Enfermeiras residentes que atuaram na linha de frente do combate à Covid-19 no Hospital Universitário Polydoro Ernani de São Thiago da Universidade Federal de Santa Catarina (HU/UFSC) descreveram a experiência de enfrentar a pandemia. O relato, feito pelas residentes Jennifer Hostins, Sayonara Stefane Tavares de Moura e Carine Provensi, mostra vários lados desta realidade: o aspecto humano, as emoções diárias e a necessidade de rápida e eficaz adaptação para buscar soluções tanto na assistência quanto na gestão.
O depoimento ganha destaque na Semana Brasileira da Enfermagem, cujo tema, neste ano, é O trabalho em Enfermagem no contexto de crise. Veja o relato:
“O ano de 2020 foi desafiador para todas as profissões, principalmente para aqueles profissionais que atuam na linha de frente contra a Covid-19, pois além da preocupação com a própria saúde, dos familiares e isolamento social, houve necessidade de se adaptar a uma nova situação tanto na assistência quanto na gestão.
Como enfermeiras integrantes da Residência Multiprofissional em Saúde, com ênfase em Urgência e Emergência do Hospital Universitário Polydoro Ernani de São Thiago, vinculado a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), tivemos a oportunidade de vivenciar e evidenciar ainda mais o quão essencial e estritamente compatível à vida é o trabalho da Enfermagem.
A passagem pela Emergência respiratória (Covid) ocorreu nos meses de março e abril de 2021, período no qual pudemos acompanhar o momento mais extenuante da pandemia. Por várias vezes, as lágrimas no rosto dos que recebiam a notícia da necessidade de intubação orotraqueal nos deixavam angustiados e, concomitantemente, motivados a oferecer nosso melhor apesar do cansaço físico e mental. A enfermagem, diante desse cenário, permanecia ávida à recuperação da saúde dos seus pacientes, não apenas prestando assistência direta, mas realizando as alterações necessárias no espaço físico.
Observamos e aprendemos principalmente sobre o papel e poder dos enfermeiros empenhados e sensibilizados, lutando por um mesmo propósito, e nos fazendo acreditar ainda mais em um Sistema Único de Saúde (SUS) resolutivo, eficaz, empoderado, que salva vidas.
A nossa breve experiência neste ambiente foi imprescindível para a formação durante a residência. Observar o trabalho desenvolvido, nos faz crer que a Enfermagem também conquistará seu espaço e valorização merecida, que seu trabalho será reconhecido como ele realmente é, autônomo, decisivo e veementemente engajado na busca pela sobrevida do paciente”.
Jennifer Hostins, Sayonara Stefane Tavares de Moura e Carine Provensi, residentes de Enfermagem no HU/UFSC