Sistema gratuito automatiza análise de regiões costeiras e pode impactar políticas públicas

26/04/2021 10:09

Uma ferramenta para análise e mapeamento das regiões costeiras que processa imagens de  satélite e define as linhas de costa via Computação em Nuvem – ou seja, sem necessidade de armazenamento no dispositivo – é um dos resultados do projeto Bay Squeeze, coordenado, na UFSC, pelo professor Antonio Klein, do Laboratório de Oceanografia Costeira. Um artigo publicado no periódico Environmental Modelling and Software apresenta e detalha o sistema, ainda em desenvolvimento, produzido com a parceria da Universidade do Vale do Itajaí e colaboração da Universidade Federal de Rio Grande, e do COLAB +ATLANTIC LVT, de Portugal. Seus resultados podem prever impactos comparando o passado e o presente e orientando políticas públicas de gestão costeira.

Denominado C.A.S.S.I.E. – Coastal Analysis System via Satellite Imagery Engine, o sistema automatiza um processo que até então dependia da digitalização de fotografias aéreas, com cálculos de sua resolução e comparação com as imagens de satélite disponíveis a uma determinada altitude. “Mais recentemente algumas aplicações comerciais foram desenvolvidas. E outro grupo desenvolveu um sistema que as imagens da área de interesse são baixadas no computador.  O C.A.S.S.I.E. faz todo processamento e definição da linha de costa na ‘nuvem’, a partir de imagens de satélites disponíveis de forma gratuita via Google Enginee, em diferentes plataformas”, explica Klein.

 

Ferramenta mostra histórico de erosão e acresção em Itapoá, no Litoral Norte (Imagem: Israel Efraim de Oliveira/Univali)

 

O trabalho de análise das costas possibilita desde a avaliação do impacto da ação humana nas praias e mangues, por exemplo, até a compreensão dos efeitos naturais e processos de erosão e acreção – perda ou acréscimo de sedimentos, respectivamente. As chamadas linhas de costa marcam o limite entre água e terra e podem representar diagnósticos ambientais necessários para políticas públicas.
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Pesquisadores da UFSC Curitibanos analisam a capacidade da cereja-do-mato de combater tumores

13/04/2021 13:15

Pouco conhecida e explorada comercialmente, a Eugenia involucrata é uma árvore frutífera nativa do Sul do Brasil. Foto: Mauricio Mercadante/CC BY-NC-SA 2.0

A cereja-do-mato ou cereja-do-rio-grande, como também é conhecida, é uma fruta nativa do Sul do Brasil e especialmente abundante na região de Curitibanos. Apesar de muito saborosa, ótima para comer pura ou em geleias, ela ainda é pouco conhecida e explorada comercialmente. Foi com a intenção de investigar as propriedades da fruta e colaborar para sua valorização que um grupo interdisciplinar do Campus de Curitibanos da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) deu início ao projeto de pesquisa que, atualmente, dedica-se a investigar o potencial dos extratos de Eugenia involucrata – nome científico do pé de cereja-do-mato – para combater tumores.

O estudo, que começou em 2016, envolveu a avaliação da composição e das propriedades antioxidantes de diferentes partes da planta – fruta, folhas e sementes – e confirmou que ela pode ser uma importante fonte de compostos bioativos (substâncias que não são essenciais para o funcionamento do corpo, mas trazem diversos benefícios para a saúde). O que chama mais atenção, contudo, são os experimentos relacionados à capacidade antitumoral da cerejeira. O trabalho, alerta a professora do Departamento de Agricultura, Biodiversidade e Florestas Evelyn Winter, ainda está em fase inicial – passou apenas por testes com culturas de células em laboratório –, mas os resultados preliminares são promissores. 

Os extratos da planta foram aplicados em células de câncer de pâncreas, um tipo bastante agressivo e com alta taxa de mortalidade, e os resultados foram comparados com o quimioterápico gencitabina, utilizado no tratamento da doença. Observou-se que o extrato de cerejeira matou mais células tumorais e foi menos tóxico para as células saudáveis que o medicamento padrão. Ele também diminuiu a multiplicação do tumor e, consequentemente, seu crescimento e propagação – o que pode indicar a capacidade de evitar a metástase do câncer. 
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Estudos genéticos desenvolvidos na UFSC contribuem com a identificação de produtos tradicionais de SC

08/04/2021 09:28

Uma mesa com ostra e cachaça pode dizer mais sobre Santa Catarina do que se imagina, mais especificamente sobre as cidades de Florianópolis e Luiz Alves, no Vale do Itajaí, a cerca de 135 quilômetros da Capital. Comprovar que esses produtos têm suas peculiaridades e são diferentes do que se encontra no mercado é um dos objetivos de um projeto da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) em parceria com o Sebrae – o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas. Com ferramentas da genética e da biotecnologia, os cientistas têm encontrado respostas que chamaram a atenção de outras regiões do país. A pesquisa é coordenada pelo professor Valdir Stefenon, do Laboratório de Fisiologia do Desenvolvimento e Genética Vegetal.

O pontapé inicial do estudo envolve uma proposta do Sebrae de buscar entender por que a iguaria produzida em Luiz Alves é especial. “Os produtores locais diziam que a cachaça era diferente e que isso já vem acontecendo há cinco ou seis gerações, mas queriam provar que era isso mesmo”, conta. O segredo, na verdade, estava na caracterização biológico-molecular da levedura de fermentação de cachaça e aguardente utilizada pelos alambiques da cidade, conforme aponta o relatório das análises.

