Relatório coloca UFSC entre maiores depositantes de propriedade intelectual do Brasil

27/05/2025 16:01

A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) esteve entre os destaques do ranking nacional de depositantes ativos de propriedade intelectual de 2024 do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi), divulgado na última quarta-feira, 21 de maio. Todos os anos, o relatório reúne os rankings dos 50 maiores depositantes no Instituto, por ativo de propriedade intelectual (PI). A UFSC ocupa a 20° posição como depositante residente de patentes de inovação, com 27 depósitos, e a 11° posição como depositante residente de programas de computador, com 41 depósitos no ano passado.

Divididos entre residentes e não residentes do Brasil, os rankings contemplam ativos como patentes, marcas, desenhos industriais e programas de computador. A Universidade também se destacou pelos avanços em relação aos dados do último relatório do Inpi. Em comparação com 2023, a UFSC subiu 16 posições no ranking de depósitos de patentes de invenção. Já nos programas de computador, o avanço foi ainda maior, com o ganho de 35 posições.
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Parceria entre UFSC e Illinois propõe nova forma de separar enantiômeros; inovação pode beneficiar indústria

22/05/2025 08:11

As mãos são especulares, mas não se encaixam quando sobrepostas. É assim com os enantiômeros (Imagem de Avelino Calvar Martinez por Pixabay)

Imagine duas moléculas que parecem idênticas, mas que podem funcionar de forma completamente diferente no nosso organismo. Esse é o caso dos enantiômeros, compostos que, como nossas mãos, são imagens especulares entre si, mas não se encaixam perfeitamente quando sobrepostos.

Eles pertencem a uma classe especial de moléculas chamadas quirais, muito comuns na natureza e de extrema importância para áreas como a química, a farmacologia e a agricultura. Por meio de uma parceria com a Universidade de Illinois, o professor Fábio Zazyki Galetto, do departamento de Química da UFSC, desenvolveu uma solução promissora para o dificultoso processo de separação destas moléculas: um novo método baseado em eletroquímica, mais rápido, barato e sustentável em comparação aos atualmente praticados.

“As maiores implicações para o uso de enantiômeros estão na indústria farmacêutica, onde um determinado enantiômero pode ser um fármaco enquanto o outro pode ser tóxico. Daí podemos compreender a importância na diferenciação dos enantiômeros e porque os métodos de separação de enantiômeros são importantes”, resume o professor, cujo artigo com a proposta foi publicado recentemente no Journal of the American Chemical Society (JACS).

O professor explica que, devido à sua semelhança estrutural, os enantiômeros possuem propriedades físicas idênticas, o que inviabiliza a utilização da grande maioria dos métodos tradicionais de separação. Por outro lado, diferentes enantiômeros podem produzir respostas muito diferentes quando expostos a um ambiente quiral, como é o caso do organismo humano, o que torna ainda mais importante este processo.

“Atualmente, a separação de enantiômeros é realizada principalmente por cromatografia quiral”, explica. Segundo ele, embora eficaz, este método introduz uma série de desvantagens ao processo, incluindo alta demanda por recursos e insumos químicos, significativa geração de resíduos, além de ser um procedimento relativamente lento.

Indústria farmacêutica pode ser beneficiada (Imagem de Pexels por Pixabay)

Conforme aponta a pesquisa, a utilização de métodos de separação eletroquímicos surge como uma alternativa promissora. “A proposta apresentada neste artigo envolve um método eletroquímico que é muito mais rápido do que a cromatografia porque, diferente deste último, as etapas de equilíbrio necessárias para a separação podem ser alcançadas na ordem de milissegundos, pela aplicação de potencial elétrico ao sistema. Além disso, o método eletroquímico requer uma quantidade muito menor de insumos químicos quando comparado à cromatografia”, pontua.

Os resultados indicam que um excesso enantiomérico superior a 99% seria alcançável em apenas sete estágios teóricos, num processo em cascata. “Uma vez implementada, seria uma alternativa mais simples e barata à atualmente praticada, propiciando maior agilidade e redução de custos ao processo de produção de enantiômeros”, sintetiza, argumentando que, embora em estágio inicial, o estudo resultou no pedido de depósito de uma patente.

