UFSC na mídia: Professoras da UFSC explicam extremos climáticos em série de TV

19/11/2024 14:48

Professora Marina Hirota em entrevista para a série Extremos do Clima. Foto: Reprodução/Globoplay.

As docentes Regina Rodrigues, da Coordenadoria de Oceanografia, e Marina Hirota Magalhães, do Departamento de Física e do Programa de Pós-Graduação em Ecologia (PosEco), ambas da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), foram entrevistadas para a série Extremos do Clima, produzida pela NSC TV, com seu primeiro episódio exibido nesta segunda-feira, 18 de novembro. A série está sendo exibida durante o mês da COP-29, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas no Azerbaijão, e foi ao ar no dia em que começou mais uma edição do G20, que está ocorrendo no Brasil neste ano.

O episódio foi focado no aquecimento global e na dificuldade da humanidade em combatê-lo. A cientista climática Marina faz uma comparação entre o aquecimento global e uma pessoa com febre. “O aquecimento global seria como se essa temperatura do corpo mudasse permanentemente para uma temperatura um grau e meio acima”, afirma, “permanentemente com febre.”

Professora Regina Rodrigues em entrevista para a série Extremos do Clima. Foto: Reprodução/Globoplay.

De acordo com a reportagem, a população está vivendo praticamente dentro de uma estufa. “Essa quantidade imensa de carbono vai se acumulando e vai prendendo esse calor e não deixando ele ir para o espaço”, explica a professora Regina. Além disso, Marina também pontua que 97% dos cientistas do clima concordam que isso tem a ver com as atividades humanas. “Isso é mais do que os pneumologistas concordam que o cigarro causa câncer de pulmão”, ressalta.

Assista as entrevistas na íntegra pelo Globoplay.

Tags: aquecimento globalCOP 29departamento de FísicaG20G20 Brasil 2024oceanografiaPrograma de Pós-Graduação em EcologiaPrograma de Pós-Graduação em Ecologia da UFSC (PosEco)UFSCUniversidade Federal de Santa Catarina

Pesquisadores da UFSC revelam impactos das barragens na diversidade de florestas ribeirinhas da Mata Atlântica

07/11/2024 15:15

Estudo constatou que a presença de barragens reduz a variação de espécies em nível regional. Foto: Lucas Ninno / Diálogo Chino

Um estudo traz novos dados sobre como as barragens afetam a diversidade de árvores em florestas ribeirinhas da Mata Atlântica no Sul do Brasil. A pesquisa, publicada em outubro na revista científica Scientific Reports, foi conduzida por Mariah Wuerges, Eduarda Mantovani-Silva, Nivaldo Peroni e Eduardo L. H. Giehl, do Programa de Pós-Graduação em Ecologia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). O trabalho faz parte da pesquisa de doutorado de Mariah e integra as investigações dos laboratórios de Diversidade e Conservação e de Ecologia Humana e Etnobotânica.

O artigo examina como as barragens impactam a diversidade local e regional das florestas ao longo de uma bacia hidrográfica. Entre os principais achados, os pesquisadores constataram que a presença de barragens resulta em uma homogeneização regional — isto é, reduz a variação de espécies entre diferentes áreas — enquanto, em nível local, promove uma heterogeneização temporária das florestas. Essa resposta levanta novos desafios para a conservação.

“Desde o início do doutorado da Mariah, nossa ideia foi olhar para o efeito para além de uma só barragem, para ter um panorama mais amplo dos impactos. Nisso entram outras formas de medir a diversidade, que não se resumem apenas a contar quantas espécies temos, mas se são as mesmas espécies em cada local, ou se são espécies diferentes, o que na ecologia chamamos de diversidade beta”, aponta Eduardo Giehl, supervisor do trabalho.

O estudo revelou ainda que o alagamento permanente de áreas florestais, causado pelo represamento dos rios, degrada também as florestas que sobram na margem dos reservatórios. Um sintoma dessa degradação é a perda de diversidade beta pela diminuição variação de espécies entre locais, que se dá pelo favorecimento de espécies de árvores mais generalistas sobre as especialistas. Esse processo diminui a diversidade ecológica regionalmente, colocando em risco importantes funções ecológicas que essas florestas desempenham, como a manutenção da biodiversidade e o suporte à fauna local.

“Nosso estudo oferece uma base importante para entender como as barragens afetam diretamente não apenas os ambientes aquáticos, mas também as florestas que dependem do regime natural dos rios”, explica Mariah Wuerges. “Essas descobertas trazem novas visões para o planejamento de medidas de mitigação e compensação de obras como barragens, que deveriam passar a incluir a diversidade beta nos processos de estudo e licenciamento ambiental.”

O estudo propõe ainda que políticas de conservação devem considerar esses impactos na diversidade beta e sugere métodos mais abrangentes de avaliação de impacto ambiental. A pesquisa é uma contribuição essencial para compreender os efeitos em larga escala das barragens sobre a Mata Atlântica, um dos hotspots de biodiversidade mais ameaçados do mundo, e reforça a importância da preservação desses ecossistemas.

O artigo completo está disponível na Scientific Reports.

Tags: barragensMata AtlânticaPrograma de Pós-Graduação em EcologiaUFSCUniversidade Federal de Santa Catarina

Mulheres na Ciência: Michele de Sá Dechoum é a sétima homenageada da série de pesquisadoras

21/08/2024 17:11

A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) publica nesta quarta-feira, 21 de agosto, o sétimo vídeo da série que homenageia as professoras reconhecidas pelo 3° Prêmio Propesq – Mulheres na Ciência 2023. A entrevistada desta edição é Michele de Sá Dechoum, premiada na Categoria Junior, área de Ciências da Vida.

Professora do Departamento de Ecologia e Zoologia do Centro de Ciências Biológicas (CCB), Michele faz parte também do corpo docente do Programa de Pós-Graduação em Ecologia da UFSC, onde realizou seu doutorado em 2015. É coordenadora e fundadora do Laboratório de Ecologia de Invasões Biológicas, Manejo e Conservação da Universidade. Bolsista de Produtividade em pesquisa do CNPq, seus estudos são focados em Ecologia Aplicada, com ênfase em ecologia e manejo de espécies exóticas invasoras.

Também é colaboradora do Instituto Hórus de Desenvolvimento e Conservação Ambiental, onde atua como co-gestora da base de dados nacional sobre espécies exóticas invasoras. Possui forte atuação junto a sociedades científicas do Brasil e do exterior, como a Associação Brasileira de Ciência Ecológica e Conservação, a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e a British Ecological Society. Sua produção científica soma entre os anos de 2017 e 2023, 35 artigos científicos publicados em periódicos, coautoria de um livro e de cinco capítulos de livros.

