Projeto Sala Verde UFSC promove minicurso gratuito sobre educação ambiental e recuperação de áreas degradadas

12/05/2025 09:11

O projeto Sala Verde UFSC promove, neste mês de maio, o minicurso gratuito Educação Ambiental e Recuperação de Áreas Degradadas em Margens de Córregos: Vivências no PRAD/UFSC. Com carga horária total de nove horas, a iniciativa combina teoria, prática e vivência em campo, promovendo reflexões e ações voltadas à recuperação de Áreas de Preservação Permanente (APPs), a partir das experiências do Projeto de Recuperação de Áreas Degradadas da UFSC (PRAD/UFSC).

O minicurso é aberto ao público geral e será realizado em três encontros, nos dias 15, 22 e 29 de maio, das 9h às 12h. As inscrições devem ser feitas individualmente em cada dia e podem ser realizadas no site da Sala Verde UFSC.  A não participação em alguma das atividades não inviabiliza a participação nas demais. Menores de 16 anos devem estar acompanhados por um responsável.

Conforme a organização, a proposta busca sensibilizar e mobilizar a comunidade nas ações de restauração ecológica desenvolvidas na UFSC. A programação inclui a apresentação do PRAD/UFSC e sua trajetória; conteúdos teóricos sobre recuperação ambiental; uma caminhada guiada pelas áreas de intervenção; uma oficina de germinação de sementes de árvores nativas; e um mutirão de plantio durante a Semana do Meio Ambiente da UFSC.

Para mais informações, acesse o site da Sala Verde UFSC.

 

 

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Professora da UFSC participa de projeto da Funai para recuperação ambiental da Terra Yanomami

09/05/2025 17:13

Professora Catarina Jakovac durante a I Oficina do Plano de Recuperação Ambiental da Terra Indígena Yanomami (TIY), que ocorre neste semana, em Roraima. Foto: reprodução/acervo pessoal

A professora Catarina Jakovac, do Departamento de Fitotecnia do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal de Santa Catarina (CCA/UFSC), participará do Plano de Recuperação Ambiental da Terra Indígena Yanomami (TIY), liderado pela Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e a Universidade de Brasília (UnB). Catarina foi convidada pela UnB e atuará como consultora da equipe de meio ambiente, especialista em recuperação e regeneração florestal. A professora da UFSC trabalhará em todo o processo de criação do plano de recuperação ambiental em conjunto com a equipe de antropólogos e a comunidade indígena do território.

Nesta segunda-feira, 5 de maio, foram iniciadas as atividades do planejamento para o Plano de Recuperação Ambiental da TIY, no Centro Regional Lago Caracaranã, na Terra Indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima. O encontro, que perdura até este sábado, 10 de maio, reúne lideranças indígenas, pesquisadores — como a professora da UFSC — e autoridades de instituições ambientais do governo para o alinhamento do projeto.

A TI Yanomami é a maior Terra Indígena do país, com 9.664.975 hectares (96.650 km²) de floresta tropical, que perpassam oito municípios nos estados de Roraima e Amazonas na fronteira com a Venezuela. O território, com área maior que países como Portugal, abriga aproximadamente 27 mil indígenas, divididos em cerca de 384 aldeias, entre povos Yanomami e Ye’kwana. Na TIY, também existem grupos de indígenas considerados isolados, que não mantêm relações permanentes com não indígenas.

Conforme Catarina, o objetivo da iniciativa é definir um plano de execução, identificando quais os melhores métodos de recuperação das diferentes situações e áreas prioritárias para serem recuperadas de acordo com critérios ambientais e bioculturais a serem definidos de forma participativa com os povos originários. Entre 2023 e 2024, o Governo Federal realizou 3.536 ações na TIY. Dessas, 633 foram operações de fiscalização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que resultaram na aplicação de R$ 69,1 milhões em multas referentes a 211 autos de infração.

Segundo o Ibama, em dezembro de 2024, a TIY não registrou alerta de desmatamento pela primeira vez desde seu estabelecimento, em 1992. O resultado foi obtido após dois anos do início das atividades do Governo Federal com ações contra garimpo ilegal.  “O projeto é uma exigência legal que o governo recebeu de recuperar as áreas que foram invadidas pelos garimpeiros nos anos de 2020 a 2022. Esse projeto faz parte do plano emergencial da Terra Indígena Yanomami, que envolve Casa Civil, Polícia Federal, Força Nacional, Ibama, Funai e outros órgãos de assistência do Governo Federal”, explica a professora.

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UFSC lança consulta pública para planejar ações ambientais nos campi

22/04/2025 15:35

A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) lançou a consulta pública do novo Plano de Logística Sustentável (PLS), que abrangerá o período de 2025 a 2029. A comunidade universitária pode enviar sugestões até o dia 15 de maio. O Plano de Logística Sustentável (PLS) é um instrumento de planejamento e gestão que estabelece metas, objetivos e ações para a redução de impactos ambientais, o uso eficiente de recursos e a promoção da sustentabilidade dentro de instituições públicas.

A consulta está dividida em duas partes: uma referente ao monitoramento do PLS anterior, disponível no site [acesse aqui] e outra dedicada ao conteúdo do novo plano [acesse aqui] com os objetivos, metas e ações sustentáveis planejadas para os próximos cinco anos.

Com esta publicação, a UFSC dá continuidade aos planos anteriores (2013-2017 e 2017-2021, 2021 -2025) e reafirma seu compromisso com a sustentabilidade diante dos desafios globais impostos pelas mudanças climáticas e pelos desastres ambientais.

Plano de Desenvolvimento Institucional

Uma das principais inovações deste ciclo é a integração do PLS ao Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) da UFSC, por meio do eixo transversal da “sustentabilidade”. Isso garante que as questões ambientais sejam tratadas de maneira estratégica, em sintonia com os objetivos acadêmicos e de gestão da universidade. Com isso, o plano passa a ter vigência de cinco anos, acompanhando o mesmo período do PDI.

O novo PLS visa otimizar o uso de recursos naturais e materiais, fortalecer a gestão de resíduos, preservar a biodiversidade, e estimular o engajamento da comunidade universitária em práticas mais conscientes.

Durante a consulta pública, toda a comunidade universitária poderá sugerir novos objetivos, metas e ações que contribuam para fortalecer a sustentabilidade na UFSC. As contribuições serão analisadas pela equipe responsável e poderão ser incorporadas à versão final do plano. A participação ativa de estudantes, servidores técnico-administrativos e docentes é essencial para que o PLS reflita de forma plural os desafios e potencialidades da universidade.

O documento apresenta 10 eixos temáticos, 35 objetivos, 41 metas e 257 ações estratégicas, incluindo novas abordagens como inovação tecnológica, inclusão social e melhor aproveitamento dos espaços da universidade. Além disso, o plano foi construído de forma colaborativa, por meio da Comissão Permanente de Sustentabilidade, formada por representantes de diversos setores.

Aa participação da comunidade acadêmica na consulta pública é fundamental para tornar o plano mais representativo e efetivo. O engajamento coletivo é essencial para construir uma universidade cada vez mais sustentável e comprometida com a transformação social e ambiental.

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UFSC identifica 35 contaminantes emergentes na Lagoa da Conceição, inclusive cocaína

13/02/2025 08:50

Pesquisa teve colaboração do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) . Na imagem, Alice Cristina da Silva, uma das pesquisadoras do projeto. Foto: Divulgação/UFSC

Uma pesquisa da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) identificou 35 contaminantes emergentes em amostras coletadas na Lagoa da Conceição, em Florianópolis, com concentrações particularmente elevadas na área próxima à estação de tratamento da Lagoa de Evapo Infiltração (LEI) da companhia de saneamento. Cafeína, diferentes tipos de medicamentos antibióticos, analgésicos e cocaína estão entre os elementos identificados pela equipe, que teve colaboração do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) e foi financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa, Tecnologia e Inovação de Santa Catarina (Fapesc). Os dados estão publicados na revista Science of the Total Environment.