A pesquisa traz, ainda, novas oportunidades, particularmente para aplicação de métodos eletroquímicos de separação em meios e compostos orgânicos. “O projeto foi proposto como parte do meu pós-doutorado na University of Illinois, sob orientação do professor Xiao Su. A UFSC esteve envolvida desde a concepção deste projeto, que marcou o início da colaboração entre as duas instituições. Além do artigo e da patente, a colaboração já propiciou a vinda de dois pesquisadores, entre eles os primeiros autores do artigo, para ministrar palestras na UFSC. Também está prevista uma visita do professor Xiao Su à UFSC, que deverá ministrar uma palestra no final do mês de junho”, finaliza.

 

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UFSC promove evento voltado à propriedade intelectual, ciência e inovação

18/11/2024 09:00

O Departamento de Inovação (Sinova), vinculado à Pró-Reitoria de Pesquisa e Inovação (Propesq) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/SC) promovem o evento “Propriedade intelectual e sua importância para a inovação nas Instituições Científicas, Tecnológicas e de Inovação (ICTs) e empresas”. O encontro será realizado nesta quinta-feira, 21 de novembro, às 14h, no Auditório João Ernesto Escosteguy Castro, do Centro Tecnológico (CTC) da UFSC.

O evento é aberto ao público e gratuito. As vagas são limitadas, sendo necessário inscrever-se, previamente, na Plataforma Sympla. Além do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), a iniciativa da UFSC possui parceria com as associações brasileiras dos Agentes da Propriedade Intelectual (Abapi), da Propriedade Intelectual (ABPI), e o Programa de Pós-Graduação em Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia para a Inovação (Profnit).

Para este momento de troca de conhecimento, o evento contará com especialistas da área que discutirão a importância e temas de destaque da propriedade intelectual no contexto da inovação, como interação e transferência de tecnologias entre ICTs e empresas – universidade empreendedora e cases de Núcleos de Inovação tecnológica (NITs) -; depósito de pedidos de patentes no INPI: cuidados e erros a evitar; riscos da divulgação e publicação antecipada de criações; Marco Legal da Inovação; e contencioso envolvendo patentes.

A professora Clarissa Stefani Teixeira, diretora de Inovação da UFSC, ressalta o trabalho desenvolvido pela Sinova na construção de uma Universidade cada vez mais empreendedora e inovadora. Enfatiza que o setor atua “com uma agenda centrada em ampliar programas, projetos, palestras, cursos e materiais para a comunidade interna e externa”, no sentido de garantir que essas ações institucionais estejam “em consonância com o ecossistema de inovação catarinense”.

Dados publicados no último Relatório de Gestão da Sinova apontam que a UFSC possui “779 pedidos de Propriedade Intelectual vigentes depositados/concedidos no INPI (…). São 471 Patentes de Invenção (273 vigentes e 198 não vigentes); 22 Patentes de Modelo de Utilidade (18 vigentes e 4 não vigentes), 232 Registros de Programa de Computador (RPC) vigentes; 50 Marcas, sendo 27 vigentes; e 48 Desenhos Industriais (DI) (37 vigentes e 11 não vigentes). Conta também com 5 Cultivares registrados no Ministério da Agricultura, todos vigentes.” O documento estratégico também acrescenta que, em 2023, “foram depositados junto ao INPI 16 pedidos de Patentes de Invenção. Já em relação aos registros, foram feitos 19 de Programa de Computador, 12 Desenhos Industriais e 6 Marcas, totalizando 53 registros/depósitos de ativos de Propriedade Intelectual” (UFSC, 2023, p. 62).

Destaque na Indústria e Ambiente de Pesquisa

O ranking do Times Higher Education (THE) Latin America University Rankings 2024, publicado no último dia 12 de novembro, avalia instituições acadêmicas em critérios como Qualidade de Pesquisa, Indústria e Ambiente de Pesquisa. A UFSC destacou-se nos critérios Indústria, em que ficou entre as seis melhores universidades, e Ambiente de Pesquisa, ficando entre as oito melhores.

A pontuação em Indústria, que subiu mais de dois pontos com relação ao ano passado, verifica a capacidade de uma universidade ajudar o setor com inovações, invenções e consultoria, buscando captar a transferência de conhecimento e observando as parcerias em relação ao número de pesquisadores.

“A métrica sugere até que ponto as empresas estão dispostas a pagar pela investigação e a capacidade de uma universidade atrair financiamento no mercado comercial – indicadores úteis de qualidade institucional”, registra o THE. Os dados deste indicador referem-se a patentes publicadas entre 2019 e 2023.