(mais…)

Tags: 3º Prêmio PropesqAssociação Brasileira de Ciência Ecológica e Conservaçãobolsista CNPqBritish Ecological SocietyCentro de Ciências BiológicasDepartamento de Ecologia e ZoologiaecologiaEcologia AplicadaInstituto Hórus de Desenvolvimento e Conservação AmbientalLaboratório de Ecologia de Invasões BiológicasLaboratório de Ecologia de Invasões Biológicas Manejo e Conservaçãomanejo de espécies exóticas invasorasMulheres na CiênciaNúcleo de Apoio à Divulgação Científica (NADC)Prêmio Propesq Mulheres na CiênciaPró-Reitoria de Pesquisa e Inovação (Propesq)Programa de Pós-Graduação em EcologiaSociedade Brasileira para o Progresso da CiênciaUFSCUniversidade Federal de Santa Catarina

Pós em Ecologia promove exposição fotográfica sobre Estação Ecológica e Parque Natural

23/11/2023 11:25

Como resultado de uma disciplina do Programa de Pós-Graduação em Ecologia da Universidade Federal de Santa Catarina (PPGECO/UFSC), a exposição fotográfica Estação Ecológica de Carijós e o Parque Natural Municipal do Maciço da Costeira está aberta ao público até 15 de dezembro, das 8h às 21h, no Hall do novo prédio do Centro de Ciências Biológicas (CCB/UFSC).

A escolha do tema foi uma forma de valorizar a Estação Ecológica de Carijós e o Parque Natural Municipal do Maciço da Costeira. A seleção foi feita pelos alunos da disciplina “Fotografia na Pesquisa e Divulgação Científica”, que tiveram a oportunidade de colocar em prática conhecimentos adquiridos em sala de aula.

Mais informações pelo Instagram do PPGECO.

Tags: Centro de Ciências Biológicasexposição fotográficaPosecoPrograma de Pós-Graduação em EcologiaUFSC

Pesquisadores da UFSC participam de livro sobre sustentabilidade e inclusão na Amazônia

21/11/2023 08:55

Pesquisadores e instituições de diversas regiões do mundo, inclusive da Universidade Federal de Santa Catarina, participam de um projeto para pensar o desenvolvimento sustentável, a conservação e a inclusão social na região Amazônica. Os resultados desse processo culminaram no livro Diálogos Amazônicos: contribuições para o debate da sustentabilidade e inclusão, lançado na última semana, com acesso gratuito em português, espanhol e inglês. Entre as questões enfrentadas no livro estão os desafios para a demarcação e titulação de territórios indígenas e quilombolas no Brasil, Equador e Suriname.

O principal objetivo da publicação foi promover uma abordagem interdisciplinar para jovens pesquisadores envolvidos com a Amazônia, destacando a importância da ciência e, ao mesmo tempo, valorizando o conhecimento indígena e tradicional na abordagem dos desafios históricos da região.

Co-assinado pelo pesquisador de doutorado Marcos Catelli Rocha, do Programa Interdisciplinar em Ciências Humanas (PPGICH), um dos capítulos analisa as medidas necessárias que devem acompanhar a demarcação e titulação de terras indígenas e quilombolas para garantir a efetiva conservação da diversidade biocultural e dos ecossistemas desses territórios na Pan-Amazônia.

Os autores analisam três casos: os territórios indígenas no Yasuní no Equador, o territótio Indígena Arara do Rio Amônia no Brasil, e o território reivindicado pelos quilombolas Saamaka, no Suriname e detalham seus processos, conflitos, conquistas e necessidades. Concluem que os territórios continuam sob graves ameaças, apesar de terem sido oficialmente reconhecidos e/ou demarcados e recomendam dezesseis inovações para garantir que a bioculturalidade seja de fato conservada.

Já o pesquisador Mário Tagliari, egresso do Programa de Pós-graduação em Ecologia, é co-autor de artigo sobre os desafios e oportunidades para zerar o desmatamento na Amazônia Brasileira, que gera um alto risco à biodiversidade, ao clima, aos ecossistemas e aos povos da região e internacionais. O objetivo do estudo é analisar as principais ações bem-sucedidas na redução do desmatamento e identificar oportunidades para zerá-lo até os anos de 2030, 2040 e 2050. “Os resultados obtidos sugerem que as ações de combate ao desmatamento devem ser realizadas de acordo com as características fundiárias das áreas desmatadas, priorizando principalmente a destinação de terras públicas, que atualmente abrigam 51% das taxas de desmatamento”, pontuam.

O trabalho é fruto da Escola São Paulo de Ciência Avançada Amazônia Sustentável e Inclusiva, que faz parte das diversas ações da Fundação de Amparo à Pesquisa de São Paulo (Fapesp) junto à Iniciativa Amazônia +10 , que reúne as Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa de 25 Estados brasileiros, sob a coordenação do Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

“Os trabalhos produzidos compilados e organizados nesta publicação são o resultado da combinação de experiências anteriores, conhecimentos e lições aprendidas – individual e coletivamente. Refletem, portanto, o aprendizado e amadurecimento dos participantes”, avalia Carlos Joly, do Instituto de Biologia da Universidade Estadual de Campinas, um dos coordenadores da proposta. A Escola contou com a participação de 88 jovens pesquisadores, todos envolvidos em pesquisas na Amazônia, sendo 60% brasileiros e 40% de países amazônicos como Bolívia, Colômbia, Equador, Peru, Suriname, Venezuela e extra-amazônicos como Guatemala, México, Estados Unidos, Itália e Países Baixos.

O livro é composto por 10 capítulos que abordam diferentes problemas da região e trilham caminhos para análise, tomada de decisão e de ação. Os capítulos são organizados em três sessões: a primeira destinada à análise dos vetores de degradação e impactos de larga escala na Bacia Amazônica; a segunda sessão versa sobre a inclusão e diversidade cultural na Bacia Amazônica, tanto no nível local como no transnacional; e a terceira analisa os aspectos relacionados à governança local, participação e transdisciplinaridade.

