Pesquisadores propõem técnicas para aprimorar a análise de riscos de transgênicos

04/05/2021 13:11

Parte dos experimentos foi feita em estufa da Fazenda Experimental da Ressacada, na UFSC. Foto: Rodrigo Sant’anna

Os transgênicos representam 94% de toda a soja, o milho e o algodão plantados no Brasil, segundo dados de 2019 do Serviço Internacional para Aquisição de Aplicações Agrobiotécnicas (Isaaa). A área plantada com as sementes geneticamente modificadas no país só é superada pela dos Estados Unidos. Apesar dessa ampla utilização e distribuição, muitas incertezas permanecem em relação à segurança desses organismos que, em um processo de melhoramento genético, tiveram um gene de outra espécie adicionado aos seus. Antes de chegar nas mãos do agricultor, todos eles têm que passar por um processo de avaliação de risco, que considera – ou ao menos deveria considerar – possíveis prejuízos para seres humanos, animais e o meio ambiente. Essas análises realizadas atualmente, contudo, são bastante limitadas e não levam em conta potenciais “efeitos colaterais” que a inserção de um novo gene podem desencadear, principalmente quando combinada a situações de estresse comuns durante o cultivo, como a seca ou a aplicação de agrotóxicos.

“Hoje, basicamente, eles fazem uma caracterização molecular do evento que foi inserido. Vou dar um exemplo: a Monsanto, que é uma das empresas, vai lá e faz a modificação genética de um gene ou dois, faz a caracterização daquilo que foi inserido e uma análise composicional de cerca de 50 a 60 compostos nutricionais. É basicamente isso, tem outros parâmetros agronômicos, mas não tem nenhum nenhum estudo aprofundado de possíveis modificações no metabolismo da planta”, explica Rafael Benevenuto, pós-doutorando do Programa de Pós-Graduação em Recursos Genéticos Vegetais da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Rafael faz parte de um grupo que congrega cientistas da UFSC, do Centro de Biossegurança da Noruega (GenØk) e da Agência Federal Alemã de Conservação da Natureza (BFN), sendo este último o principal financiador do estudo. Com o projeto GMOmics – Técnicas ômicas como ferramentas úteis para abordar lacunas emergentes na avaliação de risco de organismos geneticamente modificados, os pesquisadores pretendem colaborar para o aprimoramento das análises de segurança a partir do uso de tecnologias que permitam uma visão mais abrangente do que acontece na planta que foi alvo da modificação genética.
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Pesquisadores identificam efeitos indesejados de agrotóxicos à base de glifosato em plantas transgênicas

17/08/2020 17:35

Em ambiente controlado, foram analisadas duas variedades de soja transgênica. Foto: Jefferson Mota

Cientistas da Universidade Federal e Santa Catarina (UFSC) e do GenØk, Centro de Biossegurança da Noruega, identificaram que herbicidas à base de glifosato desencadeiam efeitos indesejados mesmo nas variedades geneticamente modificadas para resistir a essa classe de agrotóxicos. Intitulado Stacked genetically modified soybean harboring herbicide resistance and insecticide rCry1Ac shows strong defense and redox homeostasis disturbance after glyphosate-based herbicide application, o estudo foi publicado na revista científica Environmental Sciences Europe e aborda os efeitos adversos de herbicidas à base de glifosato, como o Roundup, no metabolismo de soja geneticamente modificada, também chamada de transgênica.

O trabalho teve o objetivo de investigar se a inserção de mais de um transgene (material genético transferido entre dois organismos) na mesma planta poderia ter impacto na sua homeostase energética e na resposta bioquímica ao estresse proporcionado pela exposição ao glifosato. Em ambiente controlado, foram analisadas duas variedades de soja transgênica frequentemente utilizadas em Santa Catarina: com apenas um transgene inserido (o gene EPSPS, resistente aos herbicidas à base de glifosato) e com dois transgenes inseridos (os genes recombinantes EPSPS e rCry1Ac, que codifica para uma toxina inseticida). As análises foram feitas nas folhas coletadas oito horas após a aplicação do agrotóxico.
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Debate sobre transgênicos – construção e segurança – nesta quinta-feira

23/10/2013 09:49

O Auditório da Aquicultura do Centro de Ciências Agrárias (CCA), no Itacorubi, sedia nesta quinta-feira, 24 de outubro, às 14h, o evento Debate sobre Transgênicos – Construção e Segurança – com os palestrantes Paulo Paes de Andrade e Sarah Zanon Agapito -Tefen. Vagas limitadas. Para se inscrever é preciso solicitar ficha de inscrição pelo email angelamaraluz@yahoo.com.br.