Mais informações no site da Sinova.

 

Rosiani Bion de Almeida | imprensa.gr@contato.ufsc.br
Coordenadoria de Imprensa do GR | UFSC

Com informações de: UFSC está entre as dez melhores universidades da América Latina; e SINOVA UFSC. Relatório de Gestão 2023. Disponível em: https://arquivos.ufsc.br/f/6d833229cbbd4428a879/. Acesso em: 14 nov. 2024.

 

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Pesquisadores da UFSC recebem Prêmio Inventor Petrobras 2023

01/06/2023 18:28

Lucas Militão, à esquerda, e Felipe Castro, gerente da Petrobras

Pesquisadores do Laboratório Polo, referência mundial em pesquisa, desenvolvimento e inovação em refrigeração e termofísica, do Departamento de Engenharia Mecânica da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), receberam, na quarta-feira da semana passada, 24 de maio, o Prêmio Inventor Petrobras 2023. A premiação foi concedida pela patente Sistema de resfriamento submarino para conjunto de circuito de eletrônica de potência e método para dimensionamento do sistema de resfriamento submarino para conjunto de circuito de eletrônica de potência, desenvolvida pelos pesquisadores Lucas Militão, Jader Riso Barbosa Jr., Alexandre Kupka da Silva, Carlos Renato Rambo, Marcelo Lobo Heldwein, Caio Dias Fernandes e Douglas Mateus Machado.

A patente foi depositada com o intuito de proteger um sistema de resfriamento passivo para eletrônica submarina que, ao ser comparado através de métodos matemáticos e numéricos com sistemas de resfriamentos passivos para eletrônica submarina já existentes na literatura, provou-se ter desempenho térmico superior e mais compacidade.

O estudo foi financiado pela Petrobras, sob o projeto de pesquisa Desenvolvimento de sistemas avançados de proteção e resfriamento de sistemas elétricos submarinos sob alta pressão, e pelo Programa Institutos Nacionais de Ciência, Tecnologia e Inovação (INCT), com recursos do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc) e Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior  (Capes). O Prêmio Inventor Petrobras 2-23 reconhece os pesquisadores e os colaboradores da petroleira que contribuíram para inovação na empresa através de depósito de patentes além de seu potencial de impacto, para que a empresa se mantenha dentre as mais inovadoras do país no setor de óleo e gás.

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UFSC obtém patente de equipamento para medir rendimento de motores elétricos em uso

18/05/2023 18:53

A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em conjunto com o Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) e com a ENGIE Brasil Energia, obteve a patente de um sistema para determinar o rendimento de motores a indução, sem que seja necessário tirar os equipamentos de uso. A patente, depositada em abril de 2017, é intitulada Sistema e método para determinação de rendimento de motores de indução em campo e em operação. O sistema é chamado de Analisador MIT  – a sigla é de Motor de Indução Trifásico. O uso do equipamento subsidia técnica e economicamente a tomada de decisão quanto a ações de melhoria no rendimento energético de sistemas industriais como, por exemplo, a substituição do motor por outro mais eficiente.
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Egresso da UFSC desenvolve cadeira de rodas para cães com barras flexíveis e baixo custo

11/07/2022 14:00

Apesar de não ter qualquer tipo de deficiência, Teresa Cristina, a Tetê, foi uma das primeiras a testar a cadeirinha. Foto: Rafaella Whitaker/Agecom/UFSC

Uma cadeira de rodas para cachorros de baixo custo, com tamanho e cores personalizáveis, design inspirado em carros esportivos e hastes flexíveis que permitem a movimentação lateral do animal, enquanto mantém sua coluna estável. Tudo fabricado por impressão 3D. Essa é a Petwheels, desenvolvida pelo designer de produto Artur Donadel Balthazar como parte de seu projeto de conclusão de curso na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), sob orientação de Regiane Trevisan Pupo, professora do Departamento de Expressão Gráfica e coordenadora do Pronto 3D – o Laboratório de Prototipagem e Novas Tecnologias Orientadas ao 3D. 

O invento, que teve sua patente depositada junto ao Instituto Nacional da Propriedade Intelectual (Inpi) em fevereiro deste ano, encontra-se em fase de testes, mas já é possível destacar uma série de diferenciais em relação às cadeiras de rodas disponíveis atualmente no mercado. O principal deles são suas barras laterais: ao mesmo tempo em que garantem a estabilização da coluna, elas são maleáveis e permitem que o animal mexa seu tórax para os lados, um movimento natural dos cachorros, impedido pelas cadeiras de rodas comuns.

