
Fotos: Divulgação IT:U
O estudante Breno Lucas da Silva Soares, do curso de Licenciatura em Matemática da UFSC Blumenau, recebeu uma premiação por uma solução digital com o foco em Aprendizagem Analítica. O prêmio foi no DigiEduHack 2025, uma iniciativa da União Europeia que fomenta a inovação, a colaboração e a criatividade, a fim de impulsionar mudanças positivas na educação digital. A proposta desenvolvida é o protótipo de painel de inteligência artificial que monitora, em tempo real, o engajamento dos estudantes durante as aulas para apoiar as decisões do professor
A competição deste ano aconteceu de 7 a 16 de novembro, em diversos países do mundo, por meio de hackathons locais de 24 horas. Foram mais de 80 eventos, totalizando mais de 2.400 participantes, que se reuniram para cocriar soluções práticas e explorar questões urgentes na educação e em suas comunidades locais, como acessibilidade e inclusão, alfabetização digital, segurança cibernética e sustentabilidade.
Breno participou do hackathon Empowering Education Through Intelligent Analytics, realizado na Interdisciplinary Transformation University, em Linz, na Áustria. Ao todo seis equipes participaram desse desafio.
Ele conta que a ideia de participar surgiu enquanto fazia Iniciação Científica, sob orientação do professor Jorge Cássio Costa Nóbriga. “Durante esse período, tive contato com diversas referências da minha área de pesquisa e participei de alguns eventos, entre eles uma escola de verão na Universidad Tecnológica Nacional (UTN), na Argentina. Nesse evento, conheci importantes pesquisadores, incluindo o professor Zsolt Lavicza, cuja produção em Realidade Aumentada fundamentou parte da minha pesquisa”, conta.
“Também conheci a professora Carla Barreiros, da IT:U, localizada no science park da Johannes Kepler University (JKU), uma das principais universidades da Áustria. A partir desse contato, recebi o convite para me candidatar à participação no evento”, acrescenta Breno.
Solução BAM AI
A equipe de Breno também teve a participação dos estudantes Amir Ansari (IT:U – Áustria) e Mafaza Nazar (GÜ – Turquia). A solução apresentada por eles foi nomeada de BAM AI, acrônimo que reúne as iniciais dos nomes dos integrantes do grupo juntamente com a sigla em inglês para Artificial Intelligence (AI).
“A solução combina dados da plataforma de aprendizagem (LMS), sinais dos smartphones e sensores IoT para estimar quando a atenção da turma está caindo. A partir disso, o sistema envia alertas para o professor, dispara check-ins rápidos com os alunos (como microenquetes) e gera análises pós-aula, indicando em que momentos ocorreram quedas de envolvimento. Com essas informações, o professor consegue ajustar suas estratégias de ensino de forma mais rápida e baseada em dados, em vez de depender apenas da percepção intuitiva em sala de aula”, explica Breno.
A equipe recebeu €$ 1.000 e a classificação para a etapa mundial, que reunirá os vencedores de todos os desafios, ainda sem data definida.
Experiência

O estudante de Blumenau atuou com uma equipe
Breno conta ainda que, durante o evento, teve contato com diversos pesquisadores de universidades de toda a Europa, com suas variadas linhas de pesquisa em educação tecnológica. “Pude conhecer diversas tendências educacionais e tecnologias emergentes no campo, abrangendo ainda mais os meus horizontes, haja vista que, ano que vem, estarei no mestrado. Foi uma experiência enriquecedora e que, com certeza, empregarei de alguma forma em minha pesquisa”, conta.
O estudante da UFSC Blumenau era o único no nível de graduação, todos os outros participantes estavam no mestrado ou no doutorado. “Quando desembarquei, não tinha nem passado pela minha cabeça que levaria o prêmio e estaria representando a universidade no mundial. Pensei comigo que estaria indo apenas pela experiência, até porque era meu primeiro evento com essa abordagem”, revela.
Conquistar o prêmio foi muito significativo para Breno, que já atua na pesquisa em Educação e Educação Matemática há dois anos, junto com o professor Jorge Cássio, e, neste ano, na extensão com o professor Guilherme Wagner. “A partir dessa experiência, pude perceber ainda mais a potencialidade que temos como pesquisadores brasileiros e como universidade pública, que mesmo com limitações de investimento, produzimos ciência de qualidade, que não apenas acompanha a produção internacional, como, muitas vezes, a supera. Motivo de grande orgulho para mim”, finaliza Breno.
Daiana Martini, Serviço de Comunicação UFSC Blumenau, com informações do site digieduhack.com