O artigo menciona a detecção de metabólitos de drogas ilícitas, como a benzoilecgonina, o principal metabólito da cocaína, e a própria cocaína em amostras de água, sedimentos e biota na Lagoa da Conceição. A equipe trabalha em novos estudos a partir desses resultados, que foram confirmados por outros testes.

Essas substâncias da cocaína foram observadas em 63% das amostras analisadas, sugerindo uma presença significativa e consistente no ambiente. A detecção da benzoilecgonina foi particularmente relevante, uma vez que é considerada um marcador para o uso e descarte de cocaína. Estudos anteriores realizados pelos autores também relataram a presença desses compostos em águas costeiras do Brasil, incluindo em tubarões na costa brasileira, indicando a contaminação em diversos níveis do ecossistema.
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Comissão integrada pela UFSC envia propostas para Conferência Nacional do Meio Ambiente

30/01/2025 12:22
I Conferência Livre de Meio Ambiente - Saúde Ambiental para o enfrentamento da Crise Climática no CCB da UFSC

I Conferência Livre de Meio Ambiente – Saúde Ambiental para o enfrentamento da Crise Climática no CCB da UFSC. Foto: Divulgação/UFSC

O Sistema Único de Saúde Ambiental, uma espécie de ‘SUS do meio ambiente’, e a Ouvidoria da Terra estão entre as dez propostas que uma comissão com participação da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) levará à 5° Conferência Nacional do Meio Ambiente (CNMA), evento público nacional sobre o tema, que deve ocorrer em maio, em Brasília (DF).

Organizada por representantes do poder público e da sociedade civil e liderada pela ministra do Meio Ambiente e Mudança Climática, Marina Silva, a CNMA tem como temática Emergência climática: o desafio da transformação ecológica

Como etapa preliminar ao encontro nacional, foi sediada a I Conferência Livre de Meio Ambiente – Saúde Ambiental para o enfrentamento da Crise Climática, de forma híbrida, no Centro de Ciências Biológicas (CCB) da UFSC e nas plataformas Conferência Web e YouTube em 20 e 21 de janeiro.

O encontro, organizado por meio do Programa Ecoando Sustentabilidade e instituições parceiras, contou com a participação de 204 pessoas de pelo menos cinco estados e três regiões brasileiras. A comissão organizadora foi formada por sete membros, sendo três representantes da UFSC: os professores Alessandra Fonseca e Paulo Horta, e o biólogo da Coordenadoria de Gestão Ambiental (CGA) Allisson Jhonatan Gomes Castro.

Entre os outros participantes da comissão, estavam Antonio Mauro Saraiva, da Universidade de São Paulo (USP), Flora Neves, do Gabinete do Futuro, ligado à vereadora de Florianópolis Ingrid Sateré Mawé, Roseane Panini, da Associação de Moradores do Campeche (Amocam), e Zoraia Vargas Guimarães, do Instituto dos Arquitetos do Brasil em Santa Catarina.
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Sala Verde UFSC completa 20 anos com programação especial de 25 a 29 de novembro

22/11/2024 14:30

Neste mês de novembro, a Sala Verde UFSC, espaço interativo e colaborativo vinculado à Coordenadoria de Gestão Ambiental da Universidade Federal de Santa Catarina (CGA/UFSC), comemora 20 anos dedicados à educação socioambiental. Em celebração a essa marca, o projeto promove a Semana da Sala Verde UFSC: 20 anos de história, que ocorre de 25 a 29 de novembro com uma diversa programação cultural, educacional e ambiental. As inscrições são gratuitas, ficam abertas até o último dia de evento e podem ser realizadas pelo site da Sala Verde.

Serão oferecidas uma série de atividades gratuitas e abertas à comunidade e ao público geral, com o objetivo de estimular o diálogo crítico e a reflexão sobre questões socioambientais. Focada na construção de um espaço para a troca de conhecimentos, experiências e práticas sustentáveis, a programação conta com palestra, oficinas, visita técnica guiada, apresentação cultural, entre outros.

Segundo os organizadores, o evento é uma oportunidade única para participar de um espaço de diálogo crítico, onde acadêmicos, profissionais e a comunidade em geral poderão trocar ideias, compartilhar experiências e discutir alternativas para os desafios ambientais de nossa sociedade. “Ao longo desses 20 anos, a Sala Verde UFSC tem se consolidado como um importante ponto de encontro para aqueles que buscam ampliar a compreensão sobre as relações entre sociedade, natureza e sustentabilidade”, afirmam.

A cerimônia de abertura oficial da Semana acontece na terça-feira, 26 de novembro, às 9h, no auditório do Espaço Físico Integrado (EFI), com um café de boas-vindas e um mini-cortejo do Boi de Mamão. Após a abertura, será realizada uma palestra com Marcos Sorrentino, especialista em educação ambiental, e a exibição de um vídeo inédito do cientista Carlos Nobre, sobre mudanças climáticas.

As atividades, em sua maioria, ocorrem no campus Trindade da UFSC e na sede da Sala Verde, localizada no térreo da Biblioteca Universitária (BU). Outras atividades, como visitações, serão realizadas em ambientes externos à universidade. Confira a programação completa.

Para mais informações, acesse a página da Sala Verde UFSC.

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Pesquisador da UFSC planta 4.300 árvores nativas na Amazônia

18/06/2024 12:55

Plantio ocorreu em região inundada. Bernardo (chapeu azul) contou com o apoio de moradores da região. Fotos: Acervo pessoal

Os sucessivos incêndios florestais na Amazônia e a dificuldade das árvores de se recuperarem a partir do impacto que as queimadas causam nos ecossistemas levaram o pesquisador Bernardo Flores, pós-doutorando do Programa de Pós-Graduação em Ecologia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), a plantar 4.300 de árvores em meio às planícies aluviais, periodicamente invadidas por inundações, na Amazônia.

O experimento foi iniciado na região de Barcelos, cidade histórica a cerca de 400 quilômetros de Manaus, no Amazonas, e com o plantio tendo iniciado em janeiro de 2014. O trabalho nos igapós do Rio Negro, principal afluente do Rio Amazonas, foi documentado em parceria com a professora Milena Holmgren, da Universidade de Wageningen, da Holanda, em 2021, no Journal of Ecology, e demonstra a complexidade de se recuperar um ambiente degradado e a importância da restauração dessas áreas.

A recuperação das florestas após o impacto das queimadas é uma das preocupações de cientistas e ambientalistas, inclusive por conta da sua relação direta com o aquecimento da Terra e com desastres ambientais que atingem territórios como o Sul do Brasil, como as recentes inundações no Rio Grande do Sul. O experimento de Bernardo contou com diferentes etapas, desde a coleta das sementes até a análise das espécies que haviam crescido com sucesso.

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Atingidos por crise climática devem ter condição de refugiados, dizem pesquisadoras da UFSC

22/05/2024 10:24

Porto Alegre, RS, Brasil 15/5/2024. Foto: Alex Rocha/PMPA

O conceito de refugiados climáticos tem repercutido no debate público desde o episódio histórico das inundações que atingiram o Rio Grande do Sul entre abril e maio, deixando milhares de pessoas desabrigadas. No dia 21 de maio, por exemplo, havia 72 mil pessoas fora de casa e 839 abrigos cadastrados no Observatório de Desenvolvimento Social.

