Em parceria com o Ministério da Saúde, UFSC realiza curso de acupuntura para médicos

16/02/2024 16:30

A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) organiza o curso Acupuntura para Médicos da Assistência Básica (AMAB). O evento começa neste sábado, 17 de fevereiro, e vai até terça-feira, das 7h30 às 18h30, no Centro de Cultura e Eventos Reitor Luiz Carlos Cancellier de Olivo, no Campus de Florianópolis.

O curso é semipresencial, dividido em duas etapas. A primeira, de forma remota, teve 160 horas de duração. Nesta segunda etapa, presencial, o foco será a parte prática e a aplicação das técnicas de acupuntura. O público-alvo são médicos da Assistência Básica, em sua maior parte voltados para a Estratégia da Saúde de Família e Comunidade. Ao todo, o evento terá 100 participantes. Segundo o coordenador de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde da UFSC, Lúcio Botelho, a iniciativa “entrega uma contribuição muito grande para uma saúde pública mais humanizada”.
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Estudo da UFSC indica que acupuntura pode atenuar males da fibromialgia

12/09/2023 09:46

Imagem de StockSnap por Pixabay

Uma doença de difícil tratamento, que atinge mulheres e, muitas vezes, as relega ao abandono familiar e à incapacitação para o trabalho. A fibromialgia atinge por volta de 3% da população brasileira, a maioria delas do sexo feminino, entre 30 e 50 anos de idade, e é objeto de uma investigação realizada na Universidade Federal de Santa Catarina que pode resultar em novas possibilidades de tratamento para pacientes.

A execução do estudo foi do pesquisador Marcos Lisboa Neves, sob a supervisão da professora Morgana Duarte da Silva, coordenadora do Laboratório de Neurobiologia da Dor e da Inflamação (Landi), que investiga estratégias terapêuticas para as diversas doenças que envolvem dor e inflamação.

Neves, que é fisioterapeuta, investiga os efeitos da estimulação do ramo auricular. De acordo com essa linha de estudos, a acupuntura é uma boa ferramenta terapêutica para o tratamento de pacientes com dor. No caso do nervo vago, estimulado para combater os males da fibromialgia, já existem evidências crescentes também no tratamento de outras condições como epilepsia, depressão e dor.

Em junho, o pesquisador defendeu sua tese com um estudo translacional – que busca minimizar o gap entre a produção do conhecimento nas instituições científicas e a aplicação prática, orientado também pela professora Morgana, no Programa de Pós-Graduação em Neurociências da UFSC. Ele pesquisou a acupuntura e a fibromialgia a partir de uma análise em roedores.

“As avaliações comportamentais se relacionavam prioritariamente à dor e secundariamente à depressão, ansiedade, sono, catastrofização, funcionalidade, qualidade de vida e variabilidade da frequência cardíaca. Como resultados, embora ainda não tão expressivos, já mostram um potencial do tratamento e sinalizam a viabilidade de realizar estudos maiores e assim com maior poder estatísticos, principalmente porque o estudo piloto demonstrou uma significativa redução na gravidade dos sintomas das pacientes”, comenta.

Ele explica que a fibromialgia é uma condição crônica caracterizada por dores articulares e musculares generalizadas, acompanhada de fadiga, alterações cognitivas, do humor e do sono. Como a causa ainda não é definida, algumas evidências recaem sobre alterações do sistema nervoso central, o que leva ao quadro disfuncional de percepção exacerbada de dor e dos demais sintomas, que influenciam também na saúde mental das pacientes.

Neves explica que o nervo vago é uma importante via de comunicação do corpo com sistema nervoso central, por isso os tratamentos com a estimulação indicam resultados promissores. No Brasil, a acupuntura é oferecida gratuitamente pelo SUS, como parte da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares. “São mais de 15 mil profissionais com capacitação para atuarem com essa prática, um recurso que facilita o acesso das pacientes em tratamento”, complementa.

“Fui muito beneficiada”

O objetivo do estudo conduzido na UFSC foi avaliar a eficácia da acupuntura sobre ramo auricular do nervo vago na redução da intensidade da dor e da gravidade dos sintomas gerais relacionados com a fibromialgia. As 50 mulheres diagnosticadas com fibromialgia foram divididas aleatoriamente em três grupos. Um recebeu uma intervenção por acupuntura auricular sobre o ramo auricular do nervo vago esquerdo (orelha esquerda); um segundo grupo recebeu a mesma intervenção, porém, na aurícula direita; e um terceiro grupo recebeu acupuntura simulada na aurícula esquerda.

