Núcleo de Pesquisa em Direito, Subjetividades e Política promove evento sobre práticas antidiscriminatórias

20/07/2022 10:45

O Núcleo de Pesquisa em Direito, Subjetividades e Política (Dispolítica) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) promove nesta quinta-feira, 21 de julho, a partir das 17h30, o encerramento das atividades do semestre 2022.1 dos projetos de pesquisa e extensão sobre políticas institucionais e práticas antidiscriminatórias. Na ocasião, serão debatidas as práticas antidiscriminatórias nas instituições jurídicas e de ensino.

O evento terá a participação de: Francielly Bitencourt, advogada, presidenta da Comissão de Direito de Família da OAB Tubarão, vice-presidenta da Comissão da mulher advogada da OAB Tubarão, vice-presidente da Comissão da Pessoa com Deficiência da OAB Tubarão e Membro da Comissão Estadual de Violência Doméstica da OAB-SC; Marcela Rocha Nagao, advogada empresarial e tributária; Ingrid Augusta Celmer Donald, graduada em Serviço Social (UCPel), mestra em Política Social e Direitos Humanos (UCPel) e doutoranda em Serviço Social (UFSC); Rodrigo Fernandes de Resende, graduado em Direito pela Unisul, de Tubarão, especializado em Direito do Estado pela UNIDERP/Anhanguera e servidor lotado na Corregedoria-Geral da UFSC.

O evento será mediado pela Profa Grazielly Baggenstoss e será transmitido pelo Youtube, pelo canal da Secretaria de Ações Afirmativas (Saad) da UFSC. Haverá lista de presença para certificado de 2h de extensão pela UFSC.

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Projeto da Psicologia atende estudantes indígenas que entraram na UFSC após pandemia

04/07/2022 10:05

A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) terá, a partir do mês de julho, grupos em psicologia escolar e educacional voltados a estudantes indígenas do Campus de Florianópolis que entraram após a pandemia de Covid-19 (semestres 2020.1 a 2022.1). A iniciativa tem como intuito conhecer como está a vivência destes alunos na UFSC: desafios, expectativas, descobertas, integração e adaptação ao ambiente universitário.

Orientado pela professora Denise Cord, o projeto Chegamos! E Agora? será conduzido pelos estudantes indígenas do curso de Psicologia, Gesieli Norberto e Tschucambang Ndili, estagiários na Coordenadoria de Relações Étnico Raciais e Mobilidade Social (Coema) da Secretaria de Ações Afirmativas e Diversidades (Saad). As inscrições irão até 6 de julho de 2022 e podem ser feitas neste link. Os encontros serão realizados no espaço do Serviço de Apoio Psicológico (Sapsi).

Mais informações pelos telefones (48) 9 9668-4848 ou (49) 9 9933-3514.

Tags: COEMAindígenasPsiologiaSecretaria de Ações Afirmativas e Diversidades (SAAD)Serviço de Atenção Psicológica (SAPSI)UFSCUniversidade Federal de Santa Catarina

Grupo lança projeto de acolhimento para negros e negras

16/05/2022 16:10

Estão abertas as inscrições para o Escuta Preta – grupo de acolhimento, organizado em uma parceria entre o departamento de Psicologia e a Secretaria de Ações Afirmativas e Diversidades da UFSC. Para se inscrever, é necessário preencher o formulário.O projeto é voltado para estudantes negros e negras e receberá até 15 participantes. Os encontros ocorrem às quartas-feiras, das 19h às 20h30, de 1 de junho a 20 de julho.

Podem participar da atividades estudantes de qualquer curso da UFSC, do campus Florianópolis, com exceção do curso de Psicologia. Não será permitida a entrada de novos participantes no decorrer dos encontros. Se o número de pessoas inscritas exceder o número de vagas, o critério de seleção será por ordem de inscrição. As pessoas inscritas não selecionadas ficarão numa lista de espera e poderão ser chamadas para grupos futuros.

A atividade considera o racismo institucional como um fator determinante das desigualdades e violação de direitos vividas pelos negros e negras no Brasil, o que produz humilhação social e sofrimento psíquico, além de justificativas naturalizantes das injustiças sociais. Por isso, a proposta é promover um grupo de escuta e acolhimento em relação aos efeitos psicossociais do racismo.

O Escuta Preta é coordenado por uma psicóloga e duas estagiárias de psicologia, sob supervisão acadêmica da professora Lia Vainer Schucman do departamento de Psicologia da UFSC, em parceria com a Coordenadoria de Relações Étnico Raciais e Mobilidade Social (COEMA).

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‘Violência de gênero: assédio e abuso no ambiente acadêmico’ é tema de mesa-redonda no dia 11 de maio

05/05/2022 13:30

A Secretaria de Ações Afirmativas e Diversidades da Universidade Federal de Santa Catarina (SAAD/UFSC) promove a mesa-redonda “Violência de gênero: assédio e abuso no ambiente acadêmico” na próxima quarta-feira, 11 de maio, às 18h30. A atividade será realizada no Auditório do Centro Socioeconomico (CSE) e também haverá transmissão on-line no canal da SAAD no Youtube.

O evento é voltado tanto para estudantes ingressantes em 2022 como também para veterenas/os/es. Para emissão de certificados é necessário realizar inscrição prévia neste link.
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Mulheres e Meninas na Ciência: Comissão de Equidade ganha caráter permanente

10/02/2022 21:53

Desde a quarta-feira, 9 de fevereiro, a UFSC conta com uma Comissão Permanente de Equidade, nomeada de acordo com a Portaria Normativa nº 412/2021/GR, sob a coordenação da Secretaria de Ações Afirmativas e Diversidades (Saad). Três entidades representativas ainda não enviaram seus representantes, no entanto, já há um grupo, formado por nove mulheres da comunidade universitária e presidido pela secretária da Saad, Francis Solange Vieira Tourinho, que representa um passo a mais no combate à desigualdade de gênero. O problema é enfrentado institucionalmente desde 2021, quando foi criado um grupo de trabalho com o objetivo de propor à Reitoria da UFSC diretrizes de equidade de gênero em suas múltiplas interseccionalidades, definindo ações, finalidades e metas.

“A verdade é que inclusão sem equidade não existe, e por isso a comissão de equidade tem um desafio que é dar continuidade à sensibilização da nossa comunidade, para que com respeito alcancemos uma UFSC cada vez mais acolhedora e inclusiva”, aponta Francis. 
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UFSC celebra Dia Nacional da Visibilidade Trans com campanha nas redes sociais

29/01/2022 09:58

A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) por meio da Coordenadoria de Diversidade Sexual e Enfrentamento da Violência de Gênero (CDGen) da Secretaria de Ações Afirmativas e Diversidades (Saad) e do Grupo de Trabalho criado para a construção de uma Política Trans para a Universidade lançam, neste 29 de janeiro a campanha “TRANSitando em territórios… Conquistando Espaços!”. A data é quando se celebra a visibilidade das pessoas trans em todo o Brasil.

A data é lembrada desde 2004, e no âmbito da UFSC, é utilizada para lembrar as conquistas e trazer visibilidade às demandas de travestis, transexuais, transgêneres e não-bináries. Dentre as conquistas na instituição estão a institucionalização da garantia do uso do nome social por meio da Resolução Normativa 059/CUN/2015 e a criação do Grupo de Trabalho por meio da CDGen/Saad, com a participação de representantes do Núcleo N’aya: aquilombamento de intelectualidades afrotranscentradas, estudantes trans de graduação e pós-graduação,além de servidoras/es técnicos da instituição.

Confira as peças da campanha e saiba mais sobre as iniciativas desenvolvidas pelo GT e pela CDGen/Saad no site diversifica.ufsc.br

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Micromachismos nas relações afetivas é tema de oficina promovida pela Secretaria de Ações Afirmativas e Diversidades

02/12/2021 10:43

A Coordenadoria de Diversidade Sexual e Enfrentamento de Violência de Gênero (CDGEN), vinculada à Secretaria de Ações Afirmativas e Diversidades (Saad) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), e o grupo Refletindo Masculinidades promovem na próxima quinta-feira, 9 de dezembro, a partir das 18h30, a oficina Micromachismos nas relações afetivas: as violências ocultas na vida afetiva.

O evento terá a participação de Jeane Adre Rinque, do Sindicato do Poder Judiciário Federal/SC, e de Raquel Cipriani-Xavier, da UFSC, como facilitadoras. O objetivo da oficina é discutir e apresentar os micromachismos elencados por Luis Bonino, integrando-os às experiências dos participantes. Além disso, “tornar visíveis os micromachismos e mostrá-los como uma violência é um primeiro passo para sua não legitimação e/ou reprodução”.

O conceito de micromachismos nasceu em 1991, com o psicólogo argentino radicado na Espanha, Luis Bonino. Refere-se às práticas cotidianas invisíveis, de violência, dominação e exploração masculina no contexto das relações afetivas, que acabam por reduzir a capacidade de decisão das mulheres, bem como subordinar aos interesses masculinos o desenvolvimento dos vários aspectos da autonomia da pessoa (capacidade de decisão e de pensamento, desenvolvimento profissional, sexualidade, etc). Em sua experiência profissional, Bonino classificou os micromachismos em três categorias principais: Micromachismos Coercitivos, Micromachismos Encobertos e Micromachismos de Crise.

A oficina Micromachismos nas relações afetivas: as violências ocultas na vida afetiva será transmitida via plataforma Google Meet. Para participar, o interessado deve realizar sua inscrição por meio do formulário disponível neste link.

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Programação do mês da Consciência Negra na UFSC começa nesta segunda-feira

29/11/2021 15:20

Novembro Negro e o enfrentamento ao racismo institucional é o mote dos dois dias de programação da Universidade Federal de Santa Catarina em alusão ao mês da Consciência Negra. As atividades contarão com transmissão pelo canal do Youtube da Secretaria de Ações Afirmativas e Diversidades (SAAD). As inscrições devem ser feitas via formulário.

Com essa agenda, a Coordenadoria de Relações Étnico Raciais e Diversidades (COEMA), recentemente criada, promove sua primeira ação pública junto à comunidade universitária, com dois dias de ação articulada e multicampi, para fortalecer coletivamente o trabalho de enfrentamento ao racismo institucional.

No dia 29, a coordenadoria será apresentada, com um panorama histórico da luta antiracista na UFSC (o protagonismo dos coletivos negros), apresentação das ações nos campi e diálogo sobre articulação institucional no enfrentamento ao racismo contra estudantes.