“Um refugiado climático pode ser tanto aqueles que saem dos seus locais de residência antes de acontecer um evento extremo, como forma de precaução, como aqueles que se veem obrigados a sair por conta das consequências de eventos extremos, por perderem sua moradia”, explica a pesquisadora da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) Iris Engelmann, doutoranda em Direito e Integrante do Observatório de Justiça Ecológica (OJE).

O assunto, no entanto, está longe de um consenso entre os especialistas no mundo. Isso porque, para ser oficialmente um refugiado, o indivíduo precisa preencher os requisitos do Estatuto do Refúgio, no Brasil regido pela Lei nº 9.474/1997. “Esses requisitos não abrangem as causas ambientais”, explica Iris.

A legislação internacional também sofre da mesma carência. A pesquisadora Thaís Pertille defendeu, em 2023, uma tese sobre o direito humano ao equilíbrio climático. Ela explica que as normas exigem o critério de perseguição para que uma pessoa se enquadre na possibilidade de refúgio. “Defensores e pesquisadores de Direitos Humanos defendem uma ampliação para que pessoas que sofram grandes violações de direitos humanos também possam ter as prerrogativas do instituto do refúgio reconhecidas. Dessa forma, aqueles que migram por questões ambientais e climáticas seriam albergados”, pontua.

O trabalho de Thaís, que também integra o OJE, foi orientado pela professora Letícia Albuquerque e defende o Direito Humano ao Equilíbrio Climático. Hoje, segundo ela, com os mecanismos em curso, as pessoas atingidas e impactadas pelas cheias acabam por depender de medidas de proteção adotadas pelo Estado.

“Essas pessoas hoje legalmente não estão albergadas pelo instituto do refúgio e dependem de ações do próprio governo e comunidade local para receber algum tipo de apoio. Se fossem reconhecidas enquanto refugiadas conforme o instituto jurídico, seria possível ampliação da responsabilidade internacional”, diz.
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Veleiro da UFSC acompanha ultramaratona de natação com desafio ambiental

17/05/2024 16:16

Ultramaratonista deve nadar 36 quilômetros entre Porto Belo e Itajaí

O Veleiro Eco, veículo elétrico da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) utilizado em expedições científicas com a missão de pesquisar, monitorar e proteger a vida dos ecossistemas marinhos, participou de um novo desafio: acompanhar uma ultramaratona aquática que reuniu apoiadores para a realização de um nado com mínima emissão de carbono e de reduzida geração de resíduos.

A atleta catarinense Sandra Koch nadou por uma distâncias de quase 36 quilômetros, percorrendo 16 praias de quatro municípios do litoral catarinense, área denominada Costa Verde e Mar, na segunda-feira, 20 de maio. A largada, inicialmente prevista para madrugada de domingo, ocorreu por volta das 3h30 da segunda-feira, devido às condições climáticas.

A nadadora partiu da Praia do Araçá, em Porto Belo. A chegada estava prevista para a Praia de Cabeçudas, em Itajaí. Porém, por medida de segurança, a prova foi interrompida, por decisão da equipe técnica, quando Sandra estava a 800 metros do destino. Havia forte correnteza, causada pelo encontro com as águas do Rio Itajaí-Açu.

A nadadora lutou e chegou a alcançar o equivalente a 42 quilômetros de distância em braçadas – considerando equipamento que afere a distância pelo esforço físico da atleta. A prova foi homologada com ressalva pela Federação Aquática de Santa Catarina (FASC), que estuda incluir o trajeto no calendário oficial de competições.

Durante todo percurso, foram coletadas amostras para a medição de presença de microplásticos na água do mar. O resultado das medições será apresentado no 20º Congresso Latino-americano de Ciências do Mar, marcado para agosto, em Itajaí.

As amostras de água serão analisadas em laboratório da UFSC para medir a quantidade de microplásticos identificados. Os resíduos, com medida inferior a 5 mm, contaminam os oceanos, afetando o equilíbrio do ambiente marinho.

De acordo com os organizadores, o desafio Costa Verde e Mar teve o objetivo de chamar a atenção para as condições de balneabilidade do litoral catarinense e conscientizar sobre a necessidade de reduzir a geração de lixo e de emissão de gás carbônico em todas as atividades diárias. Sandra, uma atleta de 49 anos, participa de maratonas e ultramaratonas. Entre suas principais conquistas, estão o recorde do desafio Ilha do Arvoredo, em Bombinhas (25 km em 2018) e a prova Amazon Challenge, em Manaus (30 km em 2023).
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Projeto da UFSC e Eletrosul visa reduzir impacto de vazamento de óleo mineral no solo

04/01/2024 10:41

Uso de mantas para adsorção de óleo é uma opção de controle. Foto: Divulgação/Revista Fapeu

Um grupo de pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) tem a missão de elaborar formas de minimizar o impacto ambiental em acidentes com vazamentos de óleo em subestações da Eletrosul.

Coordenado pelo professor Admir José Giachini, do Departamento de Microbiologia e Parasitologia do Centro de Ciências Biológicas (MIP/CCB), o projeto de Gerenciamento ambiental de áreas afetadas por derramamento de óleo mineral isolante em terrenos naturais conta com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa e Extensão Universitária (Fapeu), que faz a gestão administrativa e financeira do trabalho. 

O projeto começou em 2017 e tem previsão de continuidade pelo menos até 2026. Desenvolvido no Núcleo Ressacada de Pesquisas em Meio Ambiente (Rema) da UFSC, localizado no Sul da Ilha de Santa Catarina, em Florianópolis, o projeto é financiado pela Eletrosul e visa planejar ações de prevenção e, se necessário, remediação de áreas que venham a ser impactadas por derramamento de óleo mineral isolante dos transformadores de energia.

Consultoria nasceu após derramamento acidental

A necessidade da realização desse serviço de consultoria surgiu em razão de um derramamento acidental sobre o solo de aproximadamente 22 mil litros de óleo mineral isolante de um transformador da Subestação Gravataí, no Rio Grande do Sul, da Eletrosul. O acidente aconteceu devido a uma falha, na época, no sistema de drenagem e separação de água e óleo que não recepcionou a totalidade do volume do líquido vazado.

As áreas afetadas naquela ocasião integravam uma pequena área do pátio da subestação, cuja proprietária é a Eletrosul, e uma parcela adjacente, de propriedade de terceiros.

“Esperamos tornar a empresa ciente das vulnerabilidades e prepará-la para ações mais assertivas, caso um sinistro venha a acontecer em suas instalações de transmissão de energia”, destaca o professor Giachini, que lidera uma equipe também integrada por um engenheiro ambiental e três bolsistas de iniciação científica.

Expertise da UFSC traz olhar diferenciado, diz professor

“O financiamento privado é crucial para que ações desta natureza possam ser desenvolvidas no âmbito da UFSC. Porque não apenas alavanca o lado científico, pois disponibiliza recursos para a investigação, mas também capacita colaboradores e profissionais das mais diversas áreas dentro de empreendimentos como a Eletrosul”, observa o professor.

“Além disso, também garante uma exposição da expertise e da capacidade técnica da UFSC, trazendo um olhar diferenciado do setor produtivo e abrindo novas portas para a colaboração entre os diferentes setores da sociedade”, acrescenta Giachini.

