Coordenado por professora da UFSC, estudo aponta alterações no cérebro e sangue de suicidas

02/02/2024 12:27

De acordo com a OMS, mais de 700 mil pessoas morrem por suicídio anualmente no mundo.(imagem: Gordon Johnson/Pixabay)

Um estudo coordenado pela professora Manuella Kaster, do Departamento de Bioquímica, do Centro de Ciências Biológicas (CCB) da UFSC, aponta um conjunto de alterações moleculares presentes no cérebro e no sangue de indivíduos que cometeram suicídio. A pesquisa é realizada em conjunto com Daniel Martins-de-Souza, professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e tem o doutorando do Programa de Pós-Graduação em Bioquímica Caibe Alves Pereira como primeiro autor do artigo na revista Psychiatry Research, que expõe os dados e conclusões da pesquisa. Assina o artigo também a pesquisadora Bruna Caroline Pierone, doutora pela UFSC. Segundo os autores, o objetivo foi identificar fatores de suscetibilidade e potenciais alvos terapêuticos.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 700 mil pessoas morrem por suicídio anualmente no mundo. Entre os jovens, termo que designa a faixa etária dos 15 aos 29 anos, o impacto do suicídio é particularmente alarmante, representando a quarta principal causa de morte. Os dados, de 2019, foram obtidos na última edição do Global Burden of Disease (GBD), estudo epidemiológico que reúne mais de 200 países e fornece um quadro abrangente das principais causas de mortalidade e incapacidade global.

Diversos fatores de risco estão associados ao suicídio, incluindo histórico familiar, traços de personalidade, condições socioeconômicas, exposição a ideias nocivas nas mídias sociais e presença de transtornos psiquiátricos, especialmente depressão e transtorno bipolar. “Contudo, apesar do enorme impacto psicológico, social e econômico gerado pelas mortes por suicídio, a identificação do risco é feita apenas com base em entrevistas clínicas. Os mecanismos neurobiológicos associados às alterações comportamentais ainda são pouco elucidados. E esse foi o foco de nosso estudo”, conta Manuella Kaster.
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Bióloga da UFSC desenvolve protocolo para otimização de análises de biomoléculas e efeitos de medicamentos

15/12/2021 10:24

Martina Blank desenvolveu a pesquisa durante seu pós-doutorado. Foto: arquivo pessoal

A bióloga do Laboratório de Biologia Molecular Estrutural (Labime) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) Martina Blank é coautora de um estudo que descreve um protocolo para otimização de análises em ensaios celulares para avaliação do perfil de biomoléculas e dos efeitos de medicamentos. O artigo, publicado na edição de novembro da revista científica Nature Protocols, descreve uma técnica bastante versátil, que pode ser aplicada a uma ampla gama de compostos e possibilita análises rápidas e abrangentes, usadas, por exemplo, para averiguar como células respondem a diferentes tratamentos ou para encontrar biomarcadores de doenças.

O trabalho, que fez parte do pós-doutorado de Martina na universidade alemã Hochschule Mannheim, utiliza a espectrometria de massas, um método que detecta e identifica moléculas de interesse por meio da medição de sua massa e da caracterização de sua estrutura química. Essa análise é feita por meio de equipamentos chamados de espectrômetros de massas e pode ser empregada em distintos ramos. A pesquisa de Martina, por exemplo, concentrou-se em lipídios e metabólitos, mas os espectrômetros de massas também podem ser usados para identificar proteínas, peptídeos e micro-organismos, examinar polímeros, investigar poluentes e adulteração de produtos, em análises de antidoping e de impressão digital e muitos outros casos. 

