Como as fake news ganham tanta atenção? Professor da UFSC explica

16/10/2023 19:53

Preconceito interfere sobre quem é visto como bom informante; minorias sociais sofrem “injustiças epistêmicas”

Para ler a reportagem especial em formato multimídia, clique aqui.

Distinguir notícias verdadeiras de falsas é uma tarefa quase “sherlockiana”, afirma Alexandre Meyer Luz. Ilustração: Rafaela Souza.

“Não dá para ser Sherlock Holmes o tempo inteiro”. O famoso personagem da literatura britânica é uma metáfora utilizada por Alexandre Meyer Luz, professor de Filosofia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), para se referir ao ser humano ideal: aquele que sabe avaliar a qualidade de uma informação.

Diferenciar fake news de notícias verdadeiras tornou-se uma competência quase “sherlockiana”. Mas o cidadão comum não tem o mesmo tempo de um detetive para investigar a origem de todas as histórias que recebe diariamente por aplicativos de mensagem. Segundo Meyer, outro tipo de ingrediente explica por que concedemos mais ou menos crédito a alguns informantes. São os pressupostos de confiança, o que inclui desde as relações com parentes próximos (pais, por exemplo) até mecanismos sociais (como os preconceitos de racismo, machismo e LGBTfobia).

Meyer é professor na área de Epistemologia, ramo da Filosofia dedicado aos estudos sobre a produção do conhecimento. Sua pesquisa adiciona complexidade aos modelos epistêmicos reduzidos à figura do indivíduo racional e que não é atravessado por emoções. “Na Filosofia, sempre fazemos algum grau de abstração”, afirma. “Mas quando queremos pensar sobre assuntos muitos ‘encarnados’, como fake news e educação, a abstração não pode criar modelos que não respeitam como as pessoas de fato pensam”. 
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Núcleo do Departamento de Psicologia promove mesa redonda sobre saúde mental e racismo nesta sexta, 12

08/05/2023 08:49

O Núcleo de Pesquisa em Práticas Sociais, Estética e Política (Nupra) do Departamento de Psicologia da Universidade Federal de Santa Catarina, promove a mesa Redonda: “Saúde Mental e Racismo” com a presença do professor e pesquisador da UERJ, Emiliano de Camargo David. O evento ocorre nesta sexta-feira, 12 de maio, às 16h, no Auditório do Bloco B do CFH e é aberto a toda comunidade.

Emiliano é autor do livro “Aquilombomento da Saúde Mental” e é referência no tema no Brasil. É professor na UERJ, doutor em Psicologia Social pela PUC, psicanalista e coordena o Instituto AMMA Psique e Negritude São Paulo. A mesa redonda tem apoio da direção do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFH) e do Coletivo Orí.

Haverá emissão de certificados para os presentes.

 

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UFSC aprova Política de Enfrentamento ao Racismo Institucional

30/11/2022 11:57

Conselheiros aprovam por unanimidade política contra racismo. Foto: Salvador Gomes/Agecom

A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) deu um passo determinante no combate à intolerância no ambiente universitário. O Conselho Universitário (CUn) aprovou por unanimidade, em sessão ordinária na terça-feira, 29 de novembro, a Política de Enfrentamento ao Racismo Institucional – um conjunto de normas, divididas em sete capítulos, que orienta desde a identificação de atos discriminatórios até a forma de denúncias, encaminhamentos e acolhimento das vítimas. O texto final é o resultado do empenho direto de um grupo de mais de 30 pessoas, que contou com representantes da UFSC, de movimentos sociais, entre outros; além de debate plural que promoveu audiência pública no início do mês.

A sessão que aprovou a Política de Enfrentamento ao Racismo Institucional teve a participação não apenas dos conselheiros do CUn. A leitura da minuta do texto e a votação foram acompanhadas por estudantes, servidores técnico-administrativos em educação, professores e representantes de movimentos sociais, como o Movimento Negro Unificado, que tem mais de 40 anos de atividade no Brasil.

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UFSC lança campanha antirracista e antinazista e orienta comunidade a denunciar violências

18/11/2022 12:34

A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) segue promovendo ampla visibilidade às ações de combate ao racismo e ao nazismo na instituição. Ao passo que promove o debate acadêmico, a UFSC se posiciona claramente antirracista e antinazista e estimula a participação de toda a comunidade universitária. 

Uma manifestação do Conselho Universitário (CUn) sobre o enfrentamento ao nazismo será debatida na próxima terça-feira, 22 de novembro, em uma sessão extraordinária aberta ao público, às 14h, no Auditório da Reitoria. A sessão terá transmissão ao vivo pelo canal do CUn no YouTube

“Denunciem, aprendam a denunciar. Não pode ser perigoso para o denunciante. Tem que ter perigo para quem faz as agressões”, disse a vice-reitora da UFSC, Joana Célia dos Passos. “Não é possível mais que a gente busque terceirizar as violências da Universidade. O combate a elas é responsabilidade de cada um de nós. É importante que a gente tenha protocolos de denúncia e isso está sendo consolidado. Nós queremos que todos e todas aqui, além de se posicionar contra as violências, denunciem.”
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Polícia Científica realiza perícia em locais de inscrições racistas e nazistas na UFSC

10/11/2022 14:47

Locais das ocorrências tinham sido preservados pela Secretaria de Segurança Institucional (Foto: SSI UFSC)

Dois peritos da Polícia Científica do Estado estiveram nesta quarta-feira, 9 de novembro, nas dependências da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), no campus Trindade, para a realização de perícia em ambientes onde foram encontradas inscrições de caráter racista e nazista. Eles vieram ao campus cumprir requisição da autoridade policial para periciar os locais sob investigação e acompanharam dois agentes da Delegacia de Repressão ao Racismo e Delitos de Intolerância (DRRDI), que está conduzindo a investigação dos crimes. O secretário de Segurança Institucional da UFSC, Leandro Oliveira, também acompanhou o trabalho.

