Professor e doutoranda da UFSC são vencedores na 63ª edição do Prêmio Jabuti

26/11/2021 09:33

O professor Daniel Martineschen e a doutoranda Monique Malcher de Carvalho sagraram-se vencedores na 63ª edição do Prêmio Jabuti, que condecora as melhores obras literárias do país. O resultado foi anunciado em uma cerimônia transmitida na noite da última quinta-feira, 25 de novembro, pelo canal da Câmara Brasileira do Livro (CBL) no YouTube (acesse aqui o vídeo completo). A premiação divide-se em quatro eixos principais: literatura, não ficção, produção editorial e inovação, que comportam vinte categorias.

O livro Divã ocidento-oriental (editora Estação Liberdade, 460 p.), de Johann Wolfgang Goethe, traduzido por Daniel Martineschen, foi vencedor no Eixo: Produção Editorial, categoria Tradução. A obra foi publicada em março de 2020 como resultado do doutorado do professor da área de alemão do Curso de Letras e Literaturas Estrangeiras da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). A tese, intitulada O lugar da tradução no West-östlicher Divan de Goethe, foi defendida em 2016 no Programa de Pós-Graduação em Letras (PPGLetras) da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e trata de questões de tradução na poetologia do Divã.

“O Divã ocidento-oriental é o resultado do movimento de Goethe em direção ao Oriente, ‘de onde há milênios têm chegado a nós tantas coisas grandiosas, boas e belas’. Este desejo teve sua gênese no encontro do poeta alemão com o Diwan — palavra persa para ‘coletânea’ ou ‘ciclo de poemas’ — do poeta persa Hafez. Reunindo mais de 500 gazéis (poemas curtos e líricos, de temática mística ou amorosa), o Diwan de Hafez circulava pelo Oriente desde o século XIV”, traz a apresentação do trabalho.

Daniel Martineschen atuou durante anos como tradutor técnico e juramentado para o idioma alemão no estado do Paraná. Atualmente é professor do curso de Letras Alemão da UFSC e é coordenador da área de alemão. Sua pesquisa na Universidade gira em torno da área da prática de tradução, com um projeto de investigação das possibilidades da tradução em dupla.

Vencedora na categoria Conto

Outra representante da UFSC a ser premiada na noite foi a doutoranda Monique Malcher de Carvalho, do Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas (PPGICH). A obra Flor de Gume (editora Jandaíra, 112 p.), livro de estreia da autora paraense, foi a grande vencedora no Eixo: Literatura, categoria Conto. O livro é composto por 37 contos que abordam a vida de mulheres de diferentes gerações, tendo como cenário paisagens de Santarém – cidade natal da autora.

Flor de Gume é um livro escrito para peles cortadas. Literatura como mergulhar as pernas nos rios do Pará e ouvir palavras que contam meninas presas em infâncias machucadas, mães e mulheres que crescem como plantas de verde profundo, apesar da realidade de violência, e avós que nutrem raízes, que aplicam ervas restauradoras no corpo ferido. Uma obra mística, que chama entidades e ancestralidades. Contos desenhados em cartas de taró, estética literária que roda junto com as saias. Uma riqueza de referências”, descreve Jarid Arraes, escritora e editora de Flor de Gume pelo selo Ferina, na apresentação da obra.

Além de escritora, Monique é colagista, artista visual e pesquisadora do Núcleo de Antropologia Audiovisual e Estudos da Imagem (NAVI) da UFSC. Sua tese no PPGICH, intitulada Subversão nos quadrinhos: Os tentáculos da cidade de São Paulo e as mulheres na década de 20 nas páginas de Sem Dó, foi orientada por Carmen Rial e Caroline Almeida.

João Luiz Guimarães e Nelson Cruz foram os ganhadores do Livro do Ano no Prêmio Jabuti, com a obra Sagatrissuinorana, que conta a fábula dos Três Porquinhos, tendo como pano de fundo o rompimento das barragens de Mariana e Brumadinho. Eles foram agraciados com o prêmio de R$ 100 mil. Os vencedores das 20 categorias levaram a estatueta e o prêmio de R$ 5 mil cada.

> Conheça os vencedores de todas as categorias do Prêmio Jabuti

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Prêmio Mulheres na Ciência: Regina Peralta Muniz Moreira

26/11/2021 08:00

Em 08 de setembro de 2021, a professora Regina de Fátima Peralta Muniz Moreira participava como avaliadora de uma banca de defesa de doutorado em Engenharia Química da Universidade de São Paulo (USP). Enquanto conversava, ainda informalmente, com outro docente que também fora escalado como avaliador do trabalho, ele lhe disse: “Regina, você não vai se lembrar, mas você me deu aula particular.” Luiz Mário de Matos Jorge, atualmente professor do Departamento de Engenharia Química da Universidade Estadual de Maringá (UEM), havia sido um de seus alunos nas aulas particulares que ela começou a oferecer quando ainda era adolescente. 
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UFSC realiza pesquisa de satisfação com alunos da graduação e pós-graduação

25/11/2021 13:58

A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) desenvolveu o questionário eletrônico Pesquisa de Satisfação – Discentes UFSC – 2021 a fim de entender a satisfação do corpo estudantil em relação à instituição. O formulário ficará disponível entre 25 de novembro de 2021 e 18 de abril de 2022. Podem participar alunos da graduação e pós-graduação.

> Para participar, acesse o formulário

A necessidade de medir o nível de satisfação dos servidores e alunos tem origem no Plano de Gestão de Logística Sustentável (PLS) da Universidade, que tem entre seus eixos o de “Qualidade de Vida” e como um de seus objetivos construir um referencial para o indicador de satisfação.

As respostas da pesquisa ajudarão a diagnosticar a situação e os resultados serão encaminhados para os setores responsáveis.

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Pesquisadores da UFSC emitem nota técnica sobre consequências do rompimento de barragem na Lagoa da Conceição

25/11/2021 10:17

Pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) publicaram nesta quinta-feira, 25 de novembro, uma nota técnica conjunta sobre os dez meses da data do rompimento da barragem da Lagoa de Evapoinfiltração (LEI) da Casan, na Avenida das Rendeiras, na Lagoa da Conceição, em Florianópolis. O documento é assinado pelo Projeto Ecoando Sustentabilidade, Laboratório de Ficologia (LAFIC), Laboratório de Oceanografia Química e Biogeoquímica Marinha (Loqui), Laboratório de Biodiversidade e Conservação Marinha (LBCM), Núcleo de Estudos do Mar (Nemar) e Veleiro Eco.

A nota técnica fala sobre os processos que ocorreram após o desastre de janeiro deste ano, dentre eles: florações de algas, mortandade de peixes, anoxia (falta de oxigênio na água), coloração e mau cheiro nas águas, sucessão ecológica, entre outros. O documento responde ainda a argumentos apresentados no parecer técnico e autorização emitida pelos órgãos ambientais para nivelamento do “delta arenoso” formado.

Os pesquisadores abordam no texto a necessidade de um tratamento de efluentes que vise remover poluentes de forma mais efetiva e descrevem as características geomorfológicas e a sucessão de vegetação e de organismos que ocorreu na região de impacto, onde se formou o baixio. Eles ressaltam a importância da vegetação e macrofauna presentes no local, com destaque para a função de biorremediação, remoção de nutrientes e poluentes, e o motivo para que não fosse removido.

