Campeão da Olimpíada Internacional de Economia declara: “a UFSC é fundamental para mim”

20/09/2023 17:10

Raphael, ao centro de óculos, na Grécia: egresso da UFSC coordenou a equipe campeã. Foto: Arquivo pessoal.

A equipe brasileira campeã da Olimpíada Internacional de Economia, disputada na Grécia em julho, foi liderada por um ex-aluno da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Entre os 47 países participantes, o Brasil superou times de grande tradição como Rússia, Canadá e China. A equipe recebeu três medalhas de ouro, uma de prata e uma de bronze, além do troféu de campeão na pontuação geral. O coordenador do time brasileiro, Raphael Zimmermann, afirma que o feito mostra o poder da educação em mobilizar e valorizar o país e agradece: “a UFSC é fundamental para mim, sou muito grato e quero que a Universidade seja ainda melhor”.

A competição é realizada desde 2018 e as equipes são formadas por alunos do Ensino Médio ou Ensino Superior que disputam três provas, nas temáticas de economia, finanças e case de negócios. A vitória desta edição dá ao Brasil o título de tetracampeão e Raphael declara que “o prêmio mostra como é importante valorizar a educação e os talentos que temos no país”.

Vivência na Universidade criou oportunidaes

Natural de Porto Alegre (RS), Raphael é graduado em Ciências Econômicas pela UFSC e escolheu o curso por dois principais motivos: influência familiar e amplitude de oportunidades na área. Ele sempre viu como uma formação que abre portas, desde a academia até o mercado financeiro. A trajetória na Universidade confirmou suas expectativas e proporcionou que criasse também suas oportunidades. “Sou extremamente grato por isso, saí uma pessoa completamente diferente de quando eu entrei na Universidade”, afirma.

Valorizar as universidades e a educação são pautas importantes para Raphael, que é um dos fundadores e integrantes do grupo de ex-alunos que investe em um fundo para financiar projetos ligados ao Centro Tecnológico (CTC) da UFSC. Esse fundo é perpétuo para doações de bolsas de estudo, pesquisa, extensão e empreendedorismo. “Tivemos a oportunidade de estudar em uma instituição de ponta e temos o dever moral de devolver [para a Universidade] em conhecimento, tempo ou investimento financeiro”. O egresso afirma que “devemos construir uma sociedade melhor, pela educação, porque acreditamos na universidade”.

Suellen Lima/Estagiária de Jornalismo da Agecom/UFSC

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Pesquisadora da UFSC desenvolve método para analisar contaminação de pescado por petróleo

20/09/2023 15:25

Em 2019, o Brasil foi palco do mais grave desastre ambiental ocorrido em seu litoral e um dos maiores já registrados no mundo – os primeiros registros ocorreram na Paraíba, e em poucos meses, o poluente identificado como petróleo bruto atingiu 11 estados, numa faixa litorânea de mais de 4.000 km, do Maranhão ao Rio de Janeiro. Dada a natureza tóxica dos contaminantes envolvidos e do potencial efeito nocivo à saúde dos consumidores, o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) precisava examinar a contaminação de pescado após o desastre. No entanto, a questão era: como realizar essa avaliação?

A solução veio de uma parceria entre o Programa de Pós-Graduação em Ciência dos Alimentos da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) com o Laboratório Federal de Defesa Agropecuária do Rio Grande do Sul (LFDA-RS) por meio do Setor Laboratorial Avançado em Santa Catarina (SLAV-SC). A então doutoranda em Ciência dos Alimentos e bolsista da CAPES Ana Paula Zapelini de Melo desenvolveu métodos analíticos capazes de mensurar hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPAs) em pescado de forma ágil e com confiabilidade metrológica dos resultados. Os HPAs, compostos com propriedades carcinogênicas para humanos, fazem parte da composição química do petróleo e são considerados marcadores de contaminação petrogênica em alimentos.

Confira a reportagem multimídia aqui.

Foram desenvolvidos métodos de extração de alta eficiência analítica e detecção por espectrometria de massas para dar suporte às decisões governamentais de enfrentamento ao derramamento de petróleo. O estudo utilizou cápsulas de café, em máquinas comuns, adaptadas para extração dos contaminantes vindos do petróleo. ‘Espressos’ de peixe, camarão, polvo, ostra, dentre outros foram analisados como forma de garantir a segurança do pescado logo após o desastre ser identificado. “A máquina de café espresso, que simula a extração por líquido pressurizado (PLE), foi utilizada no Brasil em um momento de emergência sanitária devido ao desastre. Precisávamos de um método rápido e de baixo custo que tivesse confiabilidade metrológica para determinar esses compostos. Como já havia sido desenvolvido um método analítico para determinação de resíduos de medicamentos veterinários usando a máquina de café espresso, acabamos adaptando isso para os HPAs”, relata Ana.

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UFSC Joinville fica em segundo lugar em desafio inédito com robôs, drones e IA

19/09/2023 08:07

UFSC foi campeã no desafio com robôs (Fotos: Divulgação ABII)

Provas com drones, robôs móveis autônomos e inteligência artificial. Uma oportunidade para revelar o talento e a preparação dos estudantes para encarar cada uma das provas e para promover a aproximação da universidade com o setor produtivo. Estas foram as marcas do fim de semana que consagrou uma equipe da UFSC Joinville como vice-campeã de um desafio inédito que reuniu empresas e universidades em disputa de tecnologia em Joinville, no último sábado. A competição -intitulada ABII Challenge – foi organizada pela Associação Brasileira de Internet Industrial.

O professor Modesto Hurtado Ferrer, que liderou a equipe da UFSC, conta que, nos últimos três meses, os estudantes se prepararam, interagiram com os profissionais das empresas que apadrinharam o time e, finalmente, chegaram ao resultado. “No começo, não sabíamos como se daria essa parceria, pois era algo novo para todos, mas, no decorrer do tempo o time foi ganhando visão do propósito a ser alcançado e de forma muito orgânica as coisas foram ganhando forma”, ressalta o professor.

O UTM Team, como a equipe foi chamada, é formado por estudantes de engenharia da UFSC de Joinville e por profissionais das empresas Macnica DHW e TERMICA Solutions. O maior destaque do grupo ocorreu nas provas de Drone e de Robôs Móveis Autônomos. Para o estudante Valdomiro Botelho Junior, a competição foi uma grande oportunidade de aprendizado e de troca de experiência com os profissionais que já atuam no mercado e uma forma diferente de colocar a teoria em prática.

As provas

Drones autônomos

A primeira prova do ABII Challenge foi com os drones e envolvia programa-los para cumprirem uma missão de voo. Todos os times tinham o mesmo modelo de drone, que foi comprado pela ABII e doado para as universidades desenvolverem projetos. Foram adquiridos drones pequenos para atender as regras de segurança do espaço, com pessoas assistindo.

Os drone não eram pilotados, mas realizaram a prova de forma autônoma, lendo códigos que davam instruções sobre o que fazer no percurso. Todos os times tiveram pontuação. O UTM Team ficou com a vitória e o time Minerva, da Universidade de São Paulo, ficou com a segunda melhor pontuação. As equipes não conseguiram completar o circuito, que incluía aterrissar num robô em movimento no menor tempo.

Robôs móveis

A segunda prova foi a de robôs móveis autônomos. O grande desafio dos times foi programar os robôs, que foram emprestados pelas empresas Pollux Part of Accenture, Omron e Selettra Automação e Robótica, e fazer a prova com vários robôs juntos na arena. Os times receberam um mapa antes da prova. Era necessário que os robôs passassem por portais antes de cumprir o trajeto e só no dia as equipes puderam fazer o reconhecimento final do circuito.

O objetivo era completar o percurso no menor tempo possível, somando as cinco largadas. Segundo o professor Modesto, que conduziu a equipe da UFSC ao primeiro lugar na prova, foi um dos desafios em que o público mais vibrou. “Havia muitas famílias com crianças acompanhando a prova”, lembra.