“Isso é um diferencial que nenhuma outra cadeirinha apresenta, e que eu percebi durante a etapa de observação. A questão do cachorrinho é muito difícil, porque tu não tens um ser humano com quem tu podes conversar e perguntar o que está sentindo. O cachorrinho, tu tens que observar e tentar te colocar no lugar dele. Durante a pandemia, eu fiquei bem limitado em termos de poder visitar locais, então observei muito pela internet e tentava sempre entender o que o cachorrinho estava sentindo ali. Uma coisa que eu percebi bastante forte é justamente essa questão da imobilidade dele. Uma vez que ele está com a cadeirinha, ele fica imóvel. Parece que ele não consegue se mexer para lugar nenhum. Ele está ali tendo que fazer aquele movimento travado”, relata Artur. 
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Pesquisadores desenvolvem novo kit de diagnóstico rápido e barato para Covid-19

07/07/2021 09:22

Novo kit de diagnóstico tem custo estimado de R$ 30, menos de um terço do valor do RT-PCR. Foto: André Pitaluga

Um kit de diagnóstico para detecção do novo coronavírus, que pode ser aplicado diretamente em unidades básicas de saúde, fornecendo o resultado em até 45 minutos, com baixo custo e alta precisão. A inovação, que pode contribuir para o enfrentamento da Covid-19, teve a patente depositada, após mais de um ano de trabalho de pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC), em parceria com a empresa SPK Solutions.

Simples, rápido e barato, o kit de diagnóstico identifica o material genético do SARS-CoV-2, utilizando uma técnica chamada de RT-LAMP. Em testes de validação, com mais de mil amostras, o exame apresentou precisão equivalente ao RT-PCR, considerado como padrão-ouro para o diagnóstico da Covid-19. Para amostras da orofaringe – coletadas com um tipo especial de cotonete, conhecido como swab, introduzido no nariz dos pacientes – o teste demonstrou 96% de sensibilidade e 98% de especificidade.

“O diferencial do kit é integrar todas as etapas do diagnóstico molecular, com uma metodologia adequada ao point-of-care [local de atendimento]. É um método simples, barato e robusto, que permite realizar o diagnóstico no local onde ele é necessário”, destaca o pesquisador do IOC e coordenador do projeto, André Pitaluga.
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Live apresenta o gel antimicrobiano à base de macela desenvolvido no Centro de Ciências Agrárias

16/06/2021 08:10

Registro de patente: gel antimicrobiano à base de macela desenvolvido pelo Labinat é o tema da próxima live da série CCA Conecta, promovida pelo Centro de Ciências Agrárias (CCA) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). A atividade ocorre nesta quinta-feira, 17 de junho, às 19h, pelo canal do CCA no Youtube.

As pesquisadoras convidadas desenvolveram um gel antimicrobiano à base de ingredientes naturais para o tratamento da mastite bovina, uma das principais doenças que atinge vacas leiteiras. O produto, que teve seu pedido de patente depositado no início de maio junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi) por meio da Secretaria de Inovação da UFSC (Sinova), pode atender a uma demanda antiga de produtores de sistemas orgânicos e agroecológicos, bem como colaborar para a diminuição do uso de antibióticos nos sistemas de criação convencionais.
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Cientistas da UFSC criam produto natural e inovador para tratamento da mastite bovina

26/05/2021 11:55

Doença atinge praticamente todos os rebanhos leiteiros. Foto: Eduardo Amorim/Flickr – CC BY-NC-ND 2.0

Pesquisadoras da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) desenvolveram um gel antimicrobiano à base de ingredientes naturais para o tratamento da mastite bovina, uma das principais doenças que atinge vacas leiteiras. O produto, que teve seu pedido de patente depositado no início de maio junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi) por meio da Secretaria de Inovação da UFSC (Sinova), pode atender a uma demanda antiga de produtores de sistemas orgânicos e agroecológicos, bem como colaborar para a diminuição do uso de antibióticos nos sistemas de criação convencionais. O trabalho foi executado no Laboratório de Bioquímica e Produtos Naturais (Labinat) e fez parte da pesquisa de doutorado de Gabriela Tasso Pinheiro Machado, realizada no Programa de Pós-Graduação em Agroecossistemas sob orientação da professora Shirley Kuhnen e co-orientação de Luciana Aparecida Honorato e Maria Beatriz Veleirinho.

