Como camundongos e coelhos transformaram a trajetória de um cientista

04/07/2019 16:20

Foto: Henrique Almeida/Agecom/UFSC.

Carlos Roberto Zanetti, professor titular do departamento de Microbiologia, Imunologia e Parasitologia da Universidade Federal de Santa Catarina (MIP/CCB/UFSC), escolheu a Biologia por gostar de animais e plantas. “Adorava estar na natureza. Um avô, que foi meu grande incentivador, sabia o nome de tudo quanto é árvore, tudo quanto é passarinho, o que cada um comia… Eu ficava fascinado com tudo aquilo”, recorda. Hoje, aos 58 anos e há 22 como docente da universidade, essa admiração e respeito pelos bichos permanece. Zanetti tornou-se referência nacional na difusão de métodos alternativos ao uso de animais na ciência. Sua enorme contribuição ao campo da Bioética é fruto de um longo caminho que inclui, paradoxalmente, amplo uso de animais em atividades acadêmicas.
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Disciplina da UFSC apresenta perspectiva inovadora sobre uso de animais na ciência

28/06/2019 17:28

Foto: Henrique Almeida/Agecom/UFSC

No segundo semestre de 2019, o departamento de Microbiologia, Imunologia e Parasitologia da Universidade Federal de Santa Catarina (MIP/CCB/UFSC) oferecerá, pela terceira vez, uma disciplina inédita na maioria das instituições de ensino brasileiras: “Aspectos Éticos em Pesquisa e Ensino com Animais”. O professor responsável, Carlos Roberto Zanetti, decidiu ofertá-la como matéria optativa do curso de Ciências Biológicas por considerar fundamental proporcionar aos estudantes da graduação uma reflexão crítica sobre questões éticas envolvendo o uso de animais no meio acadêmico. “Esse tema diz respeito a todos nós, mas sobretudo aos estudantes cujas profissões lidam diretamente com animais não-humanos. É um debate que vem crescendo nos últimos tempos em nível mundial, mas ainda é raramente abordado em nossas universidades”, afirma o docente.

A disciplina teve boa receptividade desde quando foi oferecida pela primeira vez, no segundo semestre de 2017. Os 30 estudantes matriculados tiveram 36 horas de aula com a participação de convidados de diferentes áreas do conhecimento, como Filosofia e Direito. A primeira versão da ementa apresentava uma perspectiva abolicionista – com argumentos pela extinção do uso de animais para qualquer finalidade – e alguns alunos chegaram a solicitar que o professor incluísse no programa uma perspectiva pró-vivisseccionista – isto é, favorável à dissecação de animais vivos. Zanetti se contrapôs: “Isso eu não vou fazer. Vocês já têm isso durante toda a graduação. Aqui vocês terão contato com uma visão contrária a essa visão hegemônica. Meu objetivo é apresentar-lhes outras possibilidades. Essa disciplina é uma oportunidade incrível de conhecerem um outro ponto de vista.”
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