Já no dia 30, haverá um diálogo com a autora Jeruse Romão sobre a obra Antonieta de Barros: Professora, escritora, jornalista, primeira deputada catarinense e negra do Brasil e um debate sobre o papel da universidade para o povo preto – entre avanços e desafios.

Confira a programação
ATIVIDADE 1: Enfrentamento ao racismo institucional: aquilombar para avançar!

Dia 29/11 14h30

Atividade ampliada com convidados de movimentos sociais, estudantes, docentes, TAEs e gestores.

Apresentação da COEMA/SAAD UFSC
Panorama histórico da luta antiracista na UFSC (o protagonismo dos coletivos negros)
Apresentação das ações nos campi da UFSC
Diálogo sobre articulação institucional no enfrentamento ao racismo contra estudantes.

ATIVIDADE 2: Resistências negras nos espaços de poder: o legado de Antonieta de Barros

Dia 30/11 – 14h30 pelo canal do YouTube da SAAD.

Diálogo com a autora Jeruse Romão sobre sua obra “Antonieta de Barros: Professora, escritora, jornalista, primeira deputada catarinense e negra do Brasil” feito por Zâmbia Osório dos Santos (Professora e doutoranda em Educação na UFSC/Grupos Literalise e Alteritas).

ATIVIDADE 3: O papel da universidade para o povo preto – entre avanços e desafios.

Mesa redonda com Docentes e Estudante sobre os desafios atuais no ensino superior.

30/11 – 18h30 pelo canal do YouTube da SAAD.

Profª Drª Francis Tourinho – Secretária de Ações afirmativas da UFSC

Profª Ms Andreia de Sousa – Docente em Biblioteconomia e membro do NEAB/UDESC

Joyce Santos – Graduanda do Curso de Serviço Social da UFSC e membro do Coletivo Magali

Mais eventos

Em Curitibanos o Coletivo Curitiblack promove a atividade de semana da consciência negra “Reparação e Exaltação”. Em Araranguá,  GT PróNEABI-ARA, criado recentemente no campus, realiza o 1º Seminário de estudos afro-brasileiros, indígenas, quilombolas e de ações afirmativas do Campus Araranguá. Também o Grupo Alteritas promoveu, no dia 9, uma live de abertura de seus estudos sobre Beatriz Nascimento disponível aqui e segue divulgando as ações do mês por meio de suas mídias sociais.

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Abertas as inscrições para curso de formação sobre Autodeclaração Racial de estudantes na UFSC

18/11/2021 11:10

A Coordenadoria de Relações Étnico Raciais e Mobilidade Social (Coema), vinculada à Secretaria de Ações Afirmativas e Diversidades (Saad), abriu inscrições para o curso de formação sobre Autodeclaração Racial de estudantes na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) – Edição dezembro de 2021.

A atividade, sob coordenação da professora Francis Tourinho, vai gerar certificação de 20 horas. Serão dois encontros síncronos – nos dias 15 e 16 de dezembro de 2021, das 14h às 16h30, via plataforma virtual – e as demais horas de forma assíncrona. As inscrições estão abertas até dia 13 de dezembro neste link.

Podem participar servidores TAES, docentes ou estudantes de graduação e pós-graduação da UFSC que desejem compreender as questões da validação das cotas na universidade e/ou organizar e trabalhar nas bancas de heteroidentificação.

Saiba mais em coema-saad.ufsc.br/cursos-de-formacao

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Comunidade Trans da UFSC pode responder questionário que vai contribuir com política de ações afirmativas

14/09/2021 14:54

A comunidade universitária da Universidade Federal de Santa Catarina pode responder, a partir do dia 10 de setembro, um formulário com o objetivo de mapear a Comunidade Trans da UFSC. A ação faz parte da Portaria Nº 048/SAAD/2021, que instituiu grupo de trabalho com o objetivo de estudar e propor a politica de ações afirmativas para pessoas transexuais, travestis, transgêneros e não-binarias, em cursos de graduação e pós-graduação.

Participam do GT estudantes trans e travestis da graduação e pós-graduação, técnicas/os administrativos e professores que pesquisam e trabalham com a temática na instituição. Assim, como parte da construção da política, o GT promove o levantamento para que os dados auxiliem na construção da política. A ideia é escutar a população sobre quais temas são importantes para a discussão e consolidação na rotina institucional. A ação tem respaldo da Coordenadoria de Diversidade Sexual e Enfrentamento de Violência de Gênero (CDGEN, setor vinculado à Secretaria de Ações Afirmativas e Diversidades (SAAD).

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Coordenadoria de Acessibilidade Educacional da UFSC lança websérie ‘Incluir-se’

19/08/2021 20:27

A Coordenadoria de Acessibilidade Educacional daSecretaria de Ações Afirmativas e Diversidades da Universidade Federal de Santa Catarina (CAE/SAAD/UFSC) acaba de lançar o projeto “Incluir-se“. A iniciativa visa atender a uma demanda de acessibilidade dos estudantes com deficiência na graduação e na pós-graduação da UFSC.

O intuito inicial, segundo as idealizadoras do projeto, era produzir um vídeo de apoio para a capacitação de servidores da universidade. Mas a ideia acabou se consolidando como uma websérie composta por 7 vídeos. O primeiro deles será transmitido nesta sexta-feira, 20 de agosto, no canal no YouTube da SAAD. Haverá um novo lançamento a cada semana, até o dia 04 de outubro. 
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Ciência e Universidade ampliam compreensão sobre questão LGBTQIAPN+ e impactam realidade

28/06/2021 08:05

Pesquisar, informar, divulgar, formar e incluir. São muitos os verbos que se aplicam à função da Universidade como parte da luta da comunidade LGBTQIAPN+, que celebra no dia 28 de junho o Dia Internacional do Orgulho LGBTQIAPN+. Para além de um papel pedagógico – o que abrange, por exemplo, a necessidade de explicar a sigla e combater o preconceito – as ações realizadas por núcleos dedicados a estudar o assunto formam profissionais conscientes de uma questão social importante, podendo, inclusive, impactar a realidade.

>> LGBTQIAPN+: mais do que letras, pessoas

Um desses impactos mais diretos veio por meio de um estudo do qual o Núcleo de Identidades de Gênero e Subjetividades (NIGS) – pioneiro na UFSC e no Brasil – participou. Em parceria com a Universidade do Estado do Rio de Janeiro e a Universidade Federal de Goiás, o núcleo realizou, já na primeira década dos anos 2000, uma pesquisa então inédita sobre conjugalidades e parentalidades LGBTQIAPN+ no país. Seu desdobramento, segundo lembra a coordenadora do NIGS, Miriam Grossi, foi importante para a decisão do STF de equiparar a conjugalidade de pessoas do mesmo sexo com o casamento heterossexual. “Sem dúvida pesquisas científicas são fundamentais, sobretudo neste momento de grandes retrocessos políticos para que a sociedade entenda que pessoas LGBTQI+ são cidadãos como os outros e que têm o direito de se casar, ter filhos, serem amados por suas famílias”, pontua.

Recentemente, o Núcleo de Direitos e Diversidade (NEDD) também uniu o campo da pesquisa à intervenção social: um dos estudos executados pela equipe levou à propositura da ação que reconheceu o direito de constar na certidão de nascimento o real gênero a que uma pessoa se sentia pertencente. “No caso em particular, por tratar-se de uma pessoa não binária, a conquista se deu justamente pelo direito de não constar nenhum dos gêneros binários”, lembra o líder do grupo, professor Clarindo Epaminondas.

Para o professor, a ciência que é produzida nas universidades pode ser considerada responsável por uma mudança de paradigma sobre temas como casamento igualitário, autodeterminação de gênero e sexo e outros temas, o que reforça a correlação direta entre a ciência e o mundo. “Ao contrário do que se pareça, estudar a diversidade sexual inclui entender como funciona a sociedade”, pondera.

Os casos de impacto direto na realidade podem ser considerados paradigmáticos por gerarem rupturas e provocarem mudanças na vida cotidiana de cerca de 15% a 20% da população, conforme indica o professor Rodrigo Moretti, do Epicenes: Núcleo de Estudos em Gênero e Saúde. “A gente deve lembrar que a ideia de minoria é um termo da ciência política e se refere à minoria nas decisões, não em termos numéricos. Então, por mais que a gente provavelmente tenha uma porcentagem maior de pessoas heterossexuais e cisgêneras na humanidade, as pessoas LGBT+ também estão presentes”, afirma, reforçando a relevância de lançar o olhar da ciência ao assunto.

Para a professora Olga Regina Zigelli Garcia, líder do Laboratório Interdisciplinar de ensino, pesquisa e extensão em sexualidades (Afrodite), a universidade, por meio da pesquisa, tem o papel não só de colaborar com as diferentes formas de existência, como de compreender que a existência dentro da diferença tem muito a agregar para o próprio pensamento científico. “Os campos de saber precisam cuidar da diversidade nos espaços de formação para que ela se torne um lugar próspero, um lugar frutífero. Neste caso, é preciso instituir programas sérios de acesso, permanência e êxito de discentes, bem como promover cursos não só para docentes e discentes, mas fundamentalmente para os papéis de poder dentro das instituições”, comenta.

Informar e divulgar

De acordo com o pesquisador Assis Felipe Menin, do Instituto de Estudos de Gênero (IEG), um dos principais centros de pesquisa sobre o assunto no Brasil, o relatório mais recente da Acontece Arte e Política LGBTI+ e Grupo Gay da Bahia, indica que 237 pessoas foram mortas de forma violenta em 2020 “simplesmente por expressarem e viverem aquilo que são”. Menin ressalta que esse número pode ser maior, já que muitos casos não entram na lista das violências da população dissidente sexual. “Logo, o pessoal é político, e a universidade, por excelência, tem a função de compreender os fenômenos sociais”.

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Os núcleos de ensino, pesquisa e extensão cumprem um papel adicional nesse cenário: contribuem com a informação, uma das principais ações contra o preconceito. Só no IEG, são 21 laboratórios, da UFSC e de outras instituições, preocupados com a temática. O instituto é formado por frentes de atuação que dão visibilidade ao assunto, entre eles o Fazendo Gênero, simpósio internacional que ocorre desde 1994, o Centro de Documentação (CEDOC-IEG), uma biblioteca especializada em estudos das sexualidades dissidentes e hétero, o Espaço Cultural Gênero e Diversidade e a Revista Estudos Feministas. “A preocupação do IEG nesse momento, para além das frentes dos estudos e pesquisas na interseccionalidade de gênero, raça, feminismos entre outros, é no fortalecimento do ensino, pesquisa e extensão”, registram.

