Pesquisa recruta indivíduos para entender efeitos de extrato de erva-mate

17/04/2025 07:57

Uma pesquisa de pós-doutorado da Universidade Federal de Santa Catarina está recrutando pessoas entre 18 e 65 anos que tenham índice de massa corporal superior a 25 e inferior a 39,99 kg/m² para avaliar o efeito do consumo do extrato de erva-mate (Ilex paraguariensis) sobre parâmetros antropométricos, composição corporal, marcadores inflamatórios, perfil glicêmico e perfil lipídico em 36 indivíduos com excesso de peso.

Para calcular o IMC basta dividir o peso (kg) pela altura (m) ao quadrado (IMC = peso / (altura x altura). Será feita a avaliação do consumo alimentar, coletas de sangue e exame de composição corporal.  Ao final da pesquisa, os participantes receberão de forma gratuita os resultados de seus exames de sangue e relatório completo de composição corporal (gordura, massa magra e densidade mineral óssea).

O estudo pretende analisar compostos bioativos na prevenção e tratamento da obesidade, bem como os efeitos em marcadores inflamatórios, perfil glicêmico e perfil lipídico que, muitas vezes, estão alterados em indivíduos com excesso de peso. Dentre os compostos bioativos, os ácidos clorogênicos, metilxantinas (cafeína e teobromina), taninos e saponinas (compostos fenólicos) podem ser encontrados na erva-mate.

“Considerando que o interesse pela erva-mate para promoção da saúde é relativamente recente, uma vez que em meados da década de 1990 foram publicadas as primeiras evidências científicas, o estudo justifica-se pelo crescente número de evidências acerca dos benefícios do consumo de erva-mate para a saúde”, descreve a pesquisa.

A pesquisa prevê quatro encontros presenciais na UFSC no período matutino. Interessados devem entrar em contato com a pesquisadora Cândice Laís Knöner Copetti (47)99963-5939. A coordenadora do projeto é a professora Patricia Faria Di Pietro.

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Pesquisa da UFSC procura voluntários com obesidade para acompanhamento nutricional e testes

11/04/2025 15:29

Uma pesquisa desenvolvida nos Programas de Pós-Graduação em Neurociência (PPGNeuro) e Nutrição (PPGN) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) que busca relacionar impactos da obesidade à memória está selecionando pessoas com obesidade para participação voluntária. O estudo tem como objetivo avaliar os efeitos de uma dieta com restrição calórica na perda de peso e nas funções de memória em adultos com obesidade. Para isso, os participantes receberão, de forma gratuita, um plano alimentar personalizado, orientações nutricionais especializadas e um exame detalhado da sua composição corporal.

A pesquisa integra o projeto de tese de doutorado da estudante Clarice Mariano Fernandes, intitulado Avaliação da neuroplasticidade hipocampal adulta na obesidade: impactos cognitivos e bioquímicos de um protocolo de restrição calórica, um ensaio clínico randomizado. As pesquisadoras utilizam evidências difundidas na literatura científica de que dietas com restrição calórica podem melhorar a memória e outras funções cognitivas.

Podem se inscrever homens e mulheres entre 21 e 51 anos que possuam obesidade, definida por um Índice de Massa Corporal (IMC) igual ou superior à 30 kg/m. O IMC é calculado a partir da divisão do peso atual pela altura ao quadrado: [peso ÷ (altura)²]. Para participar, também deve-se ser alfabetizado, não ter realizado cirurgia bariátrica, não estar grávida ou amamentando e possuir disponibilidade para estar presencialmente na UFSC em encontros pré-agendados.

Após a seleção dos inscritos, a coleta de dados se dará em dois momentos, de forma presencial, na UFSC. Primeiro, será realizado um exercício de memória e coleta de dados de composição corporal e sangue. Após as coletas, será ofertado o acompanhamento nutricional, supervisionado por nutricionais ao longo de 12 semanas, que será realizado quinzenalmente de modo presencial, também na UFSC. As datas e locais de encontro serão repassados diretamente aos inscritos.

Para realizar a inscrição na pesquisa, acesse o formulário on-line.

