Estudos da UFSC usam a biotecnologia para buscar soluções para o mundo

05/09/2025 11:08

Uma tilápia mais saudável após ser alimentada com uma super ração. Um tecido diferente, mais resistente ao fogo e com propriedades antimicrobianas. Uma fruta pouco conhecida tendo suas características mapeadas e conhecidas para a nutrição e a farmacologia. Energia mais limpa e processos industriais mais sustentáveis. Novas possibilidades para a saúde humana e animal. As aplicações da biotecnologia em pesquisas da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) mostram que a busca de soluções para o mundo também está dentro dos laboratórios.

Desde o ano passado, a Rede de Biotecnologia (Rede Biotech) foi formalizada como uma iniciativa transdisciplinar que consolida a UFSC como um polo de excelência em pesquisa biotecnológica no Brasil. Fazem parte do grupo mais de 30 laboratórios e grupos de pesquisa distribuídos pelos campi de Araranguá, Florianópolis, Blumenau e Curitibanos. A professora Débora de Oliveira, do Departamento de Engenharia Química e Engenharia de Alimentos (EQA), é a coordenadora do grupo.

“A Rede responde à crescente demanda por inovação, valorização da biodiversidade e aproveitamento estratégico do conhecimento científico local, especialmente no contexto da bioeconomia catarinense e nacional”, explica Débora. Não é à toa que características regionais também são exploradas nos estudos, que muitas vezes são executados a partir de demandas locais e com apoio de instituições da região. “Essas colaborações fortalecem a inovação aberta e potencializam o impacto científico, social e econômico das pesquisas realizadas”, explica.

Frutas da biodiversidade da Mata Atlântica são objeto de soluções biotecnológicas (Foto: Gustavo Diehl/ Agecom)

Para além de um olhar focado na região, os cientistas da UFSC também estão atentos aos problemas do país e do mundo, por isso uma das características da Rede Biotech é o alinhamento com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU).

Células de combustível microbianas, uso de enzimas para degradar poluentes, pesquisas com vírus que podem combater bactérias, o poder da genômica para mapear e conhecer a biodiversidade, novos materiais e alimentos mais saudáveis: a ampla gama de possibilidades da biotecnologia mobiliza a criatividade e inventividade dos pesquisadores da UFSC.

De acordo com a professora, as frentes de pesquisa e inovação da rede respondem a desafios nacionais críticos, como a necessidade de transição para uma matriz energética sustentável, segurança alimentar, controle de doenças e fortalecimento da indústria biotecnológica, além de promoverem a formação de especialistas e a geração de conhecimento estratégico para Santa Catarina e o Brasil avançarem em ciência e inovação.
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Vestibular Unificado UFSC/IFSC/IFC 2026 recebe pedidos de isenção de taxa até 26 de setembro

04/09/2025 18:33

As inscrições para o Vestibular Unificado da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) com o Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) e o Instituto Federal Catarinense (IFC) estão abertas desde quinta-feira, 4 de setembro, no site oficial: vestibularunificado2026.ufsc.br. Nesse dia, também foi lançado o edital com as regras do concurso.

O prazo de inscrição se encerra em 8 de outubro. As provas serão aplicadas presencialmente em 6 e 7 de dezembro. O valor da taxa é de R$ 192,00. Pedidos de isenção devem ser requeridos até 26 de setembro, conforme regras do edital, que está disponibilizado no site oficial.

A Comissão Permanente do Vestibular (Coperve/UFSC)  informa que serão ofertadas 6.712 vagas disponíveis em mais de 200 cursos, correspondentes a 70% das vagas dos cursos de Graduação da UFSC e a 50% das vagas do IFSC e do IFC. Ao se inscrever, o candidato deverá optar pela instituição de interesse (UFSC, IFSC ou IFC) e por um dos cursos de Graduação oferecidos. O quadro geral de cursos e vagas, além do conteúdo do programa de disciplinas e maiores detalhes estão disponíveis no site oficial.

A Coperve/UFSC disponibiliza o telefone do plantão (48) 37219951, das 9h às 17h, e o e-mail coperve@coperve.ufsc.br para esclarecer dúvidas dos candidatos.

Novo curso de Graduação da UFSC

Uma das novidades desse vestibular será o lançamento de um novo curso em Ciências de Dados. Serão ofertadas 40 vagas por ano, em período integral, nos turnos vespertino e noturno, em Florianópolis. O curso terá duração de cinco semestres, totalizando 2.100 horas de carga horária. A turma terá início no primeiro semestre de 2026. 
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Evento lança oficialmente o Vestibular Unificado UFSC/IFSC/IFC 2026, já com inscrições abertas

04/09/2025 18:31

O lançamento oficial do Vestibular Unificado UFSC/IFSC/IFC 2026 foi promovido em evento no Gabinete da Reitoria da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), no início da tarde desta quinta-feira, 4 de setembro, em Florianópolis. Estiveram presentes representantes das três instituições de ensino participantes do concurso. Cerca de uma hora após a cerimônia, às 15h, o edital do vestibular, o link para as inscrições e outras informações foram disponibilizadas no site oficial https://vestibularunificado2026.ufsc.br/ As inscrições estão abertas e seguem até as 23h59 de 8 de outubro. Pedidos de isenção deve ser feitos até 26 de setembro.

Também foram lançados outros dois processos seletivos: Vestibular Letras-Libras UFSC e Pedagogia Bilíngue IFSC 2026Vestibular Educação do Campo UFSC/IFC 2026.

A cerimônia de lançamento do Vestibular Unificado UFSC/IFSC/IFC 2026 começou por volta das 13h30. O reitor da UFSC, Irineu Manoel de Souza, recepcionou os convidados no gabinete, sala que fica no primeiro andar da Reitoria, no Campus de Florianópolis, no bairro Trindade. “Fica até melhor assim, com bastante gente”, observou em certo momento da cerimônia. Além dos representantes oficiais, estiveram no evento professores e técnicos-administrativos em educação.

Compuseram a mesa para o evento o reitor da UFSC; o presidente da Comissão Permanente do Vestibular (Coperve/UFSC), Marcos Baltar; a pró-reitora de Graduação e Educação Básica, Dilceane Carraro; a chefe de Gabinete do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC), Mayara Pavesi Cabral e Silva, representando o reitor da instituição, Zízimo Moreira Filho; e o coordenador-geral de Ingresso do Instituto Federal Catarinense (IFC), Leandro Severino Nascimento de Oliveira; representando o reitor Rudinei Kock Exterckoter.
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UFSC lança curso de Ciência de Dados com ênfase em IA e ingresso no próximo vestibular

02/09/2025 17:31

A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) está lançando o novo curso em Ciência de Dados, com vagas já para o Vestibular Unificado UFSC/IFSC/IFC 2026. Serão ofertadas 40 vagas por ano, em período integral, nos turnos vespertino e noturno, em Florianópolis. O curso terá duração de cinco semestres, totalizando 2.100 horas de carga horária. 