A professora Miriam Grossi, do NIGS, reforça a importância do projeto de extensão Papo Sério, que foi desenvolvido por mais de uma década pelo núcleo. “Fazíamos oficinas de sensibilização a estas temáticas em escolas públicas da Grande Florianopolis”, lembra. O projeto foi paralisado por conta da pandemia, mas as investigações do núcleo continuam. “O grupo está dedicado a entender questões como envelhecimento de gays, impacto das políticas conservadoras contra a diversidade sexual no espaço da escola, violências contra estudantes LGBT em escolas, como gays produzem conjugalidade a partir da decoração de suas casas”, comenta.

No Afrodite, atualmente, 25 estudantes da graduação à pós-graduação de diversas áreas do conhecimento, mais sete pesquisadores e um servidor técnico-administrativo atuam no ensino, pesquisa e extensão. Um dos eixos é justamente voltado para o desenvolvimento de formações mensais nas temáticas de gênero, diversidade sexual e sexualidades que são abertas ao público em geral e obrigatórias para pessoas que compõem o grupo. “Estudar questões relacionadas à diversidade sexual é contribuir para o entendimento de que cada pessoa é única em seu processo de viver e, portanto, deve ser respeitada em suas especificidades”, afirma a coordenadora Olga Regina Zigelli Garcia.

O Epicenes também alia a pesquisa, o ensino e a extensão em suas práticas, atuando em campo interdisciplinar. O grupo promove pesquisas nas temáticas de Gênero e de Diversidade Sexual aplicadas à saúde, mas também é espaço formativo para profissionais de saúde e das ciências sociais. “Se a gente for pensar, seja no âmbito da educação ou da saúde, você desconsiderar uma característica tão importante quanto a orientação afetiva, a expressão de gênero e orientação sexual das pessoas é você desconsiderar vários elementos que fazem com que essas pessoas tenham uma vida diferente dos outros 80%. Isso é uma percentagem muito significativa”, explica Moretti.

Formar e incluir

Imagem de Free-Photos por Pixabay

A formação de profissionais atentos às diversidades e a sua inclusão efetiva é outro eixo de ação dos núcleos que tematizam a questão LGBTQIAPN+ na UFSC. Menin, do Instituto de Estudos de Gênero, lembra que a universidade, aliada à ciência, pode contribuir com a pluralidade e o respeito às sexualidades dissidentes no seu ambiente – e que o ingresso dessa parcela da população é o primeiro passo para acolher esses grupos que historicamente sempre estiveram fora.

“Uma dessas ações, entre outras, é a abertura de cotas para o ingresso das identidades trans nos programas de pós-graduação, que garantem a apropriação desse saber científico e a mobilização de diferentes formas de saberes”, indica. “Ao acolher essa população e as suas especificidades, que não estão relacionadas apenas às demandas mais urgentes da violência física, mas da ordem do psicológico, do jurídico, da saúde, a universidade pública contribui para a sua pluralização”, complementa.

O professor Moretti, do Epicenes, acredita que a Universidade pode contribuir com a formação de sujeitos capazes de compreender as diversidades e de serem sensíveis a ela. Para ele, uma instituição como a UFSC pode atuar em dois grandes blocos: mapear, por meio das pesquisas, o que essas pessoas passam nas suas vidas, articulando diferentes campos do saber, e formar profissionais aptos a lidarem com isso. “Cada vez mais a universidade forma estudantes nessa temática e, com toda certeza, quanto mais isso ocorre, mais você vai ter futuros profissionais nos diversos campos do saber e da sociedade atuando em prol das pessoas LGBT+”.

Este aspecto também é lembrado pelo professor Epaminondas. Conforme explica, a divisão sexual biológica está impregnada em todos os setores da coletividade, o que por si só já justifica a importância de estudá-la. “Estudar e/ou pesquisar sobre diversidade sexual implica conhecer os mais profundos preâmbulos da sociedade e, como tarefa principal, está a de sugerir intervenções na forma como a diversidade sexual deve ser encarada, discutida e ensinada e compartilhada”, define. O professor explica que os estudos sobre os gêneros e as sexualidades são relativamente novos, e as ciências sociais são a base que permitem o acesso e a problematização de questões que se referem à diversidade. “No Brasil e no ocidente, como regra, foi justamente no âmbito das universidades públicas que tais discussões ganharam eco”, diz.

Por isso, a inclusão de disciplinas que tematizem o assunto também é citada pelas lideranças dos núcleos como fundamental. A professora Olga acredita que é necessário dar visibilidade ao assunto nos currículos. “É necessário que estas discussões façam parte da grade curricular, não apenas com disciplinas eletivas, mas também inserindo disciplinas obrigatórias voltadas a estas temáticas, abordadas de forma interdisciplinar em todas as cadeiras, independentemente da área de formação, incluindo na formação discente não apenas saberes técnicos, mas também pensamentos críticos”.

Para a professora Miriam Grossi, estudar as questões relacionadas à diversidade sexual é muito importante para a sociedade brasileira, pois trata-se de uma questão central da democracia. Menin registra que, historicamente, até pouco tempo estas pessoas eram consideradas doentes. As identidades trans, por exemplo, eram percebidas como portadoras de transtornos mentais. Os preconceitos sobre as sexualidades dissidentes, de acordo com o pesquisador do IEG, ainda geram injustiças e problemas sociais. “Espera-se, portanto, que esse conhecimento produzido na universidade pública seja benéfico em aspectos culturais,sociais, intelectuais e econômicos para essa parcela da população”, diz.

Núcleos da UFSC voltados à temática

Instituto de Estudos de Gênero

O Instituto de Estudos de Gênero é uma referência central quando o assunto são as questões relacionadas à temática LGBTQIAPN+. Profissionais da UFSC também estão ligadas à organização, que reúne seis frentes de atuação, vários laboratórios e núcleos voltados aos estudos de gênero, feminismos, sexualidades, diversidades, interseccionalidades, etc. O Afrodite e o NIGS, por exemplo, fazem parte do IEG.

Epicenes

Epicenes: Núcleo de Estudos em Gênero e Saúde tenta se constituir como um grupo de pessoas que promovem pesquisa nas temáticas de Gênero e de Diversidade Sexual aplicadas à saúde, mas também enquanto espaço formativo para profissionais de saúde e das ciências sociais, assim como de articulação junto aos Movimentos Sociais.

NEDD

O Núcleo de Estudos em Direito e Diversidades (NEDD) tem enfoque nas temáticas da diversidade sexual e diversidade de gênero.

Afrodite

O Laboratório Interdisciplinar de ensino, pesquisa e extensão em sexualidades – AFRODITE – visa o fomento das discussões sobre gêneros e sexualidades, visando o respeito às diferenças, tendo em consideração os marcadores socioculturais e o direito das pessoas vivenciarem suas sexualidades em suas singularidades, livres de discriminação e preconceito

Margens

Criado em 1996, o Modos de Vida, Família e Relações de Gênero (Margens) integra estudantes e profissionais em temáticas sobre gênero e sexualidades em uma abordagem crítica e feminista, em âmbitos local, estadual, nacional e internacional. Possui rede consolidada em parcerias com IES, por meio de ex-doutorandas/os que, agora docentes, coordenam suas próprias equipes.

N’aya

O Núcleo Aya (N’Aya) foi forjado no âmago dos movimentos sociais de Travestis, Transexuais, Transmasculines e Não-bináries do Sul Global e, segundo sua carta de princípios, é “um locus de intelectualidades, sabedorias e experiências travestis e trans no âmbito da Universidade Federal de Santa Catarina com legitimidade de atuação dentro e fora da instituição, com caráter de produção, multiplicação e reflexão de pesquisas e ativismos”.

Amanda Miranda/Jornalista da Agecom/UFSC

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Acesso para pessoas trans e travestis no ensino superior é tema de seminário nesta sexta

11/06/2021 09:21

A Secretaria de Ações Afirmativas e Diversidades (Saad) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) inicia nesta sexta-feira, 11 de junho, o I Seminário N’Aya. A mesa de aberta, a partir das 14h40, terá como tema Políticas de acesso e permanência para pessoas trans e travestis do ensino superior na UFSC.

Participarão do evento: Francis Tourinho, professora do Departamento de Enfermagem e secretária de Ações Afirmativas e Diversidades da UFSC; Gabriela da Silva, doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE) e integrante do Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação de Jovens e Adultos (Epeja); Lirous K’yos Fonseca Ávila, assistente social e coordenadora da Associação em Defesa dos Direitos Humanos (ADEH); Matheus Martins, mestre em Saúde Coletiva e servidor psicólogo da UFSC; Rafael Luiz de Oliveira, graduado em Ciências Sociais, militante do Movimento Negro Unificado de Santa Catarina (MNU/SC) e coordenador da região Sul do Instituto Brasileiro de Transmasculinidades (Ibrat).

A mediação ficará sob a responsabilidade de Izzie Madalena Santos Amancio, pedagoga, mestranda pelo Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE) e integrante do Núcleo Aya: Aquilombamento de Intelectualidades Afrotranscentradas (N’Aya). A transmissão do evento ocorrerá no canal do Núcleo no Youtube.

Mais informações neste link.

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UFSC publica quarta chamada para Processo Seletivo 2020.2

18/05/2021 08:45

O Departamento de Administração Escolar (DAE) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) divulgou nesta terça-feira, 18 de maio, a quarta chamada do Processo Seletivo 2020.2, por meio do Edital nº 08/DAE/PROGRAD/2021 – exclusivamente para o curso de Medicina do Campus Araranguá.

Confira a 4ª chamada do Processo Seletivo 2020.2

Os candidatos classificados devem realizar matrícula documental, entre os dias 18 e 28 de maio, através de e-mail enviado à Coordenadoria do Curso (sig.cts.ara@contato.ufsc.br).

A documentação exigida para a matrícula está definida no artigo 3º da Portaria nº 04/PROGRAD/SAAD/UFSC/2021, devendo todos os documentos digitalizados estarem legíveis. A negativa de matrícula poderá ser obtida neste link.