De acordo com a nota, a Lagoa da Conceição vem sofrendo as consequências do crescimento populacional, sub-dimensionamento da rede de tratamento de efluentes domésticos, ligações alternativas e inadequadas, desde a década de 80, quando o balneário passou a ser visto com bons olhos por turistas e especulação imobiliária. Estima-se que, em 2016, apenas 15% da população da localidade era beneficiada pelo sistema de tratamento de efluentes e as demais moradias possuíam sistemas alternativos.

> Leia a íntegra da nota técnica

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Prêmio Mulheres na Ciência: Cristina Scheibe Wolff

24/11/2021 08:00

Em 2022, a historiadora Cristina Scheibe Wolff completa 30 anos como professora do Departamento de História do Centro de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal de Santa Catarina (CFH/UFSC). Com uma trajetória acadêmica marcada por significativas contribuições ao debate sobre questões de gênero no campo da História, Cristina é uma das homenageadas pelo Prêmio Mulheres na Ciência 2021, promovido pela Pró-Reitoria de Pesquisa (Propesq/UFSC). Ela foi a vencedora na área de Ciências Humanas da categoria Sênior, voltada a pesquisadoras que ingressaram na UFSC até o ano 2000.
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Coperve abre cadastramento para interessados em trabalhar no Vestibular 2022

23/11/2021 16:22

A Comissão Permanente do Vestibular (Coperve) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) iniciará o cadastramento de servidores docentes e técnico-administrativos em Educação, bem como de estudantes interessados em atuar como colaboradores para compor as equipes de fiscalização do Vestibular UFSC 2022. Interessados poderão se cadastrar, através da internet, de 29 de novembro a 12 de dezembro. O Vestibular 2022 da UFSC será realizado presencialmente nos dias 29 e 30 de janeiro de 2022.

Para atuação no campus da UFSC em Florianópolis (Trindade e Itacorubi) haverá dois editais diferentes. Um deles receberá inscrições de servidores da Universidade (docentes e técnicos administrativos em educação) que pretendem atuar nas funções de fiscalização de Grupo e Corredor, bem como na coordenação de Ala ou de Setor. Outro edital selecionará estudantes regularmente matriculados em cursos de graduação e pós-graduação para as funções de fiscal de Grupo e fiscal de Corredor, além de detector de metais.

Nos demais campi da UFSC (Araranguá, Blumenau, Curitibanos e Joinville) os editais serão para cadastramento de alunos de graduação e pós-graduação interessados em atuar na fiscalização de Grupo, de Corredor e com detector de metais. As inscrições nos campi regionais serão feitas através do link “Colaboradores – Vestibular UFSC 2022”, que será criado no site de cada campus. Neste mesmo link será feita a divulgação dos colaboradores selecionados.
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UFSC lança plataforma de gestão, análise e visualização de dados da instituição

22/11/2021 10:03

Transparência de dados e visibilidade à inovação e aos investimentos da sociedade na educação superior. Esses são alguns dos objetivos buscados pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) ao preparar o Observatório UFSC, plataforma que integrará em um único ambiente os dados e informações de vários domínios da instituição. 

O Observatório será lançado no dia 30 de novembro e irá gradualmente reunir e disponibilizar todos os dados que são de interesse da sociedade, tais como informações sobre orçamento, programas mantidos pela Universidade, perfil de estudantes, cursos, servidores, ações de pesquisa, extensão, inovação, cultura, esportes e internacionalização. As informações serão apresentadas em forma de painéis visuais (dashboards) de Business Intelligence (BI). 

“Esse lançamento marca o início de uma nova era na gestão universitária, quando a UFSC investe em transparência, em informações abertas, estruturadas. Será uma grande inovação, e estamos ansiosos para apresentar a toda a comunidade acadêmica e à sociedade. Não só a gestão, mas a pesquisa, o ensino e a extensão serão beneficiados”, ressalta o reitor Ubaldo Cesar Balthazar.

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Prêmio Mulheres na Ciência: Ana Lúcia Severo Rodrigues

22/11/2021 09:00

Ao longo das últimas duas semanas, a Agência de Comunicação da Universidade Federal de Santa Catarina (Agecom/UFSC) tem publicado reportagens sobre as vencedoras do Prêmio Mulheres na Ciência 2021, promovido pela Pró-Reitoria de Pesquisa (Propesq). Na sétima matéria da série, conheça a trajetória e o trabalho de Ana Lúcia Severo Rodrigues, contemplada na Categoria Sênior – voltada a docentes que ingressaram no quadro permanente da UFSC antes de 31 de dezembro de 2000 –, na área de Ciências da Vida.

Ana Lúcia é professora do Departamento de Bioquímica e dos programas de pós-graduação em Bioquímica e Neurociências e bolsista de produtividade em pesquisa nível 1B do CNPq. Coordenadora do grupo de pesquisa Neurobiologia da depressão, tem se dedicado a compreender os mecanismos bioquímicos e fisiológicos envolvidos nessa enfermidade e na regulação do humor, com estudos que podem colaborar com o desenvolvimento de novas possibilidades de tratamento e prevenção da doença.

Apesar de sua longa carreira dedicada à pesquisa e ao ensino (são quase 30 anos somente como professora na UFSC) e de sua extensa produção (mais de 200 artigos publicados, de 8 mil citações e de 50 alunos de mestrado e doutorado orientados), a docente recebeu com surpresa o anúncio da premiação: “Quando fiquei sabendo, acabou sendo, de certa forma, uma notícia muito impactante. Não estava exatamente esperando que fosse acontecer, porque a gente sabe que tem excelentes profissionais. Eu fiquei muito feliz, com certeza. É um reconhecimento da trajetória acadêmica e principalmente da dedicação que a gente tem à ciência e às atividades de pesquisa e de ensino”.
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Seminário Prograd começa nesta segunda; veja programação

22/11/2021 09:00

A Pró-Reitoria de Graduação da Universidade Federal de Santa Catarina (Prograd/UFSC) promove, entre os dias 22 e 25 de novembro, o 2º Seminário PROGRAD – O Ensino de Graduação no Brasil. O evento, que ocorre no formato virtual, é dirigido a docentes e técnicos-administrativo
s(as) em educação da UFSC. O link de acesso à sala será enviado por e-mail às pessoas inscritas. As inscrições devem ser feitas aqui.
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UFSC lança edital de concurso para contratar 43 docentes

22/11/2021 08:40

A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) lançou o edital de um novo concurso público para professor da carreira do Magistério Superior, com 43 (quarenta e três) vagas para o cargo nos campi de Araranguá, Blumenau, Curitibanos e  Florianópolis, em diferentes áreas do conhecimento, conforme explicita o Edital 087/2021/DDP. As inscrições começam no dia 2 de dezembro e seguem atém 13 de janeiro. As informações estão disponíveis no site https://087ddp2021.concursos.ufsc.br/.

O concurso contará com prova escrita, didática e de títulos, além de prova prática para áreas pertinentes. O edital também assegura a reserva de vagas para candidatos negros e com deficiência. O Departamento de Desenvolvimento de Pessoas (DDP) publicará no site , na opção do menu “Cronogramas de Provas”, o edital complementar com o cronograma de provas para cada campo de conhecimento, contendo as informações referentes aos locais, dias e horários de realização de todas as atividades.