Tags: AmazôniaDiálogos Amazônicos: contribuições para o debate da sustentabilidade e inclusãoEscola São Paulo de Ciência Avançada Amazônia Sustentável e InclusivaFundação de Amparo à Pesquisa de São PauloPrograma de Pós-Graduação em EcologiaPrograma Interdisciplinar em Ciências Humanas

Pós em Ecologia recebe inscrições para mestrado e doutorado até 24 de novembro

09/11/2023 15:02

O Programa de Pós-Graduação em Ecologia da UFSC está com inscrições abertas até 24 de novembro. Para a inscrição, os candidatos devem enviar os documentos listados no edital para o endereço eletrônico da Secretaria Integrada de Pós-graduação do CCB (SIPG) – ppgecologia@contato.ufsc.br. As inscrições são gratuitas. São ofertadas até 15 vagas para o nível de mestrado e até 10 para o nível de doutorado.

O resultado final da seleção será divulgado até 18 de dezembro, podendo ser publicado antes dessa data. O início do curso está previsto para março de 2024.  O processo de seleção será realizado nas seguintes etapas:

  1. Recomendação do projeto pelo(a) orientador(a) pretendido(a) (etapa às cegas);
    2. Análise do pré-projeto e/ou do projeto de pesquisa escritos (em português ou inglês) por uma comissão de três avaliadores(as) (análise a cegas);
    3. Arguição oral de defesa do projeto e de conhecimentos de Ecologia. A arguição sobre o projeto, e de perguntas de Ecologia, constará de perguntas formuladas por uma comissão examinadora constituída por três professores(as), e com duração máxima de 40 minutos. Esta fase será feita de forma remota em plataforma de videoconferência;
    4. Análise de Curriculum Vitae. A pontuação será atribuída segundo os critérios de formação acadêmica, experiência profissional, publicações e demais produções acadêmicas dos últimos 10 anos.

Ações afirmativas

Serão asseguradas no mínimo 30% das vagas de ingresso por Ações Afirmativas para pessoas negras (pretas e pardas) e indígenas, totalizando cinco vagas de mestrado e três de doutorado – pelo menos uma vaga para pessoa indígena para cada nível. Serão asseguradas no mínimo 20% das vagas para pessoas com deficiência e outros grupos em vulnerabilidade social, totalizando três vagas de mestrado e duas de doutorado para Quilombolas, Pessoas com deficiência, Transexuais, travestis, refugiados/solicitantes de refúgio e portadores de visto humanitário e inscritos no Cadastro Único para Programas Sociais ou beneficiários comprovados de programas semelhantes em países estrangeiros.

Formação

O Programa de Pós-Graduação em Ecologia (PPGECO), em níveis de mestrado e doutorado, tem como objetivo contribuir com atitudes, conceitos, técnicas e metodologias para desenvolver pesquisas e subsidiar debates que, incorporados à qualificação profissional, procurem responder aos desafios atuais na área ambiental. O PPGECO oferece uma formação sólida aos acadêmicos, qualificando-os para a docência em nível superior, à pesquisa e como profissional especializado em Ecologia, colaborando também com políticas públicas e/ou com produtos que favoreçam o manejo ou conservação de sistemas ecológicos.

O programa está organizado em um conjunto integrado de disciplinas, atividades de pesquisa, extensão e acadêmicas, destacando -se o curso de campo multidisciplinar, as disciplinas internacionais, as experiências com docência e recentemente as ações de divulgação científica. O programa preocupa-se com a sustentabilidade ambiental e inclusão social em todas as suas atividades.

Em 2023, o PPG Ecologia completou 15 anos de atuação. Aliando a recomendações oriundas do processo de avaliação do comitê de Biodiversidade e discussões internas ao programa, consolidou a reformulação das linhas de pesquisa, que passaram da organização anterior  por ecossistemas (terrestres ou marinhos; mais detalhes no Histórico, abaixo), para uma nova organização temática e relacionada ainda com os distintos níveis de organização ecológica em quatro linhas:

Ecologia de Organismos e Populações
Ecologia de Comunidades e Ecossistemas
Ecologia Evolutiva, Macroecologia e Biogeografia
Ecologia Humana, Manejo e Conservação da Biodiversidade

Mais informações  pelo e-mail ppgecologia@contato.ufsc.br

 

Tags: ecologiaPós em EcologiaPrograma de Pós-Graduação em EcologiaUFSCUniversidade Federal de Santa Catarina

Chumbo no chá? Pesquisa da UFSC identifica impacto da mineração em alimentos

01/09/2023 10:32

Áreas de mineração estão cobertas de produtos utilizados na alimentação (Foto: Graziela Blanco)

Plantas usadas como alimentos e chás podem estar contaminadas pelos chamados “elementos traço” em áreas da região carbonífera, no sul de Santa Catarina. A constatação foi divulgada em uma série de artigos e na tese da cientista Graziela Dias Blanco, do Programa de Pós-Graduação em Ecologia da Universidade Federal de Santa Catarina. O impacto das atividades de mineração, além dos prejuízos ao meio ambiente, também pode chegar à saúde. O estudo Soberania, segurança alimentar e ecotoxicidade de alimentos e plantas medicinais consumidos por comunidades locais em áreas de mineração foi orientado pela professora Natalia Hanazaki, com co-orientação da professora Mari Lucia Campos.

Pelo menos 65% dos habitantes da região mapeada pela pesquisa relataram coletar plantas para uso medicinal e alimentar diretamente de áreas contaminadas pela atividade mineradora. “As pessoas que vivem nas proximidades de áreas contaminadas pela mineração usam e consomem plantas destes ambientes e as pessoas sabem pouco sobre o potencial perigo dessa contaminação em seus alimentos e o risco desses contaminantes para sua saúde”, assinala, no estudo.

Graziela se interessou pelo assunto quando foi visitar a região de Criciúma, Lauro Muller e Siderópolis em busca de dados para uma pesquisa sobre plantas medicinais. No entanto, ao chegar ao local, percebeu um mosaico de áreas impactadas pela atividade mineradora e mudou o objeto de investigação. “A gente vê, por exemplo, moradias na cidade de Criciúma muito próximas à área de mineração abandonada, sem avisos ou preocupação. É uma situação extremamente grave”, analisa.

Ela fez 195 entrevistas com moradores de 14 áreas próximas a minas abandonadas nos principais municípios da região carbonífera catarinense. “Perguntamos a cada entrevistado sobre o tempo que morava na região, sua percepção da qualidade do ambiente, quais espécies de plantas eram utilizadas e com que finalidade”, conta. Carqueja, goiabeira e erva-doce foram algumas das espécies citadas.