A perícia começou por volta das 14h e se estendeu até depois das 18h. Os trabalhos ocorreram nas dependências do Centro de Ciências da Educação (CED), do Centro de Ciências Jurídicas (CCJ) e do Centro de Ciências da Saúde (CCS), sendo acompanhados pelos diretores dos centros. Os ambientes haviam sido preservados pela Secretaria de Segurança Institucional (SSI).

De acordo com informações da Polícia Científica, no local foi feito levantamento minucioso, com uso de equipamentos especiais como luz forense. Este material vai ser estudado melhor na base, quando perícias complementares serão realizadas com o intuito de cooperar com a investigação criminal. Os exames envolverão outros profissionais com diferentes especializações, como a de grafoscopia.

Assim que os exames forem realizados, inicia-se a redação dos laudos que apresentarão conclusões sobre o caso. Esses laudos serão disponibilizados para a Polícia Civil, que os utilizará para direcionamento do seu inquérito e apuração de responsabilidade.

A UFSC está acompanhando os fatos desde o surgimento das primeiras inscrições, ressalta Leandro Oliveira. O boletim de ocorrência registrado na SSI e encaminhado à Reitoria desencadeou o inquérito da Polícia Civil. “A UFSC tem acompanhado de perto todos esses episódios e a ideia é tentar identificar os autores e obviamente partir para uma punição. A gente reforçou as rondas nos ambientes, principalmente nos locais onde houve as inscrições”, afirmou o secretário.

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UFSC se manifesta sobre casos de racismo e nazismo

03/11/2022 11:12

A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) está encaminhando à Polícia Civil todos os casos de nazismo e racismo que ocorrem nas dependências da instituição, uma vez que se tratam de crimes. O procedimento segue orientação do próprio delegado que está investigando o caso da célula neonazista identificada em Santa Catarina, cujo inquérito transcorre em sigilo.

Internamente, a Universidade está registrando e mapeando todos esses episódios e pretende se manifestar no momento em que houver divulgação pela própria Polícia Civil. Ao mesmo tempo, a UFSC está colaborando com as investigações por todos os meios à sua disposição, como imagens de câmeras de circuito interno.

A UFSC ressalta que todos os episódios criminosos são apócrifos e registrados em locais sem acesso ao monitoramento por câmeras por questões de privacidade, como sanitários. No entanto, reforça que se houver identificação de algum estudante ou servidor envolvido, dispõe de mecanismos para a imposição de penalidades.

No caso de estudantes, o Regime Disciplinar do Corpo Discente, contido na Resolução Normativa 17/Cun/97, prevê penalidades que podem chegar ao desligamento do aluno. E no caso de servidor, as punições cabíveis estão na Lei 8.112/90, que institui Regime Jurídico Único dos servidores públicos federais.

 

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Audiência Pública abre discussão sobre nova Política de Enfrentamento ao Racismo Institucional da UFSC

03/11/2022 10:43

Público presente à Audiência debateu a nova política. O Conselho Universitário irá discutir a minuta no dia 29 de novembro. (Foto: Robson Ribeiro/Agecom/UFSC)

A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) debateu em audiência pública nesta terça-feira, 1° de novembro, a proposta de minuta da Política de Enfrentamento ao Racismo Institucional na UFSC. A audiência ocorreu no Auditório da Reitoria e contou com a participação de estudantes, docentes, técnicos administrativos e movimentos sociais. 

A urgência da consulta pública para acolher contribuições e aprovação do documento foi solicitada pela atual gestão da UFSC. A medida foi criada para garantir a equidade racial na Universidade, tendo em vista os recentes casos de racismo ocorridos no âmbito da instituição. 

As contribuições da comunidade universitária durante a audiência foram registradas em ata, de modo a compor o processo que será enviado para análise do Conselho Universitário (CUn). Ao todo, foram realizadas 20 manifestações orais e entregues à equipe da organização da audiência oito manifestações escritas, que serão anexadas ao relatório final. Ao fim da audiência, a ata da minuta foi aprovada por unanimidade pelos presentes. Agora, o Grupo de Trabalho desenvolverá o relatório final que deve ser apreciado pelo CUn no dia 29 de novembro.

>> Audiência Pública foi transmitida ao vivo pela TV UFSC. Assista aqui ao vídeo na íntegra
>> Acompanhe a programação do Novembro Negro na UFSC

A reunião foi aberta pela pró-reitora de Ações Afirmativas e Equidades (Proafe), Leslie Chaves, que destacou a importância do evento para abrir as celebrações de novembro na instituição. Em seguida, o reitor da UFSC, Irineu Manoel de Souza, mencionou os desafios colocados à Universidade e afirmou que dentre as prioridades da gestão, o principal foco será o encaminhamento da política antirracista. 
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UFSC debate Política de Enfrentamento ao Racismo em audiência pública nesta terça-feira, 1º de novembro

31/10/2022 10:38

Será realizada, no dia 1º de novembro, uma audiência pública no Auditório da Reitoria e via Web Conferência, com transmissão ao vivo pelo Youtube da TV UFSC, para discutir a Proposta de Minuta de Resolução que institui a Política de Enfrentamento ao Racismo Institucional na UFSC. A audiência começa às 17h30, com uma apresentação da construção histórica da Política e o registro das contribuições da plenária em ata, de modo a compor o processo a ser enviado para análise do Conselho Universitário (CUn). 