Inteligência artificial

A última e decisiva prova do dia foi a de inteligência artificial. O desafio era criar uma inteligência para jogar o jogo de War, um tradicional jogo de tabuleiro criado em 1972, que envolve muita estratégia. As decisões eram tomadas pela inteligência artificial. Cada time sabia o seu objetivo, mas não sabia o objetivo dos concorrentes. Apenas o público teve acesso a todos os objetivos para conseguir entender o que estava acontecendo.

O jogo foi exibido num telão e foram duas horas emocionantes de partida. O jogo foi encerrado por tempo, após duas horas, e venceu o time com o maior número de territórios. Com a melhor pontuação na prova de IA, o time Minerva garantiu os pontos que precisava para a vitória do geral do ABII Challenge.

A competição

O objetivo da competição, conforme o presidente da ABII, José Rizzo Hahn Filho, foi mostrar que no Brasil há profissionais capazes, empresas de ponta e universidades com pesquisadores, professores e estudantes mobilizados pela tecnologia. “O evento foi um sucesso em termos de público, organização e participação dos times. Escolhemos tecnologias cruciais para o desenvolvimento da indústria do país. Precisamos de pessoas cada vez mais capazes para implementar projetos que envolvam drones, AMRs e inteligência artificial”, ressalta Rizzo.

“Queremos que este evento seja realizado anualmente e mobilize cada vez mais empresas e universidades do Brasil. O ABII Challenge é inovador sob vários aspectos e reforça a missão da ABII, de fortalecer e acelerar a indústria 4.0 e a internet industrial das coisas (IIoT) no Brasil. Uma das formas de fazer isso é justamente promovendo e fomentando o trabalho colaborativo de empresas e universidades na solução de desafios tecnológicos”, destaca Rizzo.

Resultado geral do ABII Challenge

1º – Time Minerva

(USP, Embraer, Dexco, Marelo e Omron)

2º – UTM Team

(UFSC, Macnica DHW, e TERMICA Solutions)

3º – Time Donatello

(UniSenai, I3C e Festo)

4º – Time PUCPR de Robótica Móvel

(PUCPR, Selettra Automação e Robótica e Pepperl+Fuchs)

5º – Time Synth

(Udesc, Pollux Part of Accenture, TOTVS e SMC)

Galeria de fotos

 

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Podcast Flash UFSC aborda o uso da cannabis na Veterinária

14/09/2023 14:00

A Agência de Comunicação da Universidade Federal de Santa Catarina (Agecom/UFSC) publicou nesta quinta-feira, 14 de setembro, o terceiro episódio do podcast Flash UFSC. Intitulado Cannabis também é pra cachorro, o podcast explica como o canabidiol, uma substância extraída da maconha, pode ajudar a aliviar a dor, a ansiedade e a agressividade, a reduzir convulsões e a controlar a proliferação de tumores em animais.

O convidado desta edição é o professor de Medicina Veterinária da UFSC Erik Amazonas, o único pesquisador autorizado pela justiça a realizar cultivo, preparo, produção, fabricação, depósito, porte e prescrição de derivados da cannabis no Brasil. O episódio foi produzido pelos estudantes de Jornalismo e estagiários da Agecom Leticia Schlemper e Matheus Alves.

A cada duas semanas, o Flash UFSC traz informações sobre ciência, cultura e arte em episódios de até sete minutos de duração. Ouça no site, pelo Spotify ou em outras plataformas.

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Projeto irá acolher demandas de saúde e jurídicas de trabalhadores com adoecimento ocupacional

14/09/2023 13:22

Investigar e mapear adoecimento ocupacional na Grande Florianópolis, além de combater sua ocultação, estão entre os objetivos de um acordo de cooperação técnica entre a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e a Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho (Fundacentro). A assinatura do documento para oficialização do projeto “Caminhos do Trabalho” irá ocorrer no Auditório do Bloco Didático do HU no dia 18 de setembro, às 14 horas.

A proposta é pesquisar o efetivo nexo entre doença ou acidente e a ocupação exercida, conjugando acolhimento e orientação com investigação e produção acadêmica, de modo a reduzir a subnotificação dos agravos: “Realizaremos orientações e assistência semanalmente à população, e a equipe se dedicará a reunir dados e acionar acúmulo científico para estabelecer, caso exista, o nexo”, explica a coordenadora do projeto, Glaucia Fraccaro, também professora do Departamento de História do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFH) da UFSC.

Reduzir a subnotificação dos agravos, facilitar o exercício de direitos e combater a sonegação fiscal, tanto diretamente, quanto subsidiando a atuação de outras instituições, são resultados esperados do projeto de extensão e pesquisa “Caminhos do Trabalho”, que também irá colaborar para a formação de profissionais com capacidade de atuação consistente no campo da saúde laboral. “O projeto de extensão e pesquisa visa abordar trabalhadoras e trabalhadores formais ou informais, do setor privado ou público, de qualquer ocupação e doenças e acidentes que os atingem, prestando, simultaneamente, atendimento e orientações em demandas de saúde e jurídicas a esse público”, aponta Glaucia. Outras dez universidades do Brasil participam da rede formada a partir de acordo entre a Fundacentro e a Universidade Federal da Bahia (UFBA), ainda em vigor e com fluxo de informação e dados estabelecidos.

Glaucia detalha importância do projeto para o conhecimento do problema do no Estado: Santa Catarina supera a média nacional de incidência dos acidentes laborais no mercado formal e é o quarto estado com maior número de notificações no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde. Contudo, nem sempre os trabalhadores que sofrem tais agravos têm registro das Comunicações de Acidentes de Trabalho (CATs) ou recebem o benefício previdenciário de forma adequada – podem, por exemplo, estar afastados por doença comum, quando acometidos de doença laboral.

O projeto, que visa incidir no problema subsidiando trabalhadores e trabalhadoras, inclusive, com a reunião de documentação pertinente a cada caso, para que possam utilizar este dossiê em tratativas com outras instituições públicas, tem capacidade para atender toda a Grande Florianópolis e estará alocado no Hospital Universitário. Isso significará uma ampliação da capacidade de dimensionar e enfrentar o problema, visto que atualmente, existe equipamento de Vigilância em Saúde do Trabalhador (VISAT) apenas no âmbito do município de Florianópolis, que em geral atua mediante denúncias. Segundo o último relatório de ações da VISAT (2022), houve no ano passado 326 agravos que chegaram a ser notificados e investigados relacionados a acidentes de risco biológico entre profissionais de saúde; a ocupação prevalente dos 692 acidentes e doenças investigados entre homens autônomos entre 20 e 60 anos foi a de motoboys e trabalhadores da construção civil. De outro lado, entre os 238 acidentes e doenças que acometeram majoritariamente mulheres de 20 e 50 anos, a sua ocupação, no momento do registro, constou como ignorada.
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Projeto de extensão da UFSC treina 40 guarda-vidas em técnicas de natação e corrida

14/09/2023 11:38

Jhoseny Souza Santos é guarda-vidas, estudante de pós-graduação da UFSC e melhorou seu desempenho fazendo o treinamento na Universidade.

Condicionamento físico, técnica apurada e muita disposição são alguns dos atributos necessários para homens e mulheres atuarem como guarda-vidas nas praias catarinenses. Além disso, é preciso passar por uma prova de certificação anual que avalia a aptidão física e técnica das pessoas candidatas a essa função, principalmente nas atividades de natação e corrida.

Justamente para colaborar no treinamento de guarda-vidas civis, a UFSC, por meio do Centro de Desportos (CDS) criou o projeto de extensão “Natação para os Guardas-Vidas de Santa Catarina na piscina da UFSC/CDS”. Coordenado pelo professor Alex Christiano Barreto Fensterseifer, o projeto atende, desde julho de 2022, 40 guarda-vidas civis voluntários em treinos de natação e corrida.

O treino de natação dura 1h40, duas vezes por semana. Além disso, os participantes podem optar por praticar corrida com o professor Jolmerson de Carvalho, também do CDS. Os treinos ocorrem até três vezes por semana, na pista de atletismo da UFSC. 