A turma terá início no primeiro semestre de 2026. O objetivo é formar profissionais aptos a projetar, desenvolver e implementar soluções baseadas em dados e inteligência artificial em diferentes contextos sociais e produtivos, explica o professor Moisés Lima Dutra, presidente da Comissão de Implementação do Curso de Ciência de Dados na UFSC. Acesse a página do curso aqui.

Competências do currículo

Entre as competências a serem desenvolvidas pelos estudantes, o professor destaca os fundamentos matemáticos, estatísticos e computacionais; a modelagem e mineração de dados; o processamento de linguagem natural; a criação de modelos de aprendizado de máquina e de redes neurais; a gestão de bancos de dados; a visualização e comunicação de resultados de forma clara, e a privacidade e proteção de dados. 
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Quatro trabalhos da UFSC são vencedores do Prêmio Capes de Tese

29/08/2025 11:41

Quatro teses de doutorado defendidas na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) foram vencedoras do Prêmio Capes de Tese – Edição 2025. A UFSC foi uma das universidades com maior número de premiações, atrás apenas da Universidade de São Paulo (USP), com nove trabalhos, e da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), com seis trabalhos. O resultado final foi divulgado nesta sexta-feira, 29 de agosto.

Outras duas teses da UFSC receberam menção honrosa. Os seis trabalhos são dos Programas de Pós-Graduação em Educação Física, Filosofia, Saúde Coletiva, Serviço Social, Engenharia Ambiental e Engenharia Mecânica.

Premiados:

  • Francisco Timbo De Paiva Neto com a tese Implementação das Recomendações para o Desenvolvimento de Práticas Exitosas de Atividade Física a Atenção Primária à Saúde: Resultados da Pesquisa SAFE, na área de avaliação Educação Física, Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional, orientado por Cassiano Ricardo Rech e coorientado por Tânia Bertoldo Benedetti
  • Thor Joao De Sousa Veras com a tese A Captura Populista da Liberdade: Crítica Imanente da Regressão Democrática, na área de avaliação Filosofia, orientado por Denilson Luis Werle 
  • Bruna Lima Selau com a tese Lutas e Resistências no Contexto da Covid-19: Contribuições do Associativismo na Garantia de Saúde das Populações do Campo, da Floresta e das Águas, na área de avaliação de Saúde Coletiva, orientada Douglas Francisco Kovaleski
  • Mirele Hashimoto Siqueira com a tese “Conhece-te a ti Mesmo”: Classes e Grupos Subalternos no Pensamento de Antonio Gramsci, na área de avaliação Serviço Social, orientada por Ivete Simionatto

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Capivara já é quarta espécie com maior risco na aviação brasileira, aponta guia da UFSC

28/08/2025 09:33

Animais são descritos, bem como medida de mitigações e prevenções de acidentes.

Consideradas o maior roedor vivo do mundo animal, as capivaras, cada vez mais populares em áreas urbanas, já são a quarta espécie com maior risco para a aviação brasileira, segundo o Guia de Espécies para Gerenciamento do Risco de Fauna desenvolvido pelo Laboratório de Transportes e Logísticas (LabTrans) da Universidade Federal de santa Catarina (UFSC) com a Secretaria Nacional de Aviação Civil (SAC/MPor). O urubu-de-cabeça-preta lidera o ranking de severidade, com mais de 600 ocorrências registradas entre 2011 e 2024 em 120 aeródromos.

O ranking da severidade traz uma relação de 68 espécies e é um instrumento criado por pesquisadores para fornecer avaliação baseada em dados e identificar aquelas que representam maior risco à segurança operacional da aviação brasileira. No cálculo, considera-se o volume de colisões com dano, com dano maior e o efeito que provocam no voo.

O material identifica e categoriza 30 espécies de fauna que representam risco de colisão com aeronaves, também conhecido como birdstrike ou wildlife strike. O guia fornece informações detalhadas sobre cada espécie, incluindo características gerais, hábitos, e medidas de mitigação para reduzir sua presença em áreas aeroportuárias e aumentar a segurança operacional. Vinte delas estão entre as que apresentaram a maior severidade relativa e outras dez foram selecionadas por serem identificadas por meio de análises de DNA realizadas no âmbito do projeto SAC Risco de Fauna.
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UFSC integra Grupo de Trabalho que propõe marco regulatório para pesquisas com cannabis no país

21/08/2025 18:24

Cultivo de cannabis em área externa no Campus da UFSC em Curitibanos. Fotos: Luís Carlos Ferrari/Agecom/UFSC

A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) integrou o Grupo de Trabalho de Regulamentação Científica da Cannabis, que reuniu especialistas de 31 instituições acadêmicas e de pesquisa do Brasil e elaborou uma Nota Técnica com subsídios e propostas para a criação de um marco regulatório abrangente para as pesquisas relacionadas à cannabis.

Os representantes da UFSC foram o pró-reitor de Pesquisa e Inovação, professor Jacques Mick, e a diretora do Centro de Ciências Agrárias (CCA), professora Marlene Grade. O resultado do trabalho do GT foi encaminhado ao Ministério da Saúde e à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

No documento, os pesquisadores relatam que, a despeito do grande potencial, vários fatores limitam o desenvolvimento das pesquisas com Cannabis sativa L no Brasil. O grupo se dedicou a identificar, mapear e sistematizar esses obstáculos, propondo soluções para os principais gargalos e trazendo subsídios para a elaboração de um marco regulatório.

Consulta a 132 pesquisadores

Para realizar este mapeamento, os integrantes do GT fizeram uma consulta entre as instituições participantes: universidades federais e estaduais, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). No total, 132 pesquisadores responderam à consulta, identificando 481 problemas ou entraves para a realização de pesquisa com cannabis. Esses problemas foram analisados, agrupados e categorizados em sete eixos temáticos.
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Estudo internacional com participação da UFSC mostra o impacto das secas em árvores tropicais

21/08/2025 07:48

Professor Marcelo Callegari Scipioni analisa a amostra de um disco. Foto: Divulgação/UFSC Curitibanos

A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) faz parte do grupo de instituições que contribuíram para um estudo internacional sobre os impactos das secas no crescimento de árvores tropicais publicado na revista Science. O trabalho analisou mais de 20 mil séries de anéis de crescimento de árvores, abrangendo 483 localidades em 36 países tropicais.