Fotos: Acervo do pesquisador

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Professor visitante da UFSC faz parte de grupo que encontrou a ‘mítica’ partícula de odderon, procurada há quase 50 anos

05/04/2021 14:23

Roman Pasechnik é professor visitante do Programa de Pós-graduação e Física da UFSC e pesquisador da Universidade de Lund. Foto: Gunnar Ingelman

Foram 48 anos de buscas que envolveram pesquisadores de todo o mundo até que, finalmente, fossem encontradas evidências da partícula de odderon – um elemento um tanto estranho, chamado de esquivo e até de mítico pela comunidade científica internacional e que, apesar do nome, na verdade, não é bem uma partícula (mas a gente já fala sobre isso). A descoberta, descrita em artigo publicado na revista científica The European Physical Journal C, envolveu uma extensa análise de dados experimentais do Grande Colisor de Hádrons do CERN (Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear), localizado na fronteira entre a Suíça e a França, e do Tevatron, antigo acelerador de partículas do Fermi National Accelerator Laboratory (Fermilab), dos Estados Unidos. O trabalho foi conduzido por um grupo de pesquisa sueco-húngaro, do qual faz parte Roman Pasechnik, professor visitante do Programa de Pós-graduação em Física da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e pesquisador de física de partículas da Universidade de Lund, da Suécia.

O caráter internacional do achado remete à sua origem. A existência da partícula de odderon foi proposta em 1973 pelo romeno B. Nicolescu e pelo polonês L. Lukaszuk, que, na época, trabalhavam na França e publicaram o estudo em um periódico italiano. Os cálculos dos dois físicos indicaram que havia uma quase-partícula até então desconhecida, o que desencadeou uma caçada mundial.

O “quase” ali de cima significa que o odderon não se trata de uma partícula propriamente dita, como são os prótons, elétrons e nêutrons, por exemplo. As quase-partículas podem ser melhor descritas como fenômenos que ocorrem nesses sistemas microscópicos. No caso, o odderon é algo que se forma brevemente quando prótons se chocam em colisões de alta energia e, em vez de se estilhaçar, ricocheteiam e se espalham. “Nós o observamos indiretamente apenas como um estado multiglúon virtual sem massa bem definida e existindo apenas em uma escala de tempo minúscula”, explica Pasechnik.
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Pesquisa investiga notificação de vitaminas e minerais em rótulos de alimentos para crianças

05/04/2021 10:03

A nutricionista e pesquisadora da UFSC Amanda Corrêa Martins avaliou em sua dissertação de mestrado a notificação de vitaminas e minerais em alimentos industrializados direcionados ao público infantil e a sua sinalização na parte principal do rótulo. Essa estratégia de marketing consiste em destacar, por meio da Informação Nutricional Complementar (INC), a presença de vitaminas e minerais na composição dos alimentos. Com isso, mesmo alimentos ultraprocessados podem ser vistos como saudáveis aos olhos das crianças.

Essas substâncias podem estar na composição de forma natural ou por seus ingredientes, e “é possível também que os fabricantes adicionem esses micronutrientes de forma assintética para fins comerciais”, destaca Amanda. De todo modo, essa informação é importante para auxiliar o cliente nas suas escolhas alimentares, visto que a INC corresponde a “qualquer representação que possa afirmar, sugerir ou implicar alguma propriedade nutricional do alimento”, como indica a nutricionista.

O problema surge com o uso isolado da Informação Nutricional Complementar, isto é, apenas para fins comerciais. É direito do consumidor ter acesso a informações adequadas e claras sobre os alimentos que consome. Para garantir isso, a rotulagem de alimentos contém lista de ingredientes, tabela nutricional e a Informação Nutricional Complementar (INC). Esses elementos têm a função de indicar e informar sua composição e a quantidade de cada nutriente.

Outro ponto levantado pela nutricionista é como isso pode interferir na alimentação da criança: “A ideia de ingerir vitaminas e minerais por meio de alimentos industrializados pode afetar negativamente a ingestão de frutas, verduras, legumes, carnes, leite e derivados, desestimulando uma alimentação saudável nessa fase da vida.” Durante a infância é papel dos pais contribuir com a formação dos hábitos alimentares dos seus filhos e evitar o consumo de alimentos ultraprocessados, priorizando alimentos in natura, como vegetais, tubérculos, legumes, ou então, minimamente processados.

“Contém vitamina C” é um exemplo do uso da Informação Nutricional Complementar e pretende despertar o interesse no consumidor por conter essa vitamina. “Às vezes esse alimento pode de fato ser rico em vitamina C, mas quando a gente vai olhar no rótulo, na lista de ingredientes, na tabela de informação nutricional, a gente vê que tem características que tornam ele um alimento não indicado para o consumo da criança”, reforça a pesquisadora.

Compreender o uso da INC foi o objetivo da dissertação da nutricionista sob a orientação da professora Paula Lazzarin Uggioni e coorientação da professora Vanessa Mello Rodrigues. O trabalho faz parte de uma pesquisa mais ampla do Núcleo de Pesquisa de Nutrição em Produção de Refeições (Nuppre) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) sobre a rotulagem de alimentos. 
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Estudo revela que savanas nativas se expandem no coração da Amazônia após incêndios florestais 

05/03/2021 16:48

Incêndios têm provocado alterações na abundância de espécies de árvores e na composição do solo. Foto: Katie Maehler/Mídia Ninja [CC-BY-NC]

Florestas no coração da Amazônia já estão sendo substituídas por savanas nativas devido a incêndios florestais recorrentes, revela um estudo publicado na última quarta-feira, 3 de março, na revista científica internacional Ecosystems. A partir de imagens de satélites dos últimos 40 anos e de pesquisas de campo, os cientistas constataram uma série de mudanças na composição do solo e na distribuição de espécies de árvores. O trabalho foi conduzido por Bernardo M. Flores, pós-doutorando do Programa de Pós-Graduação em Ecologia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), e Milena Holmgren, professora da Universidade Wageningen, na Holanda.