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Estudante da UFSC participa de estudo que busca desenvolver medicamentos contra obesidade

30/09/2024 13:21

Milena no Laboratório de Investigação de Doenças Crônicas (LIDoC) da UFSC. Foto: Acervo pessoal

A estudante do curso de Farmácia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) Milena dos Santos Almeida é coautora de uma pesquisa publicada na revista científica NatureO estudo Dissociable hindbrain GLP1R circuits for satiety and aversion, ou Circuitos GLP1R dissociáveis ​​do tronco encefálico para saciedade e aversão em português, investigou regiões do cérebro ligadas à saciedade e à aversão alimentar e revelou que estas áreas possuem funções separáveis na aplicação de fármacos. A descoberta implica na possibilidade de desenvolvimento de novos medicamentos mais seguros e eficazes para a perda de peso, livres de sensação de náusea e vômito, efeitos colaterais comuns de remédios disponibilizados atualmente pela indústria farmacêutica, como Ozempic e Wegovy.

A pesquisa foi desenvolvida no Laboratório Alhadeff, coordenado pela professora Amber Alhadeff, no Monell Chemical Senses Center da Universidade da Pensilvânia (Upenn), nos Estados Unidos, e contou com a colaboração da professora Alice Adriaenssens da University College of London (UCL), de Londres, na Inglaterra.

Segundo Milena, o estudo partiu da discussão do uso de fármacos para a perda de peso que utilizam semaglutida, uma substância sintética análoga ao peptídeo semelhante ao glucagon (GLP1), um hormônio produzido pelo intestino que, dentre diversos efeitos fisiológicos, é responsável por sinalizar ao cérebro que estamos alimentados, reduzindo o apetite e aumentando a sensação de saciedade. “Se sabe que no cérebro há regiões com bastante concentração de receptores para o GLP1, que foram centrais para o nosso estudo, como o tronco encefálico, que é uma região mais posterior do cérebro, e o hipotálamo, que fica na porção mais central. Essas regiões estão muito envolvidas na questão da regulação da ingestão alimentar, no balanço entre a fome e a saciedade”, explica Milena.
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UFSC capacita profissionais de saúde e gestores que atuam no SUS para o combate à obesidade

08/04/2024 15:28

Um trabalho liderado pelo Departamento de Saúde Pública da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) vem capacitando profissionais de saúde e gestores que atuam na Atenção Básica do Sistema Único de Saúde (SUS) de todo o país a combaterem a obesidade na população brasileira.

O projeto integra as ações estratégicas do Ministério da Saúde e conta com apoio da Universidade Aberta do SUS e da Fundação de Amparo à Pesquisa e Extensão Universitária (Fapeu) na execução. “A Fapeu teve uma importante participação na gerência administrativo-financeira do projeto, permitindo uma atuação mais direta e eficaz da coordenação junto à sua equipe de profissionais para a execução dos objetivos”, destacou a coordenadora do trabalho, professora Sheila Rubia Lindner.
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Abertas inscrições para especialização em atenção à saúde de pessoas com sobrepeso e obesidade

01/06/2022 15:35

A Universidade Aberta do SUS (Una/SUS) abriu inscrições, até dia 12 de junho, para o processo seletivo do curso de Especialização em Atenção à Saúde das Pessoas com Sobrepeso e Obesidade. O curso é uma parceria entre a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), a Una/SUS e a Coordenação Geral de Alimentação e Nutrição do Departamento de Promoção da Saúde da Secretaria de Atenção Primária do Ministério da Saúde (CGAN/DEPROS/SAPS/MS).

O curso propõe formação em nível de especialização lato sensu, na modalidade de Ensino a Distância (EaD). Com duração média de 12 meses, possui carga horária total de 375 horas e apresentação de Trabalho de Conclusão de Curso (TCC).

> Assista o vídeo de divulgação do curso:

O objetivo do curso é que seus egressos “sejam capazes de intervir, com base na realidade em que estão inseridos, por meio de soluções viáveis para a prevenção e controle da obesidade e do sobrepeso na população que acompanham”. Podem participar do processo seletivo profissionais atuantes em cargo de nível superior na Atenção Primária à Saúde (APS), distribuídos em todo território nacional, com prioridade aos enfermeiros, médicos, nutricionistas, psicólogos, profissionais de educação física e gestores de saúde da APS.