Candidatos cotistas (com exceção da categoria 242)

O envio dos documentos para validação das autodeclarações deverá ser realizado de 18 a 21 de maio pelo Sistema de Apoio às Validações (SISVALIDA) – acesse aqui as orientações. Autodeclarações e demais formulários estão disponíveis no Anexo I da Portaria de Matrícula ou nos sites: saad.ufsc.br/autodeclaracoes e saad.ufsc.br/formularios-2.

Qualquer dúvida referente ao Sistema ou ao Programa de Ações Afirmativas (autodeclarações) poderá ser esclarecida pelos canais de contato na página da Secretaria de Ações Afirmativas e Diversidade (Saad), no endereço saad.ufsc.br.

Mais informações em dae.ufsc.br.

Tags: processo seletivo 2020.2quarta chamadaSecretaria de Ações Afirmativas e Diversidades (SAAD)UFSCUniversidade Federal de Santa CatarinaVestibular

UFSC publica terceira chamada para Vestibular 2020.2

04/05/2021 08:48

O Departamento de Administração Escolar (DAE) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) divulgou nesta terça-feira, 4 de maio, a terceira chamada do Vestibular 2020.2, por meio do Edital nº 06/DAE/PROGRAD/2021 – exclusivamente para o curso de Medicina do Campus Araranguá.

> Confira a 3ª chamada do Vestibular 2020.2

Os candidatos classificados devem realizar matrícula documental, entre os dias 4 e 14 de maio, através de e-mail enviado à Coordenadoria do Curso (sig.cts.ara@contato.ufsc.br).

A documentação exigida para a matrícula está definida no artigo 3º da Portaria nº 04/PROGRAD/SAAD/UFSC/2021, devendo todos os documentos digitalizados estarem legíveis. A negativa de matrícula poderá ser obtida neste link.

Candidatos cotistas (com exceção da categoria 242):

O envio dos documentos para validação das autodeclarações deverá ser realizado de 4 a 7 de maio pelo Sistema de Apoio às Validações (SISVALIDA) – acesse aqui as orientações. Autodeclarações e demais formulários estão disponíveis no Anexo I da Portaria de Matrícula ou nos sites: saad.ufsc.br/autodeclaracoes e saad.ufsc.br/formularios-2.

Qualquer dúvida referente ao Sistema ou ao Programa de Ações Afirmativas (autodeclarações) poderá ser esclarecida pelos canais de contato na página da Secretaria de Ações Afirmativas e Diversidade (Saad), no endereço saad.ufsc.br.

Mais informações em dae.ufsc.br.

Tags: Secretaria de Ações Afirmativas e Diversidades (SAAD)terceira chamadaUFSCUniversidade Federal de Santa CatarinaVestibularvestibular 2020-2

Grupo Refletindo Masculinidades realiza encontro virtual na quinta-feira, dia 25

19/02/2021 08:51

Desenvolvido pela Coordenadoria de Diversidade Sexual e Enfrentamento da Violência de Gênero (CDGEN) da Secretaria de Ações Afirmativas e Diversidades (Saad) da Universidade Federal de Santa Catarina, o Grupo Refletindo Masculinidades realiza novo encontro na próxima quinta-feira, 25 de fevereiro, das 18h30h às 20h.

Em virtude da pandemia de Covid-19, os encontros ocorrerão em modalidade virtual, na plataforma Google Meets, com acesso por link enviado por e-mail. O grupo é quinzenal e aberto, e as inscrições podem ser feitas através de formulário on-line (aqui).

O Grupo Refletindo Masculinidades tem reunido, desde 2018, servidores e estudantes dos mais diversos cursos. Tem como objetivo “refletir sobre como é construída e vivenciada a(s) masculinidade(s) em nossa sociedade e no espaço universitário”. Os temas para debate, escolhidos pelos próprios membros, já perpassaram por: amizade e rivalidade entre homens, mercado de trabalho, paternidade, violências, saúde do homem, privilégios, sexualidade e outros.

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Roda de compartilhamento para mulheres recebe inscrições para encontros quinzenais

18/02/2021 15:29

A roda de compartilhamento para mulheres (servidoras e estudantes da UFSC) promove encontros quinzenais, com duração de até 1h30, via plataforma meet. O grupo foi desenvolvido pela Coordenadoria de Diversidade Sexual e Enfrentamento da Violência de Gênero (CDGEN), da Secretaria de Ações Afirmativas e Diversidades (SAAD) e contará com a participação de profissionais da Psicologia e do Serviço Social.

A proposta dos encontros é construir mutuamente um local seguro de troca e acolhimento, tão necessários nesse momento de pandemia e de ensino remoto.

Interessadas em participar, poderão se inscrever neste link. É necessário possuir vínculo com a UFSC. Após a inscrição, será enviado e-mail de confirmação e o link da plataforma/sala do encontro.

Mais informações pelo e-mail cdgen.saad@contato.ufsc.br

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Visibilidade Trans: ações afirmativas na pós-graduação ampliam inclusão

29/01/2021 08:01

O Dia da Visibilidade Trans, comemorado no Brasil em 29 de janeiro, neste ano, na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), reflete uma nova realidade que tem potencial de ampliar a inclusão de pessoas trans na Academia. Desde outubro passado, os programas de Pós-Graduação da Universidade contam com uma Política de Ações Afirmativas que inclui pessoas pretas, pardas, indígenas, com deficiência e outras categorias de vulnerabilidade social, que podem incluir também travestis, transexuais e transgêneros.

>> Saiba mais sobre as políticas de Ações Afirmativas na Pós-Graduação

Laura Martendal é aluna de mestrado, no Programa de Pós-Graduação em Serviço Social da UFSC. Ingressou para o semestre 2021.1, por meio das Políticas de Ações Afirmativas. “Para mim, a política de cotas na pós-graduação de uma universidade federal como a UFSC, permite que as mulheres e homens transexuais passem a ter voz, como verdadeiros protagonistas dos estudos que dizem respeito às nossas trajetórias e realidades dentro do mundo acadêmico, seja no mestrado, seja no doutorado”.
(mais…)

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Dia da Consciência Negra: a luta antirracista na universidade pública

20/11/2020 08:03

O ano de 2020 tem sido de tensões e preocupações. A busca pelo controle da pandemia de Covid-19 tem nos obrigado a estar fisicamente isolados, afastados uns dos outros. Mesmo assim, há espaços sendo abertos para as mobilizações. Um dos principais movimentos observados neste momento tem sido a luta antirracista.

O movimento ganhou força nos Estados Unidos, em maio, quando George Floyd, um homem negro de 46 anos foi sufocado até a morte em uma ação policial. Protestos se espalharam mundo afora e deram força ao ativismo pelo direito de não morrer em abordagens policiais. Em meio à pandemia, as pessoas saíram às ruas para dizer que as vidas negras importam, que as pessoas negras têm direito de respirar, de viver dignamente. 

Neste 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, não haverá mesas-redondas, debates e palestras nos auditórios da UFSC, como normalmente ocorreria. No entanto, haverá lives, pela Internet, e educação sobre as lutas do povo preto. 

Não basta não ser racista

Jaqueline Conceição da Silva (Arquivo Pessoal)

O que afinal significa ser antirracista? O termo não é novo. A ativista e filósofa negra Angela Davis, durante um discurso em 1979, nos Estados Unidos, afirmou: “Numa sociedade racista, não adianta não ser racista, nós devemos ser antirracistas”.

Ser antirracista é ir além de denunciar o crime de racismo ou a injúria racial, é muito mais que simplesmente não ser racista. É observar com senso crítico; ser agente de mudança. E a prática antirracista leva à criação de medidas de enfrentamento estrutural e institucional ao racismo. 

A doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social, Jaqueline Conceição da Silva, salienta que a luta antirracista é pró-ativa, e é a resposta para mudar estruturas que “mantém pessoas brancas em locais de poder e com privilégios”, pois, ela explica, “é por meio de ações antirracistas que ocorre a mudança de relações sociais”. 

A mudança, ressalta a pesquisadora, “passa pela contratação de líderes negros em grandes empresas, e também pela formação, a alfabetização racial de pessoas brancas e pessoas negras para que elas entendam o que é o racismo e os seus efeitos”. 

Francis Tourinho (Foto: Henrique Almeida/Agecom/UFSC)

Francis Vieira Tourinho, secretária de Ações Afirmativas e Diversidades na UFSC, ingressou como aluna na UFSC em 1987 em uma época que, segundo ela mesma recorda, quase não havia negros na instituição. A professora do Departamento de Enfermagem hoje atua como gestora e trabalha diretamente nas ações de equidade e na implementação das políticas de ações afirmativas. 

“A adoção de ações afirmativas está aos poucos mudando a realidade das universidades e dos negros, porém, apenas a Graduação não é suficiente para reparar ou compensar efetivamente as desigualdades sociais resultantes de um legado histórico de exclusão social, desigualdade estrutural, racismo estrutural e graves atitudes discriminatórias que se perpetuam no presente”, pontua a secretária. 

Uma tentativa de reparar desigualdades históricas, a adoção das políticas de ações afirmativas atualmente acontece na Graduação e em concursos públicos na UFSC e, em 2020, também na pós-graduação. No último mês de outubro, a Câmara de Pós-Graduação aprovou e o Conselho Universitário confirmou, em decisão unânime, que os programas de pós-graduação da UFSC deverão destinar, anualmente, 20% das vagas para candidatos pretos, pardos e indígenas e 8% para pessoas com deficiência, e outras categorias de vulnerabilidade social.

“As Universidades são ocupadas por uma maioria de pessoas brancas, incluindo o corpo docente, discente e gestor. Assim observamos que a universidade é um reflexo da sociedade, e esta é discriminatória. Isso torna o acesso dos negros em universidades, pós-graduação e empresas ainda mais difícil. Ainda se ouvem argumentos e discussões contra as políticas de ações afirmativas”, lembra Francis.

Ainda estamos distantes de uma efetiva implementação das políticas. Além de garantir as vagas, a universidade pública deve preocupar-se com a permanência, o apoio e acompanhamento dos alunos e combater as fraudes. 

“Eu tenho uma trajetória longa de formação racial, e ainda assim sofro psicologicamente e politicamente com os desdobramentos do racismo no fluxo das relações dentro das instituições. Imagina uma menina, um menino, de 17, 18 anos, que sai de sua cidade de origem e vem morar num estado que é o mais racista do Brasil e em uma universidade que muitas vezes silencia as próprias tensões raciais. Esse é o nosso desafio, a efetividade com qualidade das políticas de ações afirmativas dentro das universidades”, enfatiza a doutoranda Jaqueline.  