Os autores destacam que, por muito tempo, as partes periféricas da Floresta Amazônica foram consideradas as mais vulneráveis, à medida que as atividades humanas avançavam ao longo do Arco do Desmatamento – região que vai de leste e sul do Pará em direção oeste, passando por Mato Grosso, Rondônia e Acre. O artigo divulgado nesta semana, contudo, refere-se a uma paisagem de ecossistemas inundáveis no médio Rio Negro, uma região remota, longe da fronteira agrícola, na qual manchas de savana de areia branca ocorrem espalhadas em meio a áreas bem preservadas.

Os pesquisadores mapearam, por meio de imagens de satélite, quatro décadas de incêndios florestais e coletaram informações detalhadas em campo, visando avaliar alterações na abundância de espécies de árvores e nas propriedades do solo em florestas queimadas em diferentes momentos do passado. Eles salientam que os incêndios florestais mataram praticamente todas as árvores, permitindo que a camada superficial do solo, rica em argila, sofresse erosão com as inundações anuais e se tornasse gradualmente arenosa. Além disso, os tipos de árvores mudaram à medida que as espécies típicas das savanas de areia branca se tornaram cada vez mais dominantes nas florestas queimadas, junto com as plantas herbáceas nativas.
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Pesquisa interdisciplinar busca medir vulnerabilidades e resiliência da Amazônia

02/03/2021 12:14

Estudo envolve especialistas em matemática, computação, ecologia e processos hidrológicos. Foto: Deliane Penha

Em seus mais de 5 milhões de quilômetros quadrados, a Amazônia é bastante heterogênea. Suas milhares de espécies de plantas habitam ambientes diversos, repletos de particularidades e sujeitos a variados tipos de perturbações de origens naturais e humanas – como secas, queimadas e desmatamentos. Entender como esses distúrbios afetam o crescimento e a morte da vegetação é essencial tanto para a implementação de políticas de conservação e recuperação do bioma quanto para sabermos o que esperar do futuro da maior floresta tropical do mundo.

É justamente com a intenção de desenvolver ferramentas que possam colaborar com essa compreensão que um grupo interdisciplinar de pesquisadores se uniu, sob coordenação da professora do Departamento de Física da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) Marina Hirota. A proposta da equipe é identificar os mecanismos relacionados às respostas de diferentes espécies de plantas à falta de água para, então, desenvolver um framework – uma espécie de modelo que possa ser aplicado para medir a resiliência da floresta, ou seja, sua capacidade de resistir e recuperar-se diante de situações adversas. O projeto de pesquisa é financiado pelo Instituto Serrapilheira, instituição privada de fomento à ciência, e conta com a participação de especialistas em matemática, computação, ecologia e processos hidrológicos da UFSC, da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), da Rutgers University (Estados Unidos), da University of Birmingham (Inglaterra) e da Universidade de Santiago de Compostela (Espanha).

Marina explica que a seca na Amazônia tem se intensificado de forma recorde nos últimos anos. As mudanças climáticas e de uso da terra e o aumento do desmatamento já provocam alterações no regime de chuvas, na vulnerabilidade da floresta ao fogo e na mortandade de espécies. E, se nada for feito, essas questões só irão se exacerbar. A previsão dos cientistas é que o aumento da temperatura e a diminuição das chuvas provoquem secas cada vez mais prolongadas e severas – daí a necessidade de contarmos com dados confiáveis e a capacidade de fazer previsões.
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Projeto da UFSC propõe pequenas mudanças de hábito com grande impacto ao meio ambiente

02/02/2021 14:31

A inquietação de um grupo de alunos sobre hábitos de consumo, dentro e fora da Universidade Federal de Santa Catarina, gerou o projeto UFSC sem plástico. A iniciativa foi criada em 2018 e o trabalho continua sendo difundido, agora com foco na pandemia de Covid-19 e no consequente isolamento social. O principal objetivo desta ação estudantil permanece o mesmo: reduzir e até mesmo erradicar a utilização de plásticos de uso único, além de sensibilizar a comunidade interna e externa à instituição sobre a importância de escolhas mais conscientes e que causam grande impacto ao meio ambiente.

Com a suspensão das atividades presenciais de ensino e administrativas na UFSC, em março de 2020, o projeto prossegue incentivando práticas sustentáveis pelas mídias sociais. Dentre as atividades, nesse período de trabalho e de aprendizagem remotos, o lançamento de um manual sobre como gerar menos resíduos, incluindo um tópico sobre reciclagem.

“Acreditamos que uma universidade onde tem a educação ambiental como uma de suas prioridades, possui um efeito multiplicador e gerará um futuro melhor a sua cidade e aos seus cidadãos”. Assim esclarece a nutricionista Isadora Abrantes Bertoli, que juntamente com a oceanógrafa Lisiane Eble Heinzen de Liz, idealizaram o UFSC sem plástico. Ambas na época eram, respectivamente, alunas da graduação e da pós-graduação na Universidade, e a proposta estava inserida no Programa “Universidade Lixo Zero”. O grupo cresceu e se diversificou, aberto à participação voluntária de alunos de todos os cursos, que colaboram em atividades que vão desde gestão à identidade visual. A iniciativa conta, ainda, com o apoio da Coordenadoria de Gestão Ambiental (CGA) da UFSC.
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Professor da UFSC desenvolve software livre que pode baratear produção de novos fármacos

01/02/2021 09:05

Um programa computacional poderá ser um aliado da indústria farmacêutica para agilizar o processo de descoberta de novos fármacos. O software BAT.py foi desenvolvido pelo professor do Departamento de Física da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) Germano Heinzelmann. Ele simula, a partir de cálculos físico-matemáticos, a interação entre a proteína e as moléculas que podem originar novas drogas, agilizando uma etapa inicial e barateando custos.