>> Acesse a minuta da Política de Enfrentamento ao Racismo

A Pró-Reitoria de Ações Afirmativas e Equidade (Proafe) é a unidade gestora da comissão que trabalha na minuta de Resolução. Desde 2018 ela vem sendo elaborada, e a comissão vigente foi nomeada em janeiro deste ano. A pró-reitora da Proafe, Leslie Chaves acredita que a discussão da Política durante o Novembro Negro é bastante simbólica. “É fundamental a redação e elaboração dessa política de combate ao racismo. Essa minuta que será apresentada e debatida teve a participação de diversos setores da sociedade, além da comunidade acadêmica, de movimentos sociais, em um trabalho conjunto para pensar todos os mecanismos de combate ao racismo, violências decorrentes de questões raciais”, ressalta.

“Todos devem tomar conhecimento, e devem contribuir. Assim, todos assumem a luta contra o racismo, não só as pessoas negras. O racismo é um problema de toda a sociedade, do conjunto da sociedade. Todos temos que nos comprometer com o combate a essas violências. Esse debate acontecerá ao longo do mês de novembro, junto com reflexões que estão sendo organizadas em diversos espaços da universidade, é fundamental para além de celebrações, estamos marcando uma posição política de combate e não permitir que [o racismo] ocorra no ambiente universitário”, pontua. 
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Centro acadêmico de Direito organiza ato contra manifestações neonazistas e misóginas

25/10/2022 18:02

O Centro Acadêmico XI de Fevereiro (Caxif), dos estudantes de Direito da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), promove nesta quarta-feira, 26 de outubro, um ato contra as manifestações neonazistas e misóginas encontradas na segunda-feira (24) no Centro de Ciências Jurídicas (CCJ). O ato ocorre entre o CCJ e o Centro Socioeconômico (CSE) a partir das 11h.

“Como representantes do movimento estudantil no curso de Direito da UFSC, este é, mais do que nunca, o momento de reforçarmos nosso compromisso incontornável com o Estado Democrático de Direito de maneira concreta”, destaca o Caxif na convocação aos professores, alunos e técnicos da Universidade. 

Na segunda-feira, mesmo dia em que as mensagens criminosas foram encontradas em um banheiro do CCJ, o centro acadêmico também emitiu uma nota, na qual informa que, junto com a direção do Centro, já está encaminhando as medidas administrativas e judiciais cabíveis.

Mais informações no Instagram do Caxif.

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UFSC rechaça toda e qualquer forma de nazismo

24/10/2022 11:45

A Administração Central da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) tomou conhecimento através da Imprensa do envolvimento de estudantes com movimentos neonazistas. Ao tempo em que cumprimenta a ação da Polícia Civil na investigação, oferece colaboração para o total desvendamento e punição a este crime.

De sua parte, a UFSC solicitará às autoridades informações sobre os estudantes presos, para a adoção das medidas disciplinares cabíveis.

A Universidade também reforça que a Ouvidoria mantém canais para recebimento de denúncias, com a finalidade de mapear qualquer indício de redes neonazistas na UFSC.

Em outras frentes de atuação, a UFSC informa que o Conselho Universitário, em sessão realizada no dia 11 de outubro de 2022, aprovou uma moção de repúdio ao racismo, após o relato de casos ocorridos em Unidades Acadêmicas.

Uma política de enfrentamento ao racismo, construída em colaboração com entidades estudantis e representantes do movimento negro, será levada a consulta pública no início do mês de novembro, sendo posteriormente apresentada ao Conselho Universitário.

A UFSC repudia toda e qualquer ação racista e que atente contra os direitos humanos e o patrimônio ético, científico e cultural da instituição.

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Revista Katálysis publica nova edição com o tema ‘Serviço Social, Racismo e Classes Sociais’

09/05/2022 14:35

Editada pelo curso de graduação e pelo programa de pós-graduação em Serviço Social da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), a Revista Katálysis publicou, no dia 6 de maio, sua segunda edição de 2022. O tema desse novo número é Serviço Social, Racismo e Classes Sociais.

A revista destina-se à publicação de artigos científicos originais sobre temas atuais e relevantes no âmbito do Serviço Social, áreas afins e suas relações interdisciplinares. Cada edição é voltada a um tema específico, considerado relevante no contexto social contemporâneo, mas também são publicados artigos que tratam de temas livres.

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Coordenadoria prepara materiais pelo Dia Internacional do Combate à Discriminação Racial

21/03/2022 17:31

No dia 21 de março, é celebrado o Dia Internacional de Combate à Discriminação Racial. A data foi escolhida pela ONU após o Massacre de Shaperville em 1962, em que tropas do exército da África do Sul atiraram contra uma manifestação pacífica em protesto contra a lei do passe, que proibia a circulação de pessoas negras em certos locais da cidade, marcada pelo Apartheid.

A data é um marco na luta da comunidade negra contra o racismo estrutural e a discriminação no Brasil, recordando os anos de atuação do movimento negro brasileiro que obteve importantes conquistas e lutas pela inclusão de pautas fundamentais na Assembleia Nacional Constituinte. 

Para marcar a data, a Coordenadoria de Relações Étnico Raciais e Mobilidade Social (Coema) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), preparou um texto em que explica o que é a discriminação racial, a diferença entre esse conceito e os de preconceito e racismo. Também aborda medidas para o combate à discriminação e a importância de “continuar debatendo e denunciando preconceitos, com medidas antirracistas, para que, enfim, a representatividade conquiste o reconhecimento da identidade e reforce o direito de igualdade”. Ao final do material, é indicada, ainda, uma série de vídeos para quem quiser entender melhor o assunto.
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Pesquisadores são premiados por estudo sobre racismo e iniquidades em saúde bucal 

12/07/2021 17:47

Um artigo científico sobre as relações entre o racismo e as iniquidades em saúde bucal foi homenageado com o Prêmio Aubrey Sheiham de Pesquisa Destacada em Saúde Pública Odontológica. O trabalho, que traz quatro recomendações para a promoção da igualdade racial na pesquisa em saúde bucal, foi escrito pelo professor do Departamento de Saúde Pública da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) João Luiz Dornelles Bastos, em colaboração com a pós-doutoranda da UFSC Helena M. Constante, o professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Roger K Celeste e as professoras da Universidade de Adelaide Dandara G. Haag e Lisa M. Jamieson. A cerimônia de premiação ocorre nesta quinta-feira, 15 de julho, e faz parte da programação do Congresso da Associação Internacional de Pesquisa Odontológica.