Os resultados indicam que, ao longo do último século, as secas reduziram o crescimento dos troncos em média em 2,5%, com recuperação significativa no ano seguinte. Contudo, os autores do artigo alertam que os efeitos das secas vêm se intensificando e podem comprometer, no futuro, a capacidade das florestas tropicais de sequestrar carbono, agravando questões climáticas.

A UFSC contribuiu com dados inéditos gerados no Campus Curitibanos, a partir da análise de anéis de crescimento da espécie Araucaria angustifolia, obtidos em remanescente florestal nativo localizado na Área Experimental da Universidade. Esses dados foram produzidos no contexto de projetos de pesquisa sobre árvores gigantes, com financiamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc). A participação foi coordenada pelo professor Marcelo Callegari Scipioni, do Departamento de Agricultura, Biodiversidade e Florestas, vinculado ao Laboratório de Recursos Florestais do Centro de Ciências Rurais da UFSC.

A pesquisa utilizou métodos da dendrocronologia, ciência que estuda os anéis de crescimento anual das árvores como indicadores do ambiente e do clima do passado. Esses anéis funcionam como registros naturais de eventos climáticos e ecológicos, conforme o professor Marcelo. “A araucária é a espécie com maior número de estudos Dendrocronológicos no Sul do Brasil. A base de dados gerada por diversos pesquisadores sobre essa espécie foi fundamental para preencher lacunas geográficas de informação no estudo global publicado na Science. Ela funciona como uma espécie-chave, tanto ecologicamente quanto cientificamente, permitindo entender as respostas das florestas subtropicais às mudanças climáticas”, explica o pesquisador.

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Pesquisa da UFSC valida tratamento natural contra infecções em tilápias cultivadas

20/08/2025 15:25

Pesquisadores do Laboratório Aquos – Saúde de Organismos Aquáticos observaram bons resultados dos compostos timol e carvacrol no combate a infecções provocadas pela bactéria Edwardsiella tarda em tilápias do Nilo. Foto: Divulgação Laboratório Aquos/UFSC

Uma pesquisa liderada pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) obteve resultados positivos com a utilização de compostos fitogênicos no combate a infecções bacterianas em cultivos de tilápias do Nilo (Oreochromis niloticus), reduzindo o uso de antibióticos. O projeto coordenado pelo Laboratório Aquos – Saúde de Organismos Aquáticos, ligado ao Departamento de Aquicultura do Centro de Ciências Agrárias (CCA), apresenta o uso dos compostos naturais timol e carvacrol, da classe de compostos químicos dos monoterpenos, como alternativa promissora à substituição de antibióticos em peixes infectados pela bactéria Edwardsiella tarda. Esse micro-organismo é um dos mais preocupantes na produção aquícola mundial.

Os monoterpenos são compostos naturais encontrados nos óleos essenciais de plantas aromáticas, como alecrim, eucalipto, cravo e canela, e têm propriedades antioxidantes e antimicrobianas. De acordo com Danilo Vitor Vilhena Batista, doutorando no Programa de Pós-Graduação em Aquicultura (PPGAQI) da UFSC e coordenador do estudo, essas substâncias podem ser comparadas a fitoterápicos, mas nesse caso utilizados em peixes. “Assim como o uso de chás ou extratos de plantas para fortalecer a saúde humana, os monoterpenos incluídos na ração podem ser usados para tratar e prevenir doenças em peixes cultivados”, explica Danilo. Segundo os pesquisadores, o estudo é inovador e representa um avanço significativo no campo da aquicultura e saúde animal, que tem nos antibióticos o principal meio de combater a Edwardsiellosis – doença sistêmica que causa prejuízos em torno de US$ 6 bilhões por ano na indústria da aquicultura.
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Grupo da UFSC cria IA que facilita acordos de conciliação em ações contra companhias aéreas

20/08/2025 13:50

Com uma base de dados com cerca de 1,8 mil sentenças, a ferramenta de uso gratuito desenvolvida na UFSC é capaz de “prever” os valores indenizatórios das ações de conciliação. Foto: Gustavo Diehl/Agecom/UFSC

Você já viajou de avião, perdeu seu voo devido a atrasos da companhia aérea e acabou não comparecendo a um evento importante? Ou já teve sua mala extraviada durante a viagem? No Brasil, casos como esses, que podem configurar ações cíveis de danos morais ou materiais na esfera judicial, são muito comuns. 

Segundo a Associação Brasileira de Empresas Aéreas (Abear), o Brasil concentra 98,5% de todas as ações judiciais contra companhias aéreas no mundo. O levantamento publicado pela Abear em 2024 aponta que, em média, a cada um (1,04) voo são registradas duas ações no setor no país. Em comparação, nos Estados Unidos, por exemplo, os mesmos dois processos são registrados a cada 5,17 mil voos.

Com base nesse cenário, que gera transtornos ao setor aéreo e à Justiça brasileira, o grupo de pesquisa Governo Eletrônico, Inclusão Digital e Sociedade do Conhecimento (Egov) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) desenvolveu a Concil-IA, uma inteligência artificial (IA) que facilita os processos de conciliação entre consumidores e empresas aéreas em casos de danos morais e materiais.
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UFSC integra grupo de 664 cientistas que assinam relatório da ONU sobre o clima no mundo

19/08/2025 10:43

Professora Regina Rodrigues está entre cientistas selecionados pela ONU para escrever documento que analisa impactos dos extremos climáticos

A professora Regina Rodrigues, da coordenadoria de Oceanografia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), foi uma das 664 especialistas de 111 países selecionada pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) da Organização das Nações Unidas para atuar como autora do relatório do IPCC, um dos documentos mais importantes no mundo sobre a temática ambiental, referendado por todos os países signatários da ONU.

Regina foi indicada pelo governo federal, que seleciona os cientistas autores dos relatórios do IPCC a partir de sua expertise e contribuição científica. Três grupos de trabalho com diferentes atribuições são designados. Sua participação ocorre justamente em um grupo de difícil acesso para pesquisadores do chamado “Sul Global”, que estão às margens da produção científica hegemônica. O grupo é dividido em capítulos, e a pesquisadora da UFSC será uma das responsáveis por trazer dados, evidências e projeções a respeito dos extremos climáticos.