Heinzelmann assina o artigo Automation of absolute protein-ligand binding free energy calculations for docking refinement and compound evaluation, recentemente publicado no periódico Scientific Reports, do grupo Nature. O professor da UFSC estuda o tema há cerca de 10 anos, com passagem pela Austrália e parcerias em San Diego, considerado um centro mundial de biotecnologia. O texto tem a co-autoria do professor Michael K. Gilson, da escola de Farmácia da Universidade de Califórnia, que atua com supercomputação e utilização de dados para acelerar a descoberta de drogas. 
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Gigante na Maricultura: produção da macroalga traz benefícios ao meio ambiente e ao produtor

22/01/2021 15:29

A macroalga Kappaphycus alvarezii é pesquisada na UFSC há mais de 10 anos. Foto: Divulgação

Mesmo sendo 2020 um ano em que a pandemia de Covid-19 paralisou muitas atividades econômicas, em se tratando da produção da macroalga Kappaphycus alvarezii houve dois avanços importantes. Em meio a tantas notícias nada animadoras para alguns setores estratégicos em Santa Catarina, este pode comemorar a liberação e a regularização, por parte dos órgãos ambientais e de fiscalização, do cultivo comercial dessa espécie no litoral catarinense.

Os dois marcos ocorreram, respectivamente, nos meses de fevereiro e de dezembro, e são os fundamentos legais para que a macroalga desponte como uma nova alternativa de renda aos maricultores da região, ao lado da reconhecida produção de ostras, mexilhões e vieiras. A emergência sanitária não interrompeu o trabalho de pesquisa realizada pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) há mais de uma década e é essa história, cujo desfecho já foi antecipado, que será contada a seguir.

A pesquisa

A macroalga foi introduzida no Brasil, em 1994, pelo professor da Universidade de São Paulo (USP) Edison José de Paula, que trouxe um clone da espécie proveniente do Japão. O desafio da sua pesquisa era suprir a ausência de uma espécie nativa economicamente viável para a Maricultura. Os primeiros experimentos foram realizados no município de Ubatuba, no litoral paulista, e, concomitantemente, buscava-se a legalização desse tipo de cultivo no país.
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UFSC na mídia: descoberta de professores integra catálogo internacional de busca por vida extraterrestre

11/01/2021 20:01

Estrela VVV-WIT-007 marcada ao centro. Foto: divulgação

Destaque na publicação internacional Air and Space Magazine, a VVV-WIT-07 é uma estrela tão peculiar que talvez a explicação para seu comportamento seja atividade extraterrestre. O objeto, identificado pelo projeto VVV (VISTA Variables in the Via Lactea), que tem como um dos líderes o astrônomo Roberto Saito, e como co-autor da descoberta Raymundo Baptista,  ambos professores do Departamento de Física da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), pode abrigar estruturas extraterrestes e, por esse motivo, foi incluído em catálogo internacional do mais reconhecido projeto científico internacional de busca por vida inteligente fora da Terra.
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Pesquisa da UFSC pode dar respostas sobre origem e circulação do novo coronavírus no Estado

08/01/2021 15:00

De onde vêm as variantes do novo coronavírus identificadas em Santa Catarina? Como elas chegaram até aqui? São mais próximas àquelas identificadas na Europa, nos Estados Unidos? Há muitas perguntas que podem ser respondidas a partir do sequenciamento do genoma do microorganismo em cem amostras coletadas nas diferentes regiões do Estado. O trabalho é liderado pelo professor Glauber Wagner, com recursos da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc). O pesquisador faz parte do Laboratório de Bioinformática do Departamento de Microbiologia, Imunologia e Parasitologia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e do Núcleo de Bionformática e Biologia Computacional do Centro de Ciências Biológicas.

Segundo o professor, a ideia é verificar quais variantes do vírus estão em circulação no Estado. As amostras de pacientes diagnosticados com Covid-19 em diferentes regiões do Estado são processadas e amplificadas para depois seguirem para a etapa de sequenciamento, realizada pela Biome-Hub, empresa parceira.

Estudos podem dar mais informações sobre vírus que circula no Estado (Fotos: Divulgação/Mauricio Vieira/Secom)

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UFSC participa da alteração na norma brasileira de Rotulagem Nutricional de Alimentos

10/11/2020 10:32

Auxiliar as escolhas alimentares dos consumidores brasileiros: com esta finalidade, a nova norma brasileira de Rotulagem Nutricional de Alimentos foi aprovada por unanimidade pela Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O processo de alteração das informações nutricionais presentes no rótulo dos alimentos para facilitar sua compreensão contou, desde o início, com a participação de membros do Núcleo de Pesquisa de Nutrição em Produção de Refeições (NUPPRE) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) – muitos resultados de pesquisas realizadas na instituição serviram de evidências científicas para embasar a nova regra.

O processo de estruturação da nova norma está em andamento desde 2014, quando a Anvisa criou um grupo de discussão com pesquisadores, membros de ministérios, das indústrias de alimentos e consumidores. Esta equipe trabalhou sistematicamente até 2017, quando foi elaborado o relatório final e lançada a consulta pública, que contou com a participação da população. Após o alinhamento dos resultados dessa consulta, foi elaborada a diretriz.