As inscrições são realizadas exclusivamente via Internet, sendo possível também a solicitação de isenção do pagamento da taxa de inscrição. As vagas são para professoras Adjunto A de 20 horas e dedicação exclusiva e para professor auxiliar, com remunerações que variam de R$ 2.688,95 e a R$ 10.074,18.

De modo a garantir a segurança dos candidatos e demais envolvidos, a sessão pública de apuração do resultado final do concurso será transmitida on-line. Considerando o contexto do estado de emergência de saúde pública e tendo em vista os procedimentos definidos no Guia de Biossegurança da UFSC, será eliminado o candidato que descumpri-los e estará impedido de realizar a etapa do concurso e será eliminado aquele que apresentar sintomas da Covid-19.

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Professora leva temática antirracista em projetos de extensão para assistentes sociais

20/11/2021 08:03

A única professora negra do curso de Serviço Social da Universidade Federal de Santa Catarina, Cris Sabino, ingressou como docente na instituição no ano de 2019. Logo que chegou ao departamento, encontrou estudantes organizados e solicitando que o curso oferecesse disciplinas voltadas ao estudo das relações raciais. Além do ensino, havia lacunas a serem preenchidas na pesquisa e na extensão, e a presença da nova professora contribuiu com a criação de disciplinas e projetos que levaram o debate sobre racismo para além da universidade.

“Havia uma grande demanda reprimida, vindo principalmente dos estudantes, pela discussão de temática étnico-racial, racismo estrutural, articulando com o debate da superexploração da força de trabalho. Percebi que havia essa lacuna no meu departamento e no Centro Socioeconômico”, relata a professora. Além da mobilização dos estudantes, por meio do Coletivo de Estudantes Negras e Negros de Serviço Social – Magali da Silva Almeida, a demanda vinha dos conselhos profissionais, especialmente os conselhos Federal e Regional de Serviço Social (CFESS e o CRESS-SC), que traziam à época eventos com temas acerca do combate ao racismo na atuação profissional. 

“Criamos uma disciplina optativa sobre relações raciais no Brasil, além de projetos de pesquisa sobre a relação entre Estado e racismo estrutural, e sobre o trabalho doméstico”, relata Cris. A disciplina foi ministrada de forma presencial nos dois semestres de 2019, com turmas lotadas. No segundo semestre daquele ano, os alunos de outros cursos também pediam para frequentar a disciplina. Durante a pandemia, a disciplina foi oferecida remotamente como “Tópicos Especiais” e ainda seguiu tendo boa receptividade pelos alunos do curso de Serviço Social.
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Pesquisadora mapeia trajetórias negras e racismos na infância

19/11/2021 13:21

Eu não denominava, mas aquela questão de ser chamada de macaca eu percebia que eram dirigidas para as pessoas negras…Pra mim foi uma ruptura profunda entender este mundo agressivo e hostil… Ai o que aconteceu: eu comecei a dizer pra minha mãe que eu tinha dor de cabeça, ai eu não ia para a aula. Eu amava estudar só que, ao mesmo tempo, eu não queria passar por aquilo todos os dias. De ser xingada, hostilizada.

O tempo todo eu era chamada de negrinha suja, suco de pneu, suco de asfalto. E isso se estendeu até a sexta série quando mudei de escola.

Hoje eu consigo ver que, se eu cheguei ao ponto de aos nove anos, de bater, foi o último assim, um estresse muito grande… eu tinha chegado no meu limite. Como a criança negra ela se sente sozinha assim porque… talvez hoje se tenha uma atenção porque a gente fala mais disso, mas antes se não era como a minha mãe respondeu… como se fosse algo simples sabe, tipo “ah, esquece, não dá bola que para”, “ah, se o fulaninho briga muito. iiih é porque gosta”. Sabe estas coisas assim de não dar bola pra um problema que é grave só porque é criança. Só que, com certeza, isso nos afeta muito.

Os trechos acima são reprodução de depoimentos coletados pela pesquisadora Sandra Tonhote Sousa ao longo da sua pesquisa de mestrado, defendida em junho de 2020 no Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da Universidade Federal de Santa Catarina. Hoje cientista social e pesquisadora, ela também já foi criança. E embora tenha feito parte de um núcleo familiar que sempre positivou a negritude, a aproximação com coletivos e movimentos sociais fez com que decidisse se dedicar ao que precisa ser dito e enfrentado socialmente.

Por meio de entrevistas concedidas a ela por quatro mulheres e de narrativas públicas de quatro personalidades, ela investigou o racismo na infância. Mesmo sabendo que estaria diante de dores compartilhadas, foi um percurso fundamental para trazer à tona um debate importante. “A ideia de explicitar o racismo é justamente para combater. Temos bastante debate sobre relações raciais na academia e na política, mas na sociedade falta um pouco esse olhar para a infância, para esse sujeito que está começando a se entender e já está sendo vítima”, contextualiza.

Na dissertação Trajetórias Negras e Racismos: Memórias da Convivência Inter-racial na Infância, orientada pela professora Ilka Boaventura Leite, ela conclui que a descoberta do racismo pela criança negra pode ser interpretada em analogia com o mito da caverna de Platão. “Antes da primeira experiência amarga, acreditamos conhecer o mundo de uma maneira, mas, após, ele vai mudar significativamente quando somos de repente jogados para fora, lançados a outra realidade. Assim, depois de um episódio terrivelmente desconfortável, passamos a conhecer a realidade com a qual vamos conviver a partir de então”, escreve. As pesquisas bibliográficas também indicaram que as crianças negras podem experienciar ou passarem a ser vítimas da radicalização desde o berçário, na educação infantil ou até mesmo no interior das famílias.

O percurso não foi prazeroso. Sandra teve de se confrontar com as suas memórias e remexer nas dores das suas entrevistadas. Apesar disso, tanto ela, quanto as interlocutoras na pesquisa compartilhavam de um mesmo objetivo: “a gente tem que promover mais esse debate como forma de acabar com isso, de mostrar que existe, de chamar atenção para esse ponto”.

No caminho, deparou-se com pesquisas que retratavam a infância e o racismo sob a ótica da educação e usou a antropologia para se aproximar desse campo de estudos. Também investigou questões relacionadas à memória e à diáspora africana e, com o auxílio da autora portuguesa Grada Kilomba, remonta ao que a escritora chama de “a dor indizível do racismo”.

Nesse aspecto, lembranças de olhares, de apelidos e de gestos de censura a traços físicos identitários – como o cabelo, por exemplo – permeiam as narrativas trazidas na pesquisa. “Lembro de uma vez em que meu pai fez um trabalho, ele foi cobrar um dono de um restaurante e o dono do restaurante não tinha dinheiro, então falou que o meu pai poderia ir jantar com a família dele. E nós fomos comer num restaurante bem classe média no centro da cidade. Eu nunca vou esquecer quando a gente entrou e todo mundo olhou. Foi horrível”, disse uma das entrevistadas.

Para Sandra, nem mesmo a classe social é um mecanismo que afasta o racismo. A entrevista do cantor e compositor Gilberto Gil, que ela analisa na pesquisa, é um retrato disso: mesmo pertencendo a uma elite, à classe média, quando ele sai do contexto familiar e social em que os pais eram reconhecidos, o racismo passa a permear a sua existência. “No ciclo em que ele estava inserido ele podia ser lido como branco, depois que ele sai daquele ciclo acaba se deparando com o racismo. A racialização está na estrutura social, em todas as sociedades”, comenta.

