Estudo da UFSC revela ambiguidade do termo ‘Clean Label’ em alimentos industrializados

21/11/2024 13:30

Imagem de viniciusmagalhaesvsm por Pixabay.

Um estudo realizado pelo Programa de Pós-Graduação em Nutrição (PPGN) no âmbito do Núcleo de Pesquisa de Nutrição em Produção de Refeições (NUPPRE) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) analisou a utilização do termo Clean Label no rótulo de alimentos industrializados. A pesquisa é  resultado da dissertação de mestrado defendida pela nutricionista Laura Volpato, em julho de 2024, sob orientação da professora Ana Carolina Fernandes e coorientação da professora Paula Lazzarin Uggioni. 

A pesquisa, financiada pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e pela Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação de Santa Catarina (Fapesc), mapeou os principais conceitos que já existem sobre o assunto, analisando a utilização do termo em relação à rotulagem de alimentos industrializados. 

“O principal objetivo era conceituar o termo Clean Label, entender o que está sendo falado sobre ele, de onde ele surgiu, e se ele deveria ser regulamentado, no sentido de se deveria ou não ser utilizado”, explica Laura. 

Os resultados apontaram que o termo tem sido utilizado pelos fabricantes para sugerir ao consumidor que os produtos contém menos aditivos alimentares, listas de ingredientes mais simples ou que são produtos ultraprocessados com características esperadas de alimentos menos processados. “Termos como ‘caseiro’ ou ‘natural’não deveriam estar no rótulo porque a gente não sabe o que o consumidor interpreta, e percebemos que isso é o que mais tem relação ao termo Clean Label. São coisas que remetem ao saudável sem necessariamente ser”, complementa a nutricionista.

Por meio de busca e seleção de 4.794 artigos, foram incluídos e analisados 74 estudos que trazem alguma definição de clean label ou critério de uso do termo em rótulos de alimentos industrializados; ou que tenham avaliado sua aplicação na elaboração ou na rotulagem desses produtos. 

O estudo indica uma proposição ampla do conceito clean label. Segundo a pesquisadora, a utilização de conceitos relacionados a ele são transitórios e subjetivos, dependendo da percepção do consumidor sobre o que é um alimento saudável e sustentável. Laura concluiu que o termo “não deveria ser regulamentado pois não há uma definição clara e específica”.

 

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Dissertação de mestrado da UFSC avalia qualidade nutricional e uso do termo ‘integral’ em rótulos de alimentos industrializados

17/02/2022 15:46

A maioria dos alimentos industrializados vendidos como “integrais” não apresentam qualidade nutricional superior em relação aos alimentos refinados, além de frequentemente apresentarem excessos de gordura total, gordura saturada e sódio. Essa foi uma das conclusões da dissertação de mestrado de Érika Arcaro Bez Batti, defendida em dezembro de 2021, sob orientação da professora Paula Lazzarin Uggioni.
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Pesquisa analisa informação nutricional de alimentos industrializados para crianças

15/10/2014 16:24

Pesquisa de Mestrado realizada no Programa de Pós-Graduação em Nutrição (PPGN) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), vinculada ao Núcleo de Pesquisa de Nutrição em Produção de Refeições (Nuppre), é parte de um amplo projeto sobre a presença de Informação Nutricional Complementar (INC) em rótulos de alimentos industrializados direcionados a crianças. INC corresponde a qualquer representação que afirme, sugira ou implique que um produto possui propriedades nutricionais particulares em relação ao seu valor energético, conteúdo de proteínas, gorduras, carboidratos, fibras, vitaminas e minerais.

Na pesquisa, defendida pela nutricionista Martha Luisa Machado, sob orientação da professora Giovanna Medeiros Rataichesck Fiates, foi realizada coleta de informações da rotulagem nutricional em todos os alimentos industrializados à venda em um supermercado de uma das dez maiores redes do Brasil, localizada em Florianópolis (SC). Os alimentos industrializados foram classificados em “direcionados” e “não direcionados” a crianças, de modo a permitir comparação da composição nutricional e do INC. 
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