Egressa da Pós-Graduação em História, pesquisadora indígena é premiada pela Sociedade de Arqueologia Brasileira
A pesquisadora Laklãnõ Xokleng Walderes Coctá Priprá conquistou o Prêmio de Excelência em Mestrado 2021, concedido pela Sociedade de Arqueologia Brasileira (SAB). Ela foi a segunda indígena a defender uma dissertação de mestrado no Programa de Pós-Graduação em História (PPGH), mas a primeira a obter a conquista após a implantação da política de ações afirmativas na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Também foi a primeira indígena a defender um título de pós-graduação na área de Arqueologia no Brasil.
Intitulada Lugares de acampamento e memória do povo Laklãnõ Xokleng, Santa Catarina, a pesquisa de Walderes teve o objetivo de registrar os lugares que ficaram na memória do povo Laklãnõ Xokleng por meio de fotos, entrevistas com os anciãos e sábios e visitas aos locais de acampamentos e cemitérios antigos do povo. Foram mapeados os locais de memória, os acampamentos mais antigos e também aqueles que surgiram logo após o contato com não-indígenas ocorrido em 1914, conhecido como “pacificação”. Atualmente o povo Laklãnõ Xokleng encontra-se em sua maioria em Santa Catarina, no Alto Vale do Rio Itajaí, cercado por pelos municípios José Boiteux, Doutor Pedrinho, Vitor Meirelles e Itaiópolis, locais onde a pesquisa foi realizada.
Antes do mestrado, Walderes cursou Letras Português/Espanhol em uma instituição próxima a Ibirama e Licenciatura Intercultural Indígena do Sul da Mata Atlântica, com ênfase em Humanidade, na UFSC, na qual se formou em 2015.
Sobre o prêmio
O II Prêmio de Excelência em Graduação, Mestrado e Doutorado, promovido pela Sociedade de Arqueologia Brasileira, reconheceu a originalidade e a excelência de pesquisas acadêmicas sobre temas relativos à Arqueologia no Brasil. O valor total da premiação foi de R$ 7 mil, distribuídos entre os contemplados de cada categoria. O resultado foi divulgado durante o XXI Congresso da SAB, que ocorreu de maneira remota de 4 a 8 de novembro.