Precisamos falar sobre

Na pesquisa, Sandra também remonta o momento em que opta pela construção de um objeto capaz de acionar dores e memórias tristes. Ela lembra que, quando começou a estudar relações raciais, sua ideia era fugir de assuntos delicados e investigar outros aspectos de fortalecimento identitário. Mas as leituras a fizeram subverter esse pensamento. “Fui entendendo a gravidade do tema e vi que não tinha como fugir. O debate é urgente. Precisamos falar do racismo, da juventude negra assassinada e de assuntos dolorosos”.

Por conta das características da pesquisa, ela teve dificuldades, por exemplo, em formar uma rede maior de entrevistados. As vozes que ecoam no estudo são, em sua maioria, de mulheres. Todas as entrevistas realizadas por ela também são com interlocutoras femininas. “Eu não consegui entrevistar homens. E entendo que isso tenha acontecido porque, para um homem, é mais difícil se colocar nesse lugar de fragilidade. É uma parte da masculinidade que se tenta esconder”.

Em contrapartida, as vivências captadas no estudo de Sandra revelam muitos padrões de comportamento de uma sociedade racista. Para ela, trata-se de uma disputa de narrativas, já que a ideia de raça é uma construção que vem afetando a toda a sociedade, por séculos e gerações. “Isso nubla a nossa percepção de realidade, tanto os sujeitos brancos, quanto os não-brancos, seja um para se sentir superior e outro inferiorizado”, pondera. “A gente tem consciência de que é uma narrativa e tem que tentar construir outra, contribuir minimamente para isso. E o esforço das pesquisas vai nesse sentido”, completa.

 

Amanda Miranda/Jornalista da Agecom/UFSC

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Prêmio Mulheres na Ciência: Maria José Hötzel

19/11/2021 10:38

Professora Maria José Hötzel atualmente é uma das coordenadoras do Leta. Foto: Acervo pessoal

As memórias das experiências vividas no meio do campo, dos verões que passou junto com a família em uma fazenda de seus tios, na Argentina, despertaram em Maria José Hötzel o interesse pelos animais ainda na infância. Do início da graduação em Medicina Veterinária ao posto de pesquisadora mundialmente reconhecida na área do bem-estar animal, Maria edificou uma carreira exemplar e agora acrescenta ao currículo o Prêmio Mulheres na Ciência 2021, concedido pela Pró-Reitoria de Pesquisa (Propesq) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

A homenagem tem como objetivo estimular, valorizar e dar visibilidade às mulheres da UFSC que fazem pesquisas científicas, tecnológicas e inovadoras, inspirando a comunidade científica interna e externa nas diferentes áreas do conhecimento e contribuindo para diminuir a assimetria de gênero na ciência. Docente do Departamento de Zootecnia e Desenvolvimento Rural, vinculado ao Centro de Ciências Agrárias (CCA), Maria sagrou-se vencedora na área de conhecimento Ciências da Vida, na Categoria Plena, voltada a pesquisadoras que ingressaram no quadro permanente da Universidade entre 31 de dezembro de 2000 e 31 de dezembro de 2013.

Nascida em Buenos Aires, Maria José Hötzel viveu parte da infância no Rio de Janeiro (RJ) e na capital argentina até se estabelecer com a família em Porto Alegre (RS), aos 12 anos. Cursou Medicina Veterinária na graduação e concluiu o mestrado em Ciências Veterinárias pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Obteve o título de PhD pela University of Western Australia, experiência que compartilhou com o marido, o professor Ricardo Ruther, do Departamento de Engenharia Civil da UFSC. “As pessoas que nos conheciam acharam meio exótico a gente ir para a Austrália, um país que poucos conheciam na época. Eu tive muita sorte com o orientador, o tema da tese, o grupo de pesquisa, a universidade e a cidade. Tive uma excelente formação e foram quatro anos muito bons do ponto de vista pessoal”, recorda a professora.

A trajetória acadêmica 

Ao retornar para o Brasil, a pesquisadora conquistou uma bolsa recém-doutor do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), em 1997, e logo se interessou pelo comportamento animal, passando a acompanhar e participar das pesquisas do Laboratório de Etologia Aplicada e Bem-Estar Animal (Leta), onde atualmente é co-coordenadora. Desde então, Maria Hötzel seguiu na UFSC, primeiro como pós-doc, depois como professora substituta, pesquisadora visitante do CNPq e professora visitante. Em 2006, conquistou o primeiro lugar em um concurso público realizado para vaga de docência no Departamento.

Atualmente Professora Associada IV da UFSC, Maria José desenvolve atividades de ensino, pesquisa e extensão e tem seu trabalho direcionado ao desenvolvimento de agroecossistemas sustentáveis, por meio da compreensão e melhoria do bem-estar dos animais, considerando as várias implicações éticas, ambientais, sociais e econômicas das práticas e dos sistemas de criação e da produção animal. Tem experiência com pesquisas em laboratório controlado e estudos na fazenda em diferentes espécies, bem como as atitudes dos cidadãos e das partes interessadas em relação às práticas e sistemas de produção pecuária.
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UFSC prepara Vestibular presencial com acessibilidade e prevenção

19/11/2021 09:10

 

A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) se prepara para o primeiro vestibular presencial desde o início da pandemia de Covid-19. Desde a autorização para a realização das provas, a Comissão Permanente do Vestibular (Coperve) investe em medidas de prevenção e segurança sanitária e em garantir provas acessíveis aos mais de 25 mil possíveis candidatos.

As inscrições encerram-se nesta sexta-feira, 19 de novembro. O processo será realizado de forma presencial nos dias 29 e 30 de janeiro de 2022, para o preenchimento de 4.521 vagas em 102 cursos de graduação oferecidos nos cinco campi da Universidade (Araranguá, Blumenau, Curitibanos, Florianópolis e Joinville). O prazo para pagamento da taxa de inscrição termina dia 22 de novembro, com a confirmação da inscrição preliminar agendada para 24 de novembro. 

“Nossa expectativa é o preenchimento de 100% das vagas, para início em 18 de abril, de forma presencial. Temos visitado escolas para falar do Vestibular e estamos em plena preparação para as provas, assim como os nossos candidatos,” explica a presidente da Coperve, Maria José Baldessar.

“Estamos visitando todas as escolas que terão a aplicação das provas para avaliar a ventilação das salas, espaço para distanciamento social, todo o planejamento de serviços de limpeza e disponibilização de álcool em gel. Teremos espaço físico suficiente para garantir condições sanitárias adequadas, em salas com ocupação reduzida em até 50%. Os candidatos podem saber que todos os cuidados estão sendo tomados para um Vestibular em ambiente seguro, com toda a cautela. Vamos iniciar em breve a seleção de fiscais e pessoas que irão trabalhar nas provas, e uma das diretrizes é optar por pessoas com ciclo vacinal completo”, salienta Baldessar.

O uso de máscara será obrigatório e a presidente lembra os candidatos que também devem se prevenir antes e durante o processo seletivo. Ela recomenda que evitem aglomerações nos dias que antecedem a prova, que busquem “preservar sua saúde antes e durante as provas, para proporcionar a todos uma prova segura”.