Publicado em setembro de 2020 na revista científica European Journal of Oral Sciences, o estudo é uma reflexão teórica embasada em uma revisão crítica da literatura internacional sobre o tema e apoiada em publicações de outras áreas do conhecimento, como a sociologia. Ao avaliar a produção científica sobre os efeitos da opressão racial na saúde bucal, o artigo faz quatro recomendações que podem subsidiar pesquisas sobre a questão e auxiliar a mitigar as injustiças raciais na área. 

A primeira é reconhecer que a própria ciência pode perpetuar a injustiça racial, de modo que a adoção uma posição supostamente neutra deve ser substituída pela promoção ativa de narrativas antirracistas. A segunda é não sugerir que a opressão racial é ruim porque prejudica a saúde bucal. Em vez disso, os estudos devem ajudar a construir um mundo mais justo, em que as iniquidades em saúde bucal não sejam abundantes. A terceira recomendação consiste em encorajar iniciativas que entendam que os sistemas de opressão agem conjuntamente para moldar a saúde bucal. A quarta e última orientação é considerar a opressão racial como um sistema complexo, que opera em três níveis conceituais inter-relacionados – intrapessoal, interpessoal e estrutural. 

O Prêmio Aubrey Sheiham de Pesquisa Destacada em Ciências da Saúde Pública Odontológica tem como objetivo reconhecer a excelência no estudo em saúde pública odontológica. São contemplados trabalhos em epidemiologia, bioestatística, serviços de saúde, prevenção baseada na comunidade, promoção da saúde, saúde ambiental, economia da saúde e política de saúde aplicada à odontologia. O julgamento é realizado por uma banca formada por cinco integrantes do Grupo de Pesquisa Comportamental, Epidemiológica e de Serviços de Saúde da Associação Internacional de Pesquisa Odontológica.

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Projeto Diversifica Letras promove roda de conversa sobre ações afirmativas e questões raciais

07/07/2021 17:16

O Diversifica Letras, projeto que envolve cursos e programas de pós-graduação do Centro de Comunicação e Expressão (CCE), promove no dia 16 de julho, às 14 horas, a 1ª Roda de conversa do semestre letivo de 2021.1, com o tema “Ações afirmativas, educação antirracista, letramento racial”. O encontro terá como convidados a professora Aparecida de Jesus Ferreira (UEPG) e o professor Ivan Claudio Pereira Siqueira (USP), com moderação do professor Pedro de Souza (UFSC).

O evento é aberto a toda a comunidade e contará com intérpretes de Libras. Será transmitido pelo canal do YouTube do Diversifica Letras: https://www.youtube.com/watch?v=p5vJEK-KccQ&ab_channel=DiversificaLetras. A organização está a cargo dos cursos de Letras Língua Portuguesa e Literaturas; Letras Línguas Estrangeiras e Secretariado Executivo; Letras Libras; Programa de Pós-Graduação em Linguística e Mestrado Profissional em Letras.

O Diversifica Letras objetiva propor rodas de conversa durante o semestre de 2021.1 sobre os mais variados temas, tal como racismo, misoginia, violência de gênero, LGBTfobia, capacitismo, letramento digital. A ideia central é promover o diálogo e a inclusão, contribuindo para a formação crítica dos estudantes de Letras (e demais interessados) e para um espaço de convivência múltiplo, diverso, colorido e acolhedor.

 

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Professora de Antropologia da UFSC é entrevistada em podcast sobre racismo

17/06/2021 14:59

 

A professora do Departamento de Antropologia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Flávia Medeiros, foi uma das entrevistadas do podcast Mundaréu. O episódio discute temas como racismo, maternidade, desencarceramento e pesquisa na pandemia, refletindo sobre os desafios de seguir com um trabalho de antropologia via WhatsApp.  

Junto com Flávia Medeiros estava Penha da Silva Souza Xavier, de 54 anos, que é egressa do sistema penitenciário e atualmente está cursando o 3° ano do Ensino Médio no Colégio Pedro II. Penha é militante do movimento social pelos direitos de mulheres presas e egressas e cria seus oito netos.

No episódio, cujo título é “Fala comigo, que eu falo contigo”, ambas discutiram como produzem juntas uma Antropologia potente sobre o racismo, o encarceramento em massa, o abolicionismo penal, o genocídio da população negra no país. Tudo pelo zap.

O podcast é produzido em parceria entre o Laboratório de Estudos Avançados de Jornalismo (LABJOR) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e o Departamento de Antropologia na Universidade de Brasília. 

Clique aqui para ouvir o episódio

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Reitor da UFSC se posiciona contrário ao racismo

29/12/2020 13:52

O reitor Ubaldo Cesar Balthazar reuniu-se, em 9 de dezembro, com um grupo de 137 pessoas, incluindo servidores docentes, técnicos administrativos em Educação, integrantes do Conselho Universitário (CUn), entidades sindicais, coletivos estudantis e membros da sociedade civil, em um encontro virtual. A motivação para a reunião era a discussão, no CUn, acerca de uma troca de e-mails entre um grupo de docentes do Centro Tecnológico (CTC), com afirmações de cunho racista.

