Homenagem à professora Mara Lago: ‘uma vereda firme e acolhedora’
Uma tarde de memória, afeto e reconhecimento marcou a homenagem póstuma à professora emérita Mara Coelho de Souza Lago, realizada na sexta-feira, 10 de outubro, no Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFH) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), no Campus Trindade, em Florianópolis. O tributo, integrado às comemorações dos 30 anos do Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas (PPGICH), reuniu colegas, familiares e estudantes e promoveu o compartilhamento de lembranças e reflexões sobre o legado da educadora, nas palavras da vice-reitora Joana Célia dos Passos, da filha Fernanda Lago e das professoras Miriam Pillar Grossi, Tânia Ramos e Luciana Zucco.
A professora Miriam abriu a homenagem destacando que havia muito a celebrar: “não apenas datas e marcos institucionais, mas uma memória ativa, a que se renova no gesto de transmitir”. Ela enfatizou que compartilhar os ensinamentos de Mara é reconhecer que sua presença se manifestou em múltiplos planos: o acadêmico, rigoroso e criativo; o pessoal, feito de cuidado cotidiano; o afetivo, que sustentou tantas pessoas; e o político, sempre atento ao futuro.
“‘Teoria é prática com paciência’, ela dizia em nossas reuniões, lembrando que o conhecimento ganha sentido quando devolvido às pessoas e aos territórios que o tornaram possível”, recordou Miriam, citando uma das máximas que orientavam o trabalho da homenageada. A professora ainda evocou Paulo Freire para lembrar que, com Mara, aprenderam “a caminhar juntas e juntos, a sustentar dissensos sem abrir mão da escuta, a transformar pesquisa em presença e presença em compromisso”.
Fernanda, filha de Mara, emocionou os presentes ao descrever o momento em que a família compreendeu a dimensão do impacto da professora. “Ainda no hospital, quando resolvemos compartilhar informações sobre o estado dela, entendemos a dimensão do que estava acontecendo: muita gente queria saber, participar, mandar um recado”, relatou. Como filhas, conheciam a professora, a pesquisadora, a militante. “Mas foi ali que percebemos o tamanho do alcance da professora Mara”, disse.
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