A pandemia de Covid-19, acredita a presidente, tem afetado as escolhas dos candidatos. A Coperve já observa um aumento na procura dos cursos da área da saúde, com o curso de Enfermagem tendo um acréscimo mais significativo. A relação candidato-vaga será divulgada após a confirmação definitiva das inscrições, provavelmente em janeiro.

Acessibilidade

As provas estão em processo de finalização e começarão a ser gravadas em vídeo, na Língua Brasileira de Sinais (Libras). 

“Em todos os concursos e editais, a Coperve disponibiliza aos candidatos a possibilidade de solicitar condições especiais para a realização das provas, inclusive a redação. Temos ainda os espaços especiais para amamentação e para o resguardo religioso dos sabatistas. Dispomos de prova em Libras e em Braille, intérprete de Libras, ledor, transcritor, salas reservadas para portadores de necessidades específicas. Essas condições são avaliadas por uma comissão formada por médicos, psicólogos, assistentes sociais e pessoal da Coperve e atende às necessidades dentro da razoabilidade”, reforça a presidente.

 

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Prêmio Confap: professor Raul Wazlawick é indicado na categoria ‘Pesquisador Inovador’

18/11/2021 08:00

Nasceu na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) um sistema pioneiro no setor de tecnologia da inovação em Saúde. O projeto e-SUS APS, desenvolvido pelo Laboratório Bridge (bridge.ufsc.br) em parceria com o Ministério da Saúde, criou soluções informatizadas para a atenção básica à saúde no Brasil, especialmente em relação ao prontuário eletrônico dos pacientes, coleta de informações e atenção domiciliar. Hoje, o sistema atende cerca de 80% dos municípios brasileiros, é operado por mais de 700 mil profissionais e possui mais de cinco bilhões de registros clínicos – e com 90% de satisfação entre os usuários.

A equipe multidisciplinar responsável pelo produto, atualmente formada por 172 colaboradores, é comandada pelo professor Raul Sidnei Wazlawick, docente do Departamento de Informática e Estatística da Universidade. Além de estar à frente do Bridge desde 2013, Wazlawick ministra disciplinas na graduação e pós-graduação da UFSC, é autor de cinco livros e de mais de uma centena de artigos científicos na área de engenharia de software.

As conquistas registradas em seu currículo lhe renderam a indicação ao Prêmio Confap de Ciência, Tecnologia e Inovação – Francisco Romeu Landi, iniciativa do Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap). A premiação é concedida a pessoas físicas que tenham se destacado em pesquisas científicas, tecnológicas e de inovação “cujos resultados produziram conhecimento e beneficiaram, direta ou indiretamente, o desenvolvimento e o bem-estar das populações brasileiras”.

Trajetória

Natural de Porto Alegre (RS), Raul Wazlawick mudou-se com a família para Florianópolis aos oito anos, em 1976. Desde criança era fascinado por histórias com computadores em gibis e seriados de TV. “Entrei na computação para desenvolver jogos, mas acabei seguindo outros caminhos”, lembra. Seus pais tinham uma distribuidora de alimentos e trabalhavam, principalmente, com supermercados. “Um dos primeiros sistemas informatizados que desenvolvi – logo depois de formado – foi para gerenciar a empresa deles”, revela o professor, que se graduou em Ciência da Computação pela UFSC em 1988.

Professor da Federal de Santa Catarina desde 1992, Wazlawick possui mestrado em Ciência da Computação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1990), doutorado em Engenharia de Produção pela UFSC (1993) e pós-doutorado pela Universidade Nova de Lisboa (1998). Atualmente leciona as disciplinas Informática e Sociedade e Engenharia de Software II no bacharelado em Ciência da Computação, e Análise de Sistemas e Algoritmos e Programação no mestrado profissional em Informática e Saúde. Como docente, realizou 51 orientações de mestrado e sete de doutorado.
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Inscrições para o Vestibular UFSC 2022 terminam na sexta, 19 de novembro

17/11/2021 14:36

As inscrições para o Vestibular UFSC 2022 terminam nesta sexta-feira, 19 de novembro. O processo será realizado de forma presencial nos dias 29 e 30 de janeiro de 2022, para o preenchimento de 4.521 vagas em 102 cursos de graduação oferecidos nos cinco campi da Universidade (Araranguá, Blumenau, Curitibanos, Florianópolis e Joinville). O prazo para pagamento da taxa de inscrição se encerra dia 22 de novembro, com a confirmação da inscrição preliminar agendada para 24 de novembro.

Para se inscrever, os candidatos deverão acessar o site www.vestibular2022.ufsc.br e preencher o Requerimento de Inscrição. O valor da taxa de inscrição é de R$ 155,00 (cento e cinquenta e cinco reais) para todos os cursos.

Podem participar do Vestibular candidatos que já tenham concluído o Ensino Médio ou equivalente ou que venham a concluí-lo até a data de matrícula na UFSC. A exemplo de anos anteriores, também poderão participar os chamados “candidatos por experiência”, que não concorrerão à classificação.
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Professor Aloísio Klein é um dos indicados de SC ao Prêmio Confap de Ciência, Tecnologia e Inovação

17/11/2021 14:00

Fórmulas matemáticas costumam fazer parte da carreira de um pesquisador com formação em Física e Engenharia, mas apesar da trajetória na área das Exatas, a fórmula que predomina na vida profissional do professor Aloisio Nelmo Klein vai muito além dos números. Pensar à frente, ensinar com motivação e acreditar na parceria – com os colegas e alunos e com organizações externas – são algumas das características que culminaram com a indicação ao Prêmio Confap de Ciência, Tecnologia e Inovação – Francisco Romeu Landi.  A iniciativa do Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap) reconhece aqueles que se destacaram em pesquisas científicas, tecnológicas e de inovação com resultados positivos para o desenvolvimento e o bem-estar das populações brasileiras. A indicação foi feita pela UFSC à Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc), representante catarinense na premiação.

Professor titular no Departamento de Engenharia Mecânica, Klein foi também um dos fundadores do curso de Engenharia de Materiais e do programa de Pós-Graduação em Ciência e Engenharia de Materiais e é um dos líderes do Laboratório de Materiais, centro científico pioneiro e um dos pólos do desenvolvimento científico e tecnológico na área, no Brasil. “O Brasil demanda a solução de problemas que já estão à prova. O que fiz, ao longo desses anos, foi pensar em fazer algo que pudesse contribuir com o mundo”, comenta.

Nesse processo, Klein acumulou parcerias que não deixa de mencionar quando cita pontos da sua biografia. O vínculo com a indústria, com quem construiu soluções ao longo de toda a sua trajetória, permitiu que as pesquisas tivessem um impacto direto na realidade. Já a proximidade com os alunos, de graduação e pós-graduação, possibilitou que formasse um grupo de profissionais e de cientistas motivados a buscarem respostas para grandes problemas tecnológicos. “Quando o aluno tem as condições adequadas de realizar o seu trabalho experimental e quando temos boas parcerias com as empresas o resultado tende a ser positivo”, resume.

A metalurgia do pó e a tecnologia de plasma foram duas das frentes de trabalho que o colocaram na vanguarda da inovação. Com a investigação de materiais sinterizados porosos, construiu dois produtos patenteados, com uma dessas patentes já concedida nos Estados Unidos. O pesquisador também investiga as novas técnicas de processamento assistidas por plasma e o desenvolvimento de reatores de plasma – área em que o Laboratório de Materiais da UFSC se destaca como centro de excelência. Essa tecnologia é responsável por uma série de processos físico-químicos que beneficiam diretamente a indústria de materiais.