“Nós temos uma participação bastante significativa, como representantes da área da saúde que fazem pesquisas para gerar as melhores evidências para amparar as decisões regulatórias”, ressalta a professora Rossana Pacheco da Costa Proença, líder do NUPPRE, que acrescenta: “Para nós isso é um reconhecimento marcante, é muito valoroso você trabalhar na área da saúde e seus estudos embasarem políticas públicas que vão melhorar a saúde da população. É o sonho de qualquer profissional”.

A professora destaca que algumas questões discutidas ainda não foram contempladas, como o destaque da presença de edulcorantes (uma das várias nomenclaturas para adoçante), nos rótulos dos alimentos, vista como uma tendência para substituir os açúcares. Ela aponta também que a nova norma é vista como um passo importante na busca por informações cada vez mais fidedignas sobre o conteúdo dos alimentos industrializados.  

A novidade estabelece mudanças na tabela de informação nutricional e nas alegações nutricionais, bem como inova ao adotar a rotulagem nutricional frontal. A modificação entrará em vigor 24 meses após a sua publicação, ocorrida em 9 de outubro de 2020. Os produtos que se encontrarem no mercado na data da entrada da norma em vigor terão, ainda, um prazo de adequação de 12 meses.

Rotulagem nutricional frontal  

Considerada a maior inovação da norma, a rotulagem nutricional frontal é um símbolo informativo na face da embalagem do alimento. A ideia é esclarecer o consumidor, de forma simples, sobre o alto conteúdo de alguns nutrientes que têm relevância para a saúde. Para isso, foi desenvolvido um design de lupa para identificar o alto teor de três nutrientes: açúcares adicionados, gorduras saturadas e sódio. O símbolo deverá ser aplicado na frente do produto, na parte superior, por ser uma área facilmente capturada pelo olhar.

Confira os modelos:    

Tabela de Informação Nutricional     

A Tabela de Informação Nutricional passará por mudanças significativas. A primeira delas é ter apenas letras pretas e fundo branco. O objetivo é diminuir a possibilidade do uso de contrastes que atrapalhem na legibilidade das informações. Outra alteração será nas informações disponibilizadas na tabela. Passará a ser obrigatória a identificação de açúcares totais e adicionais, a declaração do valor energético e nutricional por 100 g ou 100 ml, para ajudar na comparação de produtos e o número de porções por embalagem.

Além disso, a tabela deverá ficar, em regra, próxima da lista de ingredientes e em superfície contínua, não sendo aceitas quebras. Ela não poderá ser apresentada em áreas encobertas, locais deformados ou regiões de difícil visualização. A exceção fica para os produtos pequenos (com área de rotulagem inferior a 100 cm²), em que a tabela poderá ser apresentada em pontos encobertos, desde que acessíveis.     

Alegações  

Foram propostas, ainda alterações nas regras atuais para a declaração das alegações nutricionais, que são qualquer declarações, sugestões ou implicações da existência de uma relação entre um alimento e propriedades nutricionais benéficas associadas ao valor calórico e aos nutrientes, com o objetivo de evitar contradições com a rotulagem nutricional frontal. Confira as orientações:    

Prazos    

A nova regra entrará em vigor 24 meses após a sua publicação, em 9 de outubro de 2020. Os produtos que se encontrarem no mercado na data da entrada da norma em vigor terão, ainda, um prazo de adequação de 12 meses.

Além do prazo de 24 meses após a publicação da norma, os produtos que forem destinados exclusivamente ao processamento industrial ou aos serviços de alimentação deverão estar adequados já a partir da entrada em vigor do regulamento, de forma a garantir que os fabricantes tenham acesso às informações nutricionais das matérias-primas e ingredientes alimentares utilizados em seus produtos. 

Os alimentos fabricados por empresas de pequeno porte, como agricultores familiares e microempreendedores, também possuem um prazo de adequação, mas de 24 meses após a entrada em vigor, totalizando 48 meses no total. Para as bebidas não alcoólicas em embalagens retornáveis, a adequação não pode exceder 36 meses após a entrada em vigor da resolução. Os produtos fabricados até o final do prazo de adequação poderão ser comercializados até o fim do seu prazo de validade. 

Como os regulamentos se aplicam a praticamente todos os alimentos embalados, os prazos acima são necessários e adequados para as empresas de alimentos realizarem os ajustes em seus produtos, bem como para o setor público organizar ações orientativas e educativas, além de estruturar a fiscalização.   

NUPPRE

 O NUPPRE trabalha cientificamente no tema Rotulagem de Alimentos desde 2006. Em 2009, foi feita a primeira coleta de dados de rótulos em supermercados, em um trabalho com bolsa do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC-CNPq). Este estudo serviu também para estruturar o método deste tipo de coleta, resultando no primeiro censo de rótulos de alimentos em supermercados realizado no país em 2010, como parte de dissertação de mestrado “Informação alimentar e nutricional da gordura trans em rótulos de produtos alimentícios industrializados” do Programa de Pós-graduação em Nutrição da UFSC. O censo de rótulos é o levantamento de informações dos rótulos de todos os alimentos que estão à venda no período da pesquisa, método utilizado em poucos países.  O NUPPRE-UFSC está iniciando a coleta de dados do Censo 2020, em  parceria com o mais importante consórcio de pesquisa deste tema no mundo, o FoodSwift, coordenado pelo The George Institute, da Austrália.

Confira a íntegra da apresentação. 

Leia também a Minuta da Resolução da Diretoria Colegiada e o Relatório de Consolidação das Consultas Públicas 707 e 708/2019.  

Mais informações na página do NUPPRE.