Oportunidade

A ideia de colaboração surgiu em 2022, durante uma aula de treinamento em natação, oferecida como disciplina optativa a qualquer estudante da UFSC. Rafael Viani Santos Cabral, aluno do curso de Geografia, cursava a disciplina e viu uma oportunidade para seus colegas guarda-vidas. 

Professor Alex orienta guarda-vidas participantes do projeto de extensão na UFSC.

“Vi a melhoria na técnica de natação. E o professor Alex, como tem muitos anos de experiência, começou a mesclar a técnica visando ao salvamento aquático. Isso ajuda muito e facilita na hora do resgate”, conta o estudante. Ele enumera os benefícios da atividade: “a manutenção do condicionamento físico, e outra coisa muito importante também é o acesso ao espaço de treinamento, uma piscina olímpica, com orientação de um especialista em natação”, salienta Rafael.
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Pela primeira vez, vestibular para ingresso na UFSC tem roteiro de filme entre obras literárias

13/09/2023 18:44

EXT. TÚNEL DE ESTÁDIO DE FUTEBOL – DIA (FLASHBACK – 1969)
MÃO DE HOMEM ADULTO segura MÃO DE CRIANÇA: pai e filho de mãos dadas enquanto caminham pelo túnel que dá acesso às arquibancadas do estádio.
Burburinho de VOZES.
TORCEDORES passam a caminho das arquibancadas. Todos vestidos com a camisa do uniforme do time do Santos.
Aos poucos, revelam-se os “donos” das mãos:
MAURO – menino branco e franzino, de 10, 11 anos – olha para seu pai, DANIEL – 30 e poucos anos – enquanto andam em direção à saída no túnel, na contraluz.

Assim começa o roteiro do filme O Ano em que Meus Pais saíram de Férias, uma das obras de leitura obrigatória indicada aos candidatos do Vestibular da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). A construção textual, diferente do que se costuma ver em um livro tradicional, é uma das inovações do processo seletivo, que é realizado em parceria com IFSC e IFC, com 6.700 vagas e inscrições abertas desde a última terça-feira, 5 de setembro.

A seleção coloca o vestibular unificado na vanguarda, já que são poucas as universidades que indicam obras de outros gêneros para seus processos seletivos. A Universidade de Campinas (Unicamp), por exemplo, foi uma das precursoras ao sugerir o álbum do grupo de rap Racionais MC’s ao lado de livros de Luís de Camões, Machado de Assis e Guimarães Rosa. “De fato uma novidade importante é a inclusão de um roteiro de filme como obra de literatura para nosso Vestibular. Outras instituições já utilizaram essa estratégia de diversificar os gêneros possíveis para as obras de literatura. É uma visão de fato inovadora, mas muito articulada com a as perspectivas de ensino atuais”, explica o coordenador pedagógico da Coperve, Manoel Teixeira dos Santos.

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Estudo da UFSC indica que acupuntura pode atenuar males da fibromialgia

12/09/2023 09:46

Imagem de StockSnap por Pixabay

Uma doença de difícil tratamento, que atinge mulheres e, muitas vezes, as relega ao abandono familiar e à incapacitação para o trabalho. A fibromialgia atinge por volta de 3% da população brasileira, a maioria delas do sexo feminino, entre 30 e 50 anos de idade, e é objeto de uma investigação realizada na Universidade Federal de Santa Catarina que pode resultar em novas possibilidades de tratamento para pacientes.

A execução do estudo foi do pesquisador Marcos Lisboa Neves, sob a supervisão da professora Morgana Duarte da Silva, coordenadora do Laboratório de Neurobiologia da Dor e da Inflamação (Landi), que investiga estratégias terapêuticas para as diversas doenças que envolvem dor e inflamação.

Neves, que é fisioterapeuta, investiga os efeitos da estimulação do ramo auricular. De acordo com essa linha de estudos, a acupuntura é uma boa ferramenta terapêutica para o tratamento de pacientes com dor. No caso do nervo vago, estimulado para combater os males da fibromialgia, já existem evidências crescentes também no tratamento de outras condições como epilepsia, depressão e dor.

Em junho, o pesquisador defendeu sua tese com um estudo translacional – que busca minimizar o gap entre a produção do conhecimento nas instituições científicas e a aplicação prática, orientado também pela professora Morgana, no Programa de Pós-Graduação em Neurociências da UFSC. Ele pesquisou a acupuntura e a fibromialgia a partir de uma análise em roedores.

“As avaliações comportamentais se relacionavam prioritariamente à dor e secundariamente à depressão, ansiedade, sono, catastrofização, funcionalidade, qualidade de vida e variabilidade da frequência cardíaca. Como resultados, embora ainda não tão expressivos, já mostram um potencial do tratamento e sinalizam a viabilidade de realizar estudos maiores e assim com maior poder estatísticos, principalmente porque o estudo piloto demonstrou uma significativa redução na gravidade dos sintomas das pacientes”, comenta.

Ele explica que a fibromialgia é uma condição crônica caracterizada por dores articulares e musculares generalizadas, acompanhada de fadiga, alterações cognitivas, do humor e do sono. Como a causa ainda não é definida, algumas evidências recaem sobre alterações do sistema nervoso central, o que leva ao quadro disfuncional de percepção exacerbada de dor e dos demais sintomas, que influenciam também na saúde mental das pacientes.

Neves explica que o nervo vago é uma importante via de comunicação do corpo com sistema nervoso central, por isso os tratamentos com a estimulação indicam resultados promissores. No Brasil, a acupuntura é oferecida gratuitamente pelo SUS, como parte da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares. “São mais de 15 mil profissionais com capacitação para atuarem com essa prática, um recurso que facilita o acesso das pacientes em tratamento”, complementa.

“Fui muito beneficiada”

O objetivo do estudo conduzido na UFSC foi avaliar a eficácia da acupuntura sobre ramo auricular do nervo vago na redução da intensidade da dor e da gravidade dos sintomas gerais relacionados com a fibromialgia. As 50 mulheres diagnosticadas com fibromialgia foram divididas aleatoriamente em três grupos. Um recebeu uma intervenção por acupuntura auricular sobre o ramo auricular do nervo vago esquerdo (orelha esquerda); um segundo grupo recebeu a mesma intervenção, porém, na aurícula direita; e um terceiro grupo recebeu acupuntura simulada na aurícula esquerda.

As avaliações comportamentais se relacionavam prioritariamente à dor e secundariamente à depressão, ansiedade, sono, catastrofização, funcionalidade, qualidade de vida e variabilidade da frequência cardíaca. Como resultados, na comparação entre os três grupos, não houve diferença significativa na redução da dor, mas a acupuntura na orelha esquerda reduziu significativamente a gravidade dos sintomas gerais de mulheres com fibromialgia.“Os achados fornecem dados para viabilizar novos estudos clínicos randomizados controlados com maior população amostral, para melhorar as evidências para o uso da acupuntura auricular sobre o nervo vago”, assegura Neves.

Uma das pacientes avaliadas, Carolina* conta que descobriu há pouco tempo sofrer de fibromialgia. As dores generalizadas impediam a sua rotina e a deixavam desanimada. “Eu não aguentava mais tomar medicação sem sucesso. Fiquei sem esperança de ter melhora”, relembra. As quatro sessões realizadas no estudo da UFSC, entretanto, tiveram um impacto positivo nas suas condições de vida.

A paciente conta que fisioterapia, medicação e infiltração eram algumas das estratégias utilizadas por ela no tratamento. “A pesquisa causou uma melhora na dor, passei a procurar ajuda psicológica e auxílio para emagrecer, o que começou a melhorar meu quadro de forma geral. O estudo foi o passo inicial para uma melhora considerável no meu quadro clínico”, conta.

Carolina também relata sua confiança na ciência e nos tratamentos integrativos. “Tratamentos integrativos demonstram a melhora considerável no meu caso. Acredito que com estudos mais profundos, um tratamento específico pode auxiliar na eficiência para tratar a dor constante. Acredito muito na ciência e fui muito beneficiada em participar deste estudo”, sintetiza.