Durante a reunião foram levantadas questões recentes e históricas sobre situações vivenciadas na Universidade. Segundo relato enviado à Agecom por Iclícia Viana, psicóloga educacional no Campus de Araranguá, que participou da reunião, as discussões durante a reunião apontaram que “o fato não é isolado e nem recente, mas é algo que tem sido vivido e denunciado cotidianamente na UFSC por estudantes negros(as) e indígenas”. Também foi lembrado que a UFSC integra a cátedra da Unesco de Erradicação do Racismo no Ensino Superior, e que se comprometeu publicamente em enfrentar este problema estrutural que se evidencia na instituição.

Questionou-se, segundo Iclícia, “até que ponto a universidade, com a estrutura que tem, dá conta de acolher e proceder diante das denúncias formalizadas pela Ouvidoria e Corregedoria. Não seria hora de criar novas estratégias de enfrentamento?“.

Propostas

O reitor recebeu sete propostas apresentadas pelo grupo: assegurar representação negras e indígenas nos órgãos colegiados/deliberativos; realizar processos de educação antirracista; colocar em vigor o Comitê de Combate às Violências na UFSC, que foi construído pela Secretaria de Ações Afirmativas e Diversidades (Saad); criar um protocolo contra as violências; fazer com o que o autor da discriminação seja obrigado a frequentar cursos e palestras sobre o tema, com carga horária superior a 100 horas; garantir estrutura física e profissional com constante qualificação e autonomia, bem como número suficiente de trabalhadores para fortalecer o trabalho da Saad.

Ubaldo agradeceu o espaço e comentou sua posição de contrariedade às práticas racistas. O reitor solicitou o encaminhamento das propostas do grupo para o Gabinete da Reitoria e disse que está atento ao trabalho da Corregedoria bem como dos órgãos colegiados da Universidade, respeitando o papel de cada instância frente a este enfrentamento.

Moção

O Conselho Universitário da UFSC aprovou uma moção de posicionamento em repúdio ao racismo no contexto universitário, na sessão do dia 8 de dezembro. Confira o texto, na íntegra:

“Em defesa da educação pública como bem de todas e todos, o Conselho Universitário da UFSC vem a público registrar sua posição de contrariedade e repúdio ao racismo institucional e estrutural ainda presente em nossa universidade. Historicamente o Brasil é marcado pela escravização, genocídio e etnocídio de populações indígenas e negras, bem como por uma ideologia de branqueamento que insiste no mito da democracia racial.

A história brasileira é, na verdade, marcada pela desigualdade racial, em que o privilégio da branquitude insiste em se manter cotidianamente no poder, questionando a necessidade das medidas equânimes de acesso para as populações em diferentes condições históricas no campo educacional. Há mais de dez anos as universidades federais têm visto mudanças no perfil racial estudantil por meio da Lei nº 12.711, conhecida como Lei de Cotas. No entanto, verificamos, ainda e infelizmente, situações que reproduzem as violências simbólicas e o racismo nesta instituição.

Este Conselho repudia toda ação racista dentro da UFSC e exige que toda medida administrativa e legal seja levada a cabo. Discursos racistas e de ódio, disfarçados como meros exercícios de liberdade de expressão, não podem ser tolerados no nosso meio universitário. Além de racismo ser crime, já previsto nas legislações vigentes, tais discursos negam os direitos conquistados e toda a produção teórica e científica sobre o tema. Pelo acesso equânime à universidade em seus diferentes níveis. Por uma UFSC mais justa e antirracista!

Florianópolis, 8 de dezembro de 2020”.

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Dia da Consciência Negra: a luta antirracista na universidade pública

20/11/2020 08:03

O ano de 2020 tem sido de tensões e preocupações. A busca pelo controle da pandemia de Covid-19 tem nos obrigado a estar fisicamente isolados, afastados uns dos outros. Mesmo assim, há espaços sendo abertos para as mobilizações. Um dos principais movimentos observados neste momento tem sido a luta antirracista.

O movimento ganhou força nos Estados Unidos, em maio, quando George Floyd, um homem negro de 46 anos foi sufocado até a morte em uma ação policial. Protestos se espalharam mundo afora e deram força ao ativismo pelo direito de não morrer em abordagens policiais. Em meio à pandemia, as pessoas saíram às ruas para dizer que as vidas negras importam, que as pessoas negras têm direito de respirar, de viver dignamente. 

Neste 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, não haverá mesas-redondas, debates e palestras nos auditórios da UFSC, como normalmente ocorreria. No entanto, haverá lives, pela Internet, e educação sobre as lutas do povo preto. 

Não basta não ser racista

Jaqueline Conceição da Silva (Arquivo Pessoal)

O que afinal significa ser antirracista? O termo não é novo. A ativista e filósofa negra Angela Davis, durante um discurso em 1979, nos Estados Unidos, afirmou: “Numa sociedade racista, não adianta não ser racista, nós devemos ser antirracistas”.

Ser antirracista é ir além de denunciar o crime de racismo ou a injúria racial, é muito mais que simplesmente não ser racista. É observar com senso crítico; ser agente de mudança. E a prática antirracista leva à criação de medidas de enfrentamento estrutural e institucional ao racismo. 

A doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social, Jaqueline Conceição da Silva, salienta que a luta antirracista é pró-ativa, e é a resposta para mudar estruturas que “mantém pessoas brancas em locais de poder e com privilégios”, pois, ela explica, “é por meio de ações antirracistas que ocorre a mudança de relações sociais”. 

A mudança, ressalta a pesquisadora, “passa pela contratação de líderes negros em grandes empresas, e também pela formação, a alfabetização racial de pessoas brancas e pessoas negras para que elas entendam o que é o racismo e os seus efeitos”. 

Francis Tourinho (Foto: Henrique Almeida/Agecom/UFSC)

Francis Vieira Tourinho, secretária de Ações Afirmativas e Diversidades na UFSC, ingressou como aluna na UFSC em 1987 em uma época que, segundo ela mesma recorda, quase não havia negros na instituição. A professora do Departamento de Enfermagem hoje atua como gestora e trabalha diretamente nas ações de equidade e na implementação das políticas de ações afirmativas. 