Serão ofertadas 350 vagas, distribuídas entre todas as regiões do País. A seleção dos candidatos homologados será realizada por análise documental. O critério estabelecido será o tempo de experiência profissional em atividades assistenciais ou de gestão em equipes multiprofissionais da Atenção Primária de Saúde.

O edital e demais informações sobre as inscrições estão disponíveis no site da Una/SUS.

 

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Professora do Departamento de Nutrição ministra curso ‘Obesidade: uma doença do cérebro’

12/04/2022 09:25

A professora Luciana Antunes, do Departamento de Nutrição da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), será a ministrante do curso Obesidade: uma doença do cérebro – Módulo: O papel da função executiva no comportamento alimentar disfuncional, que ocorrerá na próxima terça-feira, dia 19 de abril, a partir das 18h30. O curso com carga horária de 4 horas será realizado on-line e ao vivo, por meio da plataforma Google Meet, com certificado oficial emitido pela UFSC. A gravação do curso ficará disponível por 30 dias após o curso.

> Clique AQUI para fazer sua inscrição

A função executiva é um termo que abrange uma série de processos cognitivos que permitem o controle sobre pensamentos, emoções e ações por meio de várias subfunções relacionadas. Em geral, está fortemente envolvida em situações que exigem planejamento e tomada de decisão, monitoramento e correção de erros, sequenciamento de ações (complexas), inibição de respostas habituais e resistência a estímulos atrativos. “Para cada um dos domínios da função executiva, há um crescente corpo de evidências que sugerem que a menor capacidade de função executiva está relacionada ao consumo alimentar excessivo e ao excesso de peso, o que estimulou o interesse subsequente na possibilidade de treinamento da função executiva como meio de mudar hábitos não saudáveis, comportamento alimentar disfuncional e diminuir o excesso de peso”, traz a descrição do curso.
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Especialista do HU fala sobre serviço de cirurgia bariátrica e cuidados ao paciente com obesidade

14/10/2021 08:15

HU é referência estadual no cuidado à pessoa obesa. Foto: Sinval Paulino

A última segunda-feira, 11 de outubro, marcou oficialmente o Dia Nacional de Prevenção da Obesidade. O problema atinge quase metade da população brasileira, sendo que por volta de 5% das pessoas possuem obesidade mórbida, de acordo com Tiago Onzi, médico do Serviço de Cirurgia do Aparelho Digestivo do Hospital Universitário Professor Polydoro Ernani de São Thiago (HU-UFSC/Ebserh).

O HU é referência estadual no cuidado à pessoa obesa e um dos destaques desta cadeia de cuidado é a cirurgia bariátrica, sendo que o hospital oferece o tratamento completo aos pacientes encaminhados pelas unidades básicas de saúde, desde as entrevistas e consultas iniciais até o acompanhamento, passando por todas as fases preconizadas pelos conselhos federais e pelo Ministério da Saúde (MS).

Segundo Tiago Onzi, que é médico cirurgião do aparelho digestivo, cirurgião bariátrico, no HU são atendidos por volta de 150 a 200 pacientes por ano, sendo realizadas em média 70 a 80 cirurgias. O serviço é oferecido no hospital há cerca de 20 anos, mas começou ser realizado com mais regularidade a partir de 2005, quando foi instituído oficialmente o Programa de Cirurgia Bariátrica, segundo as diretrizes do MS, com o serviço de cirurgia e todas as demais áreas envolvidas, como Endocrinologia, Serviço Social, Nutrição, Educação Física, Cardiologia, Pneumologia e demais especialidades do HU.

“Depois que o paciente chega para a primeira consulta, encaminhado pelo Sistema de Regulação (Sisreg) pela unidade básica de saúde, nada é feito fora do HU. Temos a estrutura e a equipe completa para o acolhimento, consultas e acompanhamento”, disse.

Tiago Onzi explicou que a bariátrica é um procedimento de alta complexidade, regulada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e pelo Ministério da Saúde e, como uma instituição vinculada ao Sistema Único de Saúde (SUS), o HU conta com uma equipe multidisciplinar que se envolve com todo o processo.

“Como tem muitas equipes envolvidas, o HU por sua vocação de ensino é um formador de pessoal qualificado. Temos residentes atuando em várias equipes e, devido a esta estrutura e procedimentos, formamos especialistas nesta área”, acrescentou o médico, que atua no HU também como supervisor da residência no Serviço de Aparelho Digestivo.