Nervo vago tem papel central no estudo

Imagem de Mohamed Hassan por Pixabay

No doutorado, Neves realizou um estudo com roedores com uma condição similar à fibromialgia, em que o animal demonstra um comportamento de dor generalizada, além de um comportamento tipo depressivo. “A gente faz o tratamento primeiro no animal, que foi a nossa primeira fase de trabalho. Só depois partimos para o estudo piloto com pacientes humanos”.

Com os resultados positivos, o Landi passou a recrutar pacientes para a nova fase da pesquisa. “Nosso estudo tem esse viés de integração com a sociedade, porque esse é o momento em que a gente aproxima a sociedade da Universidade – o momento em que a gente começa a recrutar pessoas da sociedade que tem essa doença cujo tratamento é ainda bastante limitado”.

As limitações, conforme explica o cientista, ocorrem muitas vezes pela condução inadequada do tratamento, já que nem sempre um profissional tem a expertise de tratar uma condição tão complexa. Muitas vezes, o próprio paciente também não consegue aderir bem o tratamento.

“Houve bastante procura pelo estudo, a sociedade aderiu”, conta. As pacientes selecionadas passaram por quatro sessões, todas realizadas no espaço clínico situado em um dos prédios do Centro de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Santa Catarina. Elas passaram por um rigoroso acompanhamento, do início ao fim do processo, e receberam as devolutivas em uma apresentação em que também puderam se conhecer.

Neves aplicou a acupuntura nos ramos auriculares esquerdo e direito das pacientes. Ele explica que a técnica é uma leitura filosófica de estimular pontos que são virtuais no corpo, mas que, hoje, a neurociência reconhece que esses pontos são locais com uma certa especificidade, pois estimulam nervos importantes.

O nervo vagal, objeto do estudo, segundo ele, é cheio de ramificações. “Tem ramificação para o sistema cardiorrespiratório, sistema gastrointestinal, cérebro e para partes que compõem o que a gente chama de sistema límbico, que está relacionado com a nossa emocionalidade”, explica. Além disso, o nervo também atua como fonte de resposta das células do sistema imune.

A forma de verificar a resposta das mulheres ao tratamento, além de considerar o que elas próprias avaliavam sobre suas dores e estado físico e mental após as sessões, foi a leitura do comportamento cardíaco. Isso porque, conforme narra Neves, o nervo vago é importante para ativação do sistema parassimpático, que está relacionado com a recuperação do organismo, enquanto o sistema nervoso simpático serviria para nos deixar em alerta para desempenhar atividades

Um organismo saudável, de acordo com ele, possui uma alta variabilidade de frequência cardíaca porque é capaz de modular a atuação dos dois sistemas. Já o de pessoas com doenças crônicas apresenta uma baixa variabilidade da frequência. No estudo, foi possível verificar a variação, o que indica possibilidades promissoras. “É possível atuar estimulando a regulação do sistema nervoso por esse caminho”, diz Neves.

No final da pesquisa, e após a análise dos dados, as voluntárias foram convidadas para uma palestra de apresentação dos resultados e das principais diretrizes clínicas para o manejo da fibromialgia. Este evento foi realizado na UFSC e contou com a presença de familiares, que tiraram suas dúvidas sobre a doença, sobre os tratamentos disponibilizados, falaram sobre seus problemas e sobre os benefícios da terapêutica proposta.

*Nome substituído para preservar a identidade da paciente

Amanda Miranda/Jornalista da Agecom/UFSC

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“Tapete de algas” é alternativa barata e sustentável para tratamento das águas de Florianópolis

06/09/2023 18:24

Sistema purificador desenvolvido por pesquisadores da UFSC absorve efeitos da poluição, produz biomassa e contribui para a economia da região

Para ler a reportagem especial em formato multimídia, clique aqui.

O Algal Turf Scrubber funciona na Estação de Maricultura Elpídio Beltrame, na Barra da Lagoa. Foto: Rafaela Souza/NADC/UFSC

O tripé econômico de Florianópolis – pesca, maricultura e turismo – depende de um componente fundamental: água limpa. E a própria natureza ajuda a obter recursos hídricos de qualidade. Na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), pesquisadores vinculados ao Laboratório de Ficologia (Lafic), do Departamento de Botânica, desenvolvem sistemas purificadores que utilizam algas para a remoção de poluentes da água – são os tapetes algais biofiltrantes (Algal Turf Scrubber – ATS).

“É um absurdo que a gente não esteja investindo nelas”, afirma Leonardo Rörig, coordenador do projeto. Os ATS são um exemplo de “soluções baseadas na natureza”, alternativas sustentáveis, baratas e de baixo impacto ambiental. Países como Austrália, Estados Unidos, China e Índia aderiram ao sistema pela sua baixa pegada de carbono e emissão de gases de efeito estufa.
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Liderado por pesquisadora da UFSC, grupo mundial alerta para recorde na temperatura oceânica

06/09/2023 16:56

Embranquecimento de corais é sinal de alerta. Foto: WMO/Divulgação

Um grupo de cientistas do Programa Mundial de Pesquisa Climática (WCRP) da Organização Mundial de Meteorologia (WMO) liderado pela professora Regina Rodrigues, do Departamento de Oceanografia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), redigiu uma declaração alertando para o recorde recente no aquecimento dos oceanos.  Os pesquisadores consideram que esses casos podem aumentar em frequência, duração e intensidade se não ocorrerem esforços dramáticos de mitigação e adaptação.

O documento indica que as temperaturas médias globais dos oceanos estão atualmente em um nível nunca registrado anteriormente, com 27% do oceano global com extremos de temperatura. Segundo a professora, com a previsão do fenômeno El Niño para o final do ano essa situação pode se agravar, pois o El Niño é um dos principais mecanismos de geração de ondas de calor marinhas globalmente.

“Além dos ecossistemas, o calor dos oceanos é uma importante fonte de energia que alimenta ciclones tropicais. As ondas de calor marinhas no Oceano Índico tropical contribuem para a rápida intensificação dos ciclones e das flutuações nas chuvas das monções da Índia”, explica. O texto da declaração menciona, ainda, outros impactos causados pelo fenômeno. “Sabemos que as ondas de calor marinhas resultam em milhares de milhões de dólares em danos aos ecossistemas marinhos e a indústrias da pesca e do turismo”, destaca a pesquisadora, que no ano passado participou da conferência do clima da Organização das Nações Unidas.

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Vestibular Unificado UFSC/IFSC/IFC abre inscrições nesta terça-feira, 5 de setembro

04/09/2023 16:45

As inscrições para o Vestibular Unificado UFSC/IFSC/IFC abrem nesta terça-feira, 5 de setembro, e fecham em 9 de outubro.  O edital está disponível no site vestibularunificado2024.ufsc.br. A taxa de inscrição custa R$ 169,00 e os pedidos de isenção podem ser solicitados até 27 de setembro pelos candidatos que atenderem os requisitos descritos no edital do vestibular.

O Vestibular Unificado representa a oferta de cerca de 6.700 vagas, distribuídas em 35 municípios catarinenses e 200 cursos de graduação – 100 da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), 55 do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) e 45 do Instituto Federal Catarinense (IFC). A pontuação mínima em cada disciplina, a relação completa dos cursos e as instituições em que serão ofertados estão entre as informações disponíveis no edital. O candidato poderá escolher apenas um curso entre os 200 oferecidos pelas três instituições.

A quantidade de vagas especificada no Quadro Geral de Cursos e Vagas corresponde a 70% do total de vagas ofertadas pela UFSC, em cada curso, 50% do total de vagas ofertadas pelo IFSC, em cada curso, e 50% do total de vagas ofertadas pelo IFC, em cada curso, para o ano letivo de 2024.

