Turismo impacta a alimentação de famílias rurais em Santa Catarina, diz estudo da UFSC

11/04/2024 15:50

Professor coordena pesquisa que fornece subsídios para políticas públicas sobre segurança alimentar

Para ler a reportagem especial em formato multimídia, clique aqui

Pesquisadores da UFSC estudam o impacto do encarecimento de alimentos na dieta de famílias do interior de Santa Catarina. Ilustração: Laura Araújo/NADC/UFSC

“Artesanal”, “típico” ou “gourmet”. Na tentativa de atrair consumidores, diferentes adjetivos contam histórias e agregam conteúdo simbólico aos alimentos, mas também aumentam seu preço. O custo pode ser elevado a ponto de torná-los inacessíveis até mesmo para quem tradicionalmente os produz. É o caso de Timbé do Sul, município do sul de Santa Catarina, cujos agricultores não conseguem reter para o consumo doméstico o próprio queijo produzido devido à alta demanda do setor turístico.

“A substituição da agricultura pelo turismo traz consequências importantes na dieta das famílias rurais”, explica Clécio Azevedo da Silva, professor do Departamento de Geociências da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e pesquisador sobre o tema dos regimes alimentares. “Elas acabam se tornando compradoras de alimentos [apesar de produzi-los]”.

Os resultados do estudo coordenado por Clécio fornecem subsídios para o fortalecimento de políticas públicas voltadas à alimentação, como a Política Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e a Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN) – além de reforçar a necessidade de aplicá-las, já que não há um sistema de fiscalização sobre elas.

A criação de espaços de segurança alimentar e nutricional é especialmente importante para contextos mais propensos a vulnerabilidades, como os pequenos municípios, afirma a estudante Tainara de Souza, do curso de Graduação em Geografia da UFSC. Timbé do Sul é vizinha de Praia Grande, a “capital dos cânions” famosa pelo destino turístico dos geoparques. Situados na mesma região sul de Santa Catarina, somam pouco mais de 12 mil habitantes.
(mais…)

Tags: agrotóxicosalimentaçãoalimentos agroecológicosCentro de Filosofia e Ciências HumanasCFHClécio Azevedo da SilvaDepartamento de GeociênciasDepartamento de Geografiafamílias ruraisNADCNúcleo de Apoio a Divulgação CientíficanutriçãoPraia GrandeTainara de SouzaTimbé do SulturismoUFSCUniversidade Federal de Santa Catarina

Projeto da UFSC utiliza câmeras de monitoramento para inventário da fauna da Ilha de Santa Catarina

12/11/2019 12:24

O projeto Fauna Floripa realizou a instalação de câmeras de monitoramento em diversas áreas de Florianópolis para o desenvolvimento de um inventário da fauna local. Implementada pelos departamentos de GeociênciasEcologia e Zoologia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), a atividade pretende concluir a instalação de 21 equipamentos até o fim deste mês em várias áreas da Ilha.

A iniciativa tem como objetivo principal promover o levantamento de aves e mamíferos, avaliando o potencial de reintrodução de espécies consideradas extintas ou sem registros locais recentes. “Queremos avaliar, do ponto de vista funcional, como estão os ecossistemas da Ilha. Descobrir o que se tinha, o que se perdeu, para propormos a reintrodução de espécies”, afirma o coordenador geral do projeto, professor José Salatiel Pires.

Cerca de 15 estudantes da graduação e da pós-graduação estão envolvidos no projeto, que faz parte do Programa Parques & Fauna e conta com a coordenação técnica do professor Maurício Eduardo Graipel. O trabalho tem ainda o apoio do Observatório de Áreas Protegidas, também da UFSC, e está associado a um projeto de extensão coordenado pelo professor Orlando Ferreti. Completam a equipe Mauro Manuel da Costa e Aracídio de Freitas Barbosa Neto, do Departamento de Unidades de Conservação da Fundação Municipal do Meio Ambiente de Florianópolis (Floram).

A pesquisa é a primeira deste porte realizada na Ilha de Santa Catarina. As instalações começaram no sul da Ilha e durante este mês de novembro novas câmeras serão colocadas na parte central da cidade e também no norte. Ao todo, o projeto prevê três anos de monitoramento. No primeiro ano, seriam monitoradas as espécies de áreas com melhor qualidade ambiental; no segundo ano, locais com qualidade média; e, no último, aquelas que apresentam os piores índices. As ‘armadilhas fotográficas’ que farão o monitorando terão coletas mensais das imagens.

(mais…)

Tags: Departamento de Ecologia e ZoologiaDepartamento de GeografiafaunaProjeto Fauna FloripaUFSC