“A adoção de ações afirmativas está aos poucos mudando a realidade das universidades e dos negros, porém, apenas a Graduação não é suficiente para reparar ou compensar efetivamente as desigualdades sociais resultantes de um legado histórico de exclusão social, desigualdade estrutural, racismo estrutural e graves atitudes discriminatórias que se perpetuam no presente”, pontua a secretária. 

Uma tentativa de reparar desigualdades históricas, a adoção das políticas de ações afirmativas atualmente acontece na Graduação e em concursos públicos na UFSC e, em 2020, também na pós-graduação. No último mês de outubro, a Câmara de Pós-Graduação aprovou e o Conselho Universitário confirmou, em decisão unânime, que os programas de pós-graduação da UFSC deverão destinar, anualmente, 20% das vagas para candidatos pretos, pardos e indígenas e 8% para pessoas com deficiência, e outras categorias de vulnerabilidade social.

“As Universidades são ocupadas por uma maioria de pessoas brancas, incluindo o corpo docente, discente e gestor. Assim observamos que a universidade é um reflexo da sociedade, e esta é discriminatória. Isso torna o acesso dos negros em universidades, pós-graduação e empresas ainda mais difícil. Ainda se ouvem argumentos e discussões contra as políticas de ações afirmativas”, lembra Francis.

Ainda estamos distantes de uma efetiva implementação das políticas. Além de garantir as vagas, a universidade pública deve preocupar-se com a permanência, o apoio e acompanhamento dos alunos e combater as fraudes. 

“Eu tenho uma trajetória longa de formação racial, e ainda assim sofro psicologicamente e politicamente com os desdobramentos do racismo no fluxo das relações dentro das instituições. Imagina uma menina, um menino, de 17, 18 anos, que sai de sua cidade de origem e vem morar num estado que é o mais racista do Brasil e em uma universidade que muitas vezes silencia as próprias tensões raciais. Esse é o nosso desafio, a efetividade com qualidade das políticas de ações afirmativas dentro das universidades”, enfatiza a doutoranda Jaqueline.  

Já parou para pensar quantos professores negros você teve em sua trajetória escolar? Se você é branco, quantos negros você admira? Quantos autores negros você já leu? E se você é negro, você se sente representado nas mídias culturais? E em sala de aula? E na pesquisa acadêmica, no currículo de seu curso superior, como estão representadas as pessoas negras?

Jaqueline já pensou e estudou muito sobre o assunto e concluiu que, desde criança, nunca teve um professor ou professora negro, como ela. Mesmo assim, ela tornou-se pedagoga, mestra e agora será doutora pela UFSC. A paulistana, nascida na periferia da maior metrópole das Américas, afirma: “sou a primeira e a única mulher da minha família a completar o ensino superior, a fazer mestrado, doutorado”. Jaqueline é de uma geração anterior às políticas de ações afirmativas na Graduação, mas ingressou no doutorado já como cotista. “No programa em que eu fiz mestrado – na PUC/SP – não havia, e até hoje não tem ações afirmativas”. 

Jaqueline conta que sofreu muitas situações de violência e racismo estrutural durante a sua formação. Sua resposta foi seguir estudando, e criar o Coletivo Di Jeje, um Instituto de Pesquisa e Formação sobre Questão Étnico Racial e de Gênero, com plataformas de ensino e aprendizagem na modalidade virtual.

“Desse processo, das violências que eu sofri, fica para mim o Coletivo, um espaço de formação, pesquisa, produção de conteúdo sobre racismo, com uma perspectiva a partir do feminismo negro. Se origina a partir do que observei como pedagoga e do meu caminhar, do que deve ser uma prática educativa que emancipe o sujeito”, explica a pesquisadora. 

>> Conheça o Coletivo Di Jeje

Representatividade importa

A presença de professores negros, doutores, pesquisadores que se autodeclaram pretos ou pardos ainda é tímida na UFSC. Segundo dados do sistema Administrativo de Recursos Humanos da Universidade Federal de Santa Catarina, há 19 professores que se autodeclaram pretos, e 43 pardos. Já os técnicos-administrativos em Educação autodeclarados pretos são 43 e pardos, 115. Entre os estudantes, se autodeclaram pretos 1.555, e pardos são 3.464. 

Alguns desses professores e pesquisadores foram entrevistados no projeto Com Ciência Negra, da Pró-Reitoria de Pesquisa (Propesq). A série apresenta a professora Joana Célia dos Passos (Educação), Karine de Souza Silva (Direito), Leslie Sedrez Chaves (Jornalismo), Alexandre Magno Silva Santos (Física), Cristiane Luiza Sabino de Souza (Serviço Social), Jeane Vanessa Santos Silva (Educação), Glória Regina Botelho (Ciências Biológicas e Agronômicas / UFSC Curitibanos), Cristiane Conceição Silva (Letras e Literaturas Estrangeiras), Francis Solange Tourinho (Enfermagem).

A preocupação com a representatividade negra não está apenas em ver pessoas negras em posições de destaque. Segundo Jaqueline, ainda há muito o que evoluir para que as universidades deixem de ser ambientes historicamente de predominância branca e masculina. “As universidades precisam se engajar em projetos políticos-pedagógicos que garantam a presença da diversidade, não só no corpo de funcionários, mas também no currículo”, salienta. 

Apesar de ser uma área que debate as questões étnico-raciais, Jaqueline aponta que a própria Antropologia precisa aprofundar a representatividade dos povos que estuda. “É importante incluir, além dos temas, autores negros e indígenas. Mesmo em campos como a Antropologia, que estuda a negritude e etnologia indígena, quase não se lê esses autores. O currículo precisa passar pela produção intelectual de sujeitos desses grupos que estão sendo estudados”, ressalta.