Mayrah Luiza/Estagiária de Jornalismo/Agecom/UFSC

 

 

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Estudo da UFSC analisa benefícios do açaí e da juçara para a saúde

21/10/2020 10:53

O açaí é proveniente da palmeira ‘Euterpe oleracea’ e nativo da mata amazônica. Foto: Louisa Lösing/Sociobio Amazônia/CC by-NC-ND 2.0

Um estudo desenvolvido no Programa de Pós-Graduação em Nutrição da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), pelo Grupo de Estudos em Nutrição e Estresse Oxidativo (GENEO), mostrou que o consumo diário de 200 mL de polpa de açaí ou de juçara durante 30 dias promoveu aumento do HDL-c (colesterol bom) e melhorou a defesa antioxidante de adultos saudáveis. O trabalho fez parte da tese de doutorado da nutricionista Sheyla de Liz Baptista, defendida em julho de 2020, sob orientação da professora Patricia Faria Di Pietro.

Nos últimos anos, houve um aumento na popularidade e no consumo do açaí, um fruto proveniente da palmeira Euterpe oleracea, nativo da mata amazônica, especialmente na região norte do Brasil. O fruto juçara é parecido com o açaí, porém produzido por uma espécie de palmeira diferente, a Euterpe edulis, cultivada nas áreas litorâneas de Mata Atlântica, principalmente nas regiões sul e sudeste do país. A palmeira juçara é mais conhecida por produzir um palmito comestível – o palmito juçara. Porém, com o corte da árvore para produção de palmito e devido à ação extrativista exacerbada, a palmeira juçara corre risco de extinção. Assim, a utilização de seus frutos é uma alternativa que vem sendo incentivada para a preservação da espécie.
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Pesquisadores estudam óleos funcionais como alternativa a tratamento com antibiótico na produção de frangos

19/08/2020 10:48

Foto: Thomas Iversen/Unsplash

Em uma parceria entre o setor privado, a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), um grupo de pesquisadores investigou os efeitos de dois tipos de tratamento para a coccidiose, uma doença que atinge frangos e leva a perdas econômicas de bilhões de dólares na avicultura mundial. Foram comparados os efeitos do antibiótico tradicionalmente usado para a enfermidade (monensina) e da mistura dos óleos funcionais da casca de castanha de caju e de mamona. O estudo indica que os óleos funcionais regulam a microbiota intestinal dos animais e apresentam uma alternativa eficaz de tratamento para a doença, além de evitarem o desenvolvimento de resistência parasitária ao antibiótico. Os resultados foram publicados no início deste mês na revista científica Plos One.

A coccidiose é causada pelo parasita Eimeria spp. e tem como principal sintoma a diarreia. É uma enfermidade de fácil disseminação, que afeta o consumo de ração e o ganho de peso dos animais. Conforme alerta a professora do Departamento de Zootecnia e Desenvolvimento Rural da UFSC Priscila de Oliveira Moraes, uma das autoras da pesquisa, nem sempre os produtores enxergam os sinais clínicos de infecção. “Embora esse parasita não cause uma grande mortalidade, ele é capaz de causar grandes prejuízos porque durante o seu ciclo ele destrói as vilosidades (as células de absorção de nutrientes do intestino)”, comenta a docente. Isso leva a uma alteração na microbiota o ecossistema de micro-organismos que vive no trato digestivo dos animais e ao aumento da população de bactérias patogênicas.
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Pesquisadores identificam efeitos indesejados de agrotóxicos à base de glifosato em plantas transgênicas

17/08/2020 17:35

Em ambiente controlado, foram analisadas duas variedades de soja transgênica. Foto: Jefferson Mota

Cientistas da Universidade Federal e Santa Catarina (UFSC) e do GenØk, Centro de Biossegurança da Noruega, identificaram que herbicidas à base de glifosato desencadeiam efeitos indesejados mesmo nas variedades geneticamente modificadas para resistir a essa classe de agrotóxicos. Intitulado Stacked genetically modified soybean harboring herbicide resistance and insecticide rCry1Ac shows strong defense and redox homeostasis disturbance after glyphosate-based herbicide application, o estudo foi publicado na revista científica Environmental Sciences Europe e aborda os efeitos adversos de herbicidas à base de glifosato, como o Roundup, no metabolismo de soja geneticamente modificada, também chamada de transgênica.

O trabalho teve o objetivo de investigar se a inserção de mais de um transgene (material genético transferido entre dois organismos) na mesma planta poderia ter impacto na sua homeostase energética e na resposta bioquímica ao estresse proporcionado pela exposição ao glifosato. Em ambiente controlado, foram analisadas duas variedades de soja transgênica frequentemente utilizadas em Santa Catarina: com apenas um transgene inserido (o gene EPSPS, resistente aos herbicidas à base de glifosato) e com dois transgenes inseridos (os genes recombinantes EPSPS e rCry1Ac, que codifica para uma toxina inseticida). As análises foram feitas nas folhas coletadas oito horas após a aplicação do agrotóxico.
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Roda de conversa on-line debate mulheres na Engenharia na segunda, 20 de julho

17/07/2020 16:22

A partir das 18h do dia 20 de julho, segunda-feira,  ocorre a roda de conversa on-line “Como atrair mais mulheres às Engenharias“. Na ocasião serão apresentados os dados de pesquisa realizada sobre a composição por gênero em cursos do Centro Tecnológico da Universidade Federal de Santa Catarina (CTC/UFSC), realizada em 2019 no Laboratório de Informação e Orientação Profissional do Departamento de Psicologia