Confira o Quadro de Cursos e Vagas da UFSC

Confira o Quadro de Cursos e Vagas do IFSC

Confira o Quadro de Cursos e Vagas do IFC

Confira o Guia de Cursos da UFSC
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Tags: UFSCUniversidade Federal de Santa CatarinaVestibularVestibular Unificado UFSC/IFSC/IFC

UFSC se destaca em ranking global com 26 pesquisadores entre os mais citados do mundo

04/09/2023 09:44

Universidade tem se destacou em diferentes rankings Foto: Amanda Miranda

A Universidade Federal de Santa Catarina se destacou mais uma vez no ranking global Research.comque reconhece os pesquisadores a partir do número de artigos e quantidade de citações para cada campo do conhecimento elencado – em um total de 26 diferentes áreas. A instituição teve 26 cientistas mencionados nas áreas de Veterinária, Química, Ecologia, Engenharia Elétrica, Engenharia e Tecnologia, Matemática, Medicina, Microbiologia, Neurociências e Agronomia.

A UFSC também foi mencionada como a oitava melhor instituição no ranking nacional. Outro destaque foram os rankings de Química, com dez cientistas citados entre os mais relevantes do mundo, e a área de Engenharia Elétrica, na qual o professor Ivo Barbi figura como o segundo mais citado do Brasil.

O número total de citações dos principais cientistas é 159.046, com um valor médio de citações por acadêmico de 6.117,15. O número coloca a instituição catarinense em 387 no ranking global. De acordo com a plataforma Research.com, o objetivo do ranking é oferecer aos principais pesquisadores uma melhor exposição de suas realizações. As classificações de cientistas são baseadas em procedimentos transparentes baseados em métricas coletadas de fontes confiáveis ​​de dados com mais de 12.000 periódicos científicos agrupados por disciplinas.

Confira a relação dos cientistas mencionados pela Research.com.

Ciências veterinárias

Maurício Laterça Martins
Maria José Hötzel

Química

Bernhard Welz (in memorian)
Rosendo A. Yunes
Antonio L. Braga
Adilson J. Curtius
J. Vladimir Oliveira
Moacir Geraldo Pizzolatti
Debora de Oliveira
Ademir Neves (in memorian)
Eduardo Carasek
Adailton J. Bortoluzzi

Ecologia

Sergio R. Floeter

Engenharia Elétrica e Eletrônica

Ivo Barbi
Julio E. Normey-Rico

Engenharia e Tecnologia

Roberto Lamberts
Enedir Ghisi

Matemática

Ruy Exel

Medicina

João B. Calixto
Adair R.S. Santos (in memorian)

Microbiologia

Álvaro José Romanha (in memorian)

Neurociencia

Reinaldo N. Takahashi
Roger Walz
Peter Wolf

Agronomia

Miguel Pedro Guerra
Marcelo Maraschin

Tags: pesquisaranking globalResearch.comUFSCUniversidade Federal de Santa Catarina

“Cao presente!”: Avenida Reitor Luiz Carlos Cancellier de Olivo é a nova via de acesso à UFSC

01/09/2023 19:05

Vereador Afrânio Boppré; reitor da UFSC, Irineu de Souza; e o prefeito em exercício de Florianópolis, João Cobalchini, no descerramento da placa. Foto: Ariclenes Patté/Agecom/UFSC

Nesta sexta-feira, 1° de setembro, o hall do Centro de Cultura e Eventos do Campus Florianópolis da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) foi palco da inauguração oficial da Avenida Reitor Luiz Carlos Cancellier de Olivo, via pública construída em paralelo à Rua Deputado Antônio Edu Vieira, no bairro Pantanal. A cerimônia, que teve início às 14h, contou com as presenças do prefeito em exercício de Florianópolis, João Cobalchini; do reitor da UFSC, Irineu Manoel de Souza; da vice-reitora, Joana Célia dos Passos; do deputado federal Pedro Uczai, e do vereador de Florianópolis Afrânio Boppré – autor do projeto de lei que nomeou a avenida em homenagem a Cancellier. 

Após a cerimônia no hall do Centro de Cultura e Eventos, onde foi assinada a lei que dá nome à avenida, todos foram convidados a se deslocarem até a via para o descerramento da placa. A Avenida Reitor Luiz Carlos Cancellier de Olivo começa na esquina com a Rua Delfino Conti, próximo ao acesso ao bairro Córrego Grande, e segue até o Centro de Desportos (CDS) da UFSC. Ela é a via paralela à Rua Deputado Antônio Edu Vieira – que tem o trânsito no outros sentido.

Avenida, marcada em azul, é paralela à Rua Deputado Antônio Edu Vieira

Em nome da Universidade, o reitor Irineu Manoel de Souza agradeceu a homenagem feita ao seu colega e reforçou “que ocorreu um abuso de poder” e que o episódio que envolveu o ex-reitor jamais pode se repetir na UFSC. Cancellier foi reitor da UFSC entre maio de 2016 e setembro de 2017, quando teve uma morte trágica, após ser preso e afastado da Universidade na operação Ouvidos Moucos, da Polícia Federal.

>> Conheça a história e o legado de Cancellier na reportagem especial preparada pela Agência de Comunicação da UFSC (Agecom).

“Nos cabe aqui, sempre que possível, relembrar a memória do Cao”, diz amigo da família

Representando a família, o professor Áureo Mafra de Moraes, amigo próximo do reitor Cancellier, ressaltou que casos como este são inadmissíveis e afirmou que “nos cabe aqui, sempre que possível, relembrar a memória do Cao, dos seus feitos, dos seus atos.” No momento do descerramento da placa, “Cao presente” foi o grito dado por todos.

Colega de militância de Cancellier no movimento estudantil, enquanto ainda eram graduandos, o vereador Afrânio Boppré ressaltou em seu discurso que o legado do reitor deve ser tão respeitado quanto a própria imagem da Universidade. Ainda agradeceu aos colegas vereadores “Encontrei colaboração de todos relatores das comissões”, disse ao relembrar do período de aprovação da lei na Câmara. “O ex-reitor era reconhecido pelo seu perfil conciliador, equilibrado e inclusivo. Uma referência da luta por democracia e justiça no Brasil”, completou Afrânio.

Tags: AvenidaBairro PantanalCarlos CancellierhomenagemOuvidos MucosreitorReitor Luiz Carlos Cancellier de OlivoUFSCUniversidade Federal de Santa Catarina

Chumbo no chá? Pesquisa da UFSC identifica impacto da mineração em alimentos

01/09/2023 10:32

Áreas de mineração estão cobertas de produtos utilizados na alimentação (Foto: Graziela Blanco)

Plantas usadas como alimentos e chás podem estar contaminadas pelos chamados “elementos traço” em áreas da região carbonífera, no sul de Santa Catarina. A constatação foi divulgada em uma série de artigos e na tese da cientista Graziela Dias Blanco, do Programa de Pós-Graduação em Ecologia da Universidade Federal de Santa Catarina. O impacto das atividades de mineração, além dos prejuízos ao meio ambiente, também pode chegar à saúde. O estudo Soberania, segurança alimentar e ecotoxicidade de alimentos e plantas medicinais consumidos por comunidades locais em áreas de mineração foi orientado pela professora Natalia Hanazaki, com co-orientação da professora Mari Lucia Campos.

Pelo menos 65% dos habitantes da região mapeada pela pesquisa relataram coletar plantas para uso medicinal e alimentar diretamente de áreas contaminadas pela atividade mineradora. “As pessoas que vivem nas proximidades de áreas contaminadas pela mineração usam e consomem plantas destes ambientes e as pessoas sabem pouco sobre o potencial perigo dessa contaminação em seus alimentos e o risco desses contaminantes para sua saúde”, assinala, no estudo.

Graziela se interessou pelo assunto quando foi visitar a região de Criciúma, Lauro Muller e Siderópolis em busca de dados para uma pesquisa sobre plantas medicinais. No entanto, ao chegar ao local, percebeu um mosaico de áreas impactadas pela atividade mineradora e mudou o objeto de investigação. “A gente vê, por exemplo, moradias na cidade de Criciúma muito próximas à área de mineração abandonada, sem avisos ou preocupação. É uma situação extremamente grave”, analisa.

Ela fez 195 entrevistas com moradores de 14 áreas próximas a minas abandonadas nos principais municípios da região carbonífera catarinense. “Perguntamos a cada entrevistado sobre o tempo que morava na região, sua percepção da qualidade do ambiente, quais espécies de plantas eram utilizadas e com que finalidade”, conta. Carqueja, goiabeira e erva-doce foram algumas das espécies citadas.