Tags: AquiculturadebatePaulo Paes de AndradeSarah Zanon Agapito-TefentransgênicosUFSC

Consequências do milho transgênico na fauna de besouros é tema de pesquisa

10/07/2012 12:41

Cerca de 1.500 besouros foram coletados em uma região que apresenta grandes áreas de monocultura, no município de Campos Novos (SC)

Pesquisa do Laboratório de Ecologia Terrestre Animal, ligado ao Centro de Ciências Biológicas da UFSC, demonstrou uma alteração na fauna dos besouros escarabeíneos em fragmentos de florestas de Mata Atlântica no município de Campos Novos (SC), em meio a culturas de milho transgênico. O estudo foi desenvolvido durante o mestrado de Renata Calixto Campos, junto ao Programa de Pós-Graduação em Ecologia.

Os escarabeíneos são organismos importantes na renovação de nutrientes dos ecossistemas tropicais. Estes insetos se alimentam de matéria orgânica em decomposição (fezes de animais e carcaças) e regulam propriedades físico-químicas do solo.

Além disso, são bons indicadores de diversidade, pois transformações ambientais provocam mudanças na estrutura e composição de suas comunidades. Alguns deles possuem alta especificidade, sendo muito influenciados pela fragmentação e perda de habitat.

Esses besouros são divididos em pelo menos três grupos funcionais: os rodadores (que rolam esferas de alimento sobre a superfície até uma certa distância da fonte e depois as enterram), os escavadores ou tuneleiros (que transportam o alimento para dentro do solo criando túneis) e os residentes (que não reservam o alimento).

Renata constatou que, em meio a áreas de plantação de milho transgênico, os fragmentos florestais apresentaram uma predominância de besouros do tipo residente. Em meio ao milho convencional foram detectados mais escarabeíneos tuneleiros.

De acordo com a pesquisadora, com a diminuição dos besouros tuneleiros pode haver perda na remoção das fezes animais, na dispersão de sementes, na incorporação de matéria orgânica e na regeneração das florestas – com uma modificação do papel destes insetos no ecossistema.

“O uso de plantas transgênicas ou geneticamente modificadas pode ser uma alternativa à aplicação de inseticidas no controle de pragas na agricultura, mas o efeito dos transgênicos sobre a cadeia alimentar é pouco conhecido”, alerta a pesquisadora.

Renata lembra que a maior parte dos trabalhos associando os organismos geneticamente modificados e as cadeias alimentares foram realizados em laboratórios, submetidos a condições controladas. “Isto pode trazer consequências a longo prazo, é preciso um estudo profundo de campo também”, complementa a orientadora de Renata e coordenadora do Laboratório de Ecologia Terrestre Animal Malva Isabel Medina Hernández.

Coletas
Durante fevereiro de 2011, em Campos Novos, região que apresenta grandes áreas de monocultura, Renata coletou cerca de 1500 besouros. As armadilhas com iscas de fezes e carnes foram colocadas em 20 fragmentos de florestas – 10 em meio a milho convencional e outras 10 em meio a milho transgênico.

Para Renata, o tamanho, a complexidade e a distância entre fragmentos podem influenciar nas diferenças encontradas nas comunidades de besouros. No entanto, essas características não explicam as alterações constatadas. “Foram encontrados fragmentos de tamanhos pequenos, médios e grandes em igual número, tanto nas áreas de plantação de milho convencional, quanto de milho transgênico. A mesma coisa aconteceu com as distâncias e a complexidade. Todos os dados de ambos os cultivos, quando comparados, apresentaram condições semelhantes”, explica.

A escolha dos fragmentos estudados foi realizada com o apoio da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) e da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri/Campos Novos). Estas instituições também colaboram com alojamento e auxiliaram Renata no contato com os agricultores. Este apoio foi obtido por meio de parceria científica com o professor do Departamento de Fitotecnia Rubens Nodari, que estuda organismos transgênicos.

Diversidade
Os escarabeíneos compreendem 7 mil espécies em todo o mundo. Por isso, além de detectar possíveis impactos na cadeia alimentar decorrentes do desflorestamento da vegetação nativa e do uso de transgênicos, Renata classificou os besouros capturados.  Somente na área estudada foram encontradas 33 espécies, algumas delas, como Deltochilum riehli e Malagoniella virens, são raras.