Promovido pela Alumni EMC, em conjunto com o Departamento de Engenharia Mecânica da UFSC e com apoio do coletivo Mulheres na Engenharia da UFSC, o evento é aberto ao público e conta também com a participação de estudantes e docentes da instituição para relatado de experiências referentes ao tema. Dentre os participantes, estarão: Márcia Mantelli, professora da UFSC e ganhadora do Prêmio Revista Claudia Destaque Ciência 2012; professora Luciana Bolan Frigo, coordenadora do projeto Meninas Digitais da Sociedade Brasileira de Computação; professor Antônio Carlos Valdiero, autor de projeto de extensão voltado a levar estudantes do Ensino Médio às graduações em Engenharia. Para participar do evento, é necessário se inscrever no link abaixo:

Inscrições Como atrair mulheres às Engenharias

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Pesquisa quantifica a falta de diversidade na Física brasileira

24/06/2020 08:53

Homens brancos, heterossexuais e cisgênero que vivem no Sudeste do país: esse é o retrato dos físicos brasileiros, segundo uma pesquisa realizada por cientistas associados ao Grupo de Trabalho sobre Questões de Gênero da Sociedade Brasileira de Física (SBF). O levantamento teve o objetivo de quantificar a diversidade e a representatividade de diferentes grupos entre os profissionais da área e detectar motivações e dificuldades encontradas ao longo dos estudos e da carreira. Os resultados foram publicados no início do mês na revista científica internacional Physical Review Physics Education Research. Assinam o artigo pesquisadores da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) — esta última representada pela professora do Departamento de Física Débora Peres Menezes e pela estudante de bacharelado em Física Beatriz Nattrodt D’Avila

A pesquisa se baseou em um questionário respondido entre julho e setembro de 2018 por 1.695 membros da SBF — 44% do total de associados à época. Desses, 68% são homens; 88%, heterossexuais; 95%, cisgênero (3% preferiram não responder ou se classificar e cerca de 2% são transgênero); e 6,2% têm alguma alguma deficiência. Ainda, 61% se autodeclaram brancos; 20%, pardos; 6%, negros; 2%, asiáticos; 1%, indígenas; 1% declaram “outro” e 9% preferiram não responder ou se classificar. A título de comparação, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 56% da população brasileira é negra (incluindo pretos e pardos). Outro dado que chama a atenção é a alta concentração de físicos no Sudeste do país — 59% do total. 
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Peixes briguentos e donzelas invocadas: estudo descreve disputas territoriais em recifes de corais

10/06/2020 10:42

Peixe da espécie Stegastes rocasensis, da família dos donzelinhas – Foto: Sergio Ricardo Floeter

Em meio a corais arborescentes, coloridas esponjas tubulares e delicados tufos de algas, há pequenos peixes em disputas violentas, repletas de ataques e perseguições. Esses comportamentos agressivos, chamados de agonísticos, podem representar a competição por recursos, como alimento ou espaço. Um grupo de cientistas brasileiros identificou que, dentre todas as famílias de peixinhos que habitam os recifes, uma em particular chama a atenção por seu comportamento invocado: os donzelinhas, pertencentes à família Pomacentridae. A frequência com que eles interagem agressivamente entre si ou com outras espécies é a mesma, independente do recife analisado e da biodiversidade local. O estudo, publicado na terça-feira, 9 de junho, na revista científica internacional Ecography, originou-se da pesquisa de mestrado de Luisa Fontoura, conduzida no Programa de Pós-Graduação em Ecologia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Utilizando câmeras GoPro, os pesquisadores investigaram o comportamento de peixes em recifes distribuídos ao longo de 34 mil quilômetros, desde Bali, no Oceano Pacífico, até Atol das Rocas, no nordeste brasileiro. Os equipamentos foram instalados em sete pontos, e captaram mais de 87 horas de filmagens. As interações de disputa entre os peixes foram analisadas a partir de 350 vídeos de 10 minutos cada. 
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Covid-19: pesquisadora busca desenvolver medicamento baseado na inibição de proteínas virais

26/05/2020 11:11

O desenvolvimento de um medicamento para a Covid-19 baseado no uso de uma molécula de RNA sintetizada em laboratório, utilizada para inibir a produção de proteínas essenciais para a replicação do novo coronavírus (Sars-Cov-2), é o objetivo de um projeto de pesquisa da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Elaborada pela professora do Departamento de Ciências Farmacêuticas Tânia Beatriz Creczynski Pasa, que adaptou o método utilizado em suas pesquisas com câncer de mama, a proposta aguarda financiamento para ter início. 

A pesquisa utiliza uma técnica chamada de RNA de interferência. Nela, cientistas desenvolvem uma molécula chamada RNA curto de interferência, ou siRNA, que tem a capacidade de interromper a produção de determinadas proteínas em nosso corpo. Para entender seu funcionamento, é preciso, primeiro, compreender a função do RNA mensageiro em nossas células. Pode-se pensar nele como uma espécie de carteiro, que pega a instrução escrita por um gene para a fabricação de uma proteína e a leva até o ribossomo, a estrutura celular responsável pela produção. O siRNA é programado para destruir partes específicas do RNA mensageiro. Ao atacar o carteiro, ele impossibilita que a receita da proteína seja lida pelo ribossomo. Logo, ela não poderá mais ser executada. Esse efeito é chamado de silenciamento gênico.
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UFSC na mídia: Laboratório Fator Humano é destaque na Veja e no portal do MEC

13/04/2020 10:06
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‘Traduzindo ciência’ apresenta oficinas culinárias para promoção da alimentação saudável

09/03/2020 14:41

“Do campo à cozinha: oficinas culinárias para promoção da alimentação saudável e sustentável para participantes do programa Células de Consumidores Responsáveis” é o tema do primeiro episódio da série de vídeos “Traduzindo ciência” neste semestre, produzida pela Agência de Comunicação (Agecom) da UFSC. As oficinas deste projeto de extensão foram adaptadas do programa Nutrição e Culinária na Cozinha, desenvolvido durante a tese de doutorado da professora Greyce Bernardo.