Com informações da Revista da Fapeu

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Estudo premiado da UFSC indica regiões no litoral socialmente vulneráveis a desastres climáticos

19/10/2023 10:18

Paulino Neves (MA) teve o maior indice de vulnerabilidade no estudo (Foto: Governo do Maranhão)

Cheias, secas, desastres ambientais. As consequências das mudanças climáticas são tão visíveis quanto é o seu impacto em populações vulneráveis. Uma pesquisa da Universidade Federal de Santa Catarina recentemente premiada como a melhor tese de Geografia do país propõe um método para definir a vulnerabilidade das populações aos chamados eventos extremos em áreas costeiras, que levam a desastres ambientais e podem destruir bairros, cidades e causar prejuízos sociais e ambientais.

O trabalho da pesquisadora Cibele Oliveira Lima, doutora em Geografia, foi orientado pelo professor Jarbas Bonetti e reconhecido como o melhor estudo de doutorado do país na área das geotecnologias pela Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Geografia (ANPEGE). O estudo Metodologia para avaliação da vulnerabilidade social a eventos extremos costeiros no Brasil levou o prêmio Ailton Luchiari, entregue na primeira semana de outubro.

No estudo, a pesquisadora propõe formas de calcular a vulnerabilidade social de diferentes regiões e utiliza como amostra 281 municípios costeiros, cobrindo todo o litoral brasileiro. O detalhamento é intramunicipal, mas também permite que se trabalhe com diferentes escalas, como estaduais e regionais. “O objetivo é contribuir para minimizar essa lacuna do conhecimento ao propor uma metodologia para obtenção de um Índice de Vulnerabilidade Social a eventos extremos costeiros”, explica.

A pesquisa constatou que as regiões Norte e Nordeste apresentam a maior vulnerabilidade social do litoral brasileiro. Maranhão, Pará e Bahia sofrem o maior risco. Apesar de terem, em geral, os menores índices do Brasil, os estados da Região Sul também possuem áreas com determinantes que indicam riscos, como na fronteira entre Paraná e São Paulo, foco de desastres recentes. Em Florianópolis, moradores de regiões de bairros do Norte e Sul da Ilha estariam mais suscetíveis a danos e exposição a desastres (leia mais abaixo).
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UFSC construirá reator com tecnologia inovadora para plataforma da Petrobras

25/09/2023 09:42

Foto: Geraldo Falcão / Agência Petrobras

A Universidade Federal de Santa Catarina firmou um projeto de R$ 6 milhões de reais com a Petrobras para desenvolver um reator experimental e com diversas inovações, tanto para a indústria de petróleo quanto para a preservação ambiental. A iniciativa será liderada pela professora Regina Peralta Moreira, do Laboratório de Energia e Meio Ambiente do Departamento de Engenharia Química e Engenharia de Alimentos, com previsão de três anos de duração.

As tecnologias utilizadas no novo sistema já começaram a ser estudadas. Segundo a professora, embora sejam conhecidas e referenciadas na literatura da área, ainda não foram consolidadas em um equipamento, o que será feito de forma inédita pela UFSC. O reator será construído para separar e destruir os rejeitos da chamada “água produzida” de um modo mais eficiente e sustentável.

Regina explica que a água produzida está presente nos reservatórios de óleo e gás natural e é trazida à superfície junto com o petróleo. Esta água tem uma complexidade química e um potencial risco ao meio ambiente, por isso os seus descartes podem ser responsáveis pela alteração da qualidade da água do mar.

Segundo a professora, os poluentes da água são removidos através de processos de separação na própria plataforma de petróleo. “Após um processo eficiente de tratamento, a água produzida pode ser descartada ou reinjetada nos poços produtores de petróleo”, explica. É justamente o processo de purificação dessa água que pode ser aperfeiçoado, além de se tornar mais sustentável.

“Qualquer que seja a destinação, o tratamento da água produzida precisa eliminar os sólidos suspensos, compostos orgânicos dissolvidos e dispersos – óleos e graxas. Assim, a eliminação eficiente do teor de óleos e graxas da água produzida é um problema que precisa ter solução econômica e eficiente”, completa.

A solução encontrada pela professora e pela equipe que irá trabalhar com ela é destruir os contaminantes por meio da eletroxidação, integrando com outros processos de tratamento, como flotação e separação com membranas, em um design inovador que busca a intensificação de processos. A oxidação é um processo químico que destrói material orgânico e trata a água. “É um processo de decomposição para despoluir águas contaminadas. A primeira motivação é ambiental, mas também estamos em busca de uma solução economicamente viável”, conta.

A eficiência e a consequente ampliação da capacidade de tratamento da água de produção vai aumentar a capacidade de processamento de óleo e gás, com impactos ambientais e econômicos positivos. O reator será primeiro construído em escala de laboratório e depois em plataforma da empresa numa escala piloto. “O desafio será propor sistemas de tratamento compactos, eficientes e de custo competitivo para serem implementados em plataformas de petróleo”, sintetiza a professora.

Inovação e ineditismo

A professora reforça que, embora utilize processos já conhecidos na literatura, sua combinação e constituição – primeiro em nível laboratorial e, depois, como projeto piloto em plataforma – trarão inovações. “Da forma como a gente está propondo, como um processo integrado, é totalmente novo e bastante inovador, não existem plantas como essas, no mundo, especialmente para petróleo”.

O processo de eletroxidação leva até o poluente uma corrente elétrica que permite a formação de radicais livres com alto poder oxidativo e permite a ocorrência de uma série de reações. Já com relação à tecnologia de separação por membranas, a água passa por um meio poroso que retém as partículas indesejadas. Embora já estudados no tratamento de água, no estudo da UFSC eles são combinados em um design inovador.

“Essas tecnologias têm muitas particularidades que precisam ser estudadas, por isso vamos propor modelos pioneiros”, conta. De acordo com a professora, a eletroxidação por meio da utilização de energias renováveis vem sendo um foco das investigações. “É um processo que demanda muita energia, e com o uso de energias renováveis – eólica, fotovoltaica, por exemplo – , é possível acionar os reatores de forma eficiente e sustentável”.

Regina explica, ainda, que dentre as inovações que o laboratório e a equipe de pesquisa vão estudar, serão explorados vários arranjos pois não existe uma única solução possível, o que amplia a possibilidade de respostas satisfatórias. O projeto conta com uma equipe formada por oito professores, pós-doutorandos, doutorandos, mestrandos e estudantes de iniciação científica. Além do trabalho em laboratório, também haverá pesquisa de campo, em plataforma. “Queremos desenvolver a tecnologia mais segura e que possa ser aplicada em todos os lugares, protegendo o oceano e o meio ambiente”.

Amanda Miranda, jornalista da Agecom/UFSC

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‘A regulamentação da União Europeia sobre a responsabilidade extraterritorial’ é tema de palestra nesta quinta

14/08/2023 15:26

O Grupo de pesquisa Estudos Avançados em Meio Ambiente e Economia no Direito Internacional (EMAE/CCJ/UFSC) promove, nesta quinta-feira, 17 de agosto, às 18h, a palestra “A Regulamentação da União Europeia sobre a Responsabilidade Extraterritorial”. A atividade é aberta a todos e ocorre no mini auditório do Departamento de Ciências da Administração, no Bloco D do Centro Socioeconômico (CAD/CSE/UFSC). As inscrições são gratuitas e devem ser feitas aqui. Os participantes receberão certificado de 2 horas.

O palestrante será o professor de Direito Internacional da Sorbonne Law School, Hervé Ascensio, que estará na UFSC desenvolvendo atividades junto ao Programa de Pós-graduação em Direito (PPGD/UFSC).

Para se inscrever, acesse aqui.