Existem diversos tipos de espectrômetros de massas, com variadas capacidades e sensibilidades, com maior ou menor resolução. O foco do novo protocolo foi o modelo Maldi-TOF MS. Uma de suas principais vantagens é a possibilidade de analisar simultaneamente múltiplos aspectos do objeto de estudo – o que é importante para, por exemplo, avaliar efeitos colaterais de tratamentos. “Você não precisa marcar o seu alvo para analisar ele. E, ao mesmo tempo, analisa não só o seu alvo, você analisa todo o conteúdo que tem naquela célula. Pode ser que aquela molécula em que você estava focando não seja a única afetada pelo tratamento ou pelo estímulo que você esteja dando. Então, você consegue verificar todo o componente celular e ver o que pode estar acontecendo ali, naquela reação ou naquele estímulo”, explica Martina.
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UFSC na mídia: pesquisas da Universidade sobre uso de agrotóxicos são tema de reportagem

06/11/2019 11:58

Na revista DC, publicada no último dia 3 de novembro, duas pesquisas sobre consequências do uso de agrotóxicos para a saúde, desenvolvidas na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), foram tema da reportagem especial intitulada ‘Não existe dose segura de agrotóxico’, diz médico sobre o uso de defensivos em SC.

A notícia citou o trabalho da doutora em Toxicologia e Análises Toxicológicas pela Universidade de São Paulo (USP) e professora de Toxicologia do Departamento de Patologia da UFSC, Claudia Regina dos Santos, que realiza uma pesquisa sobre a saúde de trabalhadores rurais da Grande Florianópolis.
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‘The World Academy of Science’ confere título de membro afiliado a professor da UFSC

03/12/2015 10:43

WMW3929-750693O professor Marcelo Farina, do Departamento de Bioquímica do Centro de Ciências Biológicas (CCB) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC),  foi nomeado membro afiliado da The World Academy of Science (TWAS), em solenidade que ocorreu em Viena, Austria, no dia 20 de novembro.

Para o professor, essa nomeação representa um reconhecimento internacional muito importante: “Sou de um país em desenvolvimento e, assim como vários colegas, conheço muito bem os inúmeros obstáculos relacionados a fazer pesquisa científica como professor universitário brasileiro. Apesar das dificuldades, seguimos em frente, pois sabemos que o conhecimento científico e tecnológico será crucial na tomada de decisões em situações críticas, como acidentes ambientais, epidemias, mudanças climáticas, etc. É uma pena que muitos, incluindo gestores do dinheiro público, não compreendam que apoiar a ciência é uma questão de sobrevivência.”

A TWAS se caracteriza por fomentar pesquisas voltadas ao desenvolvimento sustentável, à diminuição da pobreza mundial,  à igualdade — temas que o professor considera cruciais: “Fazer parte desta Academia me estimula a um efetivo engajamento em prol da pesquisa e formação de recursos humanos com especial foco nesses objetivos”.

Em 2015, Marcelo também se tornou membro afiliado da Academia Brasileira de Ciências (ABC). A cerimônia de diplomação ocorreu na UFSC, em 17 de setembro. Confira a reportagem aqui.

Mais informações sobre a trajetória acadêmica do professor estão disponíveis aqui.

Sobre a TWAS

A TWAS é uma entidade voltada ao avanço da ciência em países em desenvolvimento. Seu objetivo é apoiar o desenvolvimento sustentável através da pesquisa; promover excelência em pesquisa científica em países em desenvolvimento; empregar a pesquisa científica na abordagem dos desafios globais.

A Academia foi fundada em 1983, por um grupo de cientistas de países em desenvolvimento, sob a liderança de Abdus Salam, físico paquistanês ganhador do Prêmio Nobel. Hoje, a TWAS tem cerca de 1.150 membros nomeados, de mais de 90 países; 16 deles são ganhadores do Prêmio Nobel. A sede da Academia está localizada em Trieste, Itália, no Centro Internacional de Teorias Físicas Abdus Salam.

Mais informações no site da TWAS.

 

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Um pesquisador impulsionado por um ‘descontentamento persistente’

15/09/2015 14:19

Marcelo Farina, pesquisador do Departamento de Bioquímica do Centro de Ciências Biológicas (CCB) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), e novo membro afiliado da Academia Brasileira de Ciências (ABC), é motivado por “um certo descontentamento persistente”. “O que seria isso?” – ­­ele explica­ – “É estar sempre querendo algo a mais, estar sempre buscando melhorar e realizar mais. Minha busca nunca foi no sentido de almejar este ou aquele posto. Eu prefiro estar focado em aprimorar o meu dia a dia, a minha pesquisa, a formação dos meus alunos.” A diplomação na ABC é uma conquista decorrente de sua atuação como pesquisador; por isso, a notícia foi recebida com alegria. “Quando chegou o e-mail do presidente da Academia Brasileira de Ciências dizendo ‘parabéns’, fiquei muito feliz, não tem como descrever de outra forma. Um reconhecimento é sempre uma motivação.”

