Estudo internacional projeta fenômenos extremos com maior frequência e intensidade no RS

11/06/2024 17:04

As enchentes catastróficas que assolaram o Rio Grande do Sul entre abril e maio de 2024 trouxeram à tona a vulnerabilidade da região diante de fenômenos climáticos extremos. As chuvas recordes afetaram cerca de 90% do estado e 2,3 milhões de pessoas, com 640 mil delas perdendo suas casas. Um estudo publicado na última semana por pesquisadores de diversos países projeta que eventos desta categoria na região se tornarão mais frequentes e intensos no futuro. O agravamento se deve, principalmente, às consequências das mudanças climáticas e do fenômenos El Niño associadas à falta de investimentos em um sistema de proteção. Para os autores, o episódio expôs a necessidade urgente de aprimoramento da infraestrutura contra enchentes e de atenção às desigualdades sociais que agravam os impactos de desastres naturais.

> Acesse a íntegra do relatório (em inglês)

Porto Alegre teve o início de maio mais chuvoso em 63 anos. Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

A professora Regina Rodrigues, do Departamento de Oceanografia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), foi uma das autoras da colaboração internacional produzida pelo World Weather Attribuition, que reuniu representantes do Brasil, Reino Unido, Estados Unidos e Holanda. O relatório descreve que o estado gaúcho registrou chuvas persistentes, equivalentes a três meses em um período de duas semanas, com uma média de 420 mm entre 24 de abril e 4 de maio. O volume acumulado levou a níveis históricos dos rios e colocou 12 barragens sob pressão, apresentando risco de rompimento. As inundações ocorreram em grande parte do estado, mas foram particularmente intensas em Porto Alegre, a capital e maior cidade do estado, situada à beira do Lago Guaíba, onde este foi o início de maio mais chuvoso em 63 anos.

“Em algumas regiões, especialmente na ampla faixa central dos vales, planaltos, encostas e áreas metropolitanas, as chuvas acumuladas excederam 300 milímetros (mm) em menos de uma semana. Por exemplo, no município de Bento Gonçalves, os volumes atingiram 543,4 mm. De 29 de abril a 2 de maio, quando as chuvas fortes se fixaram sobre o Rio Grande do Sul, os acumulados variaram entre 200 mm e 300 mm. Na capital, Porto Alegre, o volume atingiu 258,6 mm em apenas três dias. Esse valor corresponde a mais de dois meses de chuva, em comparação com as médias climatológicas de 1990-2020 para abril (114,4 mm) e maio (112,8 mm)”, informa o documento.

O estudo destaca ainda que, das quatro maiores enchentes já registradas em Porto Alegre, três ocorreram nos últimos nove meses, a maior tendo ocorrido em maio de 2024 e a segunda maior em 1941. Entretanto, ao comparar os eventos de 1941 e 2024, os pesquisadores indicam que no primeiro episódio foram necessários 22 dias para o nível da água no Lago Guaíba atingir 4,76 m acima dos níveis normais. Enquanto este ano, em somente cinco dias o Guaíba excedeu 5 m.
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Pesquisadores da UFSC emitiram diferentes alertas sobre intensificação de extremos climáticos

07/05/2024 17:03

Zona norte de Porto Alegre atingida pelas cheias. Foto: Alex Rocha/PMPA/Divulgação

Em diferentes estudos, relatórios e entrevistas ao longo dos últimos meses, pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) lançaram dados, alertas e informações sobre a intensificação de eventos climáticos extremos, com ênfase nos riscos de inundações e secas nas diferentes regiões do país e na necessidade de preservação das florestas e em zerar emissões de carbono.  Em linhas gerais, esses alertas, geralmente realizados em parcerias com cientistas de instituições ao redor do mundo, traçam panoramas sobre como o aquecimento do planeta e fenômenos como o El Niño e as queimadas compõem esse sistema.