Já parou para pensar quantos professores negros você teve em sua trajetória escolar? Se você é branco, quantos negros você admira? Quantos autores negros você já leu? E se você é negro, você se sente representado nas mídias culturais? E em sala de aula? E na pesquisa acadêmica, no currículo de seu curso superior, como estão representadas as pessoas negras?

Jaqueline já pensou e estudou muito sobre o assunto e concluiu que, desde criança, nunca teve um professor ou professora negro, como ela. Mesmo assim, ela tornou-se pedagoga, mestra e agora será doutora pela UFSC. A paulistana, nascida na periferia da maior metrópole das Américas, afirma: “sou a primeira e a única mulher da minha família a completar o ensino superior, a fazer mestrado, doutorado”. Jaqueline é de uma geração anterior às políticas de ações afirmativas na Graduação, mas ingressou no doutorado já como cotista. “No programa em que eu fiz mestrado – na PUC/SP – não havia, e até hoje não tem ações afirmativas”. 

Jaqueline conta que sofreu muitas situações de violência e racismo estrutural durante a sua formação. Sua resposta foi seguir estudando, e criar o Coletivo Di Jeje, um Instituto de Pesquisa e Formação sobre Questão Étnico Racial e de Gênero, com plataformas de ensino e aprendizagem na modalidade virtual.

“Desse processo, das violências que eu sofri, fica para mim o Coletivo, um espaço de formação, pesquisa, produção de conteúdo sobre racismo, com uma perspectiva a partir do feminismo negro. Se origina a partir do que observei como pedagoga e do meu caminhar, do que deve ser uma prática educativa que emancipe o sujeito”, explica a pesquisadora. 

>> Conheça o Coletivo Di Jeje

Representatividade importa

A presença de professores negros, doutores, pesquisadores que se autodeclaram pretos ou pardos ainda é tímida na UFSC. Segundo dados do sistema Administrativo de Recursos Humanos da Universidade Federal de Santa Catarina, há 19 professores que se autodeclaram pretos, e 43 pardos. Já os técnicos-administrativos em Educação autodeclarados pretos são 43 e pardos, 115. Entre os estudantes, se autodeclaram pretos 1.555, e pardos são 3.464. 

Alguns desses professores e pesquisadores foram entrevistados no projeto Com Ciência Negra, da Pró-Reitoria de Pesquisa (Propesq). A série apresenta a professora Joana Célia dos Passos (Educação), Karine de Souza Silva (Direito), Leslie Sedrez Chaves (Jornalismo), Alexandre Magno Silva Santos (Física), Cristiane Luiza Sabino de Souza (Serviço Social), Jeane Vanessa Santos Silva (Educação), Glória Regina Botelho (Ciências Biológicas e Agronômicas / UFSC Curitibanos), Cristiane Conceição Silva (Letras e Literaturas Estrangeiras), Francis Solange Tourinho (Enfermagem).

A preocupação com a representatividade negra não está apenas em ver pessoas negras em posições de destaque. Segundo Jaqueline, ainda há muito o que evoluir para que as universidades deixem de ser ambientes historicamente de predominância branca e masculina. “As universidades precisam se engajar em projetos políticos-pedagógicos que garantam a presença da diversidade, não só no corpo de funcionários, mas também no currículo”, salienta. 

Apesar de ser uma área que debate as questões étnico-raciais, Jaqueline aponta que a própria Antropologia precisa aprofundar a representatividade dos povos que estuda. “É importante incluir, além dos temas, autores negros e indígenas. Mesmo em campos como a Antropologia, que estuda a negritude e etnologia indígena, quase não se lê esses autores. O currículo precisa passar pela produção intelectual de sujeitos desses grupos que estão sendo estudados”, ressalta.

A academia debate o racismo

Durante o período de pandemia, as mesas-redondas e seminários que antes atraíam a comunidade para os auditórios, hoje acontecem pelas redes sociais, e continuam disponíveis para quem quiser assistir depois. Sobram exemplos de lives promovidas por núcleos de estudos e pesquisas da UFSC, inclusive com os temas de representatividade negra, racismo e luta antirracista. 

Eventos para marcar o Dia da Consciência Negra estão programados para acontecerem em meio virtual nesta e na próxima semana. O Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFH) e o Centro de Ciências da Educação (CED) apoiam o Novembro Negro com lives nos dias 19 e 20 de novembro. Os eventos foram organizados por docentes e estudantes dos Departamentos de Psicologia, História, Geociências, Estudos Especializados em Educação e de Ciência da Informação, pelo Grupo de Estudos e Pesquisa sobre Diferença, Arte e Educação (Alteritas), Núcleo de Estudos e Pesquisa em Ensino de Geografia (NEPEGeo), Laboratório de História Pública (LAPIS), Centro Livre de Geografia (CaliGEO) e pelo Colégio de Aplicação. Confira a programação e faça sua inscrição para ter direito ao certificado. 

O Cine DDHH, um projeto do Núcleo de Identidades de Gênero e Subjetividades (NIGS), convida para debate no dia 27 de novembro, às 17 h, sobre os curtas “O dia de Jerusa” e “Kbela”, em alusão ao Dia Nacional da Consciência Negra. Os curtas estão disponíveis no YouTube e recomenda-se que sejam assistidos antes do debate. A discussão ocorre em sala privada, via Jitsi Meet. Para receber o link de acesso, é preciso inscrever-se pelo e-mail cineddhhufsc@gmail.com.

O Curso de Curta Duração (CCD) do Instituto de Estudos de Gênero da Universidade Federal de Santa Catarina (IEG/UFSC) intitulado “Feminismos Negros e a Luta Antirracista“ será encerrado neste 20 de novembro, e tem todas as aulas disponibilizadas no Canal do IEG no YouTube

Em outubro, a UFSC promoveu a Sepex em Casa, com uma série de eventos on-line ao vivo, debatendo a ciência. A palestra da professora Karine de Souza Silva (CSE/UFSC) e da doutoranda Daniela Núñez Longhini, intitulada “O antirracismo e o anticolonialismo na ciência”, teve como objetivo abordar a necessidade de que a ciência e a academia ampliem esforços para democratizar o conhecimento, incorporando outros saberes e outras lógicas à luz de perspectivas antirracistas e anticoloniais, colaborando para a desconstrução de práticas excludentes, racistas e colonialistas nas mais diversas áreas dos saberes e nas suas mais variadas dimensões. O conteúdo está disponível no Canal da UFSC no YouTube.

Em setembro, a professora Ilka Boaventura Leite (CFH/UFSC) e a representante do Movimento Negro Unificado (MNU/SC) Vanda de Oliveira Gomes debateram a invisibilidade do negro no sul do Brasil.  Em julho, o Observatório Astronômico da UFSC perguntou para três astrofísicos brasileiros: “Como é ser cientista negra (ou negro) na Astrofísica?”. A live reuniu Alan Alves Brito, do Instituto de Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Denise Rocha Gonçalves, do Observatório do Valongo, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e Marcelle Soares Santos, da Universidade de Michigan, nos EUA. O conteúdo segue disponível no canal do Observatório no Youtube.

 

Agência de Comunicação/UFSC
agecom@contato.ufsc.br

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UFSC aprova ingresso por cotas nos programas de pós-graduação

02/10/2020 12:22

A Câmara de Pós-Graduação da UFSC aprovou nesta quinta-feira, 1º de outubro, a Resolução Normativa que regulamenta a Política de Ações Afirmativas para negros, indígenas, pessoas com deficiência e outras categorias de vulnerabilidade social nos cursos de pós-graduação lato sensu (especialização) e stricto sensu (mestrado e doutorado) da UFSC. A Resolução deverá ainda ser aprovada no Conselho Universitário (CUn). Após a publicação da Resolução no Boletim Oficial da UFSC, todos os programas deverão reservar 28% de suas vagas para as cotas. A aprovação ocorreu por maioria absoluta, houve apenas um voto contrário.

Os programas de pós-graduação da UFSC deverão destinar, anualmente, 20% das vagas para candidatos pretos, pardos e indígenas, sendo válida a autodeclaração com validação posterior por meio de uma banca a ser constituída pela Secretaria de Ações Afirmativas e Diversidades (Saad), e 8% para pessoas com deficiência, e outras categorias de vulnerabilidade social nos cursos de pós-graduação, a serem identificadas pelos cursos, que poderão incluir, por exemplo: estudantes em situação de vulnerabilidade socioeconômica, quilombolas, estrangeiros e refugiados humanitários, professores da rede pública, travestis, transexuais e transgêneros, estudantes beneficiários do Programa Universidade para Todos (Prouni), entre outros. No caso em que os percentuais das vagas definidas resultarem em um número fracionado, o arredondamento será feito para cima.

“É uma grande conquista”, ressalta a pró-reitora de Pós-Graduação, Cristiane Derani. “Atualmente muitas instituições internacionais de renome, nos Estados Unidos, Europa, Canadá, oferecem cotas raciais, econômicas, de gênero, entre outras. No Brasil também já temos universidades que aplicam de maneira normativa. É uma mudança necessária, defendida mundo afora onde se observa que a diversidade traz qualidade. Assim podemos ampliar o nosso sucesso e abrir portas para que mais pessoas possam compartilhar este espaço de excelência na UFSC”.

A secretária de Ações Afirmativas e Diversidades, Francis Solange Vieira Tourinho, aponta que a aprovação da Resolução é “um marco histórico na luta pelo direito a uma educação plural, democrática e inclusiva. Esperamos que a UFSC, enquanto instituição pública de ensino superior, com esta ação, tenha cada vez mais uma maior inclusão étnico-racial, de gênero, de pessoas com deficiência e outros grupos sociais vulnerabilizados. Espero que tenhamos cada vez mais pessoas engajadas e dispostas ao diálogo, uma postura mais aberta e receptiva da comunidade que contribua com a sensibilização institucional necessária para a consolidação da política desconstruindo a imagem de espaço reservado para a meritocracia, e abrindo as janelas do ensinar e aprender para um horizonte que construa novas realidades para as populações marginalizadas no Brasil, transformando a educação em contextos que minimizem as iniquidades e vulnerabilidades”, ressaltou.