A mastite bovina é caracterizada pela inflamação do tecido da glândula mamária e pode ser causada por diferentes espécies de bactérias. A enfermidade é dividida em duas categorias: a mastite clínica, na qual há sintomas visíveis e mudanças físicas na aparência do leite e da mama; e a mastite subclínica, de mais difícil diagnóstico, uma vez que não apresenta manifestações aparentes na vaca ou no leite. Em ambos os casos, contudo, há redução da quantidade e da qualidade do leite. Segundo Gabriela, a doença está presente em praticamente todos os rebanhos leiteiros e pode gerar grandes prejuízos para os produtores. Seu tratamento, em geral, envolve a utilização de antibióticos, mas, além do risco de as bactérias desenvolverem resistência aos medicamentos tradicionais, o uso de antibióticos é limitado na produção orgânica e agroecológica de leite – o que torna bastante complicado o tratamento e o controle da mastite nesse tipo de sistema. 

O gel antimicrobiano criado na UFSC foi pensado justamente para atender às necessidades desse grupo de produtores. Ele é totalmente elaborado com matérias primas naturais: k-carragenana, uma substância extraída de algas marinhas vermelhas, mucilagem de linhaça e extrato de macela. Nenhum dos ingredientes foi escolhido por acaso. Os dois primeiros ajudam a dar a consistência adequada – a viscosidade do gel permite que o material permaneça por mais tempo no interior da glândula mamária e que as partículas sejam liberadas gradativamente ao longo do tempo. Há registros, aliás, de que a linhaça já vem sendo utilizada por produtores de leite orgânico para prevenir a mastite devido ao seu potencial antimicrobiano. O extrato de macela, por sua vez, havia sido alvo de estudos prévios do Labinat, que constataram que a planta possui atividade antimicrobiana e, mesmo em doses altas, não é tóxica para humanos ou animais.
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Estudantes projetam cama hospitalar com troca automatizada de lençóis

17/11/2020 09:38

Pensando em minimizar o sofrimento de pacientes acamados que precisam ser deslocados para cadeiras a cada troca de lençóis, o professor Walter Lindolfo Weingaertner, do Departamento de Engenharia Mecânica, propôs a alunos o desafio de buscar uma solução para o problema. Eles tiveram tanto êxito na automatização do processo que o outro orientador da equipe, professor Milton Pereira, os incentivou a depositar pedido de Patente de Modelo de Utilidade junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), por meio da Secretaria de Inovação (Sinova) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Tudo começou quando o pai do professor Walter precisou ser hospitalizado, aos 94 anos. “Lá, ele era erguido pelas enfermeiras e colocado em uma cadeira de rodas enquanto as atendentes arrumavam a cama. Foi neste estágio que surgiu a ideia de criar uma forma de automatizar a troca de lençóis sem tirar o paciente da cama”, conta o docente, na época coordenador do Laboratório de Mecânica de Precisão (LMP).
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Evento internacional da Farmácia debate conflitos entre patentes e acesso a medicamentos

07/08/2018 12:31

O evento “Acesso a medicamentos: Da propriedade intelectual à incorporação nos sistemas de saúde”, iniciou nesta segunda-feira, dia 6 de agosto, no Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal de Santa Catarina (CCS/UFSC). Promovido pelo grupo de pesquisa Políticas e Serviços Farmacêuticos, o Simpósio iniciou com uma fala de Luiz Otávio Pimentel, presidente do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). Com o tema “Situação atual dos pedidos de patentes de medicamentos nos Instituto Nacional da Propriedade Industrial”, o palestrante mencionou a fila de espera para proteger invenções no Brasil, que trata-se de um processo complexo e lento.

Em seguida, houve uma mesa sobre os conflitos entre o setor de inovação e a indústria dos medicamentos genéricos. Com participação dos pesquisadores Mirta Levis, da Universidad Isalud (Argentina), Esteban Nagel, do INAPI (Chile), Jorge Bermudez, da Fundação Oswaldo Cruz (Brasil) e Francisco Buenaventura, da Fundação IFARMA (Colômbia), o debate destacou as tensões entre patentes e acesso a medicamentos, levantando perguntas como “É possível conciliar os dois interesses?”.