A academia debate o racismo

Durante o período de pandemia, as mesas-redondas e seminários que antes atraíam a comunidade para os auditórios, hoje acontecem pelas redes sociais, e continuam disponíveis para quem quiser assistir depois. Sobram exemplos de lives promovidas por núcleos de estudos e pesquisas da UFSC, inclusive com os temas de representatividade negra, racismo e luta antirracista. 

Eventos para marcar o Dia da Consciência Negra estão programados para acontecerem em meio virtual nesta e na próxima semana. O Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFH) e o Centro de Ciências da Educação (CED) apoiam o Novembro Negro com lives nos dias 19 e 20 de novembro. Os eventos foram organizados por docentes e estudantes dos Departamentos de Psicologia, História, Geociências, Estudos Especializados em Educação e de Ciência da Informação, pelo Grupo de Estudos e Pesquisa sobre Diferença, Arte e Educação (Alteritas), Núcleo de Estudos e Pesquisa em Ensino de Geografia (NEPEGeo), Laboratório de História Pública (LAPIS), Centro Livre de Geografia (CaliGEO) e pelo Colégio de Aplicação. Confira a programação e faça sua inscrição para ter direito ao certificado. 

O Cine DDHH, um projeto do Núcleo de Identidades de Gênero e Subjetividades (NIGS), convida para debate no dia 27 de novembro, às 17 h, sobre os curtas “O dia de Jerusa” e “Kbela”, em alusão ao Dia Nacional da Consciência Negra. Os curtas estão disponíveis no YouTube e recomenda-se que sejam assistidos antes do debate. A discussão ocorre em sala privada, via Jitsi Meet. Para receber o link de acesso, é preciso inscrever-se pelo e-mail cineddhhufsc@gmail.com.

O Curso de Curta Duração (CCD) do Instituto de Estudos de Gênero da Universidade Federal de Santa Catarina (IEG/UFSC) intitulado “Feminismos Negros e a Luta Antirracista“ será encerrado neste 20 de novembro, e tem todas as aulas disponibilizadas no Canal do IEG no YouTube

Em outubro, a UFSC promoveu a Sepex em Casa, com uma série de eventos on-line ao vivo, debatendo a ciência. A palestra da professora Karine de Souza Silva (CSE/UFSC) e da doutoranda Daniela Núñez Longhini, intitulada “O antirracismo e o anticolonialismo na ciência”, teve como objetivo abordar a necessidade de que a ciência e a academia ampliem esforços para democratizar o conhecimento, incorporando outros saberes e outras lógicas à luz de perspectivas antirracistas e anticoloniais, colaborando para a desconstrução de práticas excludentes, racistas e colonialistas nas mais diversas áreas dos saberes e nas suas mais variadas dimensões. O conteúdo está disponível no Canal da UFSC no YouTube.

Em setembro, a professora Ilka Boaventura Leite (CFH/UFSC) e a representante do Movimento Negro Unificado (MNU/SC) Vanda de Oliveira Gomes debateram a invisibilidade do negro no sul do Brasil.  Em julho, o Observatório Astronômico da UFSC perguntou para três astrofísicos brasileiros: “Como é ser cientista negra (ou negro) na Astrofísica?”. A live reuniu Alan Alves Brito, do Instituto de Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Denise Rocha Gonçalves, do Observatório do Valongo, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e Marcelle Soares Santos, da Universidade de Michigan, nos EUA. O conteúdo segue disponível no canal do Observatório no Youtube.

 

Agência de Comunicação/UFSC
agecom@contato.ufsc.br

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Webinário ‘O Racismo nas Pesquisas Acadêmicas e a Descolonização da Universidade’, dia 20

16/07/2020 16:13

A Revista Avant convida a todas e todos para o webinário “O Racismo nas Pesquisas Acadêmicas e a Descolonização da Universidade”. O tema será abordado por Karine de Souza Silva, professora dos programas de pós-graduação em Relações Internacionais e em Direito da UFSC.

O evento será transmitido ao vivo pelo YouTube na segunda-feira, 20 de julho, às 18h30.

Link para inscrição e para acessar a live nas redes sociais:

instagram.com/revistaavant

facebook.com/revistaavant/

Mais informações: revistaavant.paginas.ufsc.br

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‘Educação e racismo’ é tema de live da Apufsc nesta quinta-feira, 16 de julho

15/07/2020 16:01

A partir das 15h desta quinta-feira, 16 de julho, o Sindicato dos Professores das Universidades Federais de Santa Catarina (Apufsc) realiza a live “Educação e racismo”, com transmissão pela página da Apufsc no Facebook. Participam da conversa o secretário de igualdade racial do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Santa Catarina (Sinte) e presidente do Conselho Estadual das Populações Afrodescendentes (Cepa/SC), Márcio de Souza, o professor aposentado do Departamento de Ciências Contábeis da UFSC e ex-diretor da Apufsc, Flávio da Cruz, e a professora do Departamento de Psicologia da UFSC (PSI/UFSC) e pesquisadora sobre psicologia e relações étnico-raciais, Lia Vainer Schuchman. A transmissão será mediada pela vice-presidente da Apufsc, Patrícia Della Méa Plentz

Tags: educaçãoliveracismoSindicato dos Professores das Universidades Federais de Santa Catarina (Apufsc)UFSC

Painel aborda reflexões bioéticas para dialogar sobre racismo e Covid-19

06/07/2020 17:56

O Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em parceria com o Núcleo de Pesquisa e Extensão em Bioética e Saúde Coletiva (Nupebisc), promove nesta quarta-feira, 8 de julho, a próxima edição do painel Saúde Coletiva Face a Face. Com o tema Reflexões bioéticas para dialogar sobre racismo e a Covid-19, a atividade ocorre das 14h às 16h pela plataforma de webconferências Zoom.