“O diferencial deste relatório vai ser a regionalização. Então, principalmente nesse capítulo dos extremos climáticos é importante que a gente tenha todos os continentes contemplados, todas as regiões, senão realmente fica uma coisa muito guiada para o o norte global”, comenta Regina, que vai participar da primeira reunião, de todos os grupos, no mês de dezembro. Depois, os encontros se afunilam em torno da especialidade de cada capítulo.

A metodologia de produção dos relatórios ainda prevê que os documentos recebam considerações e sugestões de cientistas e dos próprios governos signatários, que terão de aprovar o sumário extraído dos documentos, que contam também com compromissos a serem assumidos pelos signatários. O relatório do qual Regina vai participar como autora deve sair em 2027. Em outras edições, ela participou como revisora do documento.

20 cientistas do mundo todo integram capítulo do grupo I do IPCC

Liderança no Sul Global

A pesquisadora da UFSC afirma que participar da equipe do relatório do IPCC é uma experiência enriquecedora e um aprendizado. “É a minha primeira participação como autora e aí é um trabalho que eu acho importante para ter certeza de que os a problemas e a literatura relacionada à América do Sul estarão contemplados, que a nossa ciência vai ser contemplada, que tudo que a gente levantar estará contemplado”, comenta.

Regina lembra que essa dimensão local da ciência impacta no resultado do relatório. “Quando a gente tem aquelas figuras de projeções para o futuro, se é com confiabilidade ou incerteza, as regiões do sul global ficam geralmente com alta incerteza, porque às vezes os autores não conheciam os trabalhos que já mostravam alguma projeção mais certeira”, explica. No capítulo sobre os extremos, a cientista da UFSC é a única brasileira e uma das três da América do Sul. Nos demais capítulos do grupo 1, há outros cinco pesquisadores do Brasil.

Atribuição de extremos

O grupo do qual Regina faz parte é liderado pela pesquisadora do Imperial College London, Friederike Otto, idealizadora da metodologia de atribuição desenvolvida pelo World Weather Attribution Project, projeto internacional para analisar e comunicar a possível influência das mudanças climáticas em eventos climáticos extremos, como tempestades, chuvas extremas, ondas de calor, ondas de frio e secas.
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UFSC é pioneira no cultivo em laboratório de ouriço-do-mar para aquicultura no Brasil

18/08/2025 14:31

Juvenil de ouriço-do-mar com dois meses de cultivo, produzido no Laboratório de Moluscos Marinhos da UFSC. Foto: Divulgação/LMM/UFSC

Pela primeira vez no Brasil, pesquisadores conseguiram produzir em laboratório juvenis do ouriço-do-mar Echinometra lucunter, com objetivo voltado à aquicultura para consumo humano. A pesquisa, conduzida pelo Laboratório de Moluscos Marinhos (LMM) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em Florianópolis, resultou – de forma inédita no país – em aproximadamente 1.300 juvenis produzidos em condições controladas.

O projeto visa, através do desenvolvimento da tecnologia de produção em laboratório do ouriço-do-mar, o cultivo comercial da espécie, aliando sustentabilidade, geração de renda para comunidades costeiras e diversificação da aquicultura brasileira por meio de tecnologias inovadoras, confore o LMM/UFSC.

O trabalho está sendo coordenado pelo professor Cassio de Oliveira Ramos, especialista em aquicultura marinha, que avalia o feito como histórico, colocando Santa Catarina na vanguarda da maricultura nacional.

“Pela primeira vez no Brasil, estamos fechando todo o ciclo produtivo de uma espécie nativa de ouriço-do-mar com foco na aquicultura. Esse marco é um passo decisivo para a criação de uma nova cadeia produtiva na maricultura nacional, integrando ciência, economia azul e sustentabilidade, com alto potencial comercial e ambiental”, destaca o professor.

Sustentabilidade no centro do projeto
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CCA/UFSC celebra 50 anos junto à comunidade com atrações durante o Floripa Rural no Itacobubi

15/08/2025 17:42

O Centro de Ciências Agrárias (CCA) abriu suas portas à comunidade durante o Floripa Rural, evento em comemoração aos 50 anos da unidade de ensino (Fotos: Gustavo Diehl/Agecom/UFSC)

Uma movimentação de crianças, conversas animadas, balões, apresentações culturais, feirinha de produtos do campo, estandes de cursos e demonstrações de laboratórios agitaram o ambiente do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal de Santa Catarina (CCA/UFSC), no bairro Itacorubi, em Florianópolis, na manhã desta sexta-feira, 15 de agosto.

Foi o primeiro dia do evento Floripa Rural: um Dia de Campo na Cidade, um “percurso do conhecimento” ao longo da Rodovia Admar Gonzaga que começa no Jardim Botânico e percorre diversas instituições ligadas às ciências e atividades rurais. Para a UFSC, o Floripa Rural – que acontece também neste sábado, 16 de agosto – é um dos eventos em comemoração aos 50 anos do CCA/UFSC e se propõe a aproximar a comunidade ao cotidiano e ao conhecimento rural produzido na universidade e por parceiros.

A programação deste sábado, das 9h às 17h, é aberta ao público em geral, com foco em famílias e grupos comunitários. As crianças também poderão retirar o passaporte em qualquer ponto do percurso e trocá-lo por brindes ao completar a cartela. Além disso, no CCA haverá pintura facial temática e o Estande de Egressos e Espaço de Convivência, reunindo gerações de docentes, técnicos, estudantes e ex-alunos.

No espaço dos egressos, haverá rodas de conversa, oficinas, exposições e degustações preparadas por ex-alunos, além de um momento para coletar mensagens, fotos e memórias da história do centro – registros que farão parte do site comemorativo dos 50 anos, a ser lançado em dezembro, como uma cápsula do tempo digital acessível a qualquer momento.

Veja mais da programação do Floripa Rural no CCA/UFSC neste sábado

A professora Marlene Grade, diretora do CCA/UFSC, e o professor Arcângelo Loss, vice-diretor, estiveram presentes para receber os visitantes. Em uma fala ao público presente, a professora Marlene afirmou que era uma alegria muito grande receber no CCA agricultores, quilombolas, indígenas, estudantes das escolas da cidade e egressos dos cursos do centro. Ela destacou que era um momento de cooperação entre instituições do universo agrário, que acontece pela primeira vez. A diretora do CCA destacou que vivemos um momento complicado para o planeta e para os agricultores, em que as Ciências Agrárias serão cada vez mais importantes para a sociedade. “Precisamos ser cada vez mais cooperativos e resilientes”, afirmou a professora.