O evento segue até o fim da tarde de terça-feira, 7 de agosto, com mesas sobre políticas de preços de medicamentos, desenvolvimento tecnológico e incorporação de tecnologias nos sistemas de saúde. Ao todo são 31 palestrantes e convidados: 16 brasileiros e 15 estrangeiros, da Argentina, Chile, Colômbia e Inglaterra, além dos professores e estudantes de pós-graduação da UFSC.

Alan Christian / Estagiário de Jornalismo na Agecom / UFSC

Foto: Ítalo Padilha / Agecom / UFSC

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Palestra sobre Patentes e Desenvolvimento Tecnológico no CTC nesta terça

04/10/2016 09:17
Palestra Prof AntoniniO professor do Departamento de Engenharia Mecânica da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Edemar Soares Antonini, ministrará a palestra”Patentes de Invenção e sua Relação com o Desenvolvimento Tecnológico” nesta terça-feira, 4 de outubro, às 17h, no Auditório Teixeirão, no Centro Tecnológico da Universidade, em Florianópolis.
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Mecanismo para semeadura de precisão desenvolvido na UFSC conquista patente

21/05/2012 10:01

O mecanismo dosador patenteado tem princípio mecânico e é pensado para ser acoplado aos tratores

O projeto de um mecanismo para semeadura de precisão de sementes miúdas conquistou a terceira patente da UFSC junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). A proposta teve como suporte a tese “Desenvolvimento de Concepções para a Dosagem e Deposição de Precisão para Sementes Miúdas”, desenvolvida junto ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica. Os autores do invento são Ângelo Vieira dos Reis, que defendeu sua tese em 2003, e o professor Fernando Antônio Forcellini, orientador do estudo. O processo de patenteamento, que teve apoio do Departamento de Inovação Tecnológica (DIT) da UFSC,  levou sete anos.

A cultura de arroz, trigo, sorgo, cevada, aveia e centeio, todos considerados grãos miúdos, representa aproximadamente 17% da produção nacional . O mecanismo dosador patenteado tem princípio mecânico e é pensado para ser acoplado aos tratores. Foi concebido para garantir a colocação das sementes dentro da linha de semeadura com distâncias pré-definidas, tornando possível quantificar o número de grãos distribuídos por metro linear. Essas máquinas possuem mecanismos dosadores que permitem a colocação de sementes espaçadas umas das outras, dentro da linha de semeadura, com distâncias definidas, gerando assim um potencial para a redução da quantidade utilizada por hectare.

“Ficou claro que com a tecnologia atual há uma limitação na quantidade mínima de sementes que pode ser utilizada numa área, um obstáculo à redução dos custos de produção, principalmente quando se considera o preço das sementes de qualidade”, destaca Ângelo, que observou no mercado brasileiro e mundial a inexistência de semeadoras de precisão para grãos miúdos. Para sementes grandes, como o milho, há equipamentos do gênero.

A tese, base para o processo de patenteamento, descreve o estudo, o projeto, a construção de protótipos e os testes de soluções para a dosagem e a deposição, com atenção especial ao arroz. Ângelo utilizou a metodologia de projeto desenvolvida pelo Núcleo de Desenvolvimento Integrado de Produtos, que trata o processo de projeto de forma sistemática. Os estudos serviram de base para duas concepções de produto ─ um mecanismo de dosagem e de posição de semente miúdas com funcionamento mecânico e outro com princípio mecânico-pneumático. A construção de protótipos e a realização dos testes teve apoio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), por meio da Rede Engenharia Agroindustrial de Alimentos.

“É uma invenção, não se tornou um produto, mas ficamos contentes, pois foi reconhecido pelo INPI que não há algo assim no mundo. É um exemplo que pode ser estímulo a outros projetos”, avalia o professor Fernando Forcellini, consciente de que a transferência do conhecimento para o setor produtivo é ainda um desafio para as universidades. “A universidade está cumprindo seu papel de gerar conhecimento e formar pessoas”, complementa, lembrando que além de possibilitar um doutorado, a pesquisa envolveu estudantes de graduação, que atuaram como bolsistas de iniciação científica.