Mais informações na página do EMAE e no Instagram.

Tags: Direito InternacionalEconomiaEmaemeio ambienteResponsabilidade ExtraterritorialUFSCUnião Europeia

Inscrições abertas para o mestrado e doutorado do Programa de Pós em Engenharia Ambiental

12/07/2023 09:29

O Programa de Pós-Graduação em Engenharia Ambiental da UFSC está com processo seletivo aberto para os cursos de mestrado e doutorado, para ingresso no terceiro trimestre deste ano. As inscrições são gratuitas e podem ser realizadas até 7 de agosto pelo Sistema de Controle Acadêmico da Pós-Graduação.

O resultado final da seleção será divulgado até 21 de agosto e o ingresso no curso está previsto para 18 de setembro.

Estão sendo ofertadas 12 vagas de mestrado e sete vagas de doutorado. Dessas, quatro vagas de mestrado e três vagas de doutorado estão reservadas para pessoas negras, indígenas e com deficiência. Confira os editais para mestrado e doutorado.

O processo seletivo ocorre em três etapas, sendo uma classificatória, enquanto as demais, classificatórias e eliminatórias. A primeira etapa consiste na análise do currículo e histórico escolar dos candidatos. A segunda, na análise do pré-projeto. Por fim, é feita a arguição pela comissão responsável pelo processo seletivo, mais o orientador em potencial.

Mais informações na página do programa

 

 

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Ainda é possível se inscrever para os eco talks da Semana no Meio Ambiente da UFSC

29/05/2023 17:54

Foto: Henrique Almeida/Agecom/UFSC.

Ativismo de justiça climática, desenvolvimento saudável, empreendedorismo verde na era do greenwashing e as formas de deter o desastre ambiental global estão entre os assuntos que serão abordados nos eco talks da Semana do Meio Ambiente da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) nesta terça-feira, 30 de maio. Os debates acontecem no Auditório da Reitoria, no Campus de Florianópolis, no bairro Trindade. Os eco talks são abertos ao público. Para participar, é necessário fazer inscrição, que pode ser feita mesmo nesta terça-feira. A programação começa às 8h20, com café de boas-vindas e credenciamento dos participantes.

Os eco talks são conversas com cientistas, ativistas, políticos e influenciadores. Os 200 primeiros credenciados ganharão uma bolsa e um ecocopo. Haverá também tradução para libras tornando o evento acessível a pessoas com deficiência auditiva. Entre os participantes, estão o deputado estadual Marquito, a jovem ativista Mikaelle Farias, o biólogo e arquiteto Francisco Milanez, a ecologista Livia Humaire e o socioambientalista Thiago Ávila.

>> Acesse a programação completa da Semana do Meio Ambiente da UFSC.
>> Acesse a programação nos campi de Blumenau, Araranguá e Joinville.

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UFSC na mídia: projeto quer usar biodiversidade para recuperar Lagoa da Conceição

27/02/2023 18:20

Ao analisar gramas marinhas, algas e outras amostras da biodiversidade da Lagoa da Conceição, em Florianópolis, pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) pretendem entender melhor a situação da vida no local e propor soluções para sua recuperação ambiental. O assunto foi tema do programa Balanço Geral, da NDTV, na sexta-feira, 24 de fevereiro.

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UFSC na mídia: professor fala sobre os milhares de peixes mortos no Manguezal do Itacorubi

17/01/2023 09:38

Milhares de peixes apareceram mortos, boiando, no Manguezal do Itacorubi, em Florianópolis, na segunda-feira, 16 de janeiro. Na manhã do mesmo dia, o professor Paulo Horta, do Departamento de Botânica da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), esteve no local e coletou amostras de água e peixes mortos para análise. Ele foi entrevistado pela jornalista Carolina Fernandes para reportagem que foi ao ar no Jornal do Almoço.

De acordo com o professor, a situação se trata de um crime ambiental. Análises preliminares indicam baixas concentrações de oxigênio na água. A mortandade também pode estar relacionada a substâncias tóxicas ou a alguma doença que tenha acometido todo o cardume. 

“O Manguezal era pra ser um grande berçário. Infelizmente, com falta de planejamento urbano, com falta de atenção para o saneamento básico, nós estamos transformando um manguezal num cemitério”, afirmou Horta.

Assista à reportagem completa.

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Pesquisadores da UFSC propõem soluções para crise sanitária e ambiental no litoral ao Ministério do Meio Ambiente

13/01/2023 09:28

Sistemas modulares de biorremediação com algas podem se tornar uma solução para a crise sanitária e ambiental no litoral brasileiro, avalia o professor Paulo Horta, do Departamento de Botânica da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Em conjunto com o Programa Ecoando Sustentabilidade, a Rede de Organizações Não Governamentais da Mata Atlântica, o Laboratório de Virologia Aplicada da UFSC e o Labomar da Universidade Federal do Ceará, ele assinou uma carta à ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, sugerindo, além da implantação dos sistemas, a criação de um comitê para gerenciamento da crise que, somente em Florianópolis, resultou em praias sem balneabilidade e epidemia de diarreia.

O professor explica que esses sistemas são diversificados e que a própria UFSC já os estuda. Pelo menos duas técnicas têm bons resultados em países como Espanha e Estados Unidos: os tapetes de algas filtrantes e a produção de algas em tanques. Ambos absorvem contaminantes, produzem oxigênio e substâncias químicas que ajudam no controle biológico e químico da água. “Sistemas modulares podem ser instalados rapidamente e contribuem com o aumento da saúde dos ecossistemas costeiros”, aponta Horta. Além disso, a biomassa produzida por esses sistemas pode ter diferentes usos, aumentando a sustentabilidade e viabilidade econômica das iniciativas.

Em 2021, uma equipe de pesquisadores da UFSC publicou o artigo A new model of Algal Turf Scrubber for bioremediation and biomass production using seaweed aquaculture principles e traz resultados promissores a partir de um experimento com a espécie Ulva ohnoi. Em menor escala, o sistema foi considerado bem sucedido e resultou em produção de biomassa de boa qualidade, com remoção eficiente de nutrientes, justificando sua aplicação em maior escala.

A alternativa de tratamento com algas é recomendada como uma solução baseada na própria natureza, o que poderia resultar também, nos próximos anos, na redução das emissões de gases do efeito estufa, podendo colocar Santa Catarina em posição de destaque nesse tema, gerando créditos de carbono. Estima-se que ações como essa têm um potencial de produção de biomassa que resultaria na imobilização global de 30 bilhões a 4,13 trilhões de toneladas de dióxido de carbono por ano, mitigando emissões também pelo fato de evitarem a poluição em ambientes costeiros.

Carta alerta para crise e menciona Florianópolis como preocupação

Na carta, os pesquisadores apontam “grande preocupação com a crise sanitária e Ambiental vivida no litoral Brasileiro”, sugerindo um comitê de crise que possa atender à emergência sanitária, de saúde e socioambiental instalada, permitindo um diagnóstico e a adoção de medidas de remediação regionalizados. “Este diagnóstico deverá identificar agentes causadores de surtos e epidemias, produzindo relatórios que auxiliem na tomada de decisão das instituições e setores envolvidos”, completa o documento enviado à ministra.

O cenário catarinense é apresentado como um exemplo da crise vivenciada nas regiões litorâneas e, de acordo com o documento, “demanda participação urgente dos órgãos federais”. A carta alerta que apenas na cidade de Florianópolis já são mais de 1500 casos de diarreia em crianças e adultos, atingindo o status de epidemia.