Roteiro lúdico e educativo

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Projeto da UFSC liga Florianópolis a Salvador e Colômbia em vídeo-cartas de crianças

15/08/2025 10:16

Alunos irão produzir vídeo-cartas sobre os seus territórios (Fotos: Acervo do Projeto)

Um projeto de extensão da pós-graduação da Universidade Federal de Santa Catarina está unindo cinema, arte e letramento digital para possibilitar que crianças e jovens se expressem em vídeo-cartas sobre seus territórios. O Cine.edu, coordenado pela professora Andréa Scansani, do curso de Cinema e do Programa de Pós-Graduação em Literatura, desenvolve uma série de atividades, no formato de oficinas, para que os participantes registrem histórias, paisagens e costumes do lugar onde vivem.

A iniciativa busca, também, que eles desenvolvam um olhar crítico sobre o território e troquem experiências com crianças e jovens de diferentes contextos. A Escola da Infância Professora Neuza Paula da Silveira, no bairro Ingleses, em Florianópolis, tem vivenciado as atividades como parte das aulas de informática da professora Nali Pedroso Nunes. Nos dias 6 e 8 de agosto, estudantes do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social e do Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas foram a Salvador para promover a troca com os alunos do Ensino Médio do Colégio Estadual Professora Marileine da Silva, no bairro Mata Escura, em Salvador, Bahia. As atividades foram realizadas em parceria com a professora de artes, Lilian Santos

A proposta, segundo explica Luz Mariana Blet, doutoranda em Antropologia Social, estudante de Cinema e integrante do Cine.edu, é fazer com que os estudantes troquem suas vídeo-cartas. Em Florianópolis, são aproximadamente 16 encontros com turmas do 5º ano. “A proposta foi inserida no plano de ensino da professora de Informática, de modo que venha colaborar com o letramento digital, estimular um pensamento crítico e a valorização da diversidade cultural”, comenta.

Em Salvador, atividade foi com jovens do Ensino Médio

Segundo a pesquisadora, a escola tem muitos estudantes estrangeiros e crianças migrantes de outras cidades e estados. “Então, a gente adotou como temática norteadora a discussão sobre território, onde essas crianças vão criar essas cartas falando sobre seus territórios para crianças de outra localidade”, explica.
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Boia UFSC-1 monitora em tempo real a água da Lagoa da Conceição, com dados públicos online

14/08/2025 18:12

Equipamento alimenta o Sistema de Monitoramento da Costa Brasileira (SIMCosta), que pode ser acessado em tempo real. Foto: Divulgação/UFSC

A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) participou do lançamento de uma boia na Lagoa da Conceição, em Florianópolis, para monitorar a qualidade da água e a formação de uma zona morta – área de difícil sobrevivência para vida aquática. O sistema registra dados como temperatura, salinidade, oxigênio dissolvido, luz, turbidez, concentração de algas e nível da água, a cada cinco minutos e em diferentes profundidades. As variáveis são compartilhadas em tempo real no site do Sistema de Monitoramento da Costa Brasileira (SIMCosta), bastando buscar as informações da boia UFSC-1.

O sistema entrou em funcionamento, com dados online, no final de julho. A professora de Oceanografia, Alessandra Larissa D’Oliveira Fonseca, estuda o local desde 2000, quando iniciou seu doutorado. Ela explica que os dados coletados pela boia serão utilizados para alimentar modelos que simulam as respostas da Lagoa da Conceição a diversas intervenções. Isso permitirá que os gestores tomem decisões mais assertivas sobre como gerenciá-la, evitando medidas que possam causar mais danos, conforme a professora.

Para conscientizar a comunidade local da importância do estudo, foram produzidos um folder e um cartaz cartaz com recomendações. Entre elas, destacam-se: não mexer na boia nem em seus sensores, manter uma distância segura da boia e de sua estrutura de cabos, além de ter cuidado ao se aproximar com embarcações ou equipamentos de esportes náuticos.

A instalação da boia com acesso público aos dados envolve apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), do SIMCosta e do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Transferência de Material na Interface Terra-Oceano (INCT-TMCOcean).

Sem oxigênio, não tem peixe e nem turismo, alerta pesquisadora

Segundo a pesquisadora, a formação da zona morta está relacionada à abertura do canal da barra, realizada na década de 1980. Antes da abertura, a salinidade da lagoa era menor, pois a barra permanecia fechada, e a água doce da lagoa aumentava naturalmente com as chuvas, forçando o extravasamento para o mar. A abertura aumentou a entrada de água salgada, elevando a salinidade. Muitas espécies não toleram níveis elevados de salinidade e morreram por choque osmótico. Como consequência, algumas espécies importantes para a cadeia alimentar desapareceram da lagoa.
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‘Se tem um caminho de transformação da vida é a educação’, diz ministra em Aula Magna na UFSC

13/08/2025 09:06

Aula magna debateu Direitos Humanos (Fotos: Gustavo Diehl)

Os olhos das mulheres (e de todos os presentes) estavam bem acordados quando a ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania do Brasil, Macaé Evaristo, começou a falar na Aula Magna de início do semestre letivo da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), na noite desta terça-feira, 12 de agosto, em Florianópolis. Antes de passar a palavra à ministra, por volta das 20h30, a vice-reitora da UFSC, Joana Célia dos Passos, citou o poema A noite não adormece nos olhos das mulheres, de Conceição Evaristo, que é prima da ministra.

Foi uma forma de convidá-la a debater o tema do 1º Seminário Estadual Mulheres na Gestão das Instituições Públicas de Ensino Superior de Santa Catarina, evento fruto de parceria da UFSC com o Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC), o Instituto Federal Catarinense (IFC), a Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) e a Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS). Os parceiros de seminário e a Defensoria Pública de Santa Catarina se reuniram para convidar Macaé Evaristo para falar ao público em Florianópolis.

“Quando ocupamos esses espaços, é preciso ‘escreviver’ a gestão pública”, disse a ministra ao longo de sua fala, lembrando também da prima escritora. Conceição Evaristo definiu a escrevivência – uma forma de escrever que leva em consideração a experiência de vida, especialmente de mulheres negras. Ao todo, a ministra Macaé Evaristo falou por cerca de 40 minutos ao público que lotou o Auditório Garapuvu, do Centro de Cultura e Eventos Reitor Luiz Carlos Cancellier de Olivo, no bairro Trindade. Ela tocou em diferentes assuntos, começando por pedir benção às autoridades religiosas presentes, ressaltando a importância da liberdade de religião em um país laico. “A relação com o sagrado nos completa”, disse.