Nas entrevistas, ela também identificou que todos os homens e nenhuma das mulheres trabalhavam ou já haviam trabalhado em mineradoras. Em Santa Catarina, existe um plano de recuperação para essas áreas em razão de uma ação do Ministério Público Federal, que exigiu que as empresas e a União recuperassem as áreas degradadas pela mineração, áreas com depósitos de rejeitos e minas abandonadas. Os recursos hídricos das bacias dos rios Araranguá, Urussanga e Tubarão também foram indicados como foco da ação.
(mais…)

Tags: alimentaçãocarvãoecologiamineraçãoPrograma de Pós-Graduação em Ecologiasegurança alimentar

Veleiro ECO encontra vida em formação em meio à alta quantidade de plástico no Rio Itajaí

04/04/2023 08:30

Equipe coletou entre entre 200 e 250 amostras ao longo da expedição

A verificação de um ambiente cheio de vida, repleto de seres microscópicos, de filhotes de peixes e outros animais, contrasta com a alarmante concentração de microplásticos encontrada no Rio Itajaí-Açu. A observação está entre os resultados preliminares da primeira expedição de pesquisa da equipe da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) a bordo do Veleiro ECO no âmbito do Projeto AtlantECO. O grupo, que passou nove dias embarcado, coletou entre 200 e 250 amostras ao longo do rio, foz e zona costeira. 

O Itajaí-Açu foi escolhido pelo seu papel ecológico e por ser o principal sistema fluvial da maior bacia hidrográfica de Santa Catarina, a Bacia Hidrográfica de Itajaí. Além disso, ele sofre fortes pressões antrópicas decorrentes de atividades ligadas ao desenvolvimento econômico, como o turismo, os agroquímicos das lavouras de arroz e as atividades portuárias, e, ainda, ao alto contingente populacional de seu entorno.

O estuário do rio também despertou o interesse dos pesquisadores. “Por serem locais de mistura de água doce dos rios rica em nutrientes com a água salgada do mar, os estuários são um dos ambientes mais produtivos do mundo. Essas zonas de transição entre os rios e os mares abrigam diversas formas de vida, sejam elas estritamente de água doce ou salgada, ou aquelas adaptadas aos dois modos de vida. Além disso, os estuários são espaços de investigação dos poluentes químicos e plásticos vindos do continente e escoados na zona costeira”, explica Érica Caroline Becker, pesquisadora do Programa de Pós-Graduação em Ecologia (PPGECO) envolvida na expedição. 
(mais…)

Tags: AtlantECODécada dos OceanosPrograma de Pós-Graduação em EcologiaUFSCUniversidade Federal de Santa CatarinaVeleiro ECO

Exposição reúne fotografias do Parque Municipal do Córrego Grande

14/03/2023 16:56

Estudantes da disciplina Fotografia na Pesquisa e Divulgação Científica, do Programa de Pós-Graduação em Ecologia (PPGECO) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), realizam uma exposição de seus trabalhos no hall do auditório do Centro de Ciências Biológicas (CCB), no Campus Universitário Trindade, em Florianópolis. Até 30 de abril, a mostra reúne fotos tiradas no Parque Municipal do Córrego Grande.

As imagens retratam aspectos da paisagem, fauna e flora, bem como testes com técnicas fotográficas aprendidas em sala de aula. A exposição conta com 20 imagens ampliadas no formato 20×30 cm, fixadas em placas de foam (75×50 cm), que ficam suspensas no hall para os visitantes poderem circular entre elas. A disciplina foi ministrada pelo professor Áthila Bertoncini no segundo semestre do 2022.  

 

Tags: CCBCentro de Ciências Biológicas (CCB)exposição fotográficaParque Municipal do Córrego GrandePrograma de Pós-Graduação em EcologiaUFSCUniversidade Federal de Santa Catarina

Inscrições abertas para seleção de mestrado e doutorado em Ecologia

25/10/2022 09:24

O Programa de Pós-Graduação em Ecologia da Universidade Federal de Santa Catarina está com processo seletivo aberto para mestrado e doutorado, com início no primeiro semestre de 2023. Os interessados podem se inscrever gratuitamente até o dia 18 de novembro neste link.  Serão ofertadas 15 vagas para mestrado e 10 para o doutorado.

Dentre as vagas, 50% estão reservadas para inscritos contemplados por ações afirmativas de diversas categorias como: vulnerabilidade econômica, pretos, indígenas, quilombolas, pessoas trans, pessoas com deficiência e refugiados. Para conferir a quantidade por divisão, basta conferir o Edital Nº 03/2022/PPGECO – Seleção para Mestrado e Doutorado.

As etapas do processo seletivo serão divididas em uma prova escrita, análise do Curriculum Vitae, avaliação do projeto de pesquisa e de arguição pela comissão examinadora. O resultado final será divulgado até 19 de dezembro. Para mais informações, acesse a página do Programa de Pós-Graduação em Ecologia ou contate a Secretaria Integrada de Pós-Graduação.

O programa tem como objetivo contribuir com atitudes, conceitos, técnicas e metodologias para desenvolver pesquisas e subsidiar debates que, incorporados à qualificação profissional, procurem responder aos desafios atuais na área ambiental. O objetivo é oferecer uma formação sólida aos acadêmicos, qualificando-os para a docência em nível superior, à pesquisa e como profissional especializado em Ecologia, colaborando também com políticas públicas e/ou com produtos que favoreçam o manejo ou conservação de sistemas ecológicos. O programa preocupa-se com a sustentabilidade ambiental e inclusão social em todas as suas atividades.

Tags: mestrado e doutoradoprocesso seletivoPrograma de Pós-Graduação em Ecologia

Estudo da UFSC avalia impactos negativos provocados por amendoeiras sobre vegetação de restinga

11/07/2022 09:44

Amendoeira na Praia da Daniela

Em recente estudo realizado em áreas de restinga no sul do Brasil, pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina mostraram que a árvore invasora Terminalia catappa – a amendoeira –  pode alterar as condições do ambiente de tal forma que algumas plantas nativas deixam de ocorrer onde ela está presente, o que também altera associações entre plantas nativas. À medida que o tempo passa e que mais árvores de amendoeira crescem e ficam com as copas mais amplas, a tendência é que a vegetação nativa da restinga, dominada por plantas de baixo porte e que precisam de luz, seja substituída por árvores e trepadeiras que toleram sombra.