© Pipo Quint / Agecom / UFSC

Marcelo Farina em seu laboratório. Foto: Jair Quint/Agecom/DGC/UFSC.

Diferentemente da categoria de membro titular, a de membro afiliado é destinada a pesquisadores jovens, de até 40 anos, que usufruem o direito de participar nas atividades da Academia por um período de cinco anos. Antes de Marcelo, apenas um professor da UFSC havia sido diplomado como membro afiliado: André Luiz Barbosa Báfica, do Departamento de Microbiologia, Imunologia e Parasitologia. O pesquisador Juliano Ferreira, do Departamento de Farmacologia, é membro afiliado desde 2012, quando ainda era professor da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Para o período 2015-2019, foram escolhidos cinco pesquisadores da Regional Sul, dos quais quatro são da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), e Marcelo, da UFSC.

A escolha de novos afiliados ocorre em duas etapas: na primeira, um membro titular indica o pesquisador; na segunda, todos os titulares votam para eleger dentre os indicados. A escolha é feita em função da trajetória acadêmica: anos dedicados à pesquisa, principais conquistas do ponto de vista científico. Marcelo foi indicado por João Batista Teixeira da Rocha, da UFSM, seu orientador de mestrado e doutorado. “Esse pesquisador já orientou dezenas de doutores. Ele se tornou membro titular em 2014. O fato de sua primeira indicação ser alguém que não é da sua universidade me causa bastante alegria.”

Marcelo tem 39 anos e considera importante a participação das novas gerações de pesquisadores na ABC. “Um membro titular geralmente se baseia no que vivenciou há algumas décadas. Os jovens trazem o diferencial de terem uma experiência mais recente de aspectos importantes relacionados à ciência no Brasil. Por isso podemos trocar experiências e ideias de como podemos avançar em termos de política, ciência e tecnologia. Eu pretendo contribuir justamente dessa forma, a partir da minha experiência pessoal como pesquisador jovem.” A atuação política da entidade é algo que lhe motiva como novo membro. “É uma grande oportunidade poder participar das reuniões da Academia. A ABC é muito atuante politicamente, é uma instituição que luta em prol da ciência brasileira.”

 

A ciência

Em sua pesquisa, Marcelo busca averiguar de que forma compostos tóxicos presentes na natureza afetam a saúde humana. “Hoje em dia estamos mais suscetíveis à exposição de agentes tóxicos: medicamentos; pesticidas; produtos derivados da atividade industrial, como metais pesados, solventes etc. Tudo isso é lançado na natureza a partir da atividade humana. Eu investigo de que forma alguns desses componentes, que antes eram inexistentes ou existentes em menor quantidade, atuam no organismo.” Em seus experimentos, o pesquisador tenta compreender até que níveis o ser humano pode estar exposto a essas substâncias sem correr risco de sofrer seus efeitos nocivos. “Muitas doenças – como Alzheimer, Parkinson, diabetes, câncer – têm causas que ainda não são totalmente compreendidas. Por isso é importante definir os limites aceitáveis de exposição a esses compostos e, a partir disso, desenvolver uma base científica para implementar políticas ambientais. Por que se diz que o nível aceitável de chumbo no sangue é ‘tanto’? Porque se sabe que, até esse nível, em princípio, ele não prejudica a saúde.”

Caso se comprove que determinado componente possa desenvolver uma doença, a tendência seria, primeiramente, banir ou minimizar ao máximo sua presença na natureza. Marcelo explica que sua pesquisa busca, em uma segunda etapa, desenvolver estratégias que funcionem como antídoto. “Ou seja: se você se expõe agudamente a um agente tóxico, existe alguma forma de bloquear essa toxicidade? Após o indivíduo ter sido exposto e já estar apresentando sintomas crônicos que não são revertidos a curto prazo, é possível atuar farmacologicamente para minimizar esse estado?”