 

Unidade de Comunicação Social/HU-UFSC/Ebserh

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Trabalhos da UFSC ajudam a elaboração de novas recomendações da Espen

31/10/2016 16:00

Dois estudos realizados na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) foram selecionados para criar uma recomendação específica sobre o uso de ácidos graxos ômega-3. Esses estudos correspondem à pesquisa de mestrado de Juliana de Aguiar Pastore Silva e à tese de doutorado de Michel Carlos Mocellin, ambos do Programa de Pós-Graduação em Nutrição (PPGN). Os trabalhos tiveram orientação do professor Erasmo Benicio Santos de Moraes Trindade, em parceria com os professores Tânia Silvia Fröde, Everson Araújo. Nunes, Yara Maria Franco Moreno e Giovanna Medeiros Rataichesck Fiates. As pesquisas colaboraram para a elaboração de 44 recomendações.
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Aumento no consumo de bebidas açucaradas pode estar associado a ‘bullying’ em meninos

12/05/2015 08:02

Pesquisa do Programa de Pós-Graduação em Nutrição (PPGN) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), feita com meninas e meninos entre 11 e 14 anos, buscou uma relação entre o consumo de alimentos não saudáveis com a ocorrência de bullying. A dissertação de mestrado de Carla Zanelatto, com orientação da professora Arlete Catarina Tittoni, constatou que os estudantes do sexo masculino que sofrem bullying de média a alta intensidade –agressões físicas, perseguições e difamações na internet – consomem 2,34 vezes mais bebidas açucaradas, como sucos artificiais e refrigerantes, do que os expostos a bullying de baixa intensidade – agressões verbais – ou dos que não recebem provocações. A pesquisadora utilizou dois questionários para obter seus resultados: o Questionário Alimentar do Dia Anterior (QUADA) e outro sobre as experiências com o bullying. Um total de 975 alunos das redes de ensino pública e privada de Florianópolis respondeu às perguntas.

ilustração matéria bullying

De acordo com a pesquisa, estudantes do sexo masculino que sofrem bullying de média a alta intensidade consomem 2,34 vezes mais bebidas açucaradas. Arte: Rogério Fonseca/Estagiário de Design/Agecom/DGC/UFSC

De acordo com Carla, as situações de estresse e ansiedade geram uma resposta fisiológica: o sistema endócrino libera o hormônio cortisol, que influencia o metabolismo de carboidratos, proteínas e lipídeos, o que pode aumentar o apetite. Dessa forma, os alunos procurariam alimentos com alto teor de açúcar para compensar os episódios de preconceito e humilhações. A nutricionista ressalta que esse aumento no consumo só foi identificado em meninos e acredita que isso se deva à questão estética. “Nas adolescentes, há um hábito de fazer dieta, por causa do padrão de beleza que a sociedade impõe.”
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Conferência sobre obesidade em crianças e adolescentes nesta quinta na UFSC

15/05/2014 07:53

Os programas de pós-graduação em  Nutrição,  Saúde Coletiva e Educação Física da Universidade Federal de Santa Catarina promovem a conferência “Définition de l’obésité chez les enfants et les adolescents: Données épidémiologiques” (Definição de obesidade em crianças e  adolescentes: dados epidemiológicos), com Marie Françoise Cachera, pesquisadora visitante nos programas promotores do evento.

A conferência será ministrada em Francês (com tradução subsequente) nesta quinta-feira, 15 de maio,às 14h, no auditório do bloco V do Centro de Desportos (CDS). Mapa do local: http://goo.gl/tyBdCS

Marie Françoise Cachera é doutora em Ciências da Nutrição e Pesquisadora Honorária da Université Paris 13. Atualmente atua na linha de pesquisa Epidemiologia Nutricional da Université Paris 5 e Université Paris 7.

 

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Pesquisa reforça indícios de que condições na infância afetam obesidade em adultos

10/04/2012 07:55

Premiada no final de 2011 pela Capes como a melhor tese defendida na área de saúde coletiva, pesquisa do médico e professor do Curso de Nutrição da UFSC David Alejandro González Chica reforça a ideia de que o ganho de peso rápido depois dos quatro anos pode resultar em problemas de obesidade na vida adulta. O estudo foi desenvolvido junto ao Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Pelotas.