As avaliações comportamentais se relacionavam prioritariamente à dor e secundariamente à depressão, ansiedade, sono, catastrofização, funcionalidade, qualidade de vida e variabilidade da frequência cardíaca. Como resultados, na comparação entre os três grupos, não houve diferença significativa na redução da dor, mas a acupuntura na orelha esquerda reduziu significativamente a gravidade dos sintomas gerais de mulheres com fibromialgia.“Os achados fornecem dados para viabilizar novos estudos clínicos randomizados controlados com maior população amostral, para melhorar as evidências para o uso da acupuntura auricular sobre o nervo vago”, assegura Neves.

Uma das pacientes avaliadas, Carolina* conta que descobriu há pouco tempo sofrer de fibromialgia. As dores generalizadas impediam a sua rotina e a deixavam desanimada. “Eu não aguentava mais tomar medicação sem sucesso. Fiquei sem esperança de ter melhora”, relembra. As quatro sessões realizadas no estudo da UFSC, entretanto, tiveram um impacto positivo nas suas condições de vida.

A paciente conta que fisioterapia, medicação e infiltração eram algumas das estratégias utilizadas por ela no tratamento. “A pesquisa causou uma melhora na dor, passei a procurar ajuda psicológica e auxílio para emagrecer, o que começou a melhorar meu quadro de forma geral. O estudo foi o passo inicial para uma melhora considerável no meu quadro clínico”, conta.

Carolina também relata sua confiança na ciência e nos tratamentos integrativos. “Tratamentos integrativos demonstram a melhora considerável no meu caso. Acredito que com estudos mais profundos, um tratamento específico pode auxiliar na eficiência para tratar a dor constante. Acredito muito na ciência e fui muito beneficiada em participar deste estudo”, sintetiza.

Nervo vago tem papel central no estudo

Imagem de Mohamed Hassan por Pixabay

No doutorado, Neves realizou um estudo com roedores com uma condição similar à fibromialgia, em que o animal demonstra um comportamento de dor generalizada, além de um comportamento tipo depressivo. “A gente faz o tratamento primeiro no animal, que foi a nossa primeira fase de trabalho. Só depois partimos para o estudo piloto com pacientes humanos”.

Com os resultados positivos, o Landi passou a recrutar pacientes para a nova fase da pesquisa. “Nosso estudo tem esse viés de integração com a sociedade, porque esse é o momento em que a gente aproxima a sociedade da Universidade – o momento em que a gente começa a recrutar pessoas da sociedade que tem essa doença cujo tratamento é ainda bastante limitado”.

As limitações, conforme explica o cientista, ocorrem muitas vezes pela condução inadequada do tratamento, já que nem sempre um profissional tem a expertise de tratar uma condição tão complexa. Muitas vezes, o próprio paciente também não consegue aderir bem o tratamento.

“Houve bastante procura pelo estudo, a sociedade aderiu”, conta. As pacientes selecionadas passaram por quatro sessões, todas realizadas no espaço clínico situado em um dos prédios do Centro de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Santa Catarina. Elas passaram por um rigoroso acompanhamento, do início ao fim do processo, e receberam as devolutivas em uma apresentação em que também puderam se conhecer.

Neves aplicou a acupuntura nos ramos auriculares esquerdo e direito das pacientes. Ele explica que a técnica é uma leitura filosófica de estimular pontos que são virtuais no corpo, mas que, hoje, a neurociência reconhece que esses pontos são locais com uma certa especificidade, pois estimulam nervos importantes.

O nervo vagal, objeto do estudo, segundo ele, é cheio de ramificações. “Tem ramificação para o sistema cardiorrespiratório, sistema gastrointestinal, cérebro e para partes que compõem o que a gente chama de sistema límbico, que está relacionado com a nossa emocionalidade”, explica. Além disso, o nervo também atua como fonte de resposta das células do sistema imune.

A forma de verificar a resposta das mulheres ao tratamento, além de considerar o que elas próprias avaliavam sobre suas dores e estado físico e mental após as sessões, foi a leitura do comportamento cardíaco. Isso porque, conforme narra Neves, o nervo vago é importante para ativação do sistema parassimpático, que está relacionado com a recuperação do organismo, enquanto o sistema nervoso simpático serviria para nos deixar em alerta para desempenhar atividades

Um organismo saudável, de acordo com ele, possui uma alta variabilidade de frequência cardíaca porque é capaz de modular a atuação dos dois sistemas. Já o de pessoas com doenças crônicas apresenta uma baixa variabilidade da frequência. No estudo, foi possível verificar a variação, o que indica possibilidades promissoras. “É possível atuar estimulando a regulação do sistema nervoso por esse caminho”, diz Neves.

