Maioria dos estados do Norte tem política de segurança alimentar frágil
Cinco dos sete estados da região Norte estão na lista dos menos estruturados em questões relacionadas à descentralização do Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (SISAN), segundo análise de agrupamentos com dados referentes aos anos de 2017 e 2018. Amazonas, Acre, Amapá, Roraima e Rondônia se destacaram por destinarem menos recursos e terem a política com menos articulação entre os setores – ao lado de estados como Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e Rio Grande do Norte. Os dados são de uma pesquisa realizada pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), publicada na revista “Cadernos de Saúde Pública” na sexta-feira, 21 de abril.
O estudo analisou a descentralização do SISAN, a partir de dados da Pesquisa de Informações Básicas Estaduais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Mapeamento de Segurança Alimentar e Nutricional (MapaSAN). Ele mostra, por exemplo, como o SISAN foi implementado de diferentes formas nos 26 estados brasileiros.
Os estados que destinam mais recursos à Política de SAN são aqueles em que contaram com maior número de setores do governo envolvidos, com destaque para as áreas da saúde e da agricultura. Não foi o que aconteceu em 16 dos estados brasileiros, que têm somente um setor – o da assistência social – responsável pela descentralização da Política de SAN. Segundo a pesquisadora Milena Corrêa Martins, autora principal do estudo, essa estrutura precisa ser repensada: “O direito à alimentação não segue uma lógica assistencialista, mas sim de desenvolvimento social e econômico”. Milena é doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Nutrição (PPGN).
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