A UFSC possui diversos programas de pós-graduação lato sensu e stricto sensu que apresentam vagas destinadas para ações afirmativas em seus editais de seleção: Antropologia Social, Direito, Ecologia, Educação, Educação Científica e Tecnológica (mestrado e doutorado); Enfermagem (mestrado e doutorado profissional); Engenharia de Sistemas Eletrônicos, Estudos da Tradução, Filosofia, Interdisciplinar de Ciências Humanas, Saúde Pública, Serviço Social, Oceanografia (mestrado). Até junho de 2020, em notícia apurada pela Agecom, cinco programas de mestrado e doutorado acadêmico estão em fase de estudo acerca do oferecimento dessas cotas: Enfermagem, Inglês, Nutrição, Psicologia e Biologia de Fungos, Algas e Plantas.

Mesmo assim, dados de cor/raça dos estudantes matriculados em 2020 nos programas de pós-graduação da UFSC demonstram que 73,8% deles se declaram brancos, 10,94% pardos, 4,09 pretos, 0,95% amarelos, 0,25% indígenas e 10,6% não declaram cor/raça. Segundo o Censo do IBGE, a distribuição da população do Estado de Santa Catarina por cor ou raça é 79,9% brancos, 16,5% pardos, 3% pretos, 0,5% amarelos ou indígenas.

A doutoranda Kamylla Santos da Cunha, quando tomou posse como enfermeira na Prefeitura Municipal de Biguaçu. (Foto: Arquivo Pessoal)

A doutoranda Kamylla Santos da Cunha, do Programa de Pós-graduação em Enfermagem, aplaudiu a decisão. Estudante da UFSC desde a graduação, ela sente racismo e discriminação nos ambientes acadêmicos e profissionais. “Durante a minha graduação, fui única nos espaços. Hoje, no hospital, sou uma das únicas negras em posição de gestão. Enquanto enfermeira do Pronto Atendimento, sou eu e mais duas, num quantitativo de quase 20. No Programa de pós, as pesquisas não têm transversalidade que discutam questões de diversidade. Na Enfermagem, entre graduação e pós-graduação, é um aproximado de 60 professores, sendo que desses, duas são pretas, porém de pele clara,” ressalta. “Isso em um curso de saúde, é bem preocupante. Fazemos atendimento às pessoas, atendemos o SUS, que tem em um dos seus princípios a equidade … equidade e acesso que muitos dos próprios profissionais não conseguem entender. Na pós-graduação, como cientistas, se não temos acesso, interesse em discutir e mudar esse projeto, as pesquisas vão continuar sendo restritas, não conseguindo atender as necessidades de todos”.

Kamylla atualmente trabalha em um hospital particular e na Prefeitura de Biguaçu. Sua tese aborda a gestão dos programas de pós-graduação em enfermagem stricto sensu no contexto das políticas públicas, analisando instituições do sul do Brasil. “Nossas referências na pós-graduação são brancas. Consumimos tudo o que é da branquitude. A referência que temos na Enfermagem é Florence Nightingale, porém diversas mulheres negras no âmbito nacional e internacional que contribuíram para a profissão são silenciadas, como a Ivone Lara, que é conhecida como sambista, mas era enfermeira, e teve importante papel na luta pela saúde mental, antimanicomial. Ingressos e egressos de enfermagem não têm contato com essas histórias”, reforça Kamylla.

Sua trajetória, explica a estudante, foi permeada de dificuldades. “Nós temos que ser três, cinco vezes melhores para conseguir uma vaga. Sempre temos que provar que somos capazes. Eu já fui acusada de plágio. Hoje sou uma das alunas que mais publicou, que mais contribui em quantidade e qualidade no meu programa. Ter que sempre mostrar força, resiliência, isso acaba com a saúde mental e repercute na nossa escrita também”, conclui a aluna.

Anahí Guedes de Mello é doutora pela UFSC. Ela é surda e sua tese recebeu uma menção honrosa no Prêmio Capes de Tese 2020. (Foto: Arquivo Pessoal)

Uma das alunas que se destacou no Prêmio Capes de Tese 2020Anahí Guedes de Mello, defendeu a tese Olhar, (não) ouvir, escrever: uma autoetnografia ciborgue, no Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social. A antropóloga e pesquisadora é surda desde a infância e identifica-se como ativista, feminista, lésbica. É referência nos Estudos Críticos da Deficiência na América Latina, e seus principais aportes apontam à necessidade de reconhecer o capacitismo como categoria interseccional que frequentemente gera violências dirigidas às pessoas com deficiência. Em uma entrevista publicada em agosto, Anahí aponta que “uma possível explicação para as disparidades educacionais encontradas na população com deficiência deve-se à precariedade do atendimento a essas pessoas desde as primeiras fases da educação, além da falta de informação e capacitação dos diretores, professores e demais funcionários das escolas, o que reflete, por conseguinte, no fato de que as políticas públicas de inclusão nas escolas costumam atacar as consequências e não as causas”.

“A acessibilidade do espaço físico e às comunicações, bem como as condições didático-pedagógico-tecnológicas oferecidas pela escola, igualmente podem influenciar decisivamente no desempenho escolar dos alunos com deficiência”, explica. Na pós-graduação não é diferente. “Em todos os níveis de ensino deve ser garantido o acesso. O meu programa, PPGAS, já chegou a ter uma comissão interna de acessibilidade quando eu estava no mestrado, quando as ofertas da CAE [Coordenadoria de Acessibilidade Educacional] não eram suficientes no meu caso. Diria que não exatamente dificultavam meus estudos porque eu conseguia contornar por esforço próprio, mas com certeza facilita muito mais se tiver à disposição serviços de acessibilidade”, pontua Anahí.

Anahí ingressou na UFSC como estudante do curso de Química. “Em 1998 comecei a militância no campo da deficiência ainda enquanto estudante de Química, pautando questões de acessibilidade comunicacional, do meu acesso ao conhecimento enquanto surda não usuária da língua brasileira de sinais (Libras). Estava insatisfeita com o modo como a questão da surdez era pensada política e teoricamente, com uma perspectiva hegemônica que impunha a comunicação por meio da língua de sinais brasileira como o único modo ‘legítimo’ de ser surda, quando se sabe que as pessoas surdas compõem um grupo social muito heterogêneo. Ou seja, há muitas maneiras ou modos de ser surda”, conta. Após ter contato com textos sobre os processos de exclusão das pessoas com deficiência, os estudos feministas da deficiência, Anahí decidiu seguir sua trajetória acadêmica nas Ciências Sociais, terminando o bacharelado em 2009 e a licenciatura em 2011. Em seguida, conquistou seu mestrado em 2014, e o doutorado em 2019. Todos os processos seletivos dos quais ela fez parte na Universidade aconteceram antes de haver cotas para pessoas com deficiência. “Sou um ponto fora da curva, o que não quer dizer que elas [as  cotas] não devam existir”.

Equipamentos e serviços, explica a doutora, são uma “extensão do corpo” da pessoa com deficiência. Sua tese, inclusive, é uma autoetnografia, um estudo sobre suas próprias experiências. “É também uma tese sobre a surdez, a minha surdez.”

Processo e decisão

O processo de aprovação da Política começou em 2018, quando foi nomeada uma comissão para elaborar a proposta de Resolução, formada pela pró-reitora, Cristiane Derani (PROPG/UFSC), pela secretária de Ações Afirmativas e Diversidades, Francis Solange Vieira Tourinho (Saad/UFSC), pela professora do Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas, Carmen Sílvia Rial (PPGICH/UFSC), pela professora do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social, Vania Zican Cardoso (PPGAS/UFSC) e pelo representante da Associação de Pós-Graduandos, lgor Luiz Rodrigues da Silva (APG/UFSC). A Resolução também passou por consulta pública, e ampla discussão na Câmara.

Em agosto de 2020, a Minuta foi encaminhada para apreciação dos conselheiros, e foi escolhida a relatora, professora Ariane Zamoner, do Programa de Pós-Graduação em Bioquímica (PPGBQA). “O instrumento aprovado é muito relevante como medida de reparação de assimetrias históricas, garantindo o acesso e a permanência de negros(as), indígenas, pessoas com deficiência e outras categorias de vulnerabilidade social nos cursos de pós-graduação da UFSC. A aprovação dessa minuta foi realizada em uma reunião muito tranquila, sem resistências por parte dos conselheiros, num debate bastante positivo. Esse é mais um exemplo do protagonismo UFSC, uma Universidade à frente de seu tempo, que vem atuando pela democratização do acesso ao ensino superior e à pós-graduação. Hoje, a CPG reiterou o compromisso com a superação das desigualdades no âmbito da Pós-Graduação da UFSC”, declarou.

Em seu parecer, a relatora reforçou o caráter de promoção dos valores democráticos e de respeito à diferença e à diversidade socioeconômica, regional, étnico-racial e de acessibilidade que as Ações Afirmativas representam. Além do ingresso de estudantes, a Resolução prevê mecanismos de permanência desses grupos nos cursos de pós-graduação da UFSC. A relatora apresentou parecer favorável à aprovação da Resolução, e justificou: “Cabe à instituição a criação, planejamento, implementação, acompanhamento e avaliação de políticas de acesso a pós-graduação em igualdade de oportunidades e condições com as demais pessoas. Caberá à instituição assegurar, criar, desenvolver, implementar, incentivar, acompanhar e avaliar o acesso aos cursos de pós-graduação em igualdade de oportunidades e condições com as demais pessoas”.

Durante o debate na Câmara, o Grupo de Estudos e Pesquisas em Diferenças, Arte e Educação (Alteritas) leu uma Nota de Apoio. A Câmara também discutiu o assunto durante reunião em 2 de julho, com a participação dos professores José Alexandre Filizola Diniz Filho e Luiz Mello de Almeida Neto, ambos da Universidade Federal de Goiás (UFG), que compartilharam a experiência da universidade como a primeira a normatizar as políticas de ações afirmativas na pós-graduação, em 2015.

Legislação

O tema das políticas de ações afirmativas na pós-graduação faz parte da legislação vigente. Em 2016, o Ministério da Educação publicou a Portaria Normativa nº 13, de 11 de maio de 2016, que incentiva a política de cotas para negros, indígenas e pessoas com deficiência em cursos de pós-graduação nas universidades federais. A norma amplia para além da graduação a política de ações afirmativas (PAA) estabelecida pela Lei nº 12.711, mais conhecida como Lei de Cotas, criada em 2012. Houve uma tentativa de revogar a Portaria, porém o ato ministerial foi revogado.