Entre os muitos compostos tóxicos que poderiam ser analisados, Marcelo decidiu estudar a atuação de metais e pesticidas. “O Brasil é um grande e talvez o maior consumidor de agrotóxicos do mundo. Alguns agentes que já foram banidos em alguns países ainda são utilizados aqui.” A pertinência desse tipo de investigação se deve ao fato de não haver, hoje, uma legislação que regulamente o uso de muitas dessas substâncias. O pesquisador se sente motivado, fundamentalmente, pela possibilidade de “fazer a diferença” e de melhorar a vida do ser humano. “Seria uma realização enorme se algumas das moléculas que estou investigando como potencial agente terapêutico para essas condições viessem a se tornar um medicamento, trazendo benefícios para a população. Eu sei que para isso existem várias etapas, e eu estou numa fase muito inicial. Mas estou tentando dar um passo significativo em termos científicos na minha área, adquirindo resultados que possam ser realmente benéficos à sociedade – imaginar isso até me emociona.”

 

Trajetória acadêmica

O caminho que o levou à Bioquímica começou quando partiu de sua cidade natal, Erechim (RS), para cursar, na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), a graduação em Farmácia. Essa não foi, entretanto, uma escolha premeditada. “Há pessoas que dizem ‘desde pequeno eu queria ser farmacêutico’. Não é o meu caso. Quando chegou o momento de fazer vestibular, fiz um teste vocacional, que apontou para as ciências da vida. Decidi fazer Farmácia, pois gostava de Química. Na época foi o primeiro curso que me passou pela cabeça. Eu não tinha um sentimento genuíno de ‘ah, eu quero ser isso!’. Se o teste vocacional dissesse ‘você deve ser músico’, talvez eu me tornasse músico. Eu inclusive gosto de tocar bateria.”

Mas o teste vocacional provavelmente estava certo. Já durante a graduação, Marcelo se identificou com a Farmacologia e a Bioquímica – área em que fez Iniciação Científica. Posteriormente, no mestrado, o pesquisador diz ter sido influenciado por seu orientador. “O professor João Batista trabalha, principalmente, a toxicologia de compostos metálicos; então, eu comecei a me interessar por isso. No mestrado, eu me voltei para o efeito das substâncias no organismo como um todo; no doutorado, optei focar o sistema nervoso central e as doenças neurodegenerativas.” Marcelo considera que ainda existe muito a ser descoberto nessa área, mas as lacunas de conhecimento são, para ele, uma característica de todo campo do saber. “O ser humano sabe muito pouco de si próprio e do Universo, por isso acho muito importante a continuidade da ciência, a busca do conhecimento científico, daquilo que não se compreende.”

O ingresso no mestrado foi, para ele, o momento decisivo de sua trajetória profissional. Após concluir a graduação, voltou a Erechim para trabalhar em um hospital. “Depois de seis meses em um laboratório de Análises Químicas, percebi que aquilo não me motivava tanto, era muito monótono.” Nessa época, soube que a Capes havia recém-aprovado o mestrado em Bioquímica da UFSM, e que, em alguns meses, haveria a seleção para a primeira turma. “Fui da primeira turma do mestrado em Bioquímica da UFSM.” Aos 22 anos, Marcelo retornou àquela universidade e integrou a equipe de pesquisadores do laboratório de Bioquímica. “Quando saí daquele ambiente hospitalar e voltei ao acadêmico, tudo parecia mais lindo, mais espontâneo, mais alegre, mais criativo. Eu me senti feliz cursando mestrado e atuando em um laboratório de pesquisa. Isso me motivou muito; eu me vi fazendo aquilo pelo resto da vida.”