“Essa epidemia pode estar correlacionada com o fato de que, das 237 praias analisadas no estado, 124 estão impróprias para banho”, assinalam. O grupo aponta que o cenário é resultado das carências históricas de saneamento básico e aponta a poluição crônica e o aumento e intensidade de eventos climáticos extremos como questões que também impactam na saúde coletiva. “Se começarmos a agir localmente, mas pensando globalmente, podemos gerar movimentos que venham a contribuir com o saneamento básico, mas também com a mitigação das mudanças climáticas”, afirma Horta.

Amanda Miranda, Jornalista da Agecom/UFSC

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UFSC produzirá hidrogênio verde em projeto em parceria com Cooperação Alemã

30/06/2022 10:06

 

Novo espaço do Fotovoltaica vai produzir hidrogênio verde (Fotos: Amanda Miranda)

Há cerca de 25 anos a geração de energia solar parecia um projeto de alto custo, uma realidade restrita a poucos ambientes. Mas olhar para esse passado, hoje, faz o professor Ricardo Ruther, coordenador do Grupo Fotovoltaica, da Universidade Federal de Santa Catarina, projetar um futuro promissor para uma inovação que começa a ganhar o mundo: a produção e utilização do chamado hidrogênio verde, o H2V. A UFSC, em parceria com a Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit, a Cooperação Técnica Alemã, começa a investir em pesquisa para construir um pioneirismo na área.

A comparação não ocorre à toa. O professor recorda como a geração solar tinha um custo alto e era vista como uma fonte de energia apropriada apenas para sistemas isolados e distantes dos centros urbanos, até se popularizar. Não foi de uma hora para outra: como qualquer inovação, exigiu investimento público em ciência, em projetos que muitas vezes eram mais custosos do que a economia inicial que geravam. Hoje, os frutos desse processo são visíveis na popularização da tecnologia e no seu consequente barateamento.

A curva de aprendizado com a tecnologia de geração de energia solar fotovoltaica serve como um espelho para o que pode vir a ser o aproveitamento do hidrogênio verde a longo prazo. Segundo o professor, esse assunto não é novo: pelo menos desde 2005 se fala sobre isso, mas naquela época as questões ambientais não pareciam uma pauta tão central quanto são hoje. Além disso, a produção bastante cara dificulta uma aplicação mais ampla.

O gás hidrogênio, que recebe o adjetivo de “verde” por conta da sustentabilidade da produção via eletrólise utilizando somente água e energia renovável, vem sendo pesquisado pelos principais países do mundo. Segundo a consultoria internacional Bloomberg New Energy Finance, a geração solar fotovoltaica é capaz de oferecer o hidrogênio verde de baixo custo, o que fez com que o Grupo de Pesquisa Estratégica em Energia Solar da UFSC (www.fotovoltaica.ufsc.br) fosse um foco imediato de interesse de parceiros.

O professor explica que o hidrogênio verde é aquele obtido com o uso de uma fonte renovável de energia, no processo de eletrólise da água que o separa do oxigênio naquela molécula. “Você pode usar o hidrogênio para, a partir dele, fazer diversas coisas, desde usá-lo numa célula combustível para convertê-lo de volta em eletricidade até ser usado como combustível. Por exemplo, os foguetes são todos movidos a hidrogênio”. Na prática, a energia empreendida para obter o gás com o selo de “verde” precisa ter sua fonte original no sol ou nos ventos.
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Semana do Meio Ambiente da UFSC termina nesta sexta-feira, dia 24 de junho

24/06/2022 12:17

A Semana do Meio Ambiente (SMA) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) chega ao fim nesta sexta-feira, 24 de junho. O evento, que retomou o formato presencial após duas edições remotas devido à pandemia de Covid-19, ocorreu no contexto das comemorações dos 50 anos da Conferência de Estocolmo sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento Humano, realizada em 1972, considerada a primeira grande conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o tema. Marca ainda as três décadas desde a Conferência do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada em 1992, conhecida como ECO-92.

A temática da edição da Semana este ano é “Uma Só Terra: Vida sustentável em harmonia com a natureza”, tema também do Dia Mundial do Meio Ambiente, escolhido pelas Nações Unidas. A SMA 2022 realizou diversas atividades com o objetivo de envolver não apenas a comunidade universitária, mas também a comunidade externa. A programação contou com seis oficinas, quatro visitas técnicas, um minicurso, entre outras atividades.

Os EcoTalks foram realizados no auditório da Reitoria, no Campus de Florianópolis, no dia 21 de junho, e estão disponíveis no canal no Youtube do UFSC Sustentável (clique AQUI para acessar). Os encontros promoveram debates sobre questões atuais ligadas à sustentabilidade: Povos Indígenas – Lutas e Meio Ambiente; Consumo sustentável; Mudanças climáticas; e O impacto do consumo da carne no Meio Ambiente.
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Oficina discute ecocídio e política de direitos ambientais

31/05/2022 16:56

Imagem aérea de queimada próxima à Floresta Nacional do Jacunda, em Rondônia. Foto: Bruno Kelly/Amazônia Real

Para marcar a Semana Nacional do Meio Ambiente, o Observatório de Justiça Ecológica, grupo de pesquisa vinculado ao Programa de Pós-graduação em Direito (PPGD) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), promove nesta quinta-feira, 2 de junho, a oficina Ecocídio e a política de direitos ambientais no Brasil. A atividade ocorre no auditório do Centro de Ciências Jurídicas (CCJ) a partir das 14h20. Não é necessário realizar inscrições prévias.

A ação faz parte da série Oficinas de Direitos Humanos e irá discutir como o Direito Internacional evoluiu no assunto. “Diante da crise ambiental, cientistas, acadêmicos e líderes ambientais de diversos países alertam sobre a necessidade de transformar o ecocídio em um crime internacional que penaliza a destruição generalizada do mundo natural. Um grupo de especialistas renomados está trabalhando para que o Estatuto de Roma, do Tribunal Penal Internacional (TPI), seja modificado e inclua o ecocídio entre seus crimes, razão pela qual compreender a forma como o Direito Internacional Penal evoluiu no assunto se mostra necessário”, informa o resumo elaborado pelos organizadores.

O ministrante é Luiz Fernando Rossetti Borges, mestre em Direito Ambiental pelo PPGD/UFSC e especialista em Direito Penal e Processo Penal pela Univali. Graduado em Direito pela UFSC, Borges é advogado e pesquisador do Grupo de Pesquisa Direito Ambiental na Sociedade de Risco (GPDA/UFSC). 

Os participantes terão direito a certificado.

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PET Biologia UFSC promove lançamento de livros sobre nossas relações com o meio ambiente e as extinções antropogênicas

10/05/2022 17:25

Nesta sexta-feira, 13 de maio, às 18h, o grupo PET Biologia promove uma palestra de lançamento dos livros “O Meteoro Bípede” e “Meio Ambiente, Ecologia e o Golpe de 2016”, ambos de autoria do professor Marcelo Nivert Schlindwein, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). O evento ocorre no auditório do Centro de Ciências Biológicas (CCB/UFSC).

“O Meteoro Bípede” aborda a discussão das relações da nossa espécie com o ambiente, relacionando elementos da evolução e ecologia do Homo sapiens com o atual quadro de extinções antropogênicas. Já “Meio Ambiente, Ecologia e o Golpe de 2016” apresenta provocações e denúncias sobre uma tragédia anunciada, tratando de um dos mais importantes desafios da espécie humana no século XXI: frear a perda de biodiversidade causada pelo impacto das ações antropogênicas.

Mais informações pelo telefone (48) 3721-9801, pelo e-mail petbiologiaufsc@gmail.com ou pelo Instagram.