A promoção do ingresso e permanência de pessoas com deficiência também se apresenta necessário na legislação, pela Lei Nº 13.146/2015, que versa que “a educação constitui direito da pessoa com deficiência, assegurados sistema educacional inclusivo em todos os níveis e aprendizado ao longo de toda a vida, de forma a alcançar o máximo desenvolvimento possível de seus talentos e habilidades físicas, sensoriais, intelectuais e sociais, segundo suas características, interesses e necessidades de aprendizagem.”

A acessibilidade educacional na UFSC, para estudantes com deficiência é trabalhada pela CAE, por meio de cursos para docentes (Docência Acessível – Profor/Prograd) e para técnicos-administrativos (Acessibilidade no Ambiente Universitário – CCP/Prodegesp). Desenvolve também reuniões de assessoramento aos cursos de graduação e pós-graduação nos quais há estudantes com deficiência matriculados; a participação em disciplinas dos cursos de graduação para trabalhar o tema; a elaboração de documentos institucionais acerca da acessibilidade; o apoio à promoção de acessibilidade aos estudantes com deficiência por meio de bolsas de estágio não-obrigatório; e o suporte institucional para organização de ações voltadas às pessoas com deficiência.

 

 

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UFSC divulga quinta chamada do Sisu e sexta chamada do vestibular

28/08/2020 11:48

A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) divulgou a quinta chamada do Sisu e sexta chamada do vestibular. Os candidatos classificados devem realizar a matrícula on-line no site simig.sistemas.ufsc.br até 31 de agosto, sob pena de perda da vaga. Nestas chamadas, a UFSC está convocando para matrícula 624 candidatos – 351 do Vestibular e 273 do Sistema de Seleção Unificada (Sisu).

A entrega dos documentos para matrícula deve ser feita entre 2 e 16 de setembro para candidatos classificados para o primeiro semestre de 2020. Já o período para os candidatos selecionados para o segundo semestre será de 29 de setembro a 13 de outubro. A comprovação documental deve ser realizada por meio de e-mail enviado à respectiva coordenadoria de curso.

> Confira o Edital nº 13 — 6ª chamada do Vestibular UFSC 2020
> Confira o Edital nº 14 — 5ª chamada SISU-UFSC 2020

A documentação exigida para a matrícula está definida no artigo 3º da Portaria nº 12/PROGRAD/SAAD/UFSC/2020, devendo todos os documentos digitalizados estarem legíveis.

A validação das autodeclarações, assim como o envio dos documentos relativos a cada categoria dos candidatos cotistas, deverá ser realizada conforme orientações do cronograma a ser publicado na página da Secretaria de Ações Afirmativas e Diversidades (Saad), no endereço saad.ufsc.br. Os canais de contato da Secretaria também podem ser acessados para o esclarecimento de dúvidas referentes ao Programa de Ações Afirmativas.

Documentos

Após a confirmação on-line, os candidatos chamados devem ficar atentos à etapa documental da matrícula. Essa etapa, tradicionalmente, consistia da entrega presencial de documentos nas coordenadorias de cada curso. Neste ano, porém, em razão da situação de emergência sanitária decorrente da pandemia de Covid-19, a etapa documental será feita através do envio de documentos digitalizados ao e-mail das coordenadorias. O modelo de assunto da mensagem e a lista de todas as caixas postais dos cursos podem ser consultadas nos anexos aos editais de chamadas.

Os documentos necessários e também os procedimentos de envio estão regulamentados pela Portaria Nº 12/PROGRAD/SAAD/UFSC. Conforme o artigo 3º da Portaria, todos os candidatos classificados, seja pela classificação geral, seja por uma das modalidades de cotas da Política de Ações Afirmativas, deverão encaminhar os seguintes documentos ao e-mail das coordenadorias:

1. declaração assinada de que não possui matrícula simultânea em outro curso de graduação da UFSC ou em outra instituição pública de ensino superior (declaração impressa pelo candidato na Etapa Online da matrícula);

2. documentos de identificação (RG e CPF) com os quais se inscreveu no processo Seletivo UFSC/2020;

3. certificado e histórico escolar do ensino médio ou equivalente ou diploma de ensino superior;

4. Autodeclaração validada por comissão da SAAD de pessoa com deficiência; de indígenas ou de preto ou pardo – cota para PPI; de quilombola; e renda (para os candidatos aprovados por uma das modalidades de cotas do Programa de Ações Afirmativas). As autodeclarações podem ser acessadas neste link: https://saad.ufsc.br/autodeclaracoes/

5. comprovante de quitação eleitoral (para maiores de 18 anos);

6. certificado militar (para candidatos do sexo masculino);

7. atestado de vacinação contra rubéola (para candidatas do sexo feminino até 40 anos).

Os documentos devem ser digitalizados e estar legíveis, numerados na ordem apresentada acima. Caso os documentos não estejam autenticados, os originais deverão ser apresentados para conferência nas coordenadorias de cursos, quando da retomada das atividades presenciais na UFSC.

Os candidatos chamados que foram aprovados dentro de cotas de Ações Afirmativas devem ficar atentos para algumas especificidades. Além das autodeclarações validadas por uma comissão da Secretaria de Ações Afirmativas e Diversidades (Saad), os classificados na modalidade de vagas destinadas aos egressos de escola pública deverão apresentar certificado de conclusão e histórico escolar do ensino médio que comprove ter cursado integralmente o ensino médio ou equivalente em escola pública.

O diretor do Departamento de Administração Escolar (DAE), César Trindade Neves, enfatiza que os candidatos devem consultar a Portaria 12/PROGRAD/SAAD/2020 para obter as informações referentes às chamadas. “É preciso observar as orientações para envio dos documentos para a validação das autodeclarações e dos documentos para matrícula, e ter cuidado na digitalização desses documentos”, acrescenta o diretor.

Ações Afirmativas

Os candidatos classificados pela Política de Ações Afirmativas (PAA) deverão, antes de enviar os documentos de matrícula às coordenadorias, validar a sua condição de cotista junto à Secretaria de Ações Afirmativas e Diversidades (Saad). Essa validação será feita de modo remoto e começa com o envio de documentos comprobatórios, que serão analisados pelas comissões formadas para cada modalidade de PAA em cada um dos cinco campi da UFSC.

Os convocados para ingresso no primeiro semestre de 2020 deverão enviar os documentos comprobatórios e as autodeclarações no período de 1 a 4 de setembro. Para os que participaram dos processos seletivos concorrendo às vagas destinadas a pretos, pardos e negros (PPN), a validação dessa condição também será de forma remota. “Por questões sanitárias, as validações serão por videoconferência, gravada. Já fizemos este ano desta forma em editais de programas de pós-graduações”, afirma a secretária da Saad, professora Francis Solange Vieira Tourinho.

Até o dia 2 de setembro, os candidatos das cotas PPN precisam agendar um horário para a videoconferência com a banca, que irá acontecer nos dias 3 e 4 de setembro, das 9h às 12h e das 14h às 18h. Veja o cronograma completo aqui: https://saad.ufsc.br/2020/08/28/cronograma-de-validacao-das-autodeclaracoes-e-documentos-relativos-a-cada-categoria-1-semestre-letivo-de-2020/

Quanto aos procedimentos para a validação de autodeclaração de pessoas com deficiência (PCD) e da condição de indígenas e quilombolas, a comissão poderá, caso necessário, solicitar aos candidatos que participem de entrevista online.

Nas validações de renda, os documentos a serem enviados à comissão devem ser digitalizados em formato PDF, legíveis e enviados em um único arquivo compactado, em formato RAR ou ZIP. Os arquivos devem ser gerados obrigatoriamente a partir de documentações originais, não sendo necessário encaminhar cópias dos mesmos. A comissão poderá, caso necessário, solicitar aos candidatos que participem de entrevista online.

“As comissões de renda irão avaliar os documentos e poderão entrar em contato com o candidato para esclarecimentos e solicitações de documentos complementares”, informa Francis Tourinho. As listas de documentos e formulários para validação de renda constam na portaria de matrícula específica para cada processo seletivo, disponíveis na página da Saad.

Os documentos podem ser enviados para os seguintes endereços de e-mail:

a) pcd.dae@contato.ufsc.br nos casos de autodeclaração de pessoa com deficiência;

b) ppn.saad@contato.ufsc.br nos casos autodeclaração de pretos, pardos e negros;

c) crer.saad@contato.ufsc.br nos casos autodeclaração de indígenas e quilombolas;

d) renda.saad@contato.ufsc.br nos casos de autodeclaração de renda.

O campo “assunto” da mensagem deve ser preenchido informações do tipo de validação, nome completo do candidato e campus da UFSC. Esse também são os contatos para esclarecimento de dúvidas sobre os processos.

Para os candidatos convocados para ingresso no segundo semestre de 2020, os documentos exigidos e os procedimentos de validação serão os mesmos. O período para envio de documentos, nesses casos, será de 29 de setembro a 2 de outubro de 2020. E as videoconferências para validação da condição de pretos, pardos e negros serão realizadas nos dias 5 e 6 de outubro.

 

 

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Programas de Pós-Graduação da UFSC têm autonomia para adoção da política de ações afirmativas

29/06/2020 10:00

Reunião da Câmara da PROPG debate política de ações afirmativas no próximo dia 2 de julho. Foto: Alissa De Leva/Unsplash

O último ato do ministro Abraham Weintraub à frente da pasta da Educação foi revogar a Portaria Normativa nº 13, de 11 de maio de 2016, que incentiva a política de cotas para negros, indígenas e pessoas com deficiência em cursos de pós-graduação nas universidades federais. A medida recebeu críticas do Congresso e foi alvo de despacho no Supremo Tribunal Federal (STF) para que a Advocacia-Geral da União se manifestasse sobre a ação. Poucos dias depois, o Ministério da Educação (MEC) tornou sem efeito a portaria publicada no dia 16 de junho.

A norma de 2016 amplia para além da graduação a política de ações afirmativas (PAA) estabelecida pela Lei nº 12.711, mais conhecida como Lei de Cotas, criada em 2012. Segundo a secretária de Ações Afirmativas e Diversidade (Saad) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Francis Solange Vieira Tourinho, se confirmada, a revogação da portaria nº 13/2016 não afetaria a continuidade de adoção de medidas deste âmbito na instituição. “Na prática, as Instituições Ensino Superior passariam a estar desobrigadas de apresentar propostas relativas à inclusão de PAA na pós-graduação. Além disso, cabe destacar que essas instituições têm autonomia para implantação e justificativa jurídica, conforme declaração do Supremo Tribunal Federal sobre a constitucionalidade das políticas de ações afirmativas”, explica.