O palestrante é Wanderson Flor do Nascimento, professor de Filosofia e Bioética da Universidade de Brasília (UnB) e pesquisador nas áreas de Filosofia Africana, Bioética e Relações Raciais.

Interessados devem enviar e-mail para ppgsc@contato.ufsc.br.

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“O racismo como impeditivo dos direitos humanos’ é pauta de live na segunda, dia 6

02/07/2020 14:25

O Instituto Memória e Direitos Humanos (IDMH) e o Laboratório Interdisciplinar de Ensino de Filosofia e Sociologia, ambos da UFSC, convidam para a live “Conversas sobre direitos humanos: O racismo como impeditivo dos direitos humanos”, nesta segunda-feira, 6 de julho, às 10h30. O evento conta com a participação da professora Joana dos Passos, do Centro de Ciências da Educação (CED) e moderação de Laura Hernando (CCJ e IMDH).

Assista no Canal do IMDH: https://bit.ly/YouTubeIMDH.
(mais…)

Tags: CCJCEDdireitos humanosIDMHracismoUFSC

Live aborda a luta antirracista no Brasil e nos Estados Unidos

29/06/2020 18:06

O projeto de divulgação científica Ciência no Bar promove na próxima quinta-feira, 2 de julho, a live Aqui como lá: a luta antirracista no Brasil e EUA, com a professora da Universidade de Princeton (EUA) Isadora M. Mota. A atividade tem início às 20h e será transmitida pelo canal do Ciência no Bar no Youtube.

Há pouco mais de um mês George Floyd foi assassinado nos Estados Unidos e uma onda de protestos se espalhou mundo afora. O movimento #blacklivesmatter evidenciou o racismo em suas múltiplas camadas. Essas e muitas outras questões serão debatidas com Isadora, que é professora de História do Brasil e se especializou em escravidão e culturas afro-brasileiras. A mediação será feita por Carol Levis, Bernardo Flores e Paulo Batista.

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Cursos do CED promovem live para debater sobre racismo e fascismo

15/06/2020 11:27

As coordenações dos cursos de Pedagogia, Educação do Campo, Biblioteconomia e Arquivologia do Centro de Educação (CED) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) promovem nesta segunda-feira, 15 de junho, às 19 horas, a live “Racismo e fascismo: entender para combater”. A transmissão será no canal do Curso de Pedagogia UFSC no YouTube: https://www.youtube.com/channel/UCCkW-tII2sQ1AkdG8UWMN8w. As inscrições são gratuitas e os participantes receberão certificado.

Os convidados são os professores Franciéle C. G. da Silva (Bibliotecária; doutoranda PPGCIN/UFMG); Márcio de Souza (SEE/SC); Iraldo Matias (IFSC/UFSC) e a mediação é do professor Rodrigo de Sales (CED/UFSC).

Mais informações: coordenacacaopedagogia.ufsc@gmail.com
Site do evento: https://pedagogia.ufsc.br/

 

Tags: CEDfascismopedagogiaracismoUFSCUniversidade Federal de Santa Catarina

Professora da UFSC denuncia ataque cibernético durante live sobre racismo

12/06/2020 11:26

A professora Lia Vainer Schucman, do Departamento de Psicologia da UFSC, denuncia ter sofrido, juntamente com outros participantes, um ataque nazista, misógino e racista enquanto promoviam um debate sobre racismo na plataforma on-line Zoom. O evento é atividade de extensão da professora e foi realizado pelo Instituto Comunitário Grande Florianópolis (ICOM) na quarta-feira, 10 de junho.

A palestra intitulada “Que tipo de práticas antirracistas podem ser adotadas pela sociedade civil organizada?” acontecia normalmente, com a presença de cerca de 70 pessoas, quando foi interrompida pela entrada de quatro integrantes que passaram a colocar na tela mensagens misóginas, vídeos de cabeças sendo cortadas, atentado ao pudor (um dos invasores exibiu o pênis), além de uma suástica.

“Na hora foi muito pesado. Estamos bem. Não sabemos ao certo a quem especialmente foi ao ataque, mas confesso que as mensagens misóginas junto com a suástica foi pesado para uma mulher judia na luta antirracista”, declarou a professora em suas redes sociais.

O Instituto registrou um Boletim de Ocorrência e irá tomar providências legais. “Racismo e a apologia ao nazismo são crimes. Rapidamente, a equipe do ICOM conseguiu remover perfis envolvidos na ação e retomar o evento, que foi gravado. A invasão com propagação de mensagem criminosa será denunciada formalmente às autoridades responsáveis pela investigação destes casos, assim como à plataforma Zoom”, escreveu o ICOM em sua página no Facebook.

Ataques cibernéticos similares já ocorreram com outras universidades brasileiras durante debates relacionados às questões raciais e de gênero, na Unicamp, UFRJ e UFMT.

Tags: ICOMLia Vainer SchucmanracismoUFSCUniversidade Federal de Santa Catarina

Professora da UnB lança livro e realiza conferência no CFH nesta segunda, dia 10

10/06/2019 11:08

O Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFH) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) realiza nesta segunda-feira, 10 de junho, a partir das 19h30, no Auditório do CFH (Bloco B), uma conferência com a professora de História da Universidade de Brasília (UnB), Ana Flávia Magalhães Pinto.

A professora fará, um pouco antes, às 18 horas, o lançamento do livro Escritos de liberdade: literatos negros, racismo e cidadania no Brasil oitocentista, publicado pela Editora Unicamp, que “apresenta um estudo detalhado sobre as articulações diretas e indiretas realizadas por homens negros, livres e letrados atuantes no cenário político-cultural das cidades de São Paulo e do Rio de Janeiro na segunda metade do século XIX”(disponível AQUI).
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