Em seu trabalho o médico avaliou as associações entre a circunferência da cintura, a medida do quadril e a relação cintura-quadril em adultos jovens, relacionando estes dados ao estado nutricional e aos padrões de crescimento nos primeiros anos de vida. O pesquisador associou também os dados de circunferência com fatores socioeconômicos na infância e na idade adulta, além de cor da pele.

O estudo foi realizado a partir de uma pesquisa com nascidos na cidade de Pelotas no ano de 1982 e que foram novamente visitados em 2006. A avaliação de dados de quase cinco mil crianças desde o nascimento até os 23-24 anos indica que o ganho de peso em diferentes etapas da vida influencia de forma diferente o acúmulo de gordura na região abdominal – o mais perigoso fator de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares na fase adulta. O trabalho também mostra associações diretas entre peso ao nascer e ganho de peso em todas as faixas etárias.

Ganhar muito peso depois do segundo ano de vida e na adolescência, indica a investigação, pode ser prejudicial para a saúde, pois aumenta os níveis de obesidade abdominal na vida adulta. Por outro lado, o ganho de peso nos dois primeiros anos de vida se mostrou benéfico para a formação do quadril, o que teria um efeito positivo para a saúde na vida adulta ao estimular a acumulação de massa muscular, conhecido fator de proteção para doenças cardiovasculares.

“A obesidade em adultos, portanto, poderia ser reduzida evitando que crianças de quatro anos ou mais ganhassem peso rapidamente”, alerta o professor. “Os resultados sugerem que as medidas de saúde pública direcionadas ao combate da obesidade e das doenças cardiovasculares, além de enfocar fatores contemporâneos como sedentarismo e hábitos nutricionais da população, deveriam considerar a importância das condições socioeconômicas e do ganho de peso desde os primeiros anos de vida”, complementa.

De acordo com David, a gordura abdominal é usualmente medida por meio da circunferência da cintura ou da razão cintura quadril (RCQ). No entanto, para compreender o efeito de diversas exposições na composição corporal as três medidas antropométricas (cintura, quadril e razão cintura quadril) precisam ser avaliadas de forma independente.

Ele lembra também que diversas condições precoces e tardias podem afetar a formação dos tecidos corporais. Em sua tese o pesquisador resgata a visão de autores que encontraram em países desenvolvidos associação com variáveis perinatais – o período perinatal da gravidez humana caracteriza as 22 semanas completas (5 meses e meio) e os 7 dias completos após o nascimento – e da infância como o peso ao nascer, o tempo de amamentação e os padrões de crescimento.

Há também trabalhos que relatam relações com variáveis na vida adulta como a classe social, o fumo, o consumo de álcool e a inatividade física. No entanto, são limitadas as informações disponíveis sobre este tema em populações de renda média ou baixa.

Em sua tese David discute o processo de formação e desenvolvimento dos principais tecidos que constituem cintura e quadril. O abdômen, por exemplo, é constituído principalmente por vísceras, tecido adiposo subcutâneo e visceral, e pelos músculos da parede abdominal. Variações na circunferência da cintura resultam principalmente de mudanças na quantidade de gordura abdominal visceral. Já o quadril é constituído por três tecidos principais: ósseo, muscular e adiposo subcutâneo. Mudanças da circunferência do quadril podem acontecer por alterações em qualquer um desses tecidos.

David lembra que a obesidade pode ser considerada como o acúmulo ou excesso de gordura corporal numa quantidade que traga prejuízos à saúde. A gordura pode estar depositada debaixo da pele (gordura subcutânea) ou ser mais profunda, principalmente dentro do abdômen (a gordura visceral, associada a maiores problemas de saúde). A obesidade abdominal (cintura de mais 80 cm para as mulheres e mais de 94 cm para os homens) é considerada de maior risco para doenças cardiovasculares.

David alerta que muitas pesquisas sobre o tema avaliam as condições atuais como determinantes da obesidade. No entanto, vários estudos mostram que a obesidade é também determinada por fatores com ação em etapas iniciais da vida e que têm repercussão até a idade adulta.