Temperatura recorde – O aumento da temperatura na terra é apontado por cientistas como principal causador dos eventos extremos. O ano de 2023 foi o mais quente já registrado na história, com 50% dos dias acima do limiar de perigo. Esse aquecimento gera efeito nos oceanos, que também aquecem. Isso provoca secas, inundações, além de ondas de calor e frio. O assunto foi abordado pelo relatório do Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus (C3S).

>>> Veja como fazer doações para ajudar as vítimas da enchente no Rio Grande do Sul

Retenção de carbono nos oceanos – O fenômeno tem a ver com o excesso de carbono que circula na atmosfera: 90% desses gases são retidos pelos oceanos. O calor nos oceanos, por sua vez, cada vez mais intenso, pode ocasionar mais fenômenos como ciclones e flutuações nas chuvas. Um grupo de cientistas do Programa Mundial de Pesquisa Climática (WCRP) da Organização Mundial de Meteorologia (WMO) liderado pela professora Regina Rodrigues, do Departamento de Oceanografia da UFSC, redigiu uma declaração alertando para o recorde recente. Os cientistas já mostravam que esses casos poderiam aumentar em frequência, duração e intensidade se não ocorrerem esforços dramáticos de mitigação e adaptação.
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Professora da UFSC participa de estudo que aponta mudança climática como causa da seca amazônica

24/01/2024 14:49

A mudança climática causada pelo ser humano foi a principal causa da seca histórica que atingiu a região Amazônica em 2023, enquanto o El Niño – fenômeno climático natural que geralmente traz condições secas para a região – teve uma influência muito menor. A conclusão faz parte da análise rápida de atribuição realizada pelo World Weather Attribution (WWA), grupo internacional de cientistas especializados em pesquisas sobre o clima, do qual faz parte a pesquisadora Regina Rodrigues, professora de Oceanografia Física e Clima da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). O estudo está disponível aqui.
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UFSC na Midia: professora da UFSC comenta sobre o El Niño no jornal O Globo

20/11/2023 11:31

A professora de oceanografia e clima da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e coordenadora de Desastres Naturais da Rede Clima, Regina Rodrigues, apontou, em entrevista para O Globo, que este El Niño, fenômeno climático em que acontece o aquecimento das águas do oceano Pacífico, é um dos mais fortes e já está 1,8ºC mais quente – o suficiente para classificá-lo na categoria de intenso para mais intenso.

O texto explica que os extremos climáticos no Brasil vão se agravar ainda mais, à medida que o El Niño avança para o seu pico em dezembro. Piorando ainda mais as chuvas no Sul, a seca na Amazônia e mais calor no Centro-Oeste e Sudeste. “Este El Niño começou a se manifestar no Brasil com um calor maior generalizado e chuvas torrenciais no Sul. A seca na Amazônia era esperada no verão e começou no fim do inverno. Deve continuar a piorar e atingir com força o Nordeste no início de 2024, com falha na estação chuvosa, que normalmente começaria em março”, advertiu Regina em entrevista para O Globo.

A professora apontou, ainda, que o solo da Região Norte e do Semiárido do Nordeste está muito seco, potencializando a gravidade. A parte mais visível na Amazônia é a dos rios secos, incluindo o Rio Amazonas, o maior do mundo em vazão, o Rio Negro e o Rio Madeira, com níveis historicamente menores.

Confira a notícia na íntegra.

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Workshop sobre o El Niño e seus impactos no sul do Brasil é promovido em parceria com a UFSC

26/07/2023 16:51

O Workshop “El Niño 2023/2024 – Seus Impactos no Sul do Brasil” da Associação Catarinense de Meteorologia (ACMET) em parceria com a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e outras instituições será realizado na próxima segunda-feira, 31 de julho, no Centro Integrado De Gerenciamento de Riscos e Desastres (CIGERD), no bairro Capoeiras, em Florianópolis. O evento também acontecerá de modo online. As inscrições são gratuitas e devem ser realizadas no site do evento até o dia do workshop.