De início, Macaé Evaristo relatou parte de sua infância em São Gonçalo do Pará, cidade do interior de Minas Gerais. Lá, segundo ela, conheceu incômodos que não sabia definir. Mais tarde soube se tratar de preconceito. A mãe, prudente, fez com que todas as filhas estudassem. “Se tem um caminho de transformação da vida é a educação”, disse a ministra. A leitura mostrou à Macaé Evaristo que há pessoas tratadas de forma diferente. “Nós não nascemos desiguais, nos fazem desiguais”, concluiu.

PIX, soberania nacional e Cancellier

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Feira do Livro da UFSC é destaque no início do segundo semestre letivo

11/08/2025 13:37

Feira do Livro da UFSC, de 11 a 14 de agosto, reúne 19 editoras brasileiras no Hall da Reitoria. Fotos: Gustavo Diehl/Agecom/UFSC

No dia em que a UFSC abre o segundo semestre letivo, teve início a Feira do Livro da instituição, um dos eventos literários mais aguardados do calendário acadêmico e o maior de sua história. A abertura foi realizada nesta segunda-feira, 11 de agosto, no hall da Reitoria da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), no campus Trindade, em Florianópolis. A feira continua até o dia 14 de agosto, com entrada gratuita e uma extensa programação que inclui música, teatro, dança, palestras e lançamentos de livros.

Na cerimônia de abertura oficial, estiveram presentes o reitor da UFSC, Irineu Manoel de Souza, o diretor da Editora da UFSC (EdUFSC), Nildo Ouriques, e a secretária de Cultura, Arte e Esporte (SeCArte), Eliane Debus. Nildo descreveu o evento como “um ato militante em favor da leitura, da crítica e sobretudo de ampliar o horizonte intelectual dos estudantes e sobretudo da comunidade”. Em sua fala, o diretor ressaltou o “genuíno e autêntico interesse do público no livro”, mesmo diante da percepção de que o livro estaria em baixa. Para ele, o livro é um instrumento fundamental “da cultura e um instrumento de luta política”.

Ouriques também expressou preocupação com a indústria editorial. Como exemplo, citou que, no ano passado, entre os dez livros mais vendidos, estavam “os de colorir para adultos”, o que, em sua visão, evidencia o “tamanho da regressão intelectual e política que nós estamos sofrendo”.
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Estilo de vida pouco saudável aumenta risco de depressão em jovens, aponta estudo da UFSC

11/08/2025 08:41

Estudantes que praticam atividades físicas apresentam menos sintomas de depressão. Foto: Leticia Schlemper/Acervo Agecom/UFSC

Dados preliminares de um projeto com participação da Universidade Federal de Santa Catarina sinalizam que um estilo de vida pouco saudável entre jovens universitários indica maior probabilidade de levar a sintomas de depressão. O estudo faz parte do projeto Unilife-M, em que um “grupo de cientistas internacionais investiga como os comportamentos de estilo de vida e saúde mental mudam ao longo da jornada acadêmica e como essas mudanças estão associadas”. O diferencial da pesquisa é a possibilidade de acompanhar como as variáveis se relacionam ao longo do tempo.

O professor Thiago Matias, responsável pela pesquisa na UFSC e coordenador do Grupo de Pesquisa em Motivação e Movimento Humano (Motus), explica que a jornada na universidade produz diferentes impactos na vida dos jovens. Estes impactos, associados ao estilo de vida, são mapeados nas pesquisas. A iniciativa para a colaboração partiu do professor Felipe Barreto Schuch, da Universidade Federal de Santa Maria, e envolve 60 instituições em 20 países.

“Estilo de vida, no nosso contexto, são aspectos que envolvam comportamentos de saúde. Por exemplo, o quanto se pratica de atividade física, o que se come, como se dorme, como se relaciona, o tempo que passa em frente às telas. E aí a gente tem observado que essas alterações, positivas ou negativas, podem de alguma forma relacionar com a saúde mental deles”, explica o professor.

Em junho, a equipe coordenada por ele foi premiada em um congresso nacional pelo trabalho A complexidade de um estilo de vida negativo pode expor universitário à riscos importantes para a depressão.  Neste estudo são apresentados dados sobre o estilo de vida e a saúde mental, especialmente os sintomas de depressão. Além do professor, fazem parte da pesquisa, pela UFSC, os acadêmicos Tuane Sarmento, Renato Claudino e Jhonatan Wélington Pereira Gaia.

Dentre o corpus analisado pelo estudo, três perfis de estilo de vida foram observados entre jovens. Os mais saudáveis, que chegam a 42,3% dos sujeitos da pesquisa, um grupo pequeno que combina aspectos bons e ruins , com 13,7%, e um grande grupo com perfil de risco para o estilo de vida, com 44%. “A gente observa que esse grupo com o pior estilo de vida, comparado ao mais saudável, está mais exposto e tem uma probabilidade maior de ter sintomas moderados e graves de depressão”, comenta Thiago.

O professor explica que o dado é bastante significativo porque os cientistas têm observado que mais de 50% dos universitários brasileiros apresentam o que se chama de triagem positiva para a sintomatologia de depressão. “Triagem positiva não é um diagnóstico, mas é um alerta muito forte de que tem muita gente com chances bem altas de ter sintomas moderados e graves de depressão.”
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Recepção à comunidade internacional marca início do semestre para estudantes de 20 países

08/08/2025 13:20

Estudantes internacionais vindos de 20 países são recepcionados pela UFSC. Fotos: Gustavo Diehl/Agecom

Nesta sexta-feira, 8 de agosto de 2025, a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) acolheu um grupo de estudantes internacionais vindos de 20 países em um evento realizado no auditório do Espaço Físico Integrado (EFI), no Campus Trindade, em Florianópolis. A recepção marcou o início do segundo semestre letivo de 2025 e contou com uma programação diversificada ao longo do dia.

Organizado pela Secretaria de Relações Internacionais (Sinter), em parceria com a Pró-Reitoria de Graduação e Educação Básica (Prograd) e outros projetos institucionais, o evento teve como objetivo facilitar a adaptação dos estudantes internacionais à vida universitária e à cultura local. Voluntários(as) atuam como madrinhas e padrinhos, oferecendo suporte aos recém-chegados nesse momento de transição.

