Dia de Atenção à Dislexia: HU-UFSC oferece atividades para crianças e adolescentes com dificuldades de aprendizagem
Nesta segunda-feira, 16 de novembro, é comemorado o Dia Nacional de Atenção à Dislexia. Considerada um transtorno específico de aprendizagem de origem neurobiológica, a dislexia é definida enquanto dificuldade no reconhecimento preciso e/ou fluente da palavra, na habilidade de decodificação e em soletração, segundo a Associação Brasileira de Dislexia (ABD).
A data foi instituída em 8 de janeiro de 2015, pela Lei 13.085. Essas dificuldades normalmente resultam de um déficit no componente fonológico da linguagem e são inesperadas em relação à idade e outras habilidades cognitivas. A dislexia pode ser hereditária e sua incidência maior é em meninos, numa proporção de 3/1, sendo que a ocorrência é de cerca de 10% da população mundial.
A atenção à dislexia é um dos focos do Núcleo Interdisciplinar de Apoio ao Desenvolvimento Humano (Núcleo Desenvolver), que funciona dentro do setor de Pediatria do Hospital Universitário Professor Polydoro Ernani de São Thiago (HU-UFSC). O Núcleo Desenvolver realiza atividades voltadas exclusivamente para crianças e adolescentes com dificuldades em aprendizagem.
A pediatra Claudia Maria de Lorenzo, do Núcleo Desenvolver, explica que a dislexia não é uma doença, mas um distúrbio de leitura, escrita e soletração. Segundo ela, não se trata de cura, mas de intervenções, como atuação com fonoterapia, suporte pedagógico e psicológico para acompanhar a pessoa com dislexia.
Conforme Claudia, no HU-UFSC, uma vez feito o diagnóstico, a equipe do Núcleo Desenvolver orienta a família e a escola e, após os encaminhamentos, em muitos casos, reavalia a criança para acompanhar o progresso. “Conseguimos assim conscientizar a família e escola de forma cuidadosa e inclusiva, de modo que as crianças não se desacreditem e sintam-se fortes e capazes de irem adiante na vida acadêmica”, afirmou a pediatra, que respondeu a algumas perguntas sobre o tema.
De acordo com a ABD, quanto mais cedo o diagnóstico for feito, melhor, pois poderão ser feitas intervenções na área de fonoaudiologia, psicopedagogia, auxiliando no processo de alfabetização.
Confira a entrevista:
Como os pais e responsáveis podem ‘desconfiar’ de que uma criança é disléxica? Existem sinais?
O quadro aparece após o início da alfabetização. Se a criança chegar no terceiro ano de escolarização sem saber ler e escrever, é bom ficar atento. É claro que para se alfabetizar, a criança precisa de bons estímulos em casa e na escola.
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