Marcelo cursou o doutorado na mesma área, mas na UFRGS, em Porto Alegre. Assim que o concluiu, em 2003, foi aprovado em concurso para professor efetivo do Departamento de Análises Clínicas e Toxológicas da UFSM. Dessa vez sua passagem por Santa Maria durou apenas seis meses: nesse período, ele também foi selecionado em concurso para professor da UFSC e optou mudar-se para Florianópolis pela característica que lhe é intrínseca: o “descontentamento persistente”. “Busquei um pouco de independência científica.”

Na UFSC, Marcelo teve o desafio de “começar do zero”: conquistar desde um espaço físico para seus experimentos, passando pela compra da primeira geladeira para seu laboratório, até a criação do Programa de Pós-Graduação em Bioquímica da Universidade. “O fato de me sentir mais independente me motivava muito. Embora eu atue numa linha muito próxima da em que eu atuava na UFSM, aqui tive a oportunidade de construir algo. Eu entrei na UFSC em 2004, e, em 2008, conseguimos criar o Programa de Pós-Graduação em Bioquímica, com mestrado e doutorado. Posso dizer que houve uma contribuição significativa de minha parte: fui o presidente da comissão de implantação do curso. Mas é claro que isso foi possível por já haver aqui uma equipe competente.” O professor se sente feliz por fazer parte da Universidade. “Eu considero a UFSC uma universidade respeitável, muito ativa e importantíssima para Santa Catarina. Para mim é um orgulho ser professor da UFSC.”

Atualmente, Marcelo orienta dois alunos de Iniciação Científica, três mestrandos, quatro doutorandos e dois pós-doutorandos. O ensino é, para ele, parte muito importante de sua atuação como acadêmico. “Gostaria de contribuir para a formação de novos cientistas, que talvez venham a gerar conhecimentos importantes para a sociedade.” O pesquisador reafirma que se sente feliz como membro da ABC, mas que o mais importante é ser cada vez melhor no que faz. “Mais do que fazer mais, quero fazê-lo benfeito. O lançamento de um novo medicamento não ocorre se nós, como pesquisadores, não fizermos um excelente trabalho.”

Daniela Caniçali/Jornalista da Agecom/DGC/UFSC
daniela.canicali@ufsc.br

Revisão: Claudio Borrelli/Revisor de Textos da Agecom/DGC/UFSC

 

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UFSC na Mídia: prêmio para ciência contempla pesquisas catarinenses

21/08/2014 12:30

As pesquisadoras Manuella Pinto Kaster e Patricia de Souza Brocardo, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), ficaram entre as sete vencedoras da etapa brasileira do concurso da 9ª edição do Prêmio For Women in Science (Para Mulheres na Ciência). O prêmio oferece bolas de US$ 20 mil a projetos desenvolvidos por mulheres e é promovido pela L’Oréal, Unesco e Academia Brasileira de Ciências (ABC).

O projeto de Kaster examina como a avaliação de parâmetros bioquímicos pode facilitar o diagnóstico de transtornos psiquiátricos, que hoje são realizados com base apenas na observação de sintomas. Inicialmente, a pesquisa é feita em cerca de 200 pacientes com depressão atendidos no Ambulatório de Psiquiatria do Hospital Universitário da UFSC. O prazo previsto de conclusão é de dois anos. Kaster faz parte do Departamento de Bioquímica.

Brocardo é do Departamento de Ciências Morfológicas. Ela estuda a capacidade de reação e adaptação do cérebro diante de desafios. A pesquisa baseia-se na descoberta da neurogênese, processo de nascimento de novos neurônios em adultos. A atividade física é uma das intervenções utilizadas para estimular a neurogênese no hipocampo, região do cérebro relacionada a memória, emoções, comportamentos sociais e navegação espacial.

Duas pesquisadoras catarinenses ganharam destaque nacional na 9a edição do Prêmio For Women in Science (Para Mulheres na Ciência). Manuella Pinto Kaster e Patricia de Souza Brocardo, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), ficaram entre as sete vencedoras da etapa brasileira do concurso.

Promovido pela L’Oréal, Unesco e Academia Brasileira de Ciências (ABC), o prêmio dá bolsa de US$ 20 mil para projetos desenvolvidos por mulheres.