O artigo, intitulado Efeitos diretos e indiretos de uma árvore exótica invasora em comunidades vegetais costeiras, foi liderado por Brisa Marciniak de Souza, Leonardo Leite Ferraz de Campos e Lucas Peixoto Machado, pós graduandos do Programa de pós-graduação em Ecologia. O trabalho foi desenvolvido em uma parceria entre o Laboratório de Ecologia de Invasões Biológicas, Manejo e Conservação (Leimac) e o Group for Interdisciplinary Environmental Studies, ambos da UFSC.

Segundo o estudo, a completa mudança na alteração da vegetação pode comprometer a resiliência desses ecossistemas e o papel que exerce frente a eventos climáticos extremos. A vegetação rasteira existente nas dunas que ficam próximas à praia são uma barreira de proteção importante, responsáveis por proteger casas e outras estruturas existentes em regiões costeiras. “Se essas plantas rasteiras são substituídas por árvores invasoras e outras plantas de maior porte, podemos estar perdendo justamente a vegetação que garante proteção contra erosão no caso de ressacas e marés altas atípicas, eventos que têm sido caso vez mais frequentes”, explica a professora Michele de Sá Dechoum, uma das autoras do estudo.

Com muitos nomes populares no Brasil, que variam entre amendoeira, castanheira, chapéu-de-sol, sete-copas, dentre outros, a Terminalia cattapa é uma árvore nativa da região costeiras na Malásia. Registros históricos contam que a espécie foi introduzida acidentalmente no Brasil, mas, posteriormente, novas introduções intencionais ocorreram para uso da árvore para sombra e para uso ornamental. Atualmente a espécie invade áreas de restinga, manguezal e outros ecossistemas costeiros ao longo de toda a costa brasileira.

No estudo, os pesquisadores compararam áreas sob a copa de indivíduos adultos de amendoeira com áreas onde a amendoeira não está presente. Tanto as plantas nativas quanto condições ambientais locais foram avaliadas em cada uma das áreas. O estudo foi realizado em uma área de restinga localizada na Estação Ecológica de Carijós, unidade de conservação localizada na porção noroeste de Florianópolis.

“A situação é bastante preocupante, considerando um estudo preliminar realizado pelo Leimac que mostrou que a amendoeira vai ser beneficiada com o aumento de temperatura, o que levará à intensificação dos efeitos da invasão biológica a longo prazo”, contextualiza a professora. Neste sentido, ações de eliminação de indivíduos da espécie são necessárias, especialmente em áreas destinadas à conservação. Destaca-se ainda a necessidade de informação pública sobre a problemática e a recomendação de substituição dessas árvores por plantas nativas da região.

Tags: Group for Interdisciplinary Environmental StudiesLaboratório de Ecologia de Invasões BiológicasLeimacPrograma de Pós-Graduação em Ecologia

Carreira de mulheres cientistas é tema de palestra on-line

09/06/2022 14:06

O Programa de Pós-Graduação em Ecologia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) promove, na próxima segunda-feira, 13 de junho, a palestra Por que perdemos mulheres cientistas ao longo da carreira acadêmica? Um chamado para ação, com a professora Eugenia Zandoná. O evento será transmitido pelo canal do Youtube PPGEcologia UFSC a partir das 16h, e terá a professora Michele Dechoum, do Departamento de Ecologia e Zoologia da UFSC, como mediadora das discussões. 

Eugenia Zandoná possui doutorado pela Drexel University (EUA, 2010) e graduação pela Universidade de Pádua (Itália, 2004). Atualmente é professora associada do Departamento de Ecologia e coordenadora adjunta do Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Evolução da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). Sua área de pesquisa envolve ecologia de ecossistemas, de comunidades e evolutiva em ambientes de água doce. Também é membro do movimento Parent in Science e mãe de duas filhas.

Tags: liveMulheres na CiênciaPrograma de Pós-Graduação em EcologiaUFSCUniversidade Federal de Santa Catarina

Pós-graduação em Ecologia abre processo seletivo para doutorado

25/05/2022 17:11

O Programa de Pós-Graduação em Ecologia lançou nesta quarta-feira, 25 de maio, o processo seletivo para doutorado, com inscrições realizadas no formato online até o dia 27 de junho. Serão preenchidas até sete vagas, para início do curso em agosto de 2022. O processo seletivo prevê, além de prova escrita, análise de currículo e do projeto de pesquisa. O edital está disponível aqui. O resultado final será divulgado até 2 de agosto.

O programa tem como objetivo contribuir com atitudes, conceitos, técnicas e metodologias para desenvolver pesquisas e subsidiar debates que, incorporados à qualificação profissional, procurem responder aos desafios atuais na área ambiental. Além disso, oferece uma formação sólida aos acadêmicos, qualificando-os para a docência em nível superior, à pesquisa e, como profissional especializado em Ecologia, colaborando também com políticas públicas e/ou com produtos que favoreçam o manejo ou conservação de sistemas ecológicos. Mais informações em https://poseco.ufsc.br/.

 

Tags: doutoradoprocesso seletivo para doutoradoPrograma de Pós-Graduação em Ecologia

Pós-Graduação em Ecologia está com inscrições abertas para seleção de mestrado e doutorado

08/02/2022 18:34

O Programa de Pós-Graduação em Ecologia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) está com inscrições abertas para o processo de seleção e admissão de estudantes de mestrado e doutorado. São ofertadas até nove vagas para o nível de mestrado e quatro vagas para o doutorado, com ingresso no primeiro semestre letivo de 2022, previsto para 11 de abril. Os interessados podem se inscrever até 25 de fevereiro de 2022.

O edital, o link para inscrição e demais informações estão na página do Programa. Para esclarecimentos de dúvidas relacionadas ao processo seletivo, os candidatos deverão contatar a Secretaria Integrada de Pós-Graduação (SIPG) do Centro de Ciências Biológicas da UFSC, por meio do e-mail ppgecologia@contato.ufsc.br.

Tags: Programa de Pós-Graduação em EcologiaUFSCUniversidade Federal de Santa Catarina

UFSC na mídia: Pesquisa aponta que diversidade de algas calcárias no Brasil é maior que o esperado

07/02/2022 16:11

Atol das Rocas, no Rio Grande do Norte. Foto: Marina Sissini

Estudos desenvolvidos por pesquisadores brasileiros propuseram um novo número de espécies de algas calcárias vermelhas encontradas na costa do país, importantes formadoras de recifes que servem de abrigo para inúmeras espécies marinhas. Os trabalhos foram publicados nas revistas Coral Reefs e European Journal of Phycology.

