Dia Mundial da Sepse: HU-UFSC reforça importância do diagnóstico precoce e adota protocolo para tratamento
Esta sexta-feira, 13 de setembro, é o Dia Mundial da Sepse, uma data voltada à conscientização sobre uma síndrome clínica grave e que mais causa mortes em unidades de terapia intensiva (UTI). A sepse, caracterizada pela disfunção de órgãos em resposta a infecções, pode levar à morte se não for diagnosticada e tratada rapidamente. Com a campanha deste ano voltada para a “jornada do paciente com sepse no hospital”, o Hospital Universitário Polydoro Ernani de São Thiago da Universidade Federal de Santa Catarina (HU-UFSC) está adotando um novo protocolo para melhorar o atendimento e salvar vidas.
Rodrigo Douglas Rodrigues, médico infectologista do HU-UFSC, destaca que a sepse apresenta uma taxa de mortalidade que pode ultrapassar 50% quando não são tomadas ações rápidas para o manejo dessa condição. “A população ainda tem pouco conhecimento sobre essa doença. Uma pesquisa do Datafolha e do Instituto Latino-Americano de Sepse (Ilas) mostrou que apenas 14% dos brasileiros já ouviram falar da sepse, enquanto mais de 90% conhecem AVC ou infarto”. Segundo ele, essa falta de informação é preocupante, já que a sepse exige um tratamento rápido e eficiente, assim como as demais situações.
Para melhorar o diagnóstico precoce e o manejo da sepse, o HU-UFSC está implementando um protocolo que visa identificar sinais da síndrome desde a triagem e agilizar o tratamento. “O paciente não chega ao hospital dizendo que está com sepse, ao contrário de outras condições como AVC ou infarto. Por isso, é crucial que os profissionais de saúde estejam atentos aos sinais, como febre, hipotermia, aumento da frequência respiratória, taquicardia e hipotensão”, explica o médico.
O protocolo prevê que, em até uma hora após a chegada do paciente com suspeita de sepse, sejam realizadas medidas fundamentais como a coleta de exames laboratoriais, a administração de antimicrobianos e a ressuscitação volêmica (procedimento com administração intravenosa de fluídos). “A expectativa é de que, com o novo protocolo, a taxa de mortalidade possa ser reduzida para menos de 10%. Esse primeiro atendimento é decisivo, pois, a cada hora sem tratamento adequado, a mortalidade aumenta significativamente”, ressalta o infectologista.