Estudos da UFSC usam a biotecnologia para buscar soluções para o mundo
Uma tilápia mais saudável após ser alimentada com uma super ração. Um tecido diferente, mais resistente ao fogo e com propriedades antimicrobianas. Uma fruta pouco conhecida tendo suas características mapeadas e conhecidas para a nutrição e a farmacologia. Energia mais limpa e processos industriais mais sustentáveis. Novas possibilidades para a saúde humana e animal. As aplicações da biotecnologia em pesquisas da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) mostram que a busca de soluções para o mundo também está dentro dos laboratórios.
Desde o ano passado, a Rede de Biotecnologia (Rede Biotech) foi formalizada como uma iniciativa transdisciplinar que consolida a UFSC como um polo de excelência em pesquisa biotecnológica no Brasil. Fazem parte do grupo mais de 30 laboratórios e grupos de pesquisa distribuídos pelos campi de Araranguá, Florianópolis, Blumenau e Curitibanos. A professora Débora de Oliveira, do Departamento de Engenharia Química e Engenharia de Alimentos (EQA), é a coordenadora do grupo.
“A Rede responde à crescente demanda por inovação, valorização da biodiversidade e aproveitamento estratégico do conhecimento científico local, especialmente no contexto da bioeconomia catarinense e nacional”, explica Débora. Não é à toa que características regionais também são exploradas nos estudos, que muitas vezes são executados a partir de demandas locais e com apoio de instituições da região. “Essas colaborações fortalecem a inovação aberta e potencializam o impacto científico, social e econômico das pesquisas realizadas”, explica.

Frutas da biodiversidade da Mata Atlântica são objeto de soluções biotecnológicas (Foto: Gustavo Diehl/ Agecom)
Para além de um olhar focado na região, os cientistas da UFSC também estão atentos aos problemas do país e do mundo, por isso uma das características da Rede Biotech é o alinhamento com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU).
Células de combustível microbianas, uso de enzimas para degradar poluentes, pesquisas com vírus que podem combater bactérias, o poder da genômica para mapear e conhecer a biodiversidade, novos materiais e alimentos mais saudáveis: a ampla gama de possibilidades da biotecnologia mobiliza a criatividade e inventividade dos pesquisadores da UFSC.
De acordo com a professora, as frentes de pesquisa e inovação da rede respondem a desafios nacionais críticos, como a necessidade de transição para uma matriz energética sustentável, segurança alimentar, controle de doenças e fortalecimento da indústria biotecnológica, além de promoverem a formação de especialistas e a geração de conhecimento estratégico para Santa Catarina e o Brasil avançarem em ciência e inovação.
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