Nas entrevistas, ela também identificou que todos os homens e nenhuma das mulheres trabalhavam ou já haviam trabalhado em mineradoras. Em Santa Catarina, existe um plano de recuperação para essas áreas em razão de uma ação do Ministério Público Federal, que exigiu que as empresas e a União recuperassem as áreas degradadas pela mineração, áreas com depósitos de rejeitos e minas abandonadas. Os recursos hídricos das bacias dos rios Araranguá, Urussanga e Tubarão também foram indicados como foco da ação.
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Tags: alimentaçãocarvãoecologiamineraçãoPrograma de Pós-Graduação em Ecologiasegurança alimentar

Podcast Flash UFSC discute amor, paixões e relacionamentos

31/08/2023 14:01

Arte: Jalize Pinheiro Medeiros e Audrey Schmitz

A Agência de Comunicação da Universidade Federal de Santa Catarina (Agecom/UFSC) publicou nesta quinta-feira, 31 de agosto, o segundo episódio do podcast Flash UFSC. Intitulado Bad Romance, o podcast explica o porquê de nos relacionarmos com outras pessoas e o que acontece em nosso corpo quando nos apaixonamos. 

Quem ajuda a entender o que acontece nessas aventuras de dopamina, prazer e dor são a professora do Departamento de Filosofia da UFSC Maria de Lourdes Borges e a psiquiatra e professora do Departamento de Clínica Médica da UFSC Ana Maria Michels. O episódio foi produzido pelas estudantes de Jornalismo e estagiárias da Agecom Leticia Schlemper e Lethicia Siqueira.

A cada duas semanas, o Flash UFSC traz informações sobre ciência, cultura e arte em episódios de até sete minutos de duração. Ouça no site, pelo Spotify ou em outras plataformas.

Tags: AgecomFlash UFSCpodcastUFSCUniversidade Federal de Santa Catarina

Feira de Cursos da UFSC e lançamento do Vestibular Unificado atraem grande público

29/08/2023 13:46

Centenas de estudantes de escolas de ensino médio prestigiaram a Feira de Cursos da UFSC (Fotos: Ariclenes Patté)

Centenas de estudantes de escolas de ensino médio do estado acompanharam a solenidade de abertura da 1ª Feira de Cursos da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), realizada nesta terça-feira, 29 de agosto, no auditório Garapuvu do Centro de Cultura e Eventos. Na ocasião também houve o lançamento oficial do Vestibular Unificado 2024, que reúne três instituições públicas federais de ensino superior do estado: Instituto Federal Catarinense (IFC), Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) e UFSC. Em Florianópolis, a Feira de Cursos será realizada até 31 de agosto.

>> Assista à transmissão da abertura da 1ª Feira de Cursos da UFSC

O presidente da Comissão Permanente do Vestibular (Coperve) da UFSC, professor Marcos Baltar, falou da sua “dupla alegria”: a abertura da Feira de Cursos e também o lançamento do edital do Vestibular Unificado. Ele ressaltou o trabalho conjunto das três instituições para lançar o edital nesta data. “Desejamos a todos uma excelente jornada na Feira.”
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UFSC inaugura primeira usina de hidrogênio verde de SC

25/08/2023 14:41

Cerimônia Foto: Mateus Mendonça/Agecom/UFSC

Projeto de R$ 14 milhões que uniu o Brasil e a Alemanha em um trabalho de cooperação científica e tecnológica, a primeira usina de hidrogênio verde de Santa Catarina, construída e operada pela UFSC, foi inaugurada nesta sexta-feira, 25 de agosto, com a presença de autoridades e convidados. O novo prédio é considerado um modelo e uma vitrine tecnológica e tem como meta impactar a sociedade na produção de energia sustentável e na descarbonização da Amazônia.

O reitor da UFSC, Irineu Manoel de Souza, saudou os presentes demonstrando o orgulho da instituição em ser pioneira na produção de hidrogênio verde. Ele destacou o fato de o projeto ser fruto de muitas inteligências combinadas. “É um orgulho merecer a confiança do governo alemão, que nos elegeu como referência. Este é um triunfo da colaboração com a indústria e um importante fruto da cooperação internacional”, disse.

Em seu discurso, o professor Ricardo Rüther, coordenador do projeto, explicou os mecanismos de produção do hidrogênio verde, feito com dois insumos: água e muita energia elétrica. “Esse prédio gera toda a energia necessária e capta toda a água da chuva necessária para a produção.” Ele destacou que o prédio será uma vitrine tecnológica, além de abrigar equipes de pesquisadores que serão incorporados pelo mercado de trabalho com formação de ponta.
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‘Meninas na Ciência’ da UFSC descobrem oito possíveis asteroides em programa da NASA

24/08/2023 11:23

Meninas participaram de um treinamento preliminar

Ana Lindsey, Ana Isadora, Vanessa, Helen e Rafaella. Um grupo de cinco meninas e mulheres, estudantes de Ensino Fundamental, Médio e de Graduação e integrantes do projeto de extensão Meninas na Ciência, da Universidade Federal de Santa Catarina, descobriu oito asteróides preliminares. A descoberta ocorreu em duas atividades diferentes: uma parceria entre o Ministério da Ciência Tecnologia e Inovação (MCTI) com o International Astronomical Search Colloboration (IASC) da Nasa, a agência espacial norte-americana, e outro da própria Nasa. O grupo é formado por cientistas de 14 a 22 anos, três delas de instituições públicas e duas da rede privada.

Elas participaram das duas competições entre julho e agosto deste ano. Na campanha nacional promovida pelo MCTI, um asteroide foi descoberto e classificado como identificação preliminar. Na campanha internacional, outros sete asteroides preliminares foram encontrados, totalizando oito asteroides encontrados pela equipe. A competição nacional e internacional de Caça Asteroides acontece a partir do acesso às imagens captadas por telescópios (Pan-STARRS, pertencente à Universidade do Havaí), que são disponibilizadas no site do IASC e analisadas pelas equipes participantes com o auxílio do software Astrometrica.

Para a participação da equipe na competição, o projeto promoveu aula de treinamento presencial e reunião de grupo, além de fornecer material de apoio e a criação de um grupo em rede social para a comunicação mais rápida com as alunas. Nesse treinamento, elas puderam aprender a realizar a identificação dos objetos astronômicos e a elaborar e enviar os relatórios com os possíveis asteroides encontrados. A professora Gabriela Kaiana Ferreira e as bolsistas do curso de Física, Caroline Conti e Julia Medeiros realizaram o treinamento e participaram de todo o processo.

“O programa de caça à asteroides contribuiu para que essas meninas de idades e contextos variados se percebessem capazes e pertencentes ao contexto da prática científica, inclusive desmistificando estereótipos e preconceitos de gênero”, explicou a professora. A detecção preliminar é catalogada após uma análise criteriosa das imagens. Os relatórios enviados pelas equipes são revisados e validados pelo IASC, para então serem submetidos ao Minor Planet Center (MPC), em Harvard, nos Estados Unidos. O MPC é reconhecido pela União Astronômica Internacional (IAU), como o repositório oficial mundial de dados sobre asteroides.

Com o tempo, se confirmadas as detecções preliminares, após a validação, numeração e catalogação pelos grupos responsáveis, as alunas terão oportunidade de sugerir nomes aos asteroides que encontraram para a  entidade responsável por fazer o anúncio oficial quando há uma comprovação. Esse processo leva de três a cinco anos para ser concluído.

O projeto ‘Meninas na Ciência’

Reprodução da imagem de um dos possíveis asteróides

O projeto é coordenado pela professora Gabriela Kaiana Ferreira e conta com a colaboração de bolsistas e voluntárias, que desenvolvem uma série de atividades envolvendo divulgação científica e combate a preconceitos e estereótipos sobre a presença de mulheres nas ciências exatas.

Dentre as atividades desenvolvidas ao longo deste ano, destaca-se o treinamento e organização de equipes para a participação na competição de Caça Asteroides, que possibilita às alunas participantes realizarem suas próprias contribuições ao encontrarem asteroides, enquanto aprendem sobre Astronomia na prática.

