A #QuarentenaArte homenageia Aldir Blanc, compositor e escritor que faleceu na última segunda-feira, 4 de maio, em decorrência da Covid-19. A homenagem é uma interpretação de Miriam Moritz, maestrina e regente do Departamento Artístico Cultural (DAC) que atua no Coral, Madrigal e Orquestra de Câmara da Universidade Federal de Santa Catarina.
> Assista à interpretação de Miriam Moritz da composição Corsário, de João Bosco e Aldir Blanc
“Corsário é uma música que sempre me tocou. Ela tem algo que, para mim, sugere superação. Coração coberto de neve, mas lá dentro ferve. Algo que a gente nunca sabe o que passa na verdade com as pessoas. A vida, um corsário, um navegador… e o momento atual, que a gente não sabe onde vai parar. Veja o compositor da letra, Aldir Blanc, ele se foi… Além disso, a melodia me atrai. No final ela surge como uma onda que se aproxima. Algo que cresce, vai e volta”, declarou a maestrina.
O compositor Aldir Blanc Mendes, nasceu no Rio de Janeiro, em 2 de setembro de 1946. Ingressou no curso de Medicina aos 20 anos e se especializou em psiquiatria, mas deixou a profissão em 1973 para se dedicar exclusivamente à música. Àquela altura, já havia feito sucesso com Amigo é pra essas coisas, parceria com Silvio da Silva Jr. e canção vice-campeã do Festival Universitário em 1970. Juntou-se a Ivan Lins, Gonzaguinha e outros para fundar o Movimento Artístico Universitário. Um ano depois, Ela, composição sua com César Costa Filho, foi gravada por Elis Regina. E, em 1972, pela primeira vez a cantora escolheu uma música escrita por Blanc e João Bosco para seu disco, que iniciaria a trajetória de sucesso do trio: Bala com Bala.
Em 1978, publicou as crônicas Rua dos Artistas e arredores e, em 1981, Porta de tinturaria. As duas obras foram reunidas, posteriormente, em 2006, na edição Rua dos Artistas e transversais, que ainda trouxe 14 crônicas escritas para a revista Bundas e para o Jornal do Brasil. Aldir morreu na cidade de Rio de Janeiro por complicações causadas pela Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, depois de ficar mais de duas semanas na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE). Ele havia sido hospitalizado em 10 de abril, com um quadro de pneumonia, pressão alta e infecção urinária. Uma semana depois, foi confirmada a infecção pelo novo coronavírus.
A #QuarentenaArte é uma ação da Secretaria de Cultura e Arte (SeCArte), em parceria com o DAC e TV UFSC, que oferece alternativas artísticas culturais que podem ser apreciadas a distância por meio da internet. A iniciativa também objetiva valorizar e difundir a arte e a cultura produzidas na UFSC. A regente Miriam Moritz é natural de Florianópolis, formada em música pela Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) em 1987. Em 2003, finalizou seu curso de especialização em musicoterapia pela Unisul; em 2014, concluiu o curso de mestrado pela UFSC com pesquisa sobre Música Brasileira.
Para ler mais: Parceria Iluminada – João Bosco e Aldir Blanc – Elis Regina
Com informações: Departamento Artístico Cultural (DAC) | El Pais | Portal Correio