Os besouros foram levados para o laboratório para pesagem e identificação. O resultado do levantamento foi confirmado pelo professor Fernando Zagury Vaz de Melo, da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT), especialista em taxonomia. O material coletado está depositado nas coleções entomológicas da UFSC e da UFMT.

A riqueza e abundância de espécies de escarabeíneos são fortemente afetadas em ambientes de mata secundária (vegetação que cresce depois da nativa ser retirada). A área estudada em Campos Novos, mesmo se caracterizando por ser uma região com a Mata Atlântica fragmentada em meio a monoculturas, ainda tem uma grande diversidade de escarabeíneos. “As informações trazidas pelo estudo podem fortalecer a manutenção de áreas de conservação em regiões onde a atividade humana ameaça o que resta de Floresta Ombrófila Mista, o tipo de floresta de Campos Novos, e a biodiversidade associada a ela”, ressalta a professora Malva Isabel Medina Hernández.

A pesquisa, financiada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) resultou em dois artigos que serão submetidos a duas revistas científicas indexadas, a Revista Brasileira de Entomologia e a Revista PloS ONE.

Renata já pensa no doutorado. Ela pretende estudar as alterações na comunidade de escarabeíneos, tanto em trabalhos de campo como no laboratório. Além disso, avaliar os possíveis impactos de cultivos transgênicos em organismos não-alvo por meio da cadeia alimentar, comparando o efeito do tipo da plantação na composição e na estruturação das comunidades de mamíferos e de escarabeíneos. Renata irá investigar ainda as causas das alterações encontradas durante a pesquisa de mestrado nos escarabeíneos em meio aos cultivos de milho transgênico.

Mais informações: Renata Calixto / re2709@yahoo.com.br / (48) 3721-4735

Por Ana Luísa Funchal / Bolsista de jornalismo na Agecom
Foto: Brenda Thomé/ Bolsista de jornalismo na Agecom

 

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Obra sobre transgênicos é lançada na UFSC nesta quinta-feira

30/08/2011 12:53

“Transgênicos para quem? Agricultura, Ciência, Sociedade” é título de um livro que será lançado na UFSC nesta quinta-feira,  dia 1° setembro. A obra foi organizada pelo Núcleo de Estudos Agrários e Desenvolvimento Rural (NEAD) do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). O professor do Departamento de Fitotecnia da UFSC, Rubens Onofre Nodari, pesquisador de transgênicos há mais de 20 anos, é autor de um dos artigos da publicação organizada pela brasileira Magda Zanoni e pelo francês Gilles Ferment.

A apresentação em Santa Catarina será realizada a partir de 18h30min, no auditório do Centro de Ciências Jurídicas da UFSC, seguida de debate. Participarão Gilles Ferment (autor/ organizador do livro); Guilherme Abrahão (coordenador do Núcleo de Estudos Agrários e Desenvolvimento Rural do Ministério do Desenvolvimento Agrário); Rubens Nodari (representante da Universidade Federal de Santa Catarina) e Leonardo Melgarejo (autor e membro da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança – CTNBio), além de um representante do Terceiro Setor.

Em 33 artigos a publicação reúne trabalhos de referência no debate europeu e brasileiro, oferecendo diversidade de análises e de pontos de vista de atores sociais: agricultores familiares, cientistas internacional e nacionalmente reconhecidos, estudantes, associações, cooperados e ativistas.

Em um enfoque multidisciplinar o livro contempla as dimensões agronômica, ecológica, cultural, social e política, fundamentais para uma leitura ampla sobre os transgênicos. Lançada em março na França, na Assembléia Nacional de Paris, está também sendo apresentada em diferentes capitais brasileiras.

Por uma ciência democrática
“O objetivo do livro é trazer uma reflexão sobre a anunciada capacidade dos transgênicos de resolver as dificuldades atuais e futuras com as quais nossas sociedades e, particularmente, os agricultores familiares e camponeses do mundo estão confrontados”, escrevem na introdução Magda Zanoni e Gilles Ferment.

Os organizadores destacam que o livro integra pontos de vista de pesquisadores que por meio da participação e vivência em comissões nacionais de engenharia genética (na França) e em comissões técnicas nacionais de biossegurança (no Brasil) não tiveram o poder de expressar sua oposição e tampouco interromper (em razão do voto sempre minoritário) as liberações comerciais de sementes transgênicas solicitadas pelas empresas multinacionais. Tudo isso embora a avaliação do risco e o respeito ao Princípio da Precaução fossem determinados no Brasil pelas leis nacionais (Lei de Biossegurança) e internacionais (Protocolo de Cartagena).