A expectativa dos organizadores é reunir um público de profissionais qualificados para viabilizar discussões técnicas relativas ao fenômeno El Niño 2023/2024. O workshop será composto por três  grupos temáticos: o científico, o de impactos do fenômeno e um de divulgação das informações. As palestras incluirão vários temas como inundações, análise de áreas de risco e medidas de prevenção, identificação de áreas suscetíveis e técnicas de estabilização, dados meteorológicos e climatológicos recentes relacionados ao El Niño.

No período vespertino, será reservado um espaço para discussão sobre estratégias de monitoramento e alerta precoce, troca de experiências e relatos de casos de sucesso em situações anteriores de El Niño. O detalhamento das atividades está descrito no site do evento.

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Fórum Climático promove workshop ‘El Niño 2015: conhecer para mitigar os seus impactos’

19/08/2015 08:18

O Fórum Climático Catarinense, com apoio da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e Assembleia Legislativa (Alesc), promove o workshop El Niño 2015: conhecer para mitigar os seus impactos, nos dias 19 e 20 de agosto. Como Santa Catarina deve enfrentar um novo El Niño forte, o objetivo é fornecer informações para mitigar os efeitos econômicos, ajudando a salvar vidas e afastar temores infundados.

O público-alvo são profissionais envolvidos com a Defesa Civil nos municípios, imprensa e acadêmicos em geral. No primeiro dia, os palestrantes irão apresentar, didaticamente, aspectos relevantes do conhecimento científico atual na área de hidrometeorologia; ao final do workshop, a intenção é produzir um relatório com recomendações para melhoria do sistema de proteção civil relacionado a desastres hidrometeorológicos, que serão o foco do segundo dia.

 

Programação

19 de agosto, no auditório Antonieta de Barros (Alesc):

8h10 – abertura;
8h30 – palestra “O fenômeno El Niño e suas consequências em Santa Catarina: O que pode ocorrer em 2015?”, com Alice Maria Grimm (UFPR);
10h15 – pausa para o café;
10h30 – apresentação do monitoramento e previsão climática pelo Fórum Climático Catarinense;
11h30 – seção de perguntas das palestras da manhã;
12h – almoço;
13h30 – palestra “Como, onde e porque ocorrem escorregamentos e inundações de detritos: Aprenda a ler sinais destes eventos”, com Masato Kobiyama (UFRGS);
14h40 – Palestra “A experiência do sistema de monitoramento e previsão de eventos hidro metereológicos capixaba montado pela Vale do Rio Doce: a importância de opinião profissional”, com Augusto J. Pereira Filho (USP);
16h – pausa para o café;
16h15-18h – mesa-redonda “Experiência em Previsão e Monitoramento”, com AlertaBlu, UFSC, Ciram/Epagri, Defesa Civil de Santa Catarina.

20 de agosto, no Templo Ecumênico (UFSC):

9h – divisão em grupos de trabalho e eleições de relatores;
9h30-11h30 – grupos de trabalho:

1 – Troca de experiência em desastres naturais;
2 – Previsão climática para a primavera de 2015;
3 – Construção de um novo sistema de previsão e monitoramento de eventos severos;
4 – Fronteiras científicas em clima e eventos severos no Sul do Brasil;

13h30 – plenária final;
16h – 18h – elaboração do relatório final.

As inscrições serão abertas em breve no site.

Mais informações pelo e-mail elnino2015workshop@gmail.com.

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Palestra sobre ‘El Niño’ e mudanças climáticas no Sul do Brasil nesta sexta

11/05/2015 13:59

Folder-AliceO Departamento de Física da UFSC promove palestra sobre as recentes descobertas sobre o fenômeno El Niño e mudanças climáticas no Sul do Brasil, com a professora Alice Grimm, membro da Comissão de Ciências Atmosféricas da Organização Meteorológica Mundial – dia 15 de maio, das 10h às 12h, no auditório da Reitoria. Certificado de duas horas.

Mais informações na página do curso de graduação em Meteorologia e pelo telefone (48) 3721-3749.

 

 

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