Ao longo da sua carreira na UFSC e à frente do LabMat, Klein também coordenou uma série de projetos aprovados em concorrência para a obtenção de recursos nos editais das agências de fomento. A soma chega a R$ 70 milhões, somente nos últimos 20 anos. “A interação contínua entre os pesquisadores da universidade e os engenheiros e pesquisadores das empresas parceiras se mostrou ser a forma mais adequada para aquilo que frequentemente é chamado de ‘Interação Universidade/ICTs x Empresa’, pois permite correções de rumo em tempo real durante o desenvolvimento do projeto”, pontua.

Muitos desses parceiros foram formados por Klein, que revela um entusiasmo com sua atuação docente. “O registro na carteira de trabalho está lá: sou professor”, comenta. Olhar “frente a frente”, sem lançar mão da autoridade ou da superioridade acadêmica e trabalhar como um motivador de trabalhos que impactem à realidade são duas das suas práticas. “Minha prioridade é ser professor e orientador. É formar gente muito bem. O resultado disso é que conseguimos desenvolver bons estudos, que rendem inovação e patentes”.

O professor da UFSC foi responsável por um total de 142 cartas de patentes, no exterior e também no Brasil, que resultaram em 22 famílias de patentes de invenção, com os pedidos de deposição em 11 países distintos. Em torno de 40 % destes pedidos ainda estão em fase de análise e algumas dessas patentes já caíram em domínio público.

O início

A saga do pesquisador em busca da inovação tem um marco que ele recorda com saudosismo. Formado em Física, com mestrado em Engenharia Metalúrgica e dos Materiais, foi com um professor na Universidade de Karlsruhe, na Alemanha, durante o doutorado, que aprendeu a buscar problemas de pesquisa que resultassem em soluções inovadoras. “Quando apresentei minha primeira proposta ele me questionou: ‘para que isso vai servir? o que vamos fazer com isso depois?’ e me sugeriu buscar algo que servisse para melhorar algo no mundo”, lembra.

A tese, na área da metalurgia de pós, já resultou na primeira patente. “Tentei pensar em um tema que utilizasse os conceitos da área, mas que resultasse em produto mais barato e com melhores propriedades”. Em todo o percurso atuou com aquilo que chama, brincando, de “índice de viração própria”. “Fui atrás das coisas pessoalmente. Depois, quando voltei ao Brasil, encontrei na UFSC, no Departamento de Engenharia Mecânica, um ambiente muito maduro para seguir”.

Desde o começo da trajetória, Klein aposta em uma atuação multidisciplinar. Físicos, químicos e engenheiros trabalham de forma coletiva na busca por solucionar problemas que aumentem a competitividade da indústria. Essa perspectiva, de uma ciência aplicada e que congrega diversas áreas do conhecimento em torno de um problema, também é um atrativo para as empresas. Entre as organizações parceiras do Laboratório de Materiais, há indústrias multinacionais de ponta que investem nas pesquisas coordenadas por Klein há mais de 30 anos. “E há 30 anos nós não tínhamos tecnologia. Aprender era um grande desafio. Por isso hoje eu vejo que um aluno motivado é capaz de tudo”.

Essas parcerias na pesquisa resultaram em 395 artigos publicados, somando-se os artigos publicados em periódicos internacionais – 189 deles listados na base de dados Scopus, com citações, e 216 publicados em Anais de Congressos Nacionais e Internacionais. O professor também foi responsável pela orientação de 48 alunos de mestrado, 32 de doutorado, 20 supervisões de Pós-Doutorado e pelo registro de 89 alunos de iniciação científica. Hoje, é pesquisador 1A do CNPq, figurando em um grupo restrito de cientistas reconhecidos pela alta produtividade e impacto de seus estudos.

O agora

Em todo o seu discurso, Klein faz questão de lembrar e celebrar a importância do trabalho em equipe. Reverencia colegas de departamento, alunos e parceiros de iniciativas em pesquisa e desenvolvimento ciente de que o trabalho científico exige colaboração. “Temos muitas coisas a fazer e a construir na área de materiais, de novos materiais. A forma de fazer é uma das coisas mais importantes, por isso a parceria precisa ser contínua”, comenta.

Por conta do tempo escasso, o pesquisador já não atua mais na bancada, mas na liderança de grandes projetos e parcerias e na orientação de estudos com potencial de inovação. “A ideia é sempre pensar à frente”, sintetiza. Por isso, uma das iniciativas mais recentes ainda está sob sigilo: sua equipe está prospectando uma série de pesquisas junto a um instituto de tecnologia que está de olho no futuro. “É uma grande parceria que foi iniciada para desenvolvermos novos materiais e aperfeiçoarmos processos”, completa.

Como todo visionário, o professor da UFSC também se mostra entusiasmado e otimista com o futuro. Prestes a completar 71 anos, ele está confiante de que o volume de informações e a tecnologia disponíveis hoje vão formar cientistas cada vez mais bem preparados para enfrentar os problemas que ele sempre perseguiu, desde o primeiro contato com a ciência dos materiais. “Com esse fator e com as parcerias vai aumentar a capacidade de resolver os grandes problemas do futuro”, pontua. “Estou convencido de que a ciência e a tecnologia estão entre as principais forças motrizes para o desenvolvimento de uma nação, além da educação e escolas de qualidade”.

Amanda Miranda/Jornalista da Agecom/UFSC

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Prêmio Mulheres na Ciência: Lucila Maria de Souza Campos

17/11/2021 09:00

O gosto pelas ciências exatas e um DNA para a educação levaram Lucila Maria de Souza Campos, professora do Departamento de Engenharia de Produção e Sistemas, a interromper uma carreira no mercado para se dedicar a algo que já fazia seus olhos brilharem: a pesquisa em gestão ambiental e o ensino. Na pesquisa, consolidou parcerias internacionais e produziu artigos que são referência no mundo. Já no papel de formar, seguiu os passos do pai e da mãe – esta também um dos exemplos femininos marcantes na sua jornada. Ela foi vencedora da categoria plena, na área de Ciências Exatas e da Terra, do Prêmio Mulheres na Ciência 2021.

Pensar no que pode fazer diante das adversidades é um dos focos da carreira de uma mulher que, quando menina, já era muito estudiosa. Seu olhar para o espaço feminino na ciência está bastante associado a essa percepção – a de atingir resultados com empenho e a partir dos desafios estabelecidos. “Percebi que este é o foco das mulheres premiadas: o de buscar o que se pode fazer mesmo com as dificuldades”, comenta. “Nossa maior dificuldade é porque fazemos muitas coisas que a sociedade atribui a nós. Mas eu valorizo muito o tempo. E o tempo de qualidade é também mais produtivo”.