 

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SBPC promove seminário da série ‘Projeto para um Brasil Novo’ com participação de professor da UFSC

20/04/2022 08:04

Meio ambiente é o tema do sexto seminário da série “Projeto para um Brasil Novo” que será realizado nesta quarta-feira, 20 de abril, às 16h. O evento, que será coordenado Luciana Gomes Barbosa, professora da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e coordenadora do Grupo de Trabalho Meio Ambiente da SBPC, contará com a participação de José Rubens Morato Leite, professor titular dos cursos de graduação e pós-graduação em Direito da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Maria Silvia Muylaert de Araújo, professora colaboradora do Programa de Planejamento Energético do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe/UFRJ), e Larissa Bombardi, professora no Departamento de Geografia e no Programa de Pós-graduação em Geografia Humana da Universidade de São Paulo (USP).

O evento compõe os 12 seminários temáticos que a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) está realizando para tratar de temas relevantes que contribuam para o desenvolvimento do país. Entre os assuntos a serem abordados estão: direitos humanos, segurança pública, mudanças climáticas, questão indígena, cultura e diversidade de gênero e raça. Os eventos on-line serão transmitidos pelo canal da SBPC no YouTube.

O objetivo dos eventos é engajar a comunidade científica a sugerir propostas para um novo governo, explica Fernanda Sobral, vice-presidente da SBPC. “A ideia é que esses eventos abordem temas relevantes visando à elaboração de um documento com diretrizes e propostas gerais de políticas que será entregue aos candidatos ao Legislativo e ao Executivo da próxima eleição, durante a 74ª Reunião Anual da SBPC, a ser realizada esse ano na UnB (Universidade de Brasília)”, explica. “A ideia é não ficarmos apenas na batalha do presente. Mas pensarmos um futuro melhor para nosso país”, finaliza.

> Serviço:
O quê: Série Projeto para um novo Brasil – Seminário “Meio ambiente”
Dia: 20 de abril
Horário: 16h
Transmissão: Canal da SBPC no YouTube

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Planeta.doc Festival abre sétima edição em formato online para escolas e universidades de todo o Brasil

04/11/2021 18:00

Consolidado como um dos principais festivais do país com temática de natureza e sociedade, o Planeta.doc Film Festival inicia sua sétima edição nesta sexta-feira, 5 de novembro, para escolas de ensino médio e Universidades de todo o Brasil. Com uma seleção de 95 filmes nacionais e estrangeiros, o festival recebeu neste ano a inscrição de mais de 1.300 filmes de todo o mundo. O evento pode ser acessado livremente de forma online pela plataforma www.planetdoc.org até o dia 31 de dezembro de 2021.

Destinado a escolas e universidades de todo o país, o Planeta.doc Festival  visa ampliar o debate socioambiental nos ambientes acadêmicos. O projeto é realizado em parceria com a Universidade de Campinas (Unicamp) e a Plataforma Atados de Voluntariado, com objetivo de promover a formação de uma rede de universidades que trabalhem a sensibilização sobre questões socioambientais através do poder do cinema. 

A plataforma streaming Planet Doc facilita o acesso de  professores universitários ao acervo de filmes  de conteúdo socioambiental, estimulando o uso do material cinematográfico pelas instituições de ensino. A distribuição nacional dos filmes selecionados em curadoria trabalha  a formação de público dentro das universidades brasileiras, destacando os principais desafios socioambientais do Brasil e do mundo.

“Existe uma desvinculação entre as esferas da mídia, do conhecimento e da inovação e ação social, e o Festival pretende estabelecer uma ponte entre elas por meio do cinema. Mostrar a realidade permite criar debates, reflexões para promoção de inovações que ajudem a solucionar estes problemas. O cinema surge como um grande espelho da sociedade e acreditamos no seu poder de formação e transformação social”, destaca a diretora do evento, Mônica Linhares. Ao ter contato com a realidade mostrada pelos cineastas, professores e alunos podem promover a inovação para a solução destes problemas. Neste sentido, a plataforma busca conectar os estudantes a oportunidades de estágio em projetos de impacto socioambiental em geral,  grupos de pesquisa, além de Organizações Não Governamentais do Brasil, em parceria com a Plataforma Atados.(www.atados.org). 

O Festival PLANETA.doc difunde anualmente filmes documentários e animações em temáticas de natureza, sociedade e ciência, com foco transversal em sustentabilidade. A ideia é que os professores possam se beneficiar do poder inspirador, educacional e motivacional dos filmes para comunicar conhecimento e experiência,  bem como para aumentar a conscientização sobre as realidades que vivemos em nosso planeta e sua interdependência. Pretende-se difundir temáticas relacionadas à preservação da vida, aos desafios da sustentabilidade e às soluções que estão sendo geradas para viabilizar sociedades harmonicamente integradas ao seu meio natural, propondo o uso pedagógico do conteúdo audiovisual, 

“Queremos ajudar a pensar a sociedade atual de forma transdisciplinar para traçar linhas de reconexão que evidenciem a importância do papel do ser humano na condução do destino do planeta. Acreditamos que o cinema pode ajudar a criar esse debate e que os professores podem incorporar essa informação em suas aulas, promovendo uma cultura mais desafiadora nos ambientes de ensino para que se possa pensar a solução destes problemas”, destaca Mônica. 

PLANETA NA ESCOLA

A partir de março de  2022 o  Planeta.doc Festival promoverá a exibição de filmes socioambientais em instituições de ensino fundamental e médio do Brasil, por meio da plataforma Planeta na Escola (www.planetanaescola.com), possibilitando aos estudantes o acesso à problemática mundial do meio ambiente. Os filmes apresentados nas escolas discutirão questões relacionadas à biodiversidade, água, mares, emissões de carbono, destinação do lixo, poluição,  economia, entre outros temas de relevância.

O objetivo é utilizar o cinema para transformar a educação brasileira, apoiando-se em uma metodologia de projetos. A plataforma Planeta na Escola promove uma rede de professores que podem compartilhar suas práticas pedagógicas e apoiar o uso do cinema na educação.

“Consideramos que a mídia pode inspirar a admiração e o cuidado por nosso planeta vivo e desencadear ações para restaurá-lo e protegê-lo por meio do cinema e do audiovisual. A mídia hoje aprofunda a compreensão do mundo ao nosso redor, inspira o compromisso de proteger e restaurar os sistemas naturais dos quais toda a vida depende e fortalece as mudanças que são necessárias”, finaliza a diretora do festival, Mônica Linhares.

 

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Uma ave inédita e muita riqueza: conheça a fauna do Distrito do Saí que deve ser protegida por Refúgio de Vida Silvestre

30/09/2021 10:00

Ave bordada com bico robusto, segundo o Wiki Aves, é o significado para a nomenclatura científica do Pachyramphus marginatus, ou apenas “Caneleiro-Bordado”. O pequeno animal, que mede até 14 cm e pesa não mais que 18 gramas, tinha sua distribuição registrada desde Pernambuco até o Paraná, mas em dezembro de 2019 foi visto pela primeira vez ainda mais ao Sul, especificamente na região do Distrito do Saí.

Os ornitólogos que o reconheceram são da equipe da Universidade Federal de Santa Catarina responsável pelo levantamento socioambiental para a criação de uma unidade de conservação em São Francisco do Sul, litoral Norte de Santa Catarina. Primeiro, a equipe identificou o macho. Alguns meses depois, uma fêmea também foi vista pela primeira vez, consolidando a hipótese de que a floresta tem muito a apresentar, inclusive em termos de turismo ecológico.

