Pesquisa quantifica a falta de diversidade na Física brasileira
Homens brancos, heterossexuais e cisgênero que vivem no Sudeste do país: esse é o retrato dos físicos brasileiros, segundo uma pesquisa realizada por cientistas associados ao Grupo de Trabalho sobre Questões de Gênero da Sociedade Brasileira de Física (SBF). O levantamento teve o objetivo de quantificar a diversidade e a representatividade de diferentes grupos entre os profissionais da área e detectar motivações e dificuldades encontradas ao longo dos estudos e da carreira. Os resultados foram publicados no início do mês na revista científica internacional Physical Review Physics Education Research. Assinam o artigo pesquisadores da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) — esta última representada pela professora do Departamento de Física Débora Peres Menezes e pela estudante de bacharelado em Física Beatriz Nattrodt D’Avila.
A pesquisa se baseou em um questionário respondido entre julho e setembro de 2018 por 1.695 membros da SBF — 44% do total de associados à época. Desses, 68% são homens; 88%, heterossexuais; 95%, cisgênero (3% preferiram não responder ou se classificar e cerca de 2% são transgênero); e 6,2% têm alguma alguma deficiência. Ainda, 61% se autodeclaram brancos; 20%, pardos; 6%, negros; 2%, asiáticos; 1%, indígenas; 1% declaram “outro” e 9% preferiram não responder ou se classificar. A título de comparação, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 56% da população brasileira é negra (incluindo pretos e pardos). Outro dado que chama a atenção é a alta concentração de físicos no Sudeste do país — 59% do total.
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