Propondo atividades como essa, o projeto ‘Meninas na Ciência’ busca divulgar as possibilidades profissionais de carreiras nas ciências exatas, engenharias e tecnologias para as meninas e mulheres, oportunizando às alunas o contato direto com a prática científica e, por consequência, contribuindo para o envolvimento das estudantes em atividades que busquem desenvolver suas habilidades em um espaço que lhe seja assegurado condições de igualdade de gênero.

Mais informações podem ser consultadas na página do Instagram ou no site do projeto.

Equipe:

1. Ana Lindsey Nogueira Fernandes
2. Ana Isadora Calazans Martins
3. Vanessa Bitencourt Stuart
4. Helen Moreira Santos
5. Rafaella Amorim Rios

Bolsistas: Caroline Conti – Física UFSC e Julia Medeiros – Física UFSC
Professora coordenadora: Gabriela Kaiana Ferreira

 

Tags: Caça asteróidesMCTIMeninas na CiênciaMinistério da Ciência e TecnologiaNASAUFSC

Pesquisadora da UFSC Blumenau participa de escavação em prédio onde se praticava tortura

22/08/2023 09:29

Pesquisadora participa de estudo interinstitucional (Foto: Arquivo Pessoal)

A pesquisadora Maryah Elisa Morastoni Haertel, técnica de laboratório de Física da UFSC Blumenau, participou, em São Paulo, das escavações do prédio onde funcionava o Destacamento de Operações de Informação – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi), local onde ocorria a prática da tortura durante a ditadura militar. O trabalho faz parte de uma pesquisa que envolve profissionais de diversas universidades brasileiras. Apesar de não ser o único (haviam DOI-Codi em quase todos os estados durante o período da ditadura militar), o de São Paulo foi o primeiro e um dos mais ativos centros de tortura, interrogatório, assassinato e desaparecimento do país.

O projeto é coordenado por três universidades (Unifesp, UFMG e Unicamp), mas pesquisadores de outras instituições também foram convidados a participar. Maryah foi convidada como pesquisadora, já que ela fez mestrado, doutorado e pós-doutorado na UFSC, e atualmente é servidora técnico-administrativa. Na UFSC, o projeto é intitulado Rastreamento Forense no DOI-Codi: emprego de técnicas ópticas para visualização de resíduos hemáticos e impressões digitais latentes.

Maryah faz parte do núcleo de Arqueologia Forense, coordenado pela professora Claudia Plens, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). “Embora eu não seja arqueóloga, fui convidada para participar pela minha experiência com as tecnologias utilizadas para rastreamento de vestígios biológicos. Ou seja, eu utilizei diferentes técnicas em alguns locais do prédio para tentar rastrear vestígios de cunho biológico (saliva, sangue, urina, entre outros) que podem ter sido produzidos em centros de tortura e podem ainda ter ficado no prédio”, explica. A principal atuação de Maryah foi no segundo andar do prédio, em salas que mostraram pouca modificação em relação ao piso original, e que foi possível chegar a ele retirando camadas do piso atual.

A pesquisa Arqueologias do DOI-Codi do II Exército de São Paulo: leituras plurais da repressão e da resistência tem como objetivo implementar uma pesquisa arqueológica (histórica e forense) sobre as antigas instalações da unidade. A partir dela, será possível produzir conhecimento e entendimento dos mecanismos adotados pelo órgão e suas conexões com outros espaços de tortura, tanto no Brasil como na América Latina, para que a sociedade possa compreender o papel do DOI-Codi durante a ditadura militar e o impacto das ações operadas no local sobre as vítimas e seus familiares.

Prédio onde ocorriam tortutas (Foto: Memorial da Resistência)

O trabalho dos pesquisadores envolve diferentes frentes. Uma delas é a pesquisa de documentos e entrevistas com pessoas que vivenciaram experiências nesse ambiente durante o período estudado, inclusive vizinhos, já que o prédio fica em uma área residencial na Vila Mariana, Zona Sul de São Paulo. Também estão sendo empregadas metodologias do campo da Arqueologia Forense para detecção de evidências para identificação de vestígios de tortura. Depois, serão realizadas as etapas de genética forense (no caso de localização de evidência de sangue), arqueologia da arquitetura para compreensão dos espaços utilizados e escavação do subsolo do conjunto arquitetônico para busca de evidências das ações desenvolvidas nesses ambientes.

Possíveis vestígios

Arqueologia forense está sendo usada de forma pioneira (Foto: Arquivo Pessoal)

A pesquisadora da UFSC conta que foi até São Paulo realizar esse trabalho sabendo que haveria uma mínima probabilidade de encontrar alguma coisa. Porém, durante a coleta de amostras, alguns pontos deram positivo. “Neste momento da pesquisa ainda não é possível afirmar que foram encontrados vestígios biológicos. Foram utilizadas luzes forenses e aplicação de luminol, porém um positivo apenas significa ser um local/material de interesse e que merece mais investigação. Esse procedimento foi exatamente o que foi realizado: colhemos amostras que passarão por uma análise laboratorial”, explica Maryah. O luminol reage com substâncias metálicas, orgânicas ou não. No caso do sangue, o ferro das hemoglobinas é o que faz com que a solução emita luz.

“A verdade é que o prédio foi modificado e utilizado por outro instituto após seu período como DOI-Codi, além de ter ficado um tempo abandonado após seu tombamento histórico. Porém, eu acredito que é um trabalho que necessitava ser realizado: se você fosse parente de alguém preso, ou algum dos presos, você não gostaria que uma pesquisa séria fosse ao local ajudar a materializar todos os relatos das barbáries ocorridas naquele lugar? Estima-se que mais de sete mil presos passaram pelo local. É em respeito à memória de cada um que passou (e sofreu) por lá”, relata.

A análise do material coletado será a próxima etapa da pesquisa. “Ainda estamos estabelecendo quais são as melhores técnicas a serem aplicadas. Além disso, essa coleta inicial foi realizada em espaços de sondagem, ou seja, aberturas pequenas no piso para entender o que havia por baixo. Com os resultados obtidos, estamos estudando a possibilidade de ampliar essas áreas e realizar novas coletas”, revela a pesquisadora.

Na pesquisa realizada no DOI-Codi, é a primeira vez que a Arqueologia Forense é aplicada no Brasil. “Isso, por si só, já é um grande feito. Além disso, foram desenvolvidos métodos para que este estudo fosse viabilizado, para que fosse possível de ocorrer. Então há uma importância histórica considerando os achados e sua importância para contar a história da ditadura no Brasil, mas também na criação de métodos para a aplicação desses mesmo processos em outros locais de repressão”, pontua Maryah.

Além dos vestígios que ainda serão analisados em laboratório, os pesquisadores encontraram também inscrições na parede após a decapagem das camadas de tinta do prédio, que aparenta ser de um calendário. Além disso, foram encontrados mais de 300 objetos antigos, como papéis de bala, solas de sapato, frascos de tinta para caneta e carimbo, fragmentos de louças, entre outros. A ideia é que, ao final da pesquisa e entrega do relatório final, o local seja transformado em um memorial, com exposição das peças encontradas, a fim de preservar a memória e a verdade sobre o período da ditadura no Brasil.

“O trabalho realizado até aqui por toda a equipe, que era majoritariamente feminina, foi fenomenal. Eram mais de 25 pessoas trabalhando em três frentes distintas, todos de forma voluntária. Os resultados obtidos pelas outras frentes também foram muito expressivos. Mas acima de tudo, o projeto está conseguindo materializar os relatos dos presos do local”, avalia Maryah.