Caneleiro bordado no Distrito do Saí

De acordo com o professor Guilherme Renzo Rocha Brito, do Departamento de Ecologia e Zoologia da UFSC, esses primeiros registros estendem a espécie por cerca de 40 km ao sul de sua área de distribuição conhecida, e embora não seja possível afirmar com toda certeza se outros exemplares já haviam voado mais ao Sul, trata-se de um dado relevante para a compreensão da avifauna do Saí. A equipe identificou pelo menos 252 espécies diferentes na região, de 59 famílias – dados que a elevam como uma das regiões mais ricas do estado.

“É uma das áreas mais ricas de aves da Mata Atlântica do Estado. Dali para baixo começa a diminuir um pouco, por questões climáticas, por conta do frio. Em termos comparativos, é possível que haja números semelhantes nas matas de araucárias, mas desconfio que não chegue muito perto da riqueza que encontramos ali”, explica.

O professor conta que aves são animais de ambientes muito específicos, ou seja, de acordo com o tipo de ambiente é possível encontrar uma comunidade que se adequa somente aquela região. “Num manguezal, por exemplo, você encontra aves que estão somente nesse ambiente. Já nas florestas vai encontrar uma comunidade um pouco diferente. Mas no caso do Distrito do Saí, naquela região há um mosaico de vários tipos”, comenta. Cercada por baía, manguezais, florestas e morros, a área tem pássaros de cores, tipos e padrões diferentes – um registro de biodiversidade e da urgência de conservação.”Pouco mais acima, na divisa do Paraná e de São Paulo, por exemplo, vai haver uma riqueza um pouco maior por ser um núcleo maior de florestas. O que vemos no Saí é um potencial bastante interessante”.

Como as aves são bastante sensíveis a alterações no seu ambiente e muito dependentes de habitat florestal, a riqueza na área também é um indicativo de que as florestas da região do Distrito do Saí sustentam uma comunidade relativamente saudável, inclusive com alto número de endemismos e espécies raras e ameaçadas. Além do Caneleiro-Bordado, a equipe identificou também espécies como o Jaó-do-Sul, da família dos macucos, um animal relativamente grande, que parece uma galinha e é muito caçado, buscado para servir de alimento. Um Curió de vida livre também foi identificado, uma espécie mais rara muito procurada por gaioleiros no passado só encontrada em áreas de vida selvagem preservada e pouco perturbada.

Curió Sporophila é ameaçado de extinção

“O recado é que é uma comunidade muito complexa, com muitos agentes e muitos exemplos. E quanto mais complexa a comunidade, mais complexas são as interações, pois para sustentar uma comunidade dessas é preciso um ambiente muito saudável, com muitos recursos. Mais de 50% dessas aves são insetívoras, por exemplo, dependentes de insetos”, ilustra.

Um desdobramento efetivo dessa análise sobre a avifauna foi bastante comentado junto à comunidade do Distrito do Saí, já que essa característica pode levar à criação de projetos turísticos relacionados à observação de pássaros. “O Distrito do Saí é uma das únicas áreas no estado de Santa Catarina com a possibilidade de observação e registro de muitas espécies. Essa beleza cênica fomenta o turismo de natureza”, indica o relatório da UFSC. “A recepção da comunidade quanto a essa possibilidade foi muito boa. Proprietários de pousada, por exemplo, ficaram empolgados com essa questão, pois apareceu como um novo potencial”, reforça o professor.

Exemplo de biodiversidade
A região, segundo o levantamento de fauna, tem uma importância ecológica inegável. De acordo com o professor Selvino Neckel de Oliveira, do Departamento de Ecologia e Zoologia da UFSC, que coordenou o estudo, o primeiro passo para a conservação é o conhecimento da área e do que ela tem de biodiversidade, pois assim é possível avaliar cada espécie e suas características determinadas. “A partir desse dado você consegue ter uma dimensão do estado de conservação, por exemplo, se você está diante de uma espécie que tem distribuição restrita naquela área ou se ela nunca foi registrada naquele ambiente”.

Piaya cayana

 

No caso da Mata Atlântica, que foi reduzida a cerca de 7% do que ela já foi originalmente no passado, sua posterior recuperação ocasionou uma paisagem com habitats fragmentados, ou seja, manchas de áreas florestais separadas por cidades ou sistemas agrícolas que isolaram determinadas espécies que, como consequência, podem ser extintas. “Num contexto de fragmentação, mesmo as espécies que conseguem permanecer se tornam inviáveis, pois as populações vão diminuindo, já que não há troca de material genético entre as populações”, explica.

 

Haematopus palliatus

 

Oliveira explica que é necessário estudar o ambiente, saber o que ele dispõe e avaliar o seu estado de conservação. “Nosso levantamento de fauna mostrou que o Distrito do Saí é um dos lugares mais ricos de espécies da nossa Mata Atlântica, com uma quantidade de espécies muito alta, comparado à unidade de área”, pontua.”E por que esse ambiente é rico? Porque a parte Norte de Santa Catarina é uma região de conexão de fauna e flora que vem do Sudeste/Nordeste brasileiro e da parte Sul do Brasil. Então, temos elementos da fauna e flora do Sul se encontrando com elementos das regiões Sudeste e Nordeste do Brasil.

Um exemplo que a equipe incluiu nas suas análises é o do Veado Bororo, espécie registrada na mata do Distrito do Saí há cerca de dois anos e cuja ocorrência era mais comum na porção da Mata Atlântica da região de São Paulo e dali para o Nordeste. Espécies de anfíbios observadas na floresta também são exemplos de uma região com uma fauna heterogênea, com elementos que tiveram suas origens mais ao sul ou mais ao norte do Saí. “O que ocorre é que o limite de distribuição dessa inúmeras espécies ocorre aqui na na região do Saí”.

Eira: exemplar da mastofauna no Distrito do Saí

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O professor lembra que aquilo que a equipe levantou na região é uma pequena amostra, fruto de cerca de 20 dias de campo, por conta do contexto pandêmico. Mesmo assim, observou-se uma grande diversidade. “Imagina se tivesse uma estação de estudo nesse local há 20, 30 anos e a importância que teriam estes registros a longo prazo. Ficamos impressionados, pois em pouco tempo conseguimos comprovar essa biodiversidade”, completa.

Os dados – que no relatório são divididos por grupos (peixes, anfíbios, reptéis, mamíferos, avese insetos dipteros) – não permitem que a equipe lance hipóteses sobre a possível perda de biodiversidade ocasionada pela ação humana, por exemplo. Mas o pesquisador observa que a região tem perdido áreas de floresta, além de ser ameaçada constantemente por obras, como as de ampliação portuária. “O veado, por exemplo, a gente registrou um indivíduo apenas. Será que não havia mais há dez ou cem anos atrás? Ou mesmo o macaco Bugio, que antes era visto com certa frequência e agora praticamente não se vê mais nessa região”.

Para ele, o que mais chama a atenção na fauna do Distrito do Saí é o conjunto da obra, identificado por meio da observação dos elementos da floresta atlântica que estão bem representados em diversos pontos do polígono e que são essenciais para a justificativa de uma unidade de conservação. “São muitos componentes da biodiversidade: o meio físico, com as nascentes com água de boa qualidade, o componente biótico, como árvores imensas; poucas, mas existem, e árvores que produzem muitos frutos para fauna. Os componentes da biodiversidade da Mata Atlântica estão todos ali”.

 

Releia a série acessando a tag ‘Nascentes do Saí’ ou clicando aqui

Amanda Miranda/Jornalista da Agecom

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