A recepção oficial começou às 9h, com a mesa de abertura composta pelo reitor Irineu Manoel de Souza, o secretário de Relações Internacionais, Luiz Carlos Pinheiro Machado Filho, e a diretora de Relações Internacionais, Fernanda Leal. Em seus discursos, os gestores destacaram a importância da internacionalização e apresentaram os serviços e a infraestrutura disponíveis aos 1.643 estudantes internacionais presentes na Universidade e que a escolheram para ser parte da sua trajetória acadêmica.
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UFSC promove mais de 40 atividades para retorno das aulas do semestre 2025.2

08/08/2025 13:14

A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) preparou uma série de atividades para o retorno das aulas para o semestre 2025.2.  Ao todo, são 42 ações que envolvem cursos, feiras, exposições, palestras além da Aula Magna com a ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania do Brasil, Macaé Evaristo, na terça-feira, 12 de agosto, em Florianópolis. As aulas da Graduação na UFSC retornam nesta segunda-feira, 11 de agosto, para o segundo semestre letivo do ano. No entanto, as atividades já começaram.

>>> Acompanhe as atividades no site calouros.ufsc.br

A Recepção à Comunidade Internacional da UFSC, evento que que dá as boas-vindas a todos os estudantes internacionais que ingressam na instituição, está marcada para esta sexta-feira, 8 de agosto, a partir das 8h30, no auditório do Espaço Físico Integrado (EFI), no Campus de Florianópolis, no bairro Trindade. A iniciativa é promovida pela Secretaria de Relações Internacionais (Sinter), em parceria com a Pró-Reitoria de Graduação e Educação Básica (Prograd), por meio do Programa Institucional de Apoio Pedagógico (Piape), do Projeto de Extensão UFSC sem Fronteiras, e conta com o apoio do Programa de Extensão SINTEGRA, uma colaboração entre a Sinter e o Departamento de Psicologia da UFSC.
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Livro fruto de tese desenvolvida na UFSC é entregue ao Papa Leão XIV

01/08/2025 16:05

Além do livro, pontífice recebeu três cartas assinadas por 58 detentos de Xanxerê. Foto: Vatican Media

O livro Leitura e Cárcere, de Rossaly Beatriz Chioquetta Lorenset, doutora em Linguística pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), foi entregue ao Papa Leão XIV pelo arcebispo de Chapecó, Dom Odelir José Magri, em 1º de julho. A obra, resultado da tese de doutorado de Rossaly no Programa de Pós-Graduação em Linguística (PPGL) da UFSC, sob orientação do professor Sandro Braga, mostra a experiência da autora durante entrevistas com presos em um projeto de extensão de leitura que coordenou durante cinco anos no curso de Direito da Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc Xanxerê).

A pesquisa constatou que há mínimas condições de leitura no cárcere, refletindo sobre desigualdade social, funcionamento dos sistemas de segurança e de justiça e condições dos espaços de privação de liberdade. Também apresenta diferentes casos e mostra o envolvimento de presos com a leitura: alguns afirmavam o gosto pela atividade, outros que diziam ler apenas para redução da pena.

Pontífice também recebeu cartas dos detentos

Além da obra, o pontífice também recebeu três cartas com 58 assinaturas de detentos do Presídio Regional de Xanxerê (SC). Na mensagem, os detentos expressam a esperança de que Leão XIV dê continuidade ao legado do Papa Francisco, pregando a paz e levando luz onde há escuridão, especialmente aos presos e marginalizados. Ainda destacam a importância da leitura no ambiente prisional e o papel fundamental da Pastoral Carcerária.

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Dezesseis finalistas da segunda edição do Prêmio Jabuti Acadêmico levam a UFSC no currículo

31/07/2025 20:20

Três atuais professores, uma ex-professora, quatro egressos da Pós-Graduação e oito participantes de cursos ou ações de formação complementares citam a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) em seus currículos. Eles formam um grupo de 16 nomes com alguma relação com a Universidade que foi indicado à final do Prêmio Jabuti Acadêmico – versão da maior distinção literária do Brasil para trabalhos acadêmicos, científicos, técnicos e profissionais. Os vencedores foram anunciados em cerimônia na terça-feira, 5 de agosto, em São Paulo. Dos 16, três foram premiados.

Esta é a segunda edição do Prêmio Jabuti Acadêmico, criado em 2024. A lista dos finalistas foi divulgada em julho pela organização do prêmio, que está a cargo da Câmara Brasileira do Livro (CBL), com apoio da Academia Brasileira de Ciências (ABC) e da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). A CBL é a responsável também pela criação do Prêmio Jabuti, a maior distinção literária do país, que nasceu em 1958.

Ao todo, o Jabuti Acadêmico escolheu 130 trabalhos, com diversos autores, para disputar a final. Eles estão divididos em dois eixos: Ciência e Cultura, com 23 categorias; e Prêmios Especiais, com 3 categorias. De todos os trabalho finalistas, a Agência de Comunicação (Agecom/UFSC) separou aqueles cujos autores têm ou tiveram alguma passagem pela UFSC. Foram duas semanas de trabalho, recorrendo à Plataforma Lattes do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Abaixo está a relação dos finalistas que citam a UFSC nos currículos e os premiados:


Professores

Foto: Plataforma Lattes/CNPq

Paula Pimenta Velloso – professora do Centro de Ciências Jurídicas (CCJ) da UFSC, concorre na categoria Tradução, do Eixo Prêmios Especiais, com a obra Dicionário dos intraduzíveis: um vocabulário das Filosofias: volume dois: Direito, Ética e Política, com outros tradutores.
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Tese da UFSC sobre direitos reprodutivos na América Latina vence prêmio nacional

31/07/2025 16:55

Alessandra Jungs de Almeida defendeu a tese em 2 de agosto de 2024, no Programa de Pós-Graduação em Relações Internacionais. Foto: Divulgação/UFSC

Movimentos feministas organizados no Sul global são capazes de difundir e trabalhar pela internalização de normas sobre direitos reprodutivos, sem depender predominantemente das estruturas e organizações do Norte global. Essa análise, que desafia a literatura clássica de Relações Internacionais, é uma das principais contribuições da tese “Direitos reprodutivos na América Latina: ativismos transnacionais e a evolução das políticas de legalização e criminalização do abordo na Argentina e no Brasil (2010-2022)”, defendida em 2024 pela pesquisadora Alessandra Jungs de Almeida no Programa de Pós-Graduação em Relações Internacionais da Universidade Federal de Santa Catarina (PPGRI/UFSC). O trabalho foi o primeiro colocado no Prêmio Marcos Costa Lima 2025, promovido pela Associação Brasileira de Relações Internacionais (ABRI).