Na trajetória dela, esse é um caminho que se cruza também com uma determinação para uma ciência ainda em construção. “Ainda estou buscando o grande resultado de pesquisa, pois entendo isso como uma construção, não como algo que já está fechado”. Nessa busca gradativa e processual, o exemplo dos colegas e das colegas e a parceria com orientandos tem se mostrado um componente essencial da sua carreira. “Sempre me espelho neles”, sintetiza. A parceria com o companheiro, o também professor Maurício Nath Lopes, também é citada como um componente essencial da vida e da carreira.
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UFSC integra ação que disponibiliza triciclos para idosos na Beira-mar em Florianópolis

16/11/2021 12:22

A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), por meio do projeto de extensão Blue Bikers, é uma das instituições integrantes da AMOBRAZIL, uma cooperação internacional que visa ser referência em envelhecimento saudável e mobilidade urbana. A ação visa promover, até o fim do mês de novembro, oficinas de triciclo na Beira-mar Norte, em Florianópolis, para as pessoas com idade a partir de 60 anos. O ponto de encontro é em frente ao Koxixo’s e as atividades ocorrem aos sábados e domingos pela manhã, entre 8h e 11h30.

“A intenção é promover o acesso a atividades físicas que proporcione maior benefício à saúde e também um maior sentimento de pertencimento à cidade. Além do impacto social, buscamos proporcionar a realização de atividades físicas aos idosos, aumentando a interação social e auxiliando para um envelhecimento ativo e saudável”, ressalta a organização.

O projeto de extensão Blue Bikers na UFSC tem como coordenadores a professora Lizandra Vergara, do Departamento de Engenharia de Produção e Sistemas, e Cassiano Rech, do Departamento de Educação Física, além de docentes e estudantes da Saúde Pública, Medicina, Fonoaudiologia, Design, Arquitetura e Urbanismo.

Mais informações em instagram.com/amobrazil_ufsc ou pelo WhatsApp (48) 99191-8672

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Sistema de captação de água no século XVIII é tema do novo episódio do tour virtual pela Fortaleza de Santo Antônio de Ratones

16/11/2021 10:51

O que atualmente é considerada uma solução ecologicamente correta de reaproveitamento de água era um sistema vital para a Fortaleza de Santo Antônio de Ratones no século XVIII. A Casa do Comandante e o Quartel da Tropa eram edifícios que tinham calhas para captação da água da chuva. Esse sistema, que aumentava as reservas para além da fonte existente na Ilha de Ratones Grande, é detalhado no nono episódio do tour virtual.

> Assista ao episódio:

Criado pelos alunos do Curso Técnico em Guia de Turismo do Campus Florianópolis-Continente do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) em parceria com a Coordenadoria das Fortalezas da Ilha de Santa Catarina (CFISC), o tour virtual apresenta uma nova edição a cada final de semana. Os episódios vão ao ar sempre aos domingos, às 10h.

As fortalezas sob gestão da UFSC – Fortaleza de São José da Ponta Grossa, Fortaleza de Santo Antônio de Ratones e Fortaleza de Santa Cruz de Anhatomirim – estão fechadas à visitação pública como medida de combate à proliferação da Covid-19.

Veja também:

Conheça o Quartel da Tropa e a Casa dos Oficiais da Fortaleza de Santo Antônio de Ratones (Episódio 8)
Paiol da Pólvora ficava no ponto mais alto para evitar artilharia inimiga (Episódio 7)
Fortaleza de Santo Antônio de Ratones tinha duas baterias de canhões (Episódio 6)
Casa da Palamenta guardava material para disparo de canhões (Episódio 5)
Ponte levadiça controlava o acesso à Fortaleza de Santo Antônio de Ratones (Episódio 4)
Energia limpa mantém a Fortaleza de Santo Antônio de Ratones desde 2000 (Episódio 3)
Ratones ajudou no combate a epidemias no século XIX (Episódio 2)
Assista ao primeiro episódio do tour virtual pela Fortaleza de Santo Antônio de Ratones (Episódio 1)
Tour virtual apresenta a Fortaleza de Santo Antônio de Ratones aos domingos (detalhes do projeto)

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UFSC na mídia: projeto instala ‘armadilhas fotográficas’ e registra espécies raras e ameaçadas

16/11/2021 09:53

Crédito das fotos: Fernando Farias/Divulgação

Uma iniciativa do Projeto Fauna Floripa, parceria entre a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), a Fundação Municipal do Meio Ambiente (Floram) e o Instituto do Meio Ambiente (IMA), instalou “armadilhas fotográficas” em florestas de Florianópolis e registrou espécies raras e ameaçadas. Em reportagem veiculada no ND+, o professor e pesquisador Guilherme Brito, do Departamento de Ecologia e Zoologia da UFSC, listou uma variedade de espécies que correm riscos de extinção na capital catarinense.

“A gente tem uma frase super famosa na conservação que é: ‘a gente não conserva o que não conhece’. Então é muito importante a gente fazer um trabalho de divulgação para a população saber que existem esses bichos relativamente ameaçados por aí, e que preservando os ambientes dele a gente pode preservar essas espécies”, afirmou Guilherme Brito à reportagem.

O Projeto Fauno Floripa realiza o levantamento das espécies de mamíferos, aves e anfíbios em Florianópolis. Foram instaladas 20 câmeras foram pela área de mata da Capital, e os animais são monitorados 24 horas por dia.

> Clique AQUI para acessar a íntegra da reportagem

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Prêmio Mulheres na Ciência: Daniela Karine Ramos

16/11/2021 09:00

Desde a semana passada, a Agência de Comunicação da Universidade Federal de Santa Catarina (Agecom/UFSC) tem publicado reportagens sobre as vencedoras do Prêmio Mulheres na Ciência 2021, promovido pela Pró-Reitoria de Pesquisa (Propesq). A quarta matéria da série aborda a trajetória e o trabalho da professora do Centro de Ciências da Educação (CED) Daniela Karine Ramos, vencedora na área de Ciências Humanas, Categoria Plena, voltada a docentes que ingressaram na UFSC entre 31 de dezembro de 2000 e 31 de dezembro de 2013.

Daniela é professora do Departamento de Metodologia de Ensino e do Programa de Pós-Graduação em Educação e uma das coordenadoras do grupo de pesquisa Edumídia – Educação, Comunicação e Mídias, além de atuar como como professora colaboradora do Mestrado em Recursos Digitais em Educação do Instituto Politécnico de Santarém (Portugal). Há mais de dez anos, dedica-se a projetos de pesquisa e extensão relacionados ao uso de jogos eletrônicos na Educação, com estudos voltados especialmente à aprendizagem e ao desenvolvimento de funções cognitivas. Sua produção acadêmica e científica soma 85 artigos em revistas científicas, 13 livros publicados e organizados, 37 capítulos de livro e 49 trabalhos completos em anais de evento. 

Ela também é divorciada e mãe de três crianças – Julia, Mateus e Eduarda, de 11, 9 e 6 anos, respectivamente. E foi justamente da percepção dos múltiplos papéis que assume, assim como muitas outras mulheres, que veio um dos estímulos para se inscrever na premiação. Para Daniela, essa era uma forma de valorizar a iniciativa e reconhecer a importância da mulher na ciência e os diferentes desafios enfrentados pelas pesquisadoras. “Tenho três crianças pequenas, fiquei na pandemia com eles sozinha, e [com ensino] remoto, computador e trabalho… Então muitas vezes é uma condição bem diferente da de homens que atuam na universidade. A gente tem esse desafio, muitas vezes, de uma responsabilidade maior como mãe. Normalmente, numa situação de divorcio é a mãe que acaba ficando mais responsável pelas crianças”, enfatiza. 

