Artigo do Necat mostra efeitos da pandemia sobre a renda das famílias
Dois pesquisadores vinculados ao Núcleo de Estudos de Economia Catarinense (Necat) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) publicaram um artigo abordando os impactos da pandemia de Covid-19 sobre a renda do trabalho e das famílias no Estado. O artigo, intitulado “Domicílios sem renda do trabalho cresceram cerca de 30% em Santa Catarina no ano de 2020”, mostra que a pandemia atinge os catarinenses provocando queda de rendimentos dos trabalhadores que conseguiram se manter ocupados e aumento do número de famílias sem renda do trabalho.
O estudo foi feito com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC). Em gráficos e números, mostra que a massa de rendimentos efetivamente recebida em todos trabalhos caiu 6,1% ao longo do ano de 2020, embora o rendimento médio efetivo tenha permanecido praticamente inalterado. “O afastamento de trabalhadores, a inviabilização de atividades e a queda no nível das atividades econômicas observadas ao longo de 2020 provocaram uma grande redução do número médio de horas efetivamente trabalhadas, que chegou a ficar 13% abaixo das jornadas habituais entre os meses de abril e junho de 2020”.
A contração de renda também está relacionada ao crescimento da desocupação. De acordo com o artigo, 6% de todas as pessoas que estavam ocupadas no Estado acabaram perdendo o emprego ou saíram do mercado de trabalho no decorrer do ano. “A renda per capita média das famílias catarinenses passou de R$ 1.453,37 no quarto trimestre de 2019 para R$ 1.317,92 no quarto trimestre de 2020, representando uma queda de 9,3%”.
O maior efeito da crise, de acordo com o artigo, foi o aumento das famílias sem renda. O número de domicílios sem renda do trabalho em Santa Catarina saltou de 544 mil no último trimestre de 2019 para 697 mil no quarto trimestre de 2020, um aumento de 28,2%. A principal causa apontada foi a perda de 220 mil ocupações remuneradas ao longo do ano passado.
O artigo é assinado por Vicente Loeblein Heinen, estudante de Economia da UFSC e bolsista do Necat; e Lauro Mattei, professor titular do curso de Economia e do Programa de Pós-Graduação em Administração da UFSC e coordenador geral do Necat.
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