Mais informações: David González Chica / david.epidemio@gmail.com / (48) 3721-5070

Por Arley Reis / Jornalista da Agecom

Saiba Mais

Obesidade
Considerada como doença desde 1985, a obesidade vem merecendo atenção cada vez maior por parte dos médicos e instituições de saúde pelos problemas associados, como diabetes mellitus, hipertensão arterial, doenças cardíacas, distúrbios respiratórios e do sono, além da artrose. A prevalência de obesidade está aumentando em países de alta, média e baixa renda.

Problema em crescimento
No Brasil, país de renda média, as prevalências de excesso de peso e obesidade mudaram drasticamente nos últimos 30 anos. Em homens, a prevalência de excesso de peso triplicou entre 1975 e 2009, passando de 18% para 50%. A obesidade quadriplicou, de 2,7% passou para 12,5%. Em mulheres estas mudanças também aconteceram, embora com menor intensidade, passando de 27,3% para 48% e de 7,4% para 16,9%.

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Destaques da Iniciação Científica representarão UFSC na 64ª Reunião Anual da SBPC

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Pesquisa reforça indícios de que condições na infância afetam obesidade em adultos

03/04/2012 08:20

Premiada no final de 2011 pela Capes como a melhor tese defendida na área de saúde coletiva, pesquisa do médico e professor do Curso de Nutrição da UFSC David Alejandro González Chica reforça a ideia de que o ganho de peso rápido depois dos quatro anos pode resultar em problemas de obesidade na vida adulta. O estudo foi desenvolvido junto ao Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Pelotas.
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Ciclo de Estudos em Nutrologia na UFSC discute obesidade e doenças cardiovasculares

19/11/2010 08:59

O conceito de programação metabólica foi introduzido na literatura na década de 70. Nos últimos 40 anos crescem as evidências científicas embasando sua participação na gênese de doenças crônicas muito prevalentes como a obesidade e doenças cardiovasculares. Para discutir estas questões os nutrologistas da UFSC e muitos convidados regionais e nacionais estão reunidos durante dois dias no “VII Ciclo de Estudos em Nutrologia”, no Auditório da Reitoria da UFSC. O evento encerra-se hoje, 19, às 18h. A realização do encontro foi da Menu – Metabologia e Nutrologia e da Divisão de Pediatria do Hospital Universitário Polydoro Ernani de São Thiago.

Com o tema “Crescimento/Desenvolvimento & Consignação”, os profissionais procuram atualizar-se no foco principal das discussões que é a prevenção nas crianças das doenças crônicas do adulto. Assim, esclarece a professora da UFSC Mônica L. Chang Wayhs, da Comissão Organizadora do Ciclo, “salienta-se a importância do monitoramento e de intervenções apropriadas sobre alimentação e estilo de vida em fases precoces da vida (fase intrauterina e primeiros anos) com repercussões positivas na saúde futura”.

A programação deste último dia de encontro no período da manhã será a mini-conferência “Consequências da Transição Nutricional”, com Dr. Mauro Fisberg (SP); mesa redonda “Prevenção das doenças do adulto na infância: Obesidade”, com o Dr. José Augusto Taddei (SP), Diabetes, Dra. Marilza Leal Nascimento (SC) e “Hipertensão”, com o Dr. Maurício Laerte Silva (SC) (SC)”; mesa-redonda “Orientação nutricional: A criança que não come”, com a Dra. Anne Lise Dias Brasil (SP), “A criança que come demais”, com o Dr. Mauro Fisberg (SP) e, “Rotulagem”, com o Dr. José Augusto Taddei (SP).

No período da tarde, a programação tem início com a mesa-redonda “Alergia alimentar – manifestações clínicas: Reações adversas aos alimentos”, com o Dr. Kennedy Shisler (PR); Manifestações gastrintestinais (esofagite/colite), com a Dra. Nilza Perin (SC) e “Manifestações IgE mediadas”, com a Dra. Helena Maria Vieira (SC)”; mesa-redonda “Alergia alimentar – Dificuldades relacionadas ao tratamento: Risco nutricional”, com a Dra. Fabíola Isabel Suano de Souza (SP), “Programas de apoio”, com a Dra. Renata Acelina Pires (SC) e “Encaminhamento – direitos da criança – apoio jurídico”, com o Dr. Maurício Pessutto (SC).

Por Celita Campos/jornalista na Agecom

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