“Tapete de algas” é alternativa barata e sustentável para tratamento das águas de Florianópolis

06/09/2023 18:24

Sistema purificador desenvolvido por pesquisadores da UFSC absorve efeitos da poluição, produz biomassa e contribui para a economia da região

Para ler a reportagem especial em formato multimídia, clique aqui.

O Algal Turf Scrubber funciona na Estação de Maricultura Elpídio Beltrame, na Barra da Lagoa. Foto: Rafaela Souza/NADC/UFSC

O tripé econômico de Florianópolis – pesca, maricultura e turismo – depende de um componente fundamental: água limpa. E a própria natureza ajuda a obter recursos hídricos de qualidade. Na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), pesquisadores vinculados ao Laboratório de Ficologia (Lafic), do Departamento de Botânica, desenvolvem sistemas purificadores que utilizam algas para a remoção de poluentes da água – são os tapetes algais biofiltrantes (Algal Turf Scrubber – ATS).

“É um absurdo que a gente não esteja investindo nelas”, afirma Leonardo Rörig, coordenador do projeto. Os ATS são um exemplo de “soluções baseadas na natureza”, alternativas sustentáveis, baratas e de baixo impacto ambiental. Países como Austrália, Estados Unidos, China e Índia aderiram ao sistema pela sua baixa pegada de carbono e emissão de gases de efeito estufa.
(mais…)

Tags: Algal Turf ScrubberbiomassaCCBCentro de Ciências BiológicasDepartamento de Botânicadesastre ambientalEstação de Maricultura Elpídio BeltrameLaboratório de FicologiaLaficLagoa da ConceiçãoLeonardo RörigmariculturaNúcleo de Apoio a Divulgação Científicapisciculturapoluiçãotapete de algasUFSCUniversidade Federal de Santa Catarina

Equipe de biólogos da UFSC constata que manchas no Norte da Ilha são algas inofensivas e não óleo

25/01/2013 13:51

Pesquisadores do Departamento de Botânica, do Centro de Ciências Biológicas da UFSC redigiram a nota a seguir para tranquilizar a população:

As manchas de coloração marrom e avermelhada visualizadas essa semana no norte da ilha, especialmente na Ponta das Canas e na Lagoinha foram coletadas e analisadas por pesquisadores do  Laboratório de Ficologia do Depto. de Botânica da UFSC. As coletas foram realizadas nesta sexta-feira, dia 25 de janeiro, por volta das 8h da manhã e imediatamente levadas ao laboratório e processadas. Trata-se de uma floração de uma microalga do grupo das cianofíceas (ou cianobactérias). É um fenômeno natural e recorrente na costa catarinense todos os anos nos meses de primavera e verão. Essas algas estão associadas às águas tropicais da Corrente do Brasil, que passa ao largo da costa brasileira. São algas que retiram o nitrogênio do ar (fixadoras de nitrogênio) e para isso têm mecanismos de flutuação para se posicionar na superfície da água. Quando se encontram na superfície são levadas pelo vento até a costa, onde podem morrer. Quando morrem liberam um pigmento vermelho (ficoeritrina) que dá a coloração chamativa ao fenômeno.

Não há perigo para banhistas em geral e para a maricultura, pois a espécie encontrada não é tóxica

Colônia de microalgas ao microscópio

(Trichodesmium hildebrandtii e/ou Trichodesmium erythraeum). O máximo que pode acontecer é alguma reação alérgica por parte de pessoas sensíveis a certas substâncias exaladas pelas algas. Entretanto, há uma espécie do grupo que pode ser tóxica (Trichodesmium thiebautii) e por isso os fenômenos devem ser monitorados e informados ao Laboratório de ficologia da UFSC. Essa espécie é raríssima e jamais foi encontrada em grandes concentrações em Santa Catarina, pelo menos desde que a UNIVALI e a UFSC começaram a monitorar o processo em 1994.

O Laboratório de Ficologia da UFSC (Depto. de Botânica – CCB) participa desses estudos em colaboração com a UNIVALI e a FURG (Rio Grande – RS) e com o conhecimento já adquirido pode-se classificar o fenômeno como natural, inofensivo e sazonal, típico de meses quentes. Informamos ainda que o fenômeno nada tem a ver com a catástrofe ocorrida no Ribeirão da Ilha, onde o askarel altamente tóxico vazou para os ecossistemas próximos a Subestação da CELESC.

 

Frascos com material coletado

A comunidade  pode  comunicar a constatação desses fenômenos e outros eventos estranhos nas águas costeiras para a equipe do  professor Leonardo Rörig através do telefone (48) 9605-7414 ou pelo emailleororig@gmail.com. Diante dos comunicados a equipe do laboratório pode deslocar-se até o local para fazer as coletas e análises necessárias. É muito importante que a comunidade fique de monitora desses fenômenos pois o litoral é muito grande e os pesquisadores têm dificuldade para monitorar diariamente todas as áreas.

Equipe que fez a análise:

Professor Leonardo Rörig – Laboratório de Ficologia – CCB – UFSC – Programa de Pós-Graduação em Biologia de Fungos, Algas e Plantas – leororig@gmail.com 

 Biólogos: Leandro Reis, Maevi Ottonelli e  Claudiane Gouveia

 

 

Algas ao microscópio em maior detalhe

Tags: algas inofensivasDepartamento de BotânicaLaboratório de FicologiaLeonardo Rörigmanchas de óleonorte da ilha