“Muitos produtos esbarram na cultura, na falta de uma visão de cadeia”, lamenta o professor sobre a visão imediatista, a lógica de ganhar sem muito esforço e a dificuldade do mercado em assumir riscos. Integrante do Instituto Fábrica do Milênio e do Grupo de Engenharia de Produto e Processo, o professor participou do desenvolvimento de vários protótipos de equipamentos para agricultores. Entre eles, um Sistema Modular para o Preparo de Solos em Pequenas Propriedades; um Picador de Cobertura Vegetal Acoplável a Tratores de Rabiças; um Separador de Sólidos de Dejetos Suínos; uma Semeadora Adubadora por Covas Acoplável a Tratores de Rabiças; um  Rolo Facas para Manejo de Cobertura Vegetal e um Implemento para a Abertura e Adubação de Sulcos no Plantio Direto.

Saiba Mais:

Patentes conquistadas pela UFSC no Brasil
– Neutralizador dinâmico viscoelástico de vibrações para cabos e linhas aéreas. Inventores: José João de Espíndola, Carlos Alberto Bavastri, Paulo Henrique Teixeira, Eduardo Márcio de Oliveira Lopes. Titulares: UFSC/ Wetzel (PI9905252-0).
– Processo de soldagem MIG/MAG pulsado com pulsação térmica ou duplamente pulsado. Inventores: Jair Carlos Dutra, Raul Gohr Junior, Larry Fiori Ollé. Titular: UFSC (PI0004698-1).
– Mecanismo dosador mecânico para dosagem de precisão de sementes. Inventores: Ângelo Vieira dos Reis, Fernando Antônio Forcellini. Titular: UFSC (PI0406293-0).

Novos pedidos de patente
Atualmente o Departamento de Inovação Tecnológica gerencia os processos de 85 pedidos de patentes, de 50 registros de programa de computador, 23 registros de marca e seis registros de desenho industrial, além de acompanhar junto com a Epagri o depósito de quatro cultivares.

O DIT presta assistência na elaboração de convênios, contratos e acordos de parcerias de projetos desenvolvidos conjuntamente com empresas e outras instituições. Também auxilia em outros assuntos, como o Direito Autoral.

Mais informações:
– Fernando Forcellini / forcellini@deps.ufsc.br/ (48) 3721-7041
– Ângelo Vieira dos Reis / areis@ufpel.tche.br / (53) 3275-7260
Departamento de Inovação Tecnológica / dit@reitoria.ufsc.br / (48) 3721-9628

Por Arley Reis / Jornalista na Agecom

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UFSC conquista patente para equipamento de dosagem de precisão de sementes

09/04/2012 10:19

O Departamento de Inovação Tecnológica, ligado à Pró-Reitoria de Pesquisa e Extensão da UFSC, comunica a concessão pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial da patente de invenção PI0406293-0 “Mecanismo dosador mecânico para a dosagem de precisão de sementes”. Constam como inventores o professor do Departamento de Engenharia Mecânica da UFSC Fernando Antônio Forcellini e Ângelo Vieira dos Reis, doutor em Engenharia Mecânica.

Atualmente o DIT gerencia processos referentes a 85 pedidos de patentes, processos de 50 registros de programa de computador, 23 registros de marca e seis registros de desenho industrial, além de acompanhar junto com a Epagri o depósito de quatro cultivares.

Além da gestão da Propriedade Intelectual desenvolvida no âmbito da UFSC, o Departamento de Inovação Tecnológica presta assistência na elaboração de convênios, contratos e acordos de parcerias de projetos desenvolvidos conjuntamente com empresas e outras instituições. Também auxilia em outros assuntos, como o Direito Autoral.

Mais informações: dit@reitoria.ufsc.br / (48) 3721-9628

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Seminário sobre patentes

15/08/2011 09:05

O Grupo de Estudos de Direito Autoral e Informação – GEDAI, dentro das atividades PROCAD/CAPES vinculadas ao Programa de Pós-Graduação em Direito  (PPGD/UFSC) realiza agora em agosto seminário sobre patentes ministrado pelo professor Denis Borges Barbosa. O seminário (30 horas aulas) será realizado nos dias 18, 19, 25 e 26, das 8h30min às 12 horas, e das 14 às 18 horas, no auditório do CJJ/UFSC.

As inscrições estão abertas para a comunidade acadêmica e para o público em geral. Os seminários também terão como expositores os professores Marcos
Wachowicz (PPGD/UFSC) e Rozangela Curi Pedrosa (DIT/PRPE/UFSC). As vagas são limitadas e as inscrições gratuitas. Mais informações:  www.direitoautoral.ufsc.br/gedai/.

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