No final da pesquisa, e após a análise dos dados, as voluntárias foram convidadas para uma palestra de apresentação dos resultados e das principais diretrizes clínicas para o manejo da fibromialgia. Este evento foi realizado na UFSC e contou com a presença de familiares, que tiraram suas dúvidas sobre a doença, sobre os tratamentos disponibilizados, falaram sobre seus problemas e sobre os benefícios da terapêutica proposta.

*Nome substituído para preservar a identidade da paciente

Amanda Miranda/Jornalista da Agecom/UFSC

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Pesquisa da UFSC recruta pacientes com sintomas prolongados da Covid-19 para tratamento gratuito de acupuntura

27/03/2023 15:44

Uma pesquisa do Departamento de Ciências Fisiológicas do Centro de Ciências Biológicas da UFSC (CFS/CCB) vem utilizando a acupuntura para tratar pacientes com sintomas prolongados ou que não tenham se recuperado totalmente da Covid-19. O tratamento é feito por meio da ativação de um nervo específico, o nervo vago.

“Vários estudos demonstram que a ativação do nervo vago, por meio da acupuntura, promove efeito anti-inflamatório e auxilia na prevenção e tratamento de várias doenças crônicas. Imaginamos que as pessoas com sintomas persistentes pós-Covid estejam justamente com desequilíbrios no seu sistema imunológico, e esse tratamento pode ajudá-los a balancear essas deficiências”, explica o professor e pesquisador do Departamento de Ciências Fisiológicas Guilherme Speretta.

A pesquisa está com inscrições abertas para novos pacientes que sofram de sintomas persistentes pós-Covid, como o cansaço, dor no peito, dificuldade respiratória, falta de memória e atenção. Interessados em participar dos estudos e receber atendimento gratuito de acupuntura na UFSC podem entrar em contato pelo WhatsApp – (48) 98808 – 4968.

Podem participar adultos de 18 a 60 anos, que tiveram Covid-19 há no máximo 12 meses, que relatam sintomas persistentes, sem diagnóstico de doença crônica prévio à Covid-19.

 

Saiba mais:
Reportagem sobre a pesquisa 

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UFSC é referência no Brasil em estudo internacional de aplicativo para aliviar dores menstruais

09/11/2020 10:53

A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), através do Hospital Universitário Polydoro Ernani de São Thiago, é referência no Brasil de um estudo clínico multicêntrico que irá avaliar a efetividade do uso de um aplicativo de smartphone desenvolvido para auxiliar mulheres que enfrentam dores menstruais. O aplicativo chamado Luna foi criado por uma equipe de pesquisadores da Universidade Charité de Berlim, Alemanha, e agora terá seu uso avaliado em diferentes contextos culturais em um projeto que envolve instituições da Alemanha, Austrália, Brasil, Estados Unidos e Taiwan.

Pioneira na área de cuidados integrativos entre as universidades no Brasil, a UFSC conta com a retaguarda de um destacado grupo que evolve membros dos Departamentos de Saúde Pública, Clínica Médica, Hospital Universitário e profissionais do serviço de saúde do município de Florianópolis.

O pesquisador responsável pelo estudo no Brasil, Ari Ojeda Ocampo Moré, médico do HU-UFSC e supervisor da Residência Médica em Acupuntura do Hospital, comenta os potenciais da utilização do aplicativo. “Observamos na nossa prática clínica muitas mulheres com queixas de dores menstruais, com sintomas muitas vezes incapacitantes. Os resultados das pesquisas prévias com intervenções de autocuidado são bastante promissores e seria bem interessante conseguirmos verificar se o estímulo ao autocuidado também poderá ajudar as mulheres brasileiras”. As orientações de autocuidado contra as dores incluem a acupressão (massageamento de pontos de acupuntura), atividade física, yoga, compressas quentes, entre outras.
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Pesquisa da UFSC sobre acupuntura é premiada

18/08/2014 13:54

Estudo realizado pelo Laboratório de Neurobiologia da Dor e Inflamação (LANDI) da UFSC em parceria com a universidade foi premiado na Conferência internacional de pesquisas sobre acupuntura realizada na China, no final de maio deste ano. A pesquisa foi eleita a melhor na área da ciência básica e concorreu com outros 300 estudos e todo o mundo. O trabalho mostra que os pontos de aplicação de agulhas de acupuntura apresentam funções analgésicas específicas.
Assista à reportagem do Universidade Já – TV UFSC sobre o tema

