baixíssimas concentrações de oxigênio”.
Entre as recomendações, estão a não-realização de obras de dragagem ou alargamento do Canal da Barra, uma vez que estes podem intensificar a influência marinha sobre a laguna; monitoramento do ecossistema da Lagoa da Conceição; e a mitigação de danos e restauração ambiental e ecológica. Além disso, há a necessidade de remoção imediata dos animais mortos e da matéria orgânica acumulada nas áreas rasas e superficiais, para evitar o agravamento da crise e problemas de saúde pública; interdição imediata do uso da Lagoa da Conceição para atividades de contato primário, como banho; produção de material de divulgação e de advertência em relação às áreas de risco de algas tóxicas; e diagnosticar e tratar os indivíduos afetados por toxinas de algas.
Leia a nota técnica completa.
A nota reforça que “apesar de ter sido observado um avanço do comprometimento da saúde da Lagoa da Conceição, representado pela mortandade dos organismos e o cheiro de água podre, o cenário geral reforça a tese de que ainda há tempo para a remediação dos danos e para uma integral restauração dos produtos e serviços desta laguna de inestimável valor para Florianópolis, para Santa Catarina e para o Brasil. A (não) gestão nacional da pandemia é um bom exemplo de como o descaso à ciência pode ter consequências desastrosas. Portanto, se faz necessária uma postura atenta de todos os órgãos envolvidos para que estes equívocos não se repitam no que tange a situação atual da laguna”.
Assinam a nota pesquisadoras e pesquisadores laboratórios e projetos: Ecoando sustentabilidade; Laboratório de Ficologia – LAFIC (paulo.horta@ufsc.br; rorig@gmail.com);- Laboratório de Oceanografia Química e Biogeoquímica Marinha – LOQUI (alessandra.larissa@ufsc.br); Laboratório de Biodiversidade e Conservação Marinha – LBCM (paulo.pagliosa@ufsc.br); Núcleo de Estudos do Mar (NEMAR); e Veleiro Eco.
Atualização às 12h28, com alteração na formatação e referências da nota.