Serviço de Comunicação UFSC Blumenau

 

Tags: arqueologia forenseditadura militarmemória e direitos humanosRastreamento Forense no DOI-CodiUFSCUFSC Blumenau

UFSC é a quarta melhor federal do país em ranking global

21/08/2023 11:52

Campus da UFSC na Trindade (Foto: Amanda Miranda)

A Universidade Federal de Santa Catarina é a quarta melhor federal do Brasil, segundo o Shanghai Jiao Tong Academic Ranking of World Universities (ARWU), que classifica as melhores faculdades e universidades do mundo. Todos os anos, a lista mostra quais instituições alcançaram altas pontuações nos rankings globais. Em 2023, a UFSC está na mesma faixa de colocação que a Universidade Federal do Paraná (UFPR), Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e Universidade de Brasília (UnB), atrás apenas das federais de Minas Gerais (UFMG) e Rio Grande do Sul (UFRGS), que ocupam a faixa de maior pontuação entre as federais, e do Rio de Janeiro (UFRJ), em segundo.

O ranking nacional geral destaca as estaduais de São Paulo como as primeiras – a Universidade de São Paulo (USP), em primeiro, e a Universidade Estadual Paulista (Unesp) em segundo. A UFSC ficou entre as dez melhores do Brasil, considerando também as instituições estaduais, e entre as 800 melhores do mundo. No total, 24 universidades brasileiras são listadas no ranking, todas públicas. No ranking mundial, o destaque é para Harvard University e Stanford University, ambas dos Estados Unidos.

O ARWU é um ranking publicado desde 2003. As universidades são classificadas por vários indicadores de desempenho acadêmico ou de pesquisa, incluindo ex-alunos e funcionários vencedores do Prêmio Nobel e Medalhas Fields, pesquisadores altamente citados, artigos publicados na Nature e Science, artigos indexados nos principais índices de citação e o desempenho acadêmico per capita de uma instituição. A UFSC obteve destaque em campos do conhecimento como Ciência e Tecnologia dos Alimentos, Medicina e Ciências Odontológicas. Engenharia Mecânica, Saúde Pública e Ecologia também foram áreas com grande pontuação na instituição.

Tags: ranking mundialShanghai Jiao Tong Academic Ranking of World Universities (ARWU)UFSCUniversidade Federal de Santa Catarina

UFSC lança campanha contra o assédio sexual em reunião com equipe do seminário Fazendo Gênero

18/08/2023 15:18

“A UFSC não é lugar de assédio sexual. Queremos uma universidade segura e respeitosa para nós, mulheres”, destacou a assistente social Elisani de Almeida Bastos no lançamento da campanha “UFSC contra o assédio sexual”, ocorrido em reunião com a equipe do Seminário Internacional Fazendo Gênero, nesta sexta-feira, 18 de agosto. Iniciativa da Secretaria de Aperfeiçoamento Institucional (SEAI), do Gabinete da Reitoria e da Pró-Reitoria de Ações Afirmativas e Equidade (Proafe), a ação visa à sensibilização de alunos, servidores e demais membros da comunidade universitária com relação às atitudes que configuram assédio sexual, assim como a divulgação dos canais para acolhimento e para denúncias. 

As frases incluídas em oito modelos de cartazes foram definidas a partir da experiência da equipe da Proafe nos atendimentos às vítimas de assédio, e ressaltam falas que são frequentemente consideradas pouco importantes ou “brincadeira”, mas que, na verdade, se caracterizam como assédio e possuem consequências graves na vida de muitas pessoas. Elisani trabalha na Coordenadoria de Diversidade Sexual e Enfrentamento da Violência de Gênero (CDGen), onde acolhe e assessora o recebimento de denúncias.  A assistente social comentou que “há o reconhecimento desta problemática no mundo todo, ela também bate na nossa porta. Com a campanha, estamos sinalizando para as vítimas que não estão sozinhas, para os assediadores que isso é crime e para as instâncias oficiais de que deve haver uma perspectiva de gênero no atendimento”.  Além das frases, um cartaz traz informações sobre o que fazer em casos de assédio sexual.
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Tags: AgecomAgência de Comunicação da UFSCassédio sexualFazendo GêneroPró-Reitoria de Ações Afirmativas e EquidadePROAFEUFSCUniversidade Federal de Santa Catarina

Inscrições abertas para Workshop de Energias Oceânicas e Fluviais

17/08/2023 15:31

Estão abertas as inscrições para o V Workshop de Energias Oceânicas e Fluviais, que ocorre nos dias 30 de agosto e 1 de setembro, das 8h às 17h, no Hotel Interclass Florianópolis. O evento é gratuito, com vagas limitadas para as atividades presenciais e ilimitadas para a modalidade online.  A organização é do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Energias Oceânicas e Fluviais (INCT/INEOF) e da UFSC.

O workshop tem o objetivo de integrar pesquisadores e alunos, discutir o estado da arte em energias renováveis e promover articulações entre a academia, o governo e a indústria. O tema central deste ano é “Transição Energética e o Hidrogênio Verde”. Serão abordados assuntos relacionados à distribuição dos recursos renováveis, licenciamento ambiental e desafios tecnológicos de geração, armazenamento e operação destes sistemas.

O INEOF é uma rede de pesquisa composta por cinco universidades federais brasileiras (UFMA, UFPA, UNIFEI, UFRJ e UFSC). A equipe de pesquisadores integra oceanógrafos, meteorologistas, geólogos, engenheiros mecânicos, hidráulicos, navais, eletricistas, civis e de computação.

Tags: energias renováveisInstituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Energias Oceânicas e FluviaisTransição Energética e o Hidrogênio VerdeV Workshop de Energias Oceânicas e Fluviais

UFSC lança novo podcast de ciência, cultura e arte

17/08/2023 14:46

Está no ar o primeiro episódio do Flash UFSC, o novo podcast da Agência de Comunicação da Universidade Federal de Santa Catarina (Agecom/UFSC). A cada duas semanas, a equipe de jornalistas e estagiários da Agecom trará informações sobre ciência, cultura e arte em episódios de até sete minutos de duração.

O primeiro episódio, produzido pelos estudantes de Jornalismo e estagiários da Agecom Leticia Schlemper e Robson Ribeiro, aborda os impactos do ChatGPT sobre a criatividade e a capacidade de aprendizagem humana e os riscos do avanço da inteligência artificial. Foram entrevistados Mauri Ferrandin, professor do Departamento de Engenharia de Controle, Automação e Computação do Campus de Blumenau, e Alberto Cupani, professor aposentado do Departamento de Filosofia e autor do livro “Filosofia da tecnologia: um convite”.

As razões para nos apaixonamos, o que está por trás do sumiço dos insetos, o uso da Cannabis na veterinária e o trabalho de artistas indígenas da UFSC são alguns dos assuntos que serão abordados nos próximos episódios.

Ouça no site, pelo Spotify ou em outras plataformas.

Tags: AgecomFlash UFSCpodcastUFSCUFSC CiênciaUniversidade Federal de Santa Catarina

Cannabis para uso veterinário: cultivo impulsiona pesquisas e facilita desenvolvimento de cadeia produtiva da planta

16/08/2023 14:30

>>Clique aqui para ler a reportagem em formato multimídia

Pesquisas científicas na área da saúde, um mercado bilionário envolvendo a geração de milhares de empregos, criação e desenvolvimento de empresas, além de receita para o estado proveniente de impostos aliada à economia dos custos de importação de medicamentos. Este é o potencial da cannabis para uso medicinal descrito pelo professor Erik Amazonas, do Centro de Ciências Rurais (CCR) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). O pesquisador conseguiu autorização judicial para o cultivo no campus de Curitibanos e uso veterinário do produto no final do ano passado e agora aguarda a floração de plantas para iniciar a colheita, uma empreitada cujos frutos envolvem o desenvolvimento de uma rede de pesquisadores da UFSC e de outras universidades.
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Estudante da UFSC Blumenau é convocada para Seleção Brasileira de Flag Football

16/08/2023 07:23

A estudante do curso de licenciatura em Química da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) – campus Blumenau, Bruna Luíza Martini Quost, é uma das 58 atletas convocadas para a Seleção Brasileira Feminina de Flag Football. A convocação foi anunciada no dia 11 de agosto e o primeiro encontro da equipe ocorrerá nos dias 21 e 22 de outubro, em Curitiba (Paraná), quando iniciam os treinamentos para o Mundial de Flag Football, que acontece em julho de 2024, na Finlândia.
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