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Doutorando da UFSC premiado pelo segundo ano consecutivo em conferência internacional de acupuntura na China

26/06/2014 15:55

O doutorando do Programa de Pós Graduação em Saúde Coletiva da UFSC, Ari Moré, participou do International Symposium on Acupuncture Research (Simpósio Internacional de Pesquisa em Acupuntura), realizado de 30 de maio a 01 de junho, em Pequim, China. Esta conferência reuniu os principais pesquisadores do mundo na área da acupuntura.

Ari foi convidado para participar como representante do Brasil no painel de discussão “Impacto da Pesquisa em Acupuntura nos Cuidados à Saúde no Século XXI.” Também participaram do painel representantes de outros países, com destaque nessa área, como Cláudia Witt, da Alemanha; Chris Zaslowski, da Austrália; Richard Hammerschlag, dos Estados Unidos; e Zhao Baixiao, da China. Cada representante apresentou a perspectiva da prática e pesquisa da acupuntura em seu país, abordou a forma como ela está inserida no sistema público de saúde e debateu prioridades de pesquisa para a área. O doutorando Ari Moré, em sua palestra, falou sobre os principais marcos da pesquisa em acupuntura no Brasil, seu uso no Sistema Único de Saúde (SUS) e explicou parte do seu projeto de doutorado, que aborda o impacto da inserção da acupuntura na atenção primária à saúde.
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Palestra sobre medicina alternativa e sistema de saúde nos EUA nesta segunda

07/10/2013 11:08

O professor Richard Hammerschlag, da Faculdade de Medicina Oriental de Oregon (Ocom), EUA, ministra palestra, nesta segunda-feira, dia 7, às 18h, no Auditório do Centro de Ciências da Saúde, sobre “Integração de Medicina Alternativa e Complementar (CAM) para o Sistema de Saúde dos EUA e do apoio de Pesquisa CAM pelo NIH”.  O evento, gratuito e aberto ao público, é organizado pelo Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva da UFSC.

O professor Hammerschlag é reitor emérito de pesquisa da Faculdade de Medicina Oriental do Oregon (Ocom), onde coordenou testes clínicos de acupuntura e ervas chinesas, e estudos das propriedades bioelétricas dos pontos de acupuntura. O pesquisador acredita que a medicina tradicional chinesa, a medicina milenar e a acupuntura têm muito a ensinar e a mostrar sobre como o corpo funciona.
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Pesquisa da UFSC é premiada em congresso de acupuntura

10/10/2011 16:47

Ari Moré, mestrando do Programa de Pós-Graduação em Neurociências da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), recebeu um prêmio no 16º Congresso do Colégio Médico Brasileiro de Acupuntura, realizado em Salvador em setembro deste ano. O mestrando é o primeiro autor do trabalho que foi feito com sete co-autores. O prêmio é fruto de uma parceria entre o Ambulatório de Acupuntura do Hospital Universitário (HU) e o Laboratório de Neurobiologia de Dor e Inflamação da universidade. O trabalho apresentado no congresso – “Efeito da Acupuntura no Modelo de Dor Pós-operatória” – é relacionado à neurobiologia na acupuntura. A metodologia utilizada foi a pesquisa translacional, modalidade que tem como objetivo unir o fluxo das informações entre prática clínica e experimentos laboratoriais.

Um dos destaques da pesquisa foi a influência do uso da cafeína no efeito analgésico da acupuntura. “Os nossos experimentos demonstraram que o uso de cafeína antes do tratamento pode bloquear a ação analgésica da Acupuntura. Como a cafeína é a substância psicoativa mais consumida em todo o mundo e encontrada em vários alimentos, há uma preocupação se devemos orientar nossos pacientes a não ingerir cafeína antes da sessão de acupuntura”, explica Ari Moré.

Com o prêmio, os alunos ganharam um aparelho de eletroacupuntura NKL 608, que será doado para o Laboratório de Neurobiologia da Dor e Inflamação da UFSC.

Mais informações pelo telefone (48) 3721-9352 ou pelos endereços www.landi.ufsc.br e http://cienciaecultura.bvs.br/scielo.php?pid=S0009-67252011000200014&script=sci_arttext.

Por Carolina Lisboa/Bolsista de Jornalismo na Agecom

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