— O prêmio é importante tanto financeiramente, porque são projetos muito caros, e para dar visibilidade e reconhecimento para a pesquisa — diz Manuella, 31 anos, que nasceu em Florianópolis.

A pesquisadora é formada em Biologia pela UFSC e depois se dedicou a estudar neurociências. O curso de pós-doutorado na área foi concluído no Massachusetts Institute of Technology (MIT), nos Estados Unidos. Atualmente, ela é professora do departamento de Bioquímica da UFSC e pretende iniciar a pesquisa para aprimorar o diagnóstico de depressão.

— Hoje a doença não é identificada com base biológica, genética ou neuroquímica. E isso faz com que a depressão seja muito mal diagnosticada, não por culpa dos profissionais, mas dos instrumentos — afirma a pesquisadora.

A professora do departamento de Ciências Morfológicas da UFSC Patricia de Souza Brocardo, 38 anos, é formada em fisioterapia e chegou a ter uma clínica na área. Mas acabou levando a carreira em outra direção:

— A academia acabou me conquistando quando fiz o mestrado em neurociências — diz Patricia, que nasceu em Curitibanos.

As pesquisas não pararam até um pós-doutorado no Canadá. Neste período, pesquisou os impactos do álcool durante a gestação nos neurônios em desenvolvimento, tema que deve ser aprofundado nesta nova pesquisa, que deve analisar os benefícios da atividade física diante dos impactos.

Desde 2006, o Prêmio For Women in Science distribuiu mais de US$ 1 milhão em bolsas-auxílio e sete representantes catarinenses foram premiadas. Simone Nogueira, diretora de comunicação corporativa da L’Oréal Brasil, reforça que o concurso é fundamental para promover o desenvolvimento de jovens cientistas que, em alguns casos, acabam desistindo por falta de incentivo.

Conheça o trabalho das catarineneses
Manuella Pinto Kaster
Pesquisa: A avaliação de parâmetros bioquímicos pode facilitar o diagnóstico de uma série de doenças. Nos transtornos psiquiátricos, como a depressão, o diagnóstico é feito apenas com base na observação dos sintomas relatados pelos pacientes e muito pouco se sabe sobre as causas biológicas da doença. A pesquisa irá verificar, por exemplo, níveis de alguns hormônios ligados ao estresse e outros alterações bioquímicas periféricas em pacientes com depressão, o que poderá auxiliar no diagnósticos e tratamento da doença. Pesquisa deve levar dois anos para ser concluída e deve ser realizada inicialmente em cerca de 200 pacientes com depressão atendidos no Ambulatório de Psiquiatria do Hospital Universitário da UFSC.

Patricia de Souza Brocardo
Pesquisa:  Tema central da pesquisa é a neuroplasticidade. Ou seja como o cérebro reage e se adapta perante desafios. O objetivo geral do projeto é estudar os efeitos benéficos da atividade física em neurônios expostos durante a gestação aos efeitos nocivos do etanol em roedores. O consumo de álcool durante a gestação causa danos no desenvolvimento da criança e pode ocasionar alterações anatômicas, anormalidades cognitivas e comportamentais. Desde a descoberta de que novos neurônios nascem (neurogênese) em cérebros de adultos cada vez mais cientistas buscam intervenções que possam estimular o nascimento destas novas células. A atividade física é uma das intervenções que tem sido usadas com sucesso para estimular a neurogênese hipocampal

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UFSC e Prefeitura de Santo Amaro da Imperatriz firmam convênio para desenvolvimento de projetos

05/03/2014 17:40

Reunião marcou a assinatura do convênio entre a UFSC e a Prefeitura Municipal de Santo Amaro da Imperatriz. Foto: Jair Quint/Agecom/UFSC

A reitora da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Roselane Neckel, e o prefeito de Santo Amaro da Imperatriz, Sandro Vidal, assinaram, na última quarta-feira, 26 de fevereiro, um convênio de pesquisa e extensão para o desenvolvimento e execução de projetos voltados às áreas da saúde, educação e meio ambiente. O termo prevê a execução de ações educativas e de diagnóstico parasitológico na rede municipal de ensino, além do desenvolvimento de uma proposta de gerenciamento de resíduos sólidos e estudos de inundações, com planejamento de drenagem urbana.