Com a participação das professoras Suellen Secchi Martinelli e Greyce Bernardo, o episódio trata de oficinas culinárias com consumidores que realizam compra direta de alimentos orgânicos da agricultura familiar local por meio das Células de Consumidores Responsáveis, programa do Laboratório de Comercialização da Agricultura Familiar (Lacaf), do Centro de Ciências Agrárias.

O projeto de extensão estimula práticas alimentares saudáveis por meio de oficinas culinárias que destacam aspectos sobre a qualidade nutricional e conservação dos alimentos, técnicas diferenciadas para promover hábitos saudáveis, além do estímulo ao resgate de alimentos e preparações culturais e da sociobiodiversidade.

Tags: Oficinas culináriasTraduzindo ciênciaUFSCUniversidade Federal de Santa Catarina

Estudo demonstra importância do manejo com fogo nos campos de altitude

31/01/2020 11:07

Campo com manejo tradicional, com fogo e gado (à esquerda), e campo já substituído por arbustos dentro de área protegida (à direita) – Foto: Rafael Barbizan Sühs

A partir de entrevistas com moradores da região serrana do estado, um grupo de pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) demonstrou a importância de se manter os campos de altitude a partir do manejo tradicional, com uso de fogo e de gado. O estudo, divulgado no dia 21 de janeiro na revista científica Scientific Reports, constata que, após 30 anos sem esse tipo de manejo, os campos desaparecem por completo – o que tem implicações diretas na biodiversidade, nos ecossistemas e na cultura regional. A pesquisa fez parte da tese de doutorado de Rafael Barbizan Sühs, desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Ecologia da UFSC, e contou com a participação dos professores Eduardo Giehl e Nivaldo Peroni, ambos do Departamento de Ecologia e Zoologia.

O estudo foi desenvolvido entre 2016 e 2018, no Parque Nacional de São Joaquim e arredores, principalmente nos municípios de Urubici e Bom Jardim da Serra. As entrevistas com antigos e atuais proprietários de terras foram combinadas a análises de imagens aéreas e de satélites. “Nosso trabalho objetivou compreender como os proprietários que possuem campos de altitude em suas propriedades fazem o manejo desses campos, há quanto tempo isso é feito e, dentre outras coisas, a opinião desses proprietários sobre o futuro dos campos”, explica Sühs. Também foi avaliado como as paisagens se transformam com o passar do tempo em campos que ainda são manejados e em locais que foram convertidos em áreas protegidas, nos quais o fogo e o gado são proibidos. “Nossa hipótese foi de que as áreas de campo nativo convertidas em áreas com restrições de manejo tradicional sofrem uma rápida transformação, tornando-se arbustais (vegetação dominada por arbustos, também chamada de vassourais)”, complementa o pesquisador.
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Laboratório da UFSC monitora caravelas e medusas, as chamadas águas-vivas, populares no verão de SC

07/01/2020 11:45

 

Medusa Chrysaora lactea, na Ilha do Campeche. Foto: Ruan Luz

O Laboratório de Biodiversidade Marinha da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) desenvolve um projeto de monitoramento de caravelas e medusas, animais popularmente denominados de águas-vivas e que podem causar milhares de acidentes no verão catarinense. Os principais objetivos da atividade são identificar as espécies predominantes, obter dados mais precisos sobre a sazonalidade e abundância desses animais, bem como acerca dos eventuais “blooms” (surtos de crescimento rápido e sem controle no meio aquático).

O projeto foi iniciado em dezembro de 2019 e envolve a identificação e quantificação de caravelas e medusas encalhadas em praias de Florianópolis. A ação será realizada ao menos duas vezes por mês, por dois anos. Alguns monitoramentos também são promovidos em Imbituba e em São Francisco do Sul, também no litoral catarinense.

A medusa Chrysaora lactea. Foto: Alberto Lindner

Entre janeiro e março de 2020, a atividade ainda ocorrerá nas praias do Rincão, em Santa Catarina, e do Cassino, no Rio Grande do Sul, pelas equipes da professora Mainara Figueiredo Cascaes, da Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc), e do professor Renato Nagata, da Universidade Federal do Rio Grande (FURG), respectivamente. Pela UFSC, participam os estudantes Roberta Elis e Pedro de Oliveira, do curso de graduação em Biologia, a mestranda Mariana Mazza, do Programa de Pós-Graduação (PPG) em Ecologia, e a pós-doutoranda Renata Arantes, do PPG em Oceanografia.
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UFSC Ciência: revista de divulgação científica tem nova edição em 2019

20/12/2019 09:34

A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) lança, neste fim de ano, a terceira edição da revista UFSC Ciência. A publicação é produzida pela equipe da Agência de Comunicação (Agecom) com o objetivo de promover a divulgação científica e dar visibilidade às pesquisas desenvolvidas na universidade. A revista pode ser acessada on-line e também está disponível em versão impressa.

A proposta é trazer, em linguagem acessível, parte do grande volume de saber científico produzido na UFSC. A diretora da Agecom, Mayra Cajueiro Warren, destaca que o objetivo é “traduzir um pouco do que produzem os mais de 620 grupos de pesquisa, que desenvolvem aproximadamente de 2,7 mil projetos na Universidade. São milhares de publicações em revistas científicas mundo afora, e nossa intenção é dar visibilidade à nossa produção. Tem destaque também a extensão, que atualmente realiza 21,8 mil iniciativas com impacto direto na sociedade”, complementa. O projeto gráfico foi desenvolvido pela Coordenadoria de Design e Programação Visual da Agecom, e toda a impressão foi feita na Imprensa Universitária.
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