Transgênicos para quem? está disponível em formato e-book para download gratuito no  Portal NEAD,  seção Publicações > NEAD Debate

Mais informações sobre o lançamento na UFSC com o professor Rubens Onofre Nodari, nodari@cca.ufsc.br, (48) 3721-5332

Tags: transgênicos

Obra de pesquisadores franceses e brasileiros sobre transgênicos é lançada na UFSC

26/08/2011 16:14

“Transgênicos para quem? Agricultura, Ciência, Sociedade” é título de um livro que será lançado na UFSC no dia 1° setembro. A obra foi organizada pelo Núcleo de Estudos Agrários e Desenvolvimento Rural (NEAD) do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). O professor do Departamento de Fitotecnia da UFSC, Rubens Onofre Nodari, pesquisador de transgênicos há mais de 20 anos, é autor de um dos artigos da publicação organizada pela brasileira Magda Zanoni e pelo francês Gilles Ferment.

A apresentação em Santa Catarina será realizada a partir de 18h30min, no auditório do Centro de Ciências Jurídicas da UFSC, seguida de debate. Participarão Gilles Ferment (autor/ organizador do livro); Guilherme Abrahão (coordenador do Núcleo de Estudos Agrários e Desenvolvimento Rural do Ministério do Desenvolvimento Agrário); Rubens Nodari (representante da Universidade Federal de Santa Catarina) e Leonardo Melgarejo (autor e membro da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança – CTNBio), além de um representante do Terceiro Setor.

Em 33 artigos a publicação reúne trabalhos de referência no debate europeu e brasileiro, oferecendo diversidade de análises e de pontos de vista de atores sociais: agricultores familiares, cientistas internacional e nacionalmente reconhecidos, estudantes, associações, cooperados e ativistas.

Em um enfoque multidisciplinar o livro contempla as dimensões agronômica, ecológica, cultural, social e política, fundamentais para uma leitura ampla sobre os transgênicos. Lançada em março na França, na Assembléia Nacional de Paris, está também sendo apresentada em diferentes capitais brasileiras.

Por uma ciência democrática
“O objetivo do livro é trazer uma reflexão sobre a anunciada capacidade dos transgênicos de resolver as dificuldades atuais e futuras com as quais nossas sociedades e, particularmente, os agricultores familiares e camponeses do mundo estão confrontados”, escrevem na introdução Magda Zanoni e Gilles Ferment.

Os organizadores destacam que o livro integra pontos de vista de pesquisadores que por meio da participação e vivência em comissões nacionais de engenharia genética (na França) e em comissões técnicas nacionais de biossegurança (no Brasil) não tiveram o poder de expressar sua oposição e tampouco interromper (em razão do voto sempre minoritário) as liberações comerciais de sementes transgênicas solicitadas pelas empresas multinacionais. Tudo isso embora a avaliação do risco e o respeito ao Princípio da Precaução fossem determinados no Brasil pelas leis nacionais (Lei de Biossegurança) e internacionais (Protocolo de Cartagena).

Transgênicos para quem? está disponível em formato e-book para download gratuito no  Portal NEAD,  seção Publicações > NEAD Debate

Mais informações sobre o lançamento na UFSC com o professor Rubens Onofre Nodari, nodari@cca.ufsc.br, (48) 3721-5332

Tags: transgênicos

Obra de pesquisadores franceses e brasileiros sobre transgênicos é lançada na UFSC

23/08/2011 10:31

“Transgênicos para quem? Agricultura, Ciência, Sociedade” é título de um livro que será lançado na UFSC no dia 1° setembro. A obra foi organizada pelo Núcleo de Estudos Agrários e Desenvolvimento Rural (NEAD) do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). O professor do Departamento de Fitotecnia da UFSC, Rubens Onofre Nodari, pesquisador de transgênicos há mais de 20 anos, é autor de um dos artigos da publicação organizada pela brasileira Magda Zanoni e pelo francês Gilles Ferment.

A apresentação em Santa Catarina será realizada a partir de 18h30min, no auditório do Centro de Ciências Jurídicas da UFSC, seguida de debate. Participarão Gilles Ferment (autor/ organizador do livro); Guilherme Abrahão (coordenador do Núcleo de Estudos Agrários e Desenvolvimento Rural do Ministério do Desenvolvimento Agrário); Rubens Nodari (representante da Universidade Federal de Santa Catarina) e Leonardo Melgarejo (autor e membro da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança – CTNBio), além de um representante do Terceiro Setor.