De acordo com notícia publicada pela Agência Fapesp nesta segunda-feira, 7 de fevereiro, o sequenciamento genético de exemplares coletados ao longo do litoral e das ilhas oceânicas brasileiras apontou que pelo menos 79 espécies ocorrem no Brasil. O trabalho possibilitou ainda mapear a distribuição dessas algas e apontar regiões com maior importância para conservação. O grupo também descreveu sete novas espécies e um novo gênero, cujos nomes homenageiam povos originários de cada região em que as algas foram encontradas.

“Essas algas são as maiores formadoras de recifes do Atlântico Sudoeste. O único atol do Brasil, o das Rocas [no Rio Grande do Norte], por exemplo, é majoritariamente construído por elas, diferentemente de outros que são formados por corais”, conta Marina Nasri Sissini, primeira autora do artigo publicado na Coral Reefs. Ela realizou os trabalhos como parte de seu doutorado no Programa de Pós-Graduação em Ecologia na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

> Leia a íntegra da notícia no site da Fapesp.

Tags: FapespPrograma de Pós-Graduação em EcologiaUFSCUFSC na mídiaUniversidade Federal de Santa Catarina

UFSC realiza eventos sobre ameaças e desafios para sustentabilidade em florestas marinhas

09/09/2021 09:22

A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) promove, entre os dias 13 e 15 de setembro, a segunda edição do Floripa Eco-School em Sustentabilidade (2nd Floripa Spring Eco-School in Sustainability) e a 4ª Escola da Primavera Austral de Fortaleza (4th Fortaleza’s Austral Spring School). Organizados em conjunto com a Universidade Federal do Ceará (UFC) e a Universidade de Salento (Itália), e em cooperação com a Universidade do Algarve (Portugal), os eventos deste ano terão como tema Florestas marinhas: ameaças e desafios para a sustentabilidade (Marine forests sustainability drivers and threats).

Serão realizados de forma simultânea, de modo remoto, com transmissão aberta pelo canal do YouTube do programa parceiro Ecoando Sustentabilidade. Na UFSC, a ação está relacionada ao programa CAPES-PrInt e a organização está a cargo dos Programas de Pós-Graduação em Ecologia e Oceanografia. Já na UFC, por conta do Instituto de Ciências do Mar (Labomar) e do Programa de Pós-Graduação em Ciências Marinhas Tropicais (PPGCMT).

Floresta de algas chamadas de rodolitos da Reserva Marinha do Arvoredo. Foto: Carlina Muller, Divulgação

As inscrições são gratuitas e podem ser feitas on-line (clique aqui). A organização esclarece que, para os que desejarem certificado de participação, é preciso se inscrever e acessar o canal através da plataforma oficial. Cabe ressaltar que o inglês é o idioma oficial de toda a programação.

“Considerando o momento atual de desafios impostos pelos retrocessos legislativos na área ambiental, e daqueles representados pelo avanço das mudanças no clima, da poluição e sobrepesca em nosso litoral, o evento trará informações chaves e oportunidades para pesquisadores, estudantes e sociedade em geral. Poderemos construir redes e fortalecer as relações interinstitucionais para viabilizarmos as alternativas para uma Década do Oceano vitoriosa e para o devido atendimento dos objetivos para o desenvolvimento sustentável (ODSs)”, traz o texto de apresentação das iniciativas.

O evento contará com a participação do professor visitante na UFSC Sergio Rossi, da Universidade de Salento. O docente esteve e estará atuando em pesquisas no litoral brasileiro reforçando as equipes dos Programas de Pós-Graduação de instituição, do Programa Ecoando Sustentabilidade e do Veleiro ECO.

Mais informações pelo e-mail fspringschool2021@gmail.com.

Tags: Ecoando Sustentabilidadeflorestas marinhasPrograma de Pós-Graduação em EcologiaPrograma de Pós-Graduação em OceanografiaUFSCUniversidade Federal de Santa Catarina

Artigo de pesquisadores da UFSC aborda uma antiga interação entre humanos e plantas comestíveis

10/06/2021 15:13

Foto: Carolina Levis

Em artigo publicado na revista Science nesta quinta-feira, 10 de junho, os pós-doutorandos do Programa de Pós-Graduação em Ecologia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) Bernardo Flores e Carolina Levis descreveram uma antiga interação entre povos indígenas e plantas comestíveis em florestas tropicais. Por um lado, as comunidades locais se beneficiam dos alimentos encontrados nesses ambientes e, por outro, ajudam a aumentar a abundância das plantas que os fornecem. Essa relação é bastante antiga e tem o potencial de ajudar a aumentar a segurança alimentar nos trópicos.

Há pelo menos 12 mil anos, as florestas tropicais têm sido o lar de pessoas que domesticaram paisagens e populações de plantas. Vastas extensões de floresta ficaram repletas de frutas, castanhas e raízes a partir dessa interação com as populações humanas. A castanha-do-pará, por exemplo, é cultivada por indígenas há milênios e hoje é uma espécie dominante na bacia amazônica. Algo semelhante aconteceu com o pinhão: o cultivo por povos originários ampliou a distribuição da araucária pela Mata Atlântica.

Foto: Edilson Villegas Ramos/ISA

Os pesquisadores apontam, contudo, que, sem a presença de povos locais, as espécies comestíveis se tornam menos competitivas e podem desaparecer com o tempo. Monoculturas industriais, pastagens, mineração, entre outras atividades, destroem o ecossistema e também o antigo conhecimento indígena e local. Como resultado, as florestas tropicais estão perdendo suas identidades biológicas e culturais. Para que esses ecossistemas continuem ricos em recursos alimentares, portanto, povos indígenas e comunidades locais precisam continuar gerenciando a paisagem, salientam os cientistas.

O artigo destaca, ainda, que, em todo o mundo, mais de um bilhão de pessoas dependem dos recursos florestais para nutrição e saúde, especialmente nas regiões tropicais em desenvolvimento. O feedback positivo entre os povos locais e a disponibilidade de alimentos revela a possibilidade de conservar as florestas tropicais e, ao mesmo tempo, aumentar a segurança e a soberania alimentar. Essa é uma oportunidade para desenvolver sistemas sustentáveis ​​de produção de alimentos, protegendo os ecossistemas florestais e promovendo a justiça socioambiental, ressaltam os pós-doutorandos.

Leia o artigo na íntegra.