A UFSC possui hoje diversos programas de pós-graduação lato sensu e stricto sensu que apresentam vagas destinadas para ações afirmativas em seus editais de seleção: Antropologia Social, Direito, Ecologia, Educação, Educação Científica e Tecnológica (mestrado e doutorado); Enfermagem (mestrado e doutorado profissional); Engenharia de Sistemas Eletrônicos, Estudos da Tradução, Filosofia, Interdisciplinar de Ciências Humanas, Saúde Pública, Oceanografia (mestrado). Atualmente, cinco programas de mestrado e doutorado acadêmico estão em fase de estudo acerca do oferecimento dessas cotas: Enfermagem, Inglês, Nutrição, Psicologia e Biologia de Fungos, Algas e Plantas.

Cada programa possui autonomia para decidir quais grupos serão beneficiados e qual será o percentual de vagas destinadas. Além de negros, indígenas e pessoas com deficiência, a UFSC tem ações que contemplam estudantes em situação de vulnerabilidade socioeconômica, quilombolas, estrangeiros e refugiados humanitários, professores da rede pública, travestis, transexuais e transgêneros, estudantes beneficiários do Programa Universidade para Todos (Prouni), entre outros. De acordo com os editais de seleção, o candidato, no ato da inscrição, deve assinalar que deseja preencher uma das vagas de PAA e em qual categoria irá concorrer.

Levantamento realizado pela Pró-Reitoria de Pós-Graduação

O mais recente levantamento feito pela Pró-Reitoria de Pós-Graduação (PROPG), realizado em junho de 2018, constatou que, dentre os 49 programas de pós da UFSC que responderam à pesquisa, somente cinco adotavam à época a política de ações afirmativas (10,2% do total). Todos os cinco disponibilizavam vagas para negros; quatro deles para indígenas; e apenas um para pessoas com deficiência. Dentre os programas que oferecem vagas para negros, dois reservam 10% para estes candidatos, enquanto os outros três disponibilizam 5%, 15% e 20%.

Entre os dados apresentados na coleta de informações promovida pela PROPG, há o quantitativo de alunos, por raça, regularmente matriculados na pós-graduação stricto sensu da Universidade. A grande maioria – 77,7% – é formada por alunos que se autodeclaram brancos. Em seguida, aparecem as raças: parda (10,6%), preta (3,4%), amarela (1,2%) e indígena (0,2%). Cerca de 7% dos estudantes consultados optaram por não declarar sua raça. Um dos motivos citados no levantamento para a não adesão de programas à PPA é o fato de os cursos de graduação da Universidade já realizarem a reserva deste tipo de vaga.

A secretária Francis Tourinho, no entanto, considera que a adoção de ações afirmativas apenas na graduação não é suficiente para reparar ou compensar efetivamente as desigualdades sociais resultantes de um legado histórico de exclusão social, desigualdade estrutural, racismo estrutural e graves atitudes discriminatórias que se perpetuam no presente. “A universidade é um reflexo da sociedade em que está inserida. E vivemos em uma sociedade onde o caráter discriminatório traz como um dos maiores desafios o acesso, uma vez que este é elitizado e visto como uma conquista inerente ao conceito utilizado de meritocracia. A universidade cumpre um importante papel nesta disputa, destacando a sub-representação das populações excluídas, discriminadas e marginalizadas”, destaca.

Para a pró-reitora de Pós-Graduação da UFSC, Cristiane Derani, o maior desafio é a construção do entendimento do propósito das ações afirmativas junto a todos atores envolvidos na pós-graduação. “Às vezes as pessoas acham que, com a inserção de cotas no processo seletivo, haveria um afastamento daquilo que seria natural da pós-graduação, que é a seleção dos melhores. (…) Mas isso [a política de ações afirmativas] de modo algum fere os ideais da pós, que é a formação de alto nível, de grandes pesquisadores. Muito pelo contrário, cria espaço para um aumento da diversidade de pensamento, tão necessária para o arejamento das pesquisas e da inovação que são próprios da pós-graduação”.

O tema será uma das pautas na próxima reunião da Câmara da Pós-Graduação da UFSC, marcada para a próxima quinta-feira, dia 2 de julho. Os professores Luiz Mello e José Alexandre Diniz farão uma apresentação sobre a política de ações afirmativas dentro da pós-graduação da Universidade Federal de Goiás (UFG), pioneira na implantação de uma norma geral de cotas para a área, ainda em 2016. A pró-reitora Cristiane Derani esclarece que a reunião ocorre em um momento em que a Câmara discute alterações no Regimento Geral da Pós-Graduação. Algumas mudanças poderiam alterar as diretrizes para a política de ações afirmativas, independentemente da publicação de uma resolução específica sobre a matéria.

Derani salienta ainda que a questão das cotas está relacionada com o processo colonial de ocupação dos espaços políticos, educacionais e científicos do país. “Quando começamos a trabalhar com a cotas, começa a haver a ruptura desse espaço. Está sendo muito pedagógico fazer com que as pessoas que não estavam habituadas a conviver com a diversidade passassem a ver com mais proximidade a cara do Brasil. E trazendo isso para dentro do ensino superior, inclusive na pesquisa, você tem condições de dar respostas muito mais adequadas à nossa realidade. Isso a gente só consegue com diversidade e fazendo com que a Universidade seja realmente um microcosmo do que é a nossa sociedade”, afirma.

Fraudes são uma preocupação

De acordo com a secretária Francis Tourinho, uma das maiores preocupações referentes à política de ações afirmativas são as fraudes. Entre 2014 e 2017, devido a uma decisão do Conselho Universitário (CUn), a UFSC retirou a verificação das autodeclarações e dispensou o procedimento de heteroidentificação para as vagas de pretos, pardos e indígenas (PPI). Porém, há três anos, depois de uma pesquisa promovida pela Secretaria de Ações Afirmativas e Diversidade, observou-se o ingresso de um grande número de estudantes que não deveriam ser beneficiários por não pertencerem aos grupos étnicos específicos das cotas. Assim, em sessão realizada em julho de 2017, o CUn decidiu pelo retorno da heteroidentificação para as cotas PPI.

“O trabalho da UFSC desenvolvido nos processos de heteroidentificação (análise fenotípica) é pautado em leis específicas e tem organização e treinamento dos membros que participam das bancas, compostas por docentes, técnicos administrativos, discentes, membros do movimento negro externo à Universidade, com diversidade de gênero e étnica. A UFSC vem se destacando como modelo pelo seu protagonismo nas diversas modalidades de verificação que realiza: renda, pretos, pardos, negros, indígenas, quilombolas, pessoas com deficiências na graduação e atualmente nos demais grupos beneficiados nas cotas da pós-graduação”, finaliza a secretária Francis.

Maykon Oliveira/Jornalista da Agecom/UFSC

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Orgulho LGBTQIA+: a UFSC acolhe a diversidade

27/06/2020 22:01

O Dia do Orgulho LGBTQIA+ é celebrado em todo o mundo em 28 de junho. Neste ano, a UFSC traz uma campanha institucional em suas redes sociais, com depoimentos colhidos pela Coordenadoria de Diversidade Sexual e Enfrentamento de Violência de Gênero (CDGen) da Secretaria de Ações Afirmativas e Diversidades (Saad). São vídeos enviados por pessoas da comunidade da UFSC, com suas histórias e imagens para marcar esse dia de luta.

>> Assista ao vídeo de depoimentos de pessoas da comunidade LGBTQIA+ da UFSC

O 28 de junho é, para a comunidade LGBTQIA+, uma data de orgulho e de luta. Nesse dia, em 1969, ocorreu uma das maiores rebeliões civis da história. No Stonewall Inn, em Greenwich Village, na cidade de New York, Estados Unidos. Gays, lésbicas, travestis e drag queens enfrentaram a força policial durante a Rebelião de Stonewall (Stonewall Riot). O episódio durou seis dias, e foi uma resposta contra a ação arbitrária e preconceituosa do efetivo policial, que tinha como rotina a promoção de batidas e revistas de cunho humilhante nos bares e boates gays de New York.

Atualmente, o Movimento LGBTQIA+ abrange diversas orientações sexuais e identidades de gênero de modo que, mesmo sem uma organização central, promove diversas frentes de luta pelos direitos civis da comunidade.

Depoimentos

“Tenho muito orgulho de ser quem eu sou, orgulho da luta e de toda a resistência que a gente tem, principalmente dentro da UFSC, porque é muito difícil esse movimento. Cada dia que passa a gente está se fortalecendo cada vez mais” – Jessica, estudante de Museologia/UFSC

“Eu sinto muito orgulho de ser quem eu sou, especialmente por ser uma professora universitária que também atua no ensino básico e ajuda a mudar o contexto de que muitos dos meus e das minhas são expulsos da escola e não têm acesso à Educação”. – Ti, professora do Colégio de Aplicação/UFSC

“Não existe cura para o que não é doença, temos orgulho de sermos quem somos.” – Aurivar, psicólogo e estudante da UFSC

“Podemos viver em sociedade, em equidade e principalmente, em liberdade.” – Mariana, estudante de Serviço Social/UFSC

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Amamentação em tempos de Covid-19

27/04/2020 08:03

A UFSC, por meio do Serviço de Apoio à Amamentação (Saam), ligado à Secretaria de Ações Afirmativas e Diversidades (Saad), segue atendendo as estudantes e servidoras com dúvidas sobre aleitamento materno. Diante da pandemia de Covid-19, a principal dúvida das mães é: “devo interromper a amamentação em caso de suspeita ou confirmação da doença?”

A resposta, segundo Bianca Jacqueline Ramos e Josiane Margarete de Amorim, da equipe de enfermagem do Saam é não. ” Não há necessidade de se indicar um desmame abrupto, e sim, continuar o aleitamento materno”- recomendam. Um estudo publicado na Revista Lancet, relatam as servidoras, afirma que até o momento não há documentação da transmissão vertical durante a gestação e nem no período neonatal, pela amamentação.
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Inclusão Digital da UFSC recebe 25 novos computadores do Sebrae/SC

22/04/2020 09:27

Foto de arquivo da Coid/UFSC

A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), por meio da Coordenadoria de Inclusão Digital (Coid), recebeu 25 microcomputadores doados pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae/SC). As máquinas foram recebidas pelo setor de Patrimônio da UFSC, e tão logo seja possível, serão instaladas no prédio da Biblioteca Central.
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