Na tese, Alessandra enfatiza a importância de estudar a temática dos direitos reprodutivos sob o ponto de vista do Sul global, não apenas geograficamente, mas a partir de uma posição política e identitária. “Fazer uma pesquisa com um olhar comprometido com o feminismo latino-americano produz uma forma distinta de fazer pesquisa, um olhar que tem também um compromisso político com a realidade vivida”, considera. Isso, ressalta, levando-se em conta as suas disputas históricas travadas no âmbito do feminismo, “entendendo como absurdo o cotidiano das violações de direitos sexuais e reprodutivos, e reconhecendo a experiência concreta de quem vive os impactos da negação desses direitos, como o direito humano de decidir continuar ou não com uma gravidez, e de criar seus filhos em condições dignas”.
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‘Trabalho e Direitos no Século XXI’ é tema de evento na UFSC, com programação até 2 de agosto

30/07/2025 10:32

Solenidade de abertura do XIX Encontro Nacional da Associação Brasileira de Estudos do Trabalho (ENABET). Fotos: Divulgação

O Auditório Garapuvu do Centro de Cultura e Eventos da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) recebeu, na noite desta terça-feira, 29 de julho, a solenidade de abertura do XIX Encontro Nacional da Associação Brasileira de Estudos do Trabalho (ENABET). O evento, que ocorrerá até o dia 2 de agosto, reúne acadêmicos, especialistas e representantes de diversos setores da sociedade para debater o tema central: “Trabalho e Direitos no Século XXI: Cenário de Destruição e Vias de Reconstrução”.

A Diretoria da ABET destacou que o mundo do trabalho enfrenta um cenário de transformações profundas e desafios crescentes, marcado pela proliferação de vínculos laborais precarizados, em especial nas plataformas digitais, pela emergência climática que exige uma revisão urgente dos modelos de desenvolvimento, e pelos ataques sistemáticos aos direitos do funcionalismo público, acompanhados do sucateamento dos serviços ofertados à população. A crise dos cuidados, o avanço da terceirização e das privatizações, o uso intensivo de tecnologias para controle e exploração laboral, o rebaixamento dos rendimentos do trabalho e o aumento de agravos à saúde relacionados à atividade laboral também figuram entre os elementos que compõem um quadro de precarização generalizada. Esses fenômenos se inserem em um contexto de crises interligadas – econômica, política, sanitária e climática – que resultam, cumulativamente, em uma crise ideológica no campo do trabalho.
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Direito da UFSC forma primeiro mestre indígena a ingressar com ações afirmativas

28/07/2025 14:45

Jafé Sateré-Mawé e o professor Diego Nunes (Fotos: Gustavo Diehl)

O estudante Jafé Ferreira de Souza, conhecido como Jafé Sateré-Mawé, tornou-se mestre em Direito pela Universidade Federal de Santa Catarina nesta segunda-feira, 28 de julho, após defesa pública e aprovação da dissertação Sehay Koro: O pluralismo jurídico e as normas costumeiras penais do Povo Sateré-Mawé (Amazonas) enquanto ordenamento jurídico não estatal. A banca contou com a avaliação do secretário-executivo do Ministério dos Povos Indígenas (MPI), Luiz Henrique Eloy Amado, conhecido como Eloy Terena, indígena do povo Terena em Aquidauana (MS), doutor em Ciências Jurídicas e Sociais, dos professores Antonio Carlos Wolkmer e Arno Dal Ri Junior e da professora Camila Damasceno de Andrade. A orientação foi do professor Diego Nunes.

Jafé é o primeiro estudante indígena do Programa de Pós-Graduação em Direito a ingressar no mestrado por meio de ações afirmativas para indígenas. A dissertação é um aprofundamento do estudo desenvolvido pelo estudante no trabalho de conclusão do curso de Direito, apresentado na UFSC em dezembro de 2022. Ele também tem protagonismo na articulação da Associação dos Estudantes Indígenas da Universidade, sendo um dos fundadores desse coletivo.

Agora Mestre, pesquisador também é liderança indígena

O mestrado teve como tema o Direito Penal, investigando subjetividade e historicismo. “O trabalho discorre sobre como funciona o sistema penal indígena do povo Sateré-Mawé e também abre uma margem para os demais povos indígenas do Brasil”, explicou, fazendo menção ao fato de a conquista ser parte de um esforço coletivo. “A dinâmica da pesquisa traz à tona o conhecimento tradicional indígena do povo originário do Amazonas, do Brasil, para a academia. Na academia, encontra respaldo com outros autores e teóricos”, resume.

Segundo o pesquisador, a ideia foi dialogar com os sistemas penais iluministas do ponto de vista do direito ocidental. “A gente constrói balizas específicas para a administração de justiça, que pode ser usada nos tribunais, nas decisões, nas sentenças”, reforça. Além disso, o estudo também trabalha com o reconhecimento do pluralismo jurídico, aspecto reforçado pelo orientador. “Foi muito rico porque ele conseguiu trazer para nós não apenas as diferenças, as quais a gente já esperaria, mas também os possíveis pontos de contato, na perspectiva de diálogo”.

Graduado em Direito também pela UFSC, Jafé considera que a Universidade é, em sua trajetória, mais que uma instituição de ensino: “Ela é um território de luta, de resistência e de construção coletiva. Foi aqui que encontrei espaços para refletir criticamente sobre minha identidade, minha comunidade e os desafios que enfrentamos como povo indígena. Ao mesmo tempo, foi na UFSC que compreendi a potência do diálogo entre diferentes saberes, a importância de ocupar os espaços institucionais sem abrir mão daquilo que somos”, ressalta.

Agora mestre, mas já pensando na continuidade dos estudos, Jafé enfatiza também que a Universidade lhe proporcionou oportunidades concretas de formação, mas sobretudo a chance de “sonhar junto com outros parentes, indígenas de diferentes etnias, com histórias distintas, mas com o mesmo desejo de transformar a realidade. É nesse chão acadêmico que pude desenvolver uma pesquisa que fala de nós, para nós, e por nós, e que contribui para o fortalecimento das nossas lutas em defesa da vida, do território e da justiça”.

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