A UFSC contribuirá com a participação de professores e alunos do curso de graduação em Engenharia Sanitária e Ambiental, do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Ambiental, e das áreas de Saúde, Ciências Biológicas e Ciências Sociais; além disso, a Universidade disponibilizará bolsas aos acadêmicos envolvidos. A contribuição da Prefeitura de Santo Amaro será o fornecimento de transporte e alimentação, além de uma bolsa de estudos e do apoio financeiro para a compra de materiais de consumo e serviços de terceiros.

A reitora destacou as características sociais e ambientais do convênio, e agradeceu aos professores da UFSC o esforço para fazer o projeto sair do papel. “Temos muitos convênios, mas esta intervenção tem um sentido social muito amplo  são milhões de beneficiados. Agradeço aos professores o empenho em buscar recursos”, ressaltou. “Não nos interessa a cor partidária; se os resultados forem bons, estaremos lá como academia, para trazer resultados pelo bem comum. Isto é muito importante para nós: o interesse genuíno em fazer algo para a população; é objetivo da Universidade fazer essa devolução à comunidade”, complementou a reitora.
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Docentes da UFSC têm projetos aprovados para intercâmbio entre Brasil e Argentina

05/02/2014 15:03

Neurônios (em vermelho) obtidos em cultivos de células-tronco da Crista Neural em pesquisas de biologia celular e do desenvolvimento. Foto: Alice Prompt / LACERT / UFSC

Os professores Rodrigo Bainy Leal e Giordano Wosgrau Calloni, ambos vinculados ao Centro de Ciências Biológicas (CCB) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), tiveram seus projetos aprovados pelo programa de cooperação internacional CAPES/MINCyT 2013. Os docentes receberão recursos para missões de trabalho e estudo no convênio entre universidades brasileiras e argentinas. Segundo a Pró-Reitoria de Pós-Graduação (PROPG), seis projetos de pesquisadores da UFSC foram inscritos nesse edital.

Os projetos contemplados estão lotados na categoria Grupos de Pesquisa Conjuntos, que reúne propostas desenvolvidas por uma equipe brasileira e uma argentina, ambas vinculadas a Instituições de Ensino Superior (IES) em seus países. Pelo convênio, os docentes contemplados tornam-se coordenadores do projeto, e cada um deles recebe um recurso de R$ 10 mil por ano para, em seu respectivo país, custear materiais de consumo relativos à pesquisa. A duração do convênio é de dois anos, com uma avaliação de resultados após o primeiro ano. O programa inclui, além do recurso, passagens aéreas, diárias e bolsas para uma missão de trabalho do docente brasileiro ou argentino de até 30 dias, bem como a missão de estudo de um doutorando de cada instituição na universidade conveniada, com estadia de até quatro meses.
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Centro de Ciências Biológicas da UFSC inaugura laboratórios de bioquímica

27/05/2013 17:36

A solenidade de inauguração de laboratórios do Departamento de Bioquímica, Centro de Ciências Biológicas (CCB) da UFSC, ocorreu na manhã desta segunda-feira, 27 de maio. O novo espaço de estudos, experimentos e pesquisas é constituído por três laboratórios: de Defesas Celulares; de Bioquímica e Biologia Molecular de Insetos; de Biologia Molecular e Biotecnologia de Leveduras; coordenados pelos professores do Departamento Alcir Luiz Dafré, Carlos Peres Silva e Boris Ugarte Stambuk, respectivamente.

O espaço é destinado aos alunos de graduação – bolsistas do Programa de Iniciação Científica (Pibic) -, pós-graduação (mestrado, doutorado e pós-doutorado) e aos professores e pesquisadores da área. Os laboratórios foram transferidos do CCB para o prédio do antigo Restaurante Universitário (RU), por questões de insalubridade e problemas na infraestrutura, decorrentes das fortes chuvas de 2010 e 2011.
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