Em 33 artigos a publicação reúne trabalhos de referência no debate europeu e brasileiro, oferecendo diversidade de análises e de pontos de vista de atores sociais: agricultores familiares, cientistas internacional e nacionalmente reconhecidos, estudantes, associações, cooperados e ativistas.

Em um enfoque multidisciplinar o livro contempla as dimensões agronômica, ecológica, cultural, social e política, fundamentais para uma leitura ampla sobre os transgênicos. Lançada em março na França, na Assembléia Nacional de Paris, está também sendo apresentada em diferentes capitais brasileiras.

Por uma ciência democrática
“O objetivo do livro é trazer uma reflexão sobre a anunciada capacidade dos transgênicos de resolver as dificuldades atuais e futuras com as quais nossas sociedades e, particularmente, os agricultores familiares e camponeses do mundo estão confrontados”, escrevem na introdução Magda Zanoni e Gilles Ferment.

Os organizadores destacam que o livro integra pontos de vista de pesquisadores que por meio da participação e vivência em comissões nacionais de engenharia genética (na França) e em comissões técnicas nacionais de biossegurança (no Brasil) não tiveram o poder de expressar sua oposição e tampouco interromper (em razão do voto sempre minoritário) as liberações comerciais de sementes transgênicas solicitadas pelas empresas multinacionais. Tudo isso embora a avaliação do risco e o respeito ao Princípio da Precaução fossem determinados no Brasil pelas leis nacionais (Lei de Biossegurança) e internacionais (Protocolo de Cartagena).

Transgênicos para quem? está disponível em formato e-book para download gratuito no  Portal NEAD,  seção Publicações > NEAD Debate

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Seminário divulga pesquisa sobre impactos dos transgênicos na saúde

22/06/2011 17:20

O Centro de Ciências Agrárias da UFSC sedia na segunda-feira, 27/6, um seminário sobre a resposta imunológica do consumo de alimentos transgênicos com a toxina Bt. Essa toxina é produzida por plantas transgênicas que têm inserido em seu genoma o transgene Cry1Ab, modificado da bactéria Bacillus thuringiensis. A resposta imunológica está relacionada aos mecanismos adotados por organismos na defesa contra invasores externos. O encontro acontece no auditório do CCA, Bloco B, Bairro Itacorubi, a partir de 16h30min. Pesquisas com transgênicos são desenvolvidas junto ao Programa de Pós-Graduação em Recursos Genéticos Vegetais da UFSC há mais de 20 anos.

Os resultados do novo estudo serão apresentados pela pós-doutoranda italiana Elena Rocca, que faz um intercâmbio no Brasil. Sua pesquisa integra o Projeto de Pesquisa em Biossegurança de Organismos Geneticamente Modificados, executado em um convênio entre a UFSC e o Centre of Biosfety (Genok), vinculado à Universidade de Tromso, na Noruega.

O objetivo da pesquisadora da universidade norueguesa é verificar o impacto da toxina Bt na saúde. Para realizar o estudo, Elena Rocca alimentou 100 frangos com milho transgênico (Bt) e 100 frangos com milho orgânico no município de Campos Novos (SC). Duas amostragens de sangue das aves foram analisadas nos laboratórios da UFSC. Posteriormente serão avaliados alguns órgãos do sistema digestivo das aves.

Esta é a primeira pesquisa realizada com o milho brasileiro. “Não existem estudos sobre o comportamento da proteína transgênica nas variedades de milhos cultivados no Brasil”, ressalta a doutoranda  Sarah Agapito, que também integra o projeto de biossegurança.

Toxina BT

A toxina Bt produzida por plantas transgênicas é oriunda de um gene modificado da bactéria Bacillus thuringiensis. Esse evento transgênico foi desenvolvido para ser mais tolerante ao ataque de lagartas (insetos da Ordem Lepidoptera). No entanto, alguns estudos comprovam o efeito da toxina também em organismos que não são alvos. Um estudo canadense realizado por Azziz Aris e Samuel Leblanc, da Universidade de Quebec, por exemplo, constatou a presença da toxina no sangue de mulheres e fetos, comprovando que a substancia não é quebrada no intestino, portanto pode ser prejudicial também a outros organismos.

Mais informações: Pós Graduação em Recursos Genéticos Vegetais / (48)  3721-5333

Por Ana Luísa Funchal/ Bolsista de jornalismo na Agecom

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