Tags: alimentaçãoecologiaindígenasPrograma de Pós-Graduação em EcologiaUFSCUniversidade Federal de Santa Catarina

Estudo revela que savanas nativas se expandem no coração da Amazônia após incêndios florestais 

05/03/2021 16:48

Incêndios têm provocado alterações na abundância de espécies de árvores e na composição do solo. Foto: Katie Maehler/Mídia Ninja [CC-BY-NC]

Florestas no coração da Amazônia já estão sendo substituídas por savanas nativas devido a incêndios florestais recorrentes, revela um estudo publicado na última quarta-feira, 3 de março, na revista científica internacional Ecosystems. A partir de imagens de satélites dos últimos 40 anos e de pesquisas de campo, os cientistas constataram uma série de mudanças na composição do solo e na distribuição de espécies de árvores. O trabalho foi conduzido por Bernardo M. Flores, pós-doutorando do Programa de Pós-Graduação em Ecologia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), e Milena Holmgren, professora da Universidade Wageningen, na Holanda.

Os autores destacam que, por muito tempo, as partes periféricas da Floresta Amazônica foram consideradas as mais vulneráveis, à medida que as atividades humanas avançavam ao longo do Arco do Desmatamento – região que vai de leste e sul do Pará em direção oeste, passando por Mato Grosso, Rondônia e Acre. O artigo divulgado nesta semana, contudo, refere-se a uma paisagem de ecossistemas inundáveis no médio Rio Negro, uma região remota, longe da fronteira agrícola, na qual manchas de savana de areia branca ocorrem espalhadas em meio a áreas bem preservadas.

Os pesquisadores mapearam, por meio de imagens de satélite, quatro décadas de incêndios florestais e coletaram informações detalhadas em campo, visando avaliar alterações na abundância de espécies de árvores e nas propriedades do solo em florestas queimadas em diferentes momentos do passado. Eles salientam que os incêndios florestais mataram praticamente todas as árvores, permitindo que a camada superficial do solo, rica em argila, sofresse erosão com as inundações anuais e se tornasse gradualmente arenosa. Além disso, os tipos de árvores mudaram à medida que as espécies típicas das savanas de areia branca se tornaram cada vez mais dominantes nas florestas queimadas, junto com as plantas herbáceas nativas.
(mais…)

Tags: AmazôniaecologiaIncêndioPrograma de Pós-Graduação em EcologiaUFSCUniversidade Federal de Santa Catarina

Peixes briguentos e donzelas invocadas: estudo descreve disputas territoriais em recifes de corais

10/06/2020 10:42

Peixe da espécie Stegastes rocasensis, da família dos donzelinhas – Foto: Sergio Ricardo Floeter

Em meio a corais arborescentes, coloridas esponjas tubulares e delicados tufos de algas, há pequenos peixes em disputas violentas, repletas de ataques e perseguições. Esses comportamentos agressivos, chamados de agonísticos, podem representar a competição por recursos, como alimento ou espaço. Um grupo de cientistas brasileiros identificou que, dentre todas as famílias de peixinhos que habitam os recifes, uma em particular chama a atenção por seu comportamento invocado: os donzelinhas, pertencentes à família Pomacentridae. A frequência com que eles interagem agressivamente entre si ou com outras espécies é a mesma, independente do recife analisado e da biodiversidade local. O estudo, publicado na terça-feira, 9 de junho, na revista científica internacional Ecography, originou-se da pesquisa de mestrado de Luisa Fontoura, conduzida no Programa de Pós-Graduação em Ecologia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Utilizando câmeras GoPro, os pesquisadores investigaram o comportamento de peixes em recifes distribuídos ao longo de 34 mil quilômetros, desde Bali, no Oceano Pacífico, até Atol das Rocas, no nordeste brasileiro. Os equipamentos foram instalados em sete pontos, e captaram mais de 87 horas de filmagens. As interações de disputa entre os peixes foram analisadas a partir de 350 vídeos de 10 minutos cada. 
(mais…)

Tags: Departamento de Ecologia e ZoologiaecologiaLaboratório de Biogeografia e Macroecologia MarinhaPrograma de Pós-Graduação em EcologiaUFSCUniversidade Federal de Santa Catarina

Estudo demonstra importância do manejo com fogo nos campos de altitude

31/01/2020 11:07

Campo com manejo tradicional, com fogo e gado (à esquerda), e campo já substituído por arbustos dentro de área protegida (à direita) – Foto: Rafael Barbizan Sühs

A partir de entrevistas com moradores da região serrana do estado, um grupo de pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) demonstrou a importância de se manter os campos de altitude a partir do manejo tradicional, com uso de fogo e de gado. O estudo, divulgado no dia 21 de janeiro na revista científica Scientific Reports, constata que, após 30 anos sem esse tipo de manejo, os campos desaparecem por completo – o que tem implicações diretas na biodiversidade, nos ecossistemas e na cultura regional. A pesquisa fez parte da tese de doutorado de Rafael Barbizan Sühs, desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Ecologia da UFSC, e contou com a participação dos professores Eduardo Giehl e Nivaldo Peroni, ambos do Departamento de Ecologia e Zoologia.

O estudo foi desenvolvido entre 2016 e 2018, no Parque Nacional de São Joaquim e arredores, principalmente nos municípios de Urubici e Bom Jardim da Serra. As entrevistas com antigos e atuais proprietários de terras foram combinadas a análises de imagens aéreas e de satélites. “Nosso trabalho objetivou compreender como os proprietários que possuem campos de altitude em suas propriedades fazem o manejo desses campos, há quanto tempo isso é feito e, dentre outras coisas, a opinião desses proprietários sobre o futuro dos campos”, explica Sühs. Também foi avaliado como as paisagens se transformam com o passar do tempo em campos que ainda são manejados e em locais que foram convertidos em áreas protegidas, nos quais o fogo e o gado são proibidos. “Nossa hipótese foi de que as áreas de campo nativo convertidas em áreas com restrições de manejo tradicional sofrem uma rápida transformação, tornando-se arbustais (vegetação dominada por arbustos, também chamada de vassourais)”, complementa o pesquisador.
(mais…)

Tags: Departamento de Ecologia e ZoologiapesquisaPrograma de Pós-Graduação em EcologiaUFSCUniversidade Federal de Santa Catarina

Mesa-redonda aborda ‘Saúde Mental na Pós-Graduação’ na segunda-feira, 5 de novembro

22/10/2018 16:01

O corpo discente do Programa de Pós-Graduação em Ecologia (PPG-Eco/UFSC) promove mesa redonda abordando o tema “Saúde Mental na Pós-Graduação”. O evento acontece na segunda-feira, 5 de novembro, às 9h.
(mais…)

