Helvécio Furtado Júnior, ex-aluno da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), teve seu projeto de conclusão de curso (TCC) transformado em curta-metragem de terror e comédia. O filme, fruto de seu trabalho acadêmico, recebeu aprovação e um financiamento de 60 mil reais da Lei Paulo Gustavo (LPG) para ser filmado em Patos de Minas, Minas Gerais (MG), cidade natal do autor.
De acordo com Helvécio, a ideia do filme surgiu no início da pandemia, inspirado por um relato sobre um homem no Amazonas que não conseguiu enterrar sua mãe devido ao colapso hospitalar, o que motivou o início do roteiro. Ao longo da pandemia, diversas situações alimentam o texto.
O curta-metragem é uma adaptação do conto O dia em que o presidente comeu minha mãe, de Helvécio. A versão literária da história foi publicada em 2020, na revista Retratos de La Ciencia Brasileña, em Salamanca, na Espanha. A narrativa é sobre Renato, um churrasqueiro ensandecido que decide servir a carne do cadáver da mãe para o presidente da república.
Helvécio relata que a adaptação do conto para um curta-metragem foi desafiadora, concentrando-se na seleção das cenas mais visualmente impactantes para o cinema, já que o conto original é mais direcionado para o terror do que para o equilíbrio entre terror e comédia. “A maior dificuldade foi escolher quais cenas iriam para o filme e quais seriam mantidas apenas no conto”.
O filme propõe uma abordagem de terror com toques de comédia, buscando harmonizar esses elementos por meio do “absurdo”. “Se houvesse um gênero entre o terror e a comédia para definir o filme, seria o absurdo”, destaca Helvécio.
Helvécio Furtado Júnior, autor do conto e do filme Foto: Divulgação
Segundo ele, o curta-metragem se inspira em diversas obras do cinema nacional, buscando instigar um conjunto variado de emoções no telespectador. “Ao assisti-lo, é possível esperar um filme de terror que brinca com a ironia e a frustração do público”, explica Helvécio.
Previsto para estrear no segundo semestre de 2024, o filme é novidade para o cenário audiovisual local, gerando aproximadamente 45 oportunidades de emprego na indústria cultural da região. Helvécio, destaca a relevância de a obra explorar emoções reprimidas desde a pandemia. “Precisamos lidar com esses sentimentos, mesmo que seja através do riso, como afirmava Paulo Gustavo”, ressalta Helvécio.
Ariclenes Patté / estagiário de Jornalismo da Agecom / UFSC