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Conselho Universitário aprova calendário acadêmico para o ano letivo de 2022 com volta às aulas presenciais

12/11/2021 18:50

O Conselho Universitário (CUn) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) aprovou nesta sexta-feira, 12 de novembro, os calendários acadêmicos da graduação e da pós-graduação para o ano letivo de 2022, com a volta das aulas em forma presencial. Na graduação, o primeiro semestre de 2022 começa no dia 18 de abril e vai até 3 de agosto. Na pós-graduação stricto sensu (mestrado e doutorado), o calendário referencial para os diferentes regimes prevê aulas a partir de 7 de março.

>> Acesse aqui o Calendário Acadêmico para o ano letivo de 2022

Os calendários aprovados estabelecem o encerramento de todos os períodos letivos até o dia 23 de dezembro, proporcionando a volta, já em 2022, do alinhamento entre o ano letivo e o ano civil.

A vice-reitora Cátia de Carvalho Pinto presidiu a sessão, uma vez que o reitor Ubaldo Cesar Balthazar esteve impossibilitado nesta data. Cátia ressalta que o ajuste do calendário tem sido um objetivo necessário, e salienta que a colaboração de toda a comunidade universitária tem sido essencial nesse período excepcional que a Universidade vive com a pandemia. “Com o calendário acadêmico de 2022, a UFSC consegue ajustar os semestres e isso tem reflexos na graduação e na pós, e traz de volta uma normalidade a qual estávamos acostumados. O debate hoje foi muito positivo, e levou a uma decisão oportuna. Caminhamos para um retorno presencial, depois de termos vivenciado a pandemia com foco na manutenção do nosso ensino de excelência, enfrentando toda sorte de complexidades e contribuindo para a preservação de vidas. Teremos um retorno bem-sucedido, e estamos empenhados em produzir esse resultado”, frisou.
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COP26: pesquisadores da UFSC são coautores de relatório que avalia a situação da Amazônia

12/11/2021 13:47

Imagem aérea de queimada próxima à Floresta Nacional de Jacundá, em Rondônia, em agosto de 2020. Foto: Bruno Kelly/Amazônia Real/CC BY-NC-SA 2.0

O Painel Científico para a Amazônia (SPA), grupo que reúne mais de 200 cientistas, divulgou nesta sexta-feira, 12 de novembro, o primeiro Relatório de Avaliação da Amazônia. Apresentado em Glasgow, na Escócia, em um evento paralelo à Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, a Cop26, o documento alerta que a Amazônia está se aproximando de um potencial e catastrófico ponto de não retorno, devido ao desmatamento, à degradação, aos incêndios florestais e às mudanças climáticas, e faz um apelo aos governos globais, líderes do setor público e privado, formuladores de políticas e ao público em geral para agir agora para evitar mais devastação na região. 

Segundo o SPA, esse é o mais detalhado, abrangente e holístico material do tipo sobre a Bacia Amazônica. Em seus 34 capítulos, fornece uma visão sistemática sobre o estado dos ecossistemas e dos povos da Amazônia e oferece aos formuladores de políticas públicas recomendações para a conservação desse ecossistema e caminhos para o desenvolvimento sustentável da região. Destaca, também, a importância da ciência, da tecnologia, da inovação, dos povos indígenas e do conhecimento local para orientar as tomadas de decisões e a formulação de políticas.

“O que esse relatório faz, o papel dele, é como se fosse um IPCC [Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas] para a Amazônia. Então, é a primeira vez que uma revisão sobre as coisas que acontecem na Amazônia, sobre o estado da Amazônia hoje, é feita assim, dessa forma, com vários pesquisadores”, comenta a professora do Departamento de Física da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) Marina Hirota, uma das autoras do documento.

A estrutura do estudo é dividida em três partes. A primeira apresenta os fatores que determinaram a evolução da Amazônia para o que conhecemos hoje, incluindo aspectos geológicos, climáticos e humanos. A segunda seção discute como as ações antrópicas estão afetando o bioma. São abordadas questões como desmatamento, fogo e mudanças climáticas, no uso da terra e nos regimes de chuva, bem como seus impactos na biodiversidade, nos processos ecológicos, nos serviços ecossistêmicos e no bem-estar humano. O trabalho finaliza com a indicação de soluções e caminhos sustentáveis para o futuro.
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UFSC já oferece 68 disciplinas práticas e teórico-práticas de forma presencial nos cursos de Graduação

12/11/2021 13:35

Entrada de sala de aula no Centro de Ciências da Saúde. (Foto: Edevard Araújo)

Neste segundo semestre de 2021, cerca de 68 disciplinas práticas e teórico-práticas estão sendo lecionadas de forma presencial, com 3.462 estudantes matriculados, principalmente em cursos da área de saúde humana e animal. Esse retorno, parcial, por causa da pandemia, segue os protocolos de biossegurança da UFSC e a ordem de prioridades pré-estabelecidos na Resolução Normativa nº 090/2021/CGRAD.

O pró-reitor de Graduação (Prograd), Daniel Vasconcelos, acredita que esse retorno é muito benéfico: “Foi a forma que encontramos, institucionalmente, de resolver o represamento em cursos com alto índice de conteúdos práticos, não atrasar a formatura dos alunos, manter a qualidade do ensino da UFSC e, ao mesmo tempo, procurar proporcionar essa experiência com o máximo de segurança possível para todos os envolvidos”. 

Vasconcelos explica que, antes da normativa, um questionário foi aplicado com os cursos de graduação, buscando mapear aqueles com maiores problemas de retenção por causa de disciplinas práticas, tratadas como “Menção P”, durante o calendário excepcional da Universidade. Esse mesmo levantamento buscou identificar o tamanho das necessidades em termos de quantitativo estimado de alunos atingidos pelas retenções em Menção P, assim como mapear quais cursos estariam dispostos a pleitear o retorno das atividades presenciais. 

Com essas informações, e mediante autorização do Conselho Universitário, uma Comissão de docentes, discentes e técnicos, sob a liderança da Prograd, preparou a minuta de normativa visando solucionar esses problemas. Desse conjunto de trabalhos resultou a Resolução Normativa aprovada em 19 de maio, que estabeleceu critérios de prioridade na oferta dessas disciplinas ou conteúdos, bem como os trâmites a serem realizados, envolvendo coordenações de cursos, departamentos e centros. A finalização do processo, após o encaminhamento do curso, passa pela Prograd, que faz uma avaliação junto à uma comissão, composta por docentes e estudantes membros da Câmara de Graduação e técnicos do Departamento de Atenção à Saúde (DAS/Prodegesp).  

Aula de técnica operatória no curso de Medicina. (Foto: Edevard Araújo)

Antes da Resolução, cursos que desejassem realizar a retomada de conteúdos parciais de disciplinas teórico-práticas ou disciplinas práticas precisavam cumprir uma série de requisitos, o que demandava mais tempo para ser aprovado. Com a normativa e a garantia da observância dos protocolos de biossegurança, o tempo de análise dos processos diminuiu, caiu de meses para alguns dias. “Esse é um processo que está se tornando cada vez mais rápido, graças ao empenho de todos: coordenações, departamentos, e da comissão da Câmara de Graduação que analisa os pedidos. De um processo de meses, atualmente leva apenas alguns dias, e permite aos cursos planejar melhor a retomada dessas atividades”, continua Daniel. 
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