Tags: Auditório da Pós-Graduação do Centro de Ciências da Saúde (CCS/UFSC)Centro de Ciências da Saúde (CCS/USFC)Programa de Pós-Graduação em EcologiaSaúde Mental na Pós-GraduaçãoUFSC

Mata Atlântica é uma ‘floresta vazia’ após super-exploração, aponta estudo da UFSC

02/10/2018 13:51

A Mata Atlântica se tornou uma “floresta vazia” após cinco séculos de colonização europeia no Brasil, com eliminação de 44% dos mamíferos grandes e médios na estimativa mais conservadora – e 71% no pior cenário. É o que aponta um estudo desenvolvido por pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina e da University of East Anglia (da Inglaterra) e publicado na revista Plos One. Apesar da diminuição da Mata Atlântica ser um fato notório (hoje, a Mata Atlântica tem apenas 12% da área original), “até que ponto esse bioma perdeu sua fauna de mamíferos permanece pouco compreendido”, diz o artigo.

Para o estudo, foram compilados estudos com inventários de mamíferos de médio e grande porte entre 1983 e 2017. “Os números são estimativas com base em dados empíricos em muitos locais, por muitos anos. Então, acompanhando a literatura, alguns estudos em escalas regionais também mostram esses valores preocupantes”, explica Juliano Bogoni, um dos autores do artigo, que começou a escrever quando estava no doutorado do Programa de Pós-Graduação em Ecologia na UFSC – hoje ele faz estágio de pós-doutoramento na USP.
(mais…)

Tags: Mata AtlânticaPós em EcologiaPrograma de Pós-Graduação em EcologiaUFSCUniversidade Federal de Santa Catarina

Pesquisa investiga colonização da costa catarinense pelo peixe recifal invasor donzela-dos-Açores

19/07/2017 09:34

Uma pesquisa da UFSC investigou a colonização da costa catarinense pelo peixe recifal invasor donzela-dos-Açores (Chromis limbata) através de estudos populacionais e biologia molecular. O trabalho resultou na publicação do artigo The recent colonization of south Brazil by the Azores chromis Chromis limbata no Journal of Fish Biology

De acordo com Anderson Batista, primeiro autor do artigo e que já havia abordado o assunto na sua tese no Programa de Pós-Graduação em Ecologia da UFSC orientada por Sergio Floeter, a população brasileira de C. limbata aumentou significativamente ao longo dos últimos cinco anos. O donzela-dos-Açores é um pomacentrídeo nativo dos arquipélagos da Macaronésia (Açores, Madeira e Canárias), e da costa ocidental da África, entre o Senegal e Angola. Durante os verões austrais de 2008 e 2009, a espécie foi registrada pela primeira vez no Atlântico Sul Ocidental, na Ilha do Campeche e Ilha do Xavier, em Florianópolis, estado de Santa Catarina, Brasil.

Análises moleculares confirmaram a identidade da espécie, revelando ainda conectividade haplotípica entre os locais de estudo brasileiros – ou seja, revelando relações de parentesco, ao contrário do que ocorre com amostras dos Açores. Elas também mostraram baixa diversidade genética no Brasil quando comparada com as populações nativas originais.
(mais…)

Tags: C. multilineataChromis limbatadonzela-dos-AçoresecologiapomacentrídeoPós em EcologiaPrograma de Pós-Graduação em EcologiaUFSCUniversidade Federal de Santa Catarina

Curso de Inverno em Ecologia recebe inscrições até 20 de junho

05/06/2017 15:22

O VII Curso de Inverno em Ecologia está com inscrições abertas até 20 de junho. O curso, que é promovido pelo Programa de Pós-Graduação em Ecologia (PPGEco/UFSC), ocorre de 26 a 28 de julho. As inscrições são gratuitas e devem ser feitas pelo formulário online. Os resultados serão divulgados pelo site e por e-mail, até o dia 25 de junho. Os participantes receberão certificado com carga horária de 21 horas.

O conteúdo do curso inclui Ecologia de Populações, Ecologia de Comunidades, Ecologia de Sistemas, e Etnoecologia. Confira algumas das palestras que estão confirmadas:

Mudanças climáticas e o ambiente bentônico marinho” – doutoranda Alessandra Carneiro.

Estruturação de comunidades: da teoria à prática” – doutorando Ricardo Freitas.

Interação positivas” – doutorando Rafael Barbizan.

Nicho: cada qual com o seu? Aplicando a teoria de nicho para estudar os indivíduos” – doutorando Vitor Carvalho-Rocha.

Dinâmica de metapopulações: quando uma população é uma metapopulação?” – mestrando Leonardo Campos e doutorando Mario Tagliari.

Introdução às análises de padrões de diversidade“, – mestrando Rodrigo Garcés.

Metacomunidades” – mestranda Mariah Wuerges.

Aspectos ecológicos da invasão biológica” – mestranda Brisa Marciniak.

Ecologia de paisagem” – pós-doutorando Thiago Silveira.

Filogenias e funções no estudo de comunidades” – pós-doutorando Eduardo Luis Giehl.

Conceitos básicos de dinâmica de populações” – o pós-doutorando Maurício Cantor.

Mais informações no site do curso e pelo Facebook.
Tags: curso de invernoecologiainscriçõesPPGEcoPrograma de Pós-Graduação em EcologiaUFSCVII Curso de Inverno em Ecologia

Palestra da pós-graduação em ecologia ocorre nesta segunda

27/10/2016 15:00

O programa de pós-graduação em Ecologia (Poseco/UFSC) promove, nesta segunda-feira, 31 de outubro, a palestra “Invasion biology and management: progress, problems and polemics”. O evento ocorre no auditório da reitorina, às 16h. O professor convidado é Daniel Simberloff, da Universidade de Tennessee (EUA). A palestra, que será ministrada em inglês, é aberta a todos os interessados.

A área de pesquisa do professor está focada em invasões biológicas, estrutura e composição de comunidades e estrutura morfológica de comunidades. Daniel já publicou mais de 500 trabalhos.

Mais informações no site da Poseco, pelo e-mail  ou pelo telefone (48) 3721-2713.Cartaz Seminario II  2016 Simberloff 31 out

Tags: ecologiapalestraPrograma de Pós-Graduação em EcologiaUFSCUniversidade de